Hino da Bandeira tim-tim por tim-tim

Publicado em português

Viva! Hoje é Dia da Bandeira. O pendão da esperança tremula no ar. O símbolo nacional nasceu em 1889, pouco depois da Proclamação da República. A obra não se deve a um só homem.  Vários brasileiros ajudaram na tarefa. Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos se encarregaram do projeto. Décio Valadares, da arte. Desenhou o retângulo verde, o losango amarelo, o círculo azul e a faixa branca.

O hino veio mais tarde. O prefeito do Rio de Janeiro Francisco Pereira Passos teve a ideia. Convidou o poeta Olavo Bilac para compor a letra. E Francisco Braga, professor da Escola Nacional de Música, para bolar a música. Em 1906, a prefeitura adotou a canção. A meninada nas escolas a interpretava. Todos aplaudiam. Aos poucos, a moda pegou. Os militares aderiram. Os estados também.

Desafios

Hoje o hino enfrenta dois problemas. Um deles: poucos o cantam. O outro: poucos o entendem. É natural. Ele completou 114 anos. Em um século, a língua muda. Palavras se aposentam. Gostos se alteram. A ordem inversa, antes o chique do chique, perdeu prestígio. Cedeu lugar à ordem direta.

E daí? Nada de reclamações estéreis. O jeito é dar um jeito: ganhar intimidade com estrofes & cia. Em homenagem ao pendão verde-amarelo, a coluna dá uma ajudinha a alunos, professores e curiosos. Põe os versos em ordem direta. E, de quebra, troca os vocábulos metidos a besta por outros mais simples. Resultado: o leão é mando como o leão lá de casa.

Hino da Bandeira

Salve, lindo pendão da esperança,

Salve, símbolo augusto da  paz!

Tua nobre presença à lembrança

A grandeza da pátria nos traz.

(Salve, linda bandeira da esperança, salve, símbolo majestoso da paz, tua nobre presença nos traz à lembrança a grandeza da pátria.)

 

Recebe o afeto que se encerra

Em nosso peito juvenil,

Querido símbolo da terra,

Da amada terra do Brasil.

(Recebe o carinho guardado em nosso peito jovem, querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil.)

 

Em teu seio formoso retratas

Este céu de puríssimo azul,

A verdura sem par destas matas

E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

(Tu retratas este céu de azul puríssimo, o verdor ímpar destas matas e o esplendor do Cruzeiro do Sul em teu interior formoso.)

 

Recebe o afeto que se encerra

Em nosso peito juvenil

Querido símbolo da terra,

Da amada terra do Brasil.

 

Contemplando o teu vulto sagrado,

Compreendemos o nosso dever;

E o Brasil, por seus filhos amado,

Poderoso e feliz há de ser.

(Compreendemos o nosso dever ao olhar o teu vulto sagrado. E o Brasil, amado pelos filhos, poderoso e feliz há de ser.)

 

Recebe o afeto que se encerra

Em nosso peito juvenil

Querido símbolo da terra,

Da amada terra do Brasil.

 

Sobre a imensa nação brasileira,

Nos momentos de festa ou de dor,

Paira sempre, sagrada bandeira,

Pavilhão da justiça e do amor.

(Sagrada bandeira, bandeira da justiça e do amor, esteja sempre sobre a enorme nação brasileira nos momentos de festa ou de dor.)

 

Recebe o afeto que se encerra

Em nosso peito juvenil,

Querido símbolo da terra,

Da amada terra do Brasil.