Silvestre Gorgulho percorria o Twitter como sempre faz. De repente, não mais que de repente, leu esta mensagem de Manuela D´Ávila: “Declaro guerra contra Sérgio Moro e sua bancada, agora pegaremos em armas para fazer revolução igual a 59 anos atrás”.
Um dos comentários lhe chamou a atenção. É o de Brunão Franco, que tuitou: “Sra. ex-candidata a vice-presidente, para tempo transcorrido, usa-se há. O atrás é desnecessário. Por favor, antes de pegar em armas, pegue em livros”.
Conclusão
Manu faltou à aula em que o professor ensinou lição pra lá de elementar. Trata-se do emprego do verbo haver na contagem de tempo. Para indicar passado, o dissílabo pede passagem. Na indicação de futuro, é a vez da preposição a: A eleição ocorreu há 10 dias. Daqui a menos de 60 dias, o novo presidente tomará posse.
E o atrás? O danadinho, tal qual o haver, indica passado. Usar os dois juntos dá pleonasmo. Melhor ficar com um ou outro: Agora pegaremos em armas para fazer revolução igual à feita há 59 anos. Agora pegaremos em armas para fazer revolução igual à feita 59 anos atrás.
ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO
Acabo de receber a informação de que o post atribuído a Manuela D´Ávila é fake. Alguém usou o nome dela pra escrever a mensagem. Xô! Desculpe-me, leitor.
Entre mortos e feridos, fica a diquinha de português. Essa é verdadeira. Acredite.