Domingo foi um dia de festa. Era a final da Copa do Mundo. Dois timaços em campo prometiam belo espetáculo. De um lado, a França. De outro, a Croácia. A qualidade e a garra das equipes deixaram claro que ganharia quem tivesse a mãozinha da Fortuna.
Por quê? Porque ela é a dona do destino. Todos morrem de medo da deusa. Com razão. Ela é dona da sorte e do azar. Caprichosa, não tem lógica na distribuição dos bens e dos males. Faz o que lhe vem à cabeça. Sem pensar.
Às vezes, ela olha para uma pessoa. Acha-a simpática. Cobre-a de êxitos — a eleita passa no concurso, arranja o parceiro certo, ganha saúde de ferro, faz as viagens dos sonhos. Enfim, é afortunada.
Outras vezes, a ilustre senhora acorda de mau humor. Ao sair de casa, encontra um adulto ou uma criança. Não importa. Faz tudo dar errado na vida da criatura. A coitada fica sem dinheiro, a tevê pifa, o namorado se vai, Papai Noel se esquece do presente. É pessoa desafortunada.
Por ser a dona da sorte e do azar, Fortuna tem vários nomes. Alguns a chamam de destino. Outros de fado. Muitos falam em ventura ou desventura. Seja com que nome for, uma coisa é certa. Fortuna não olha o que faz. É cega. No domingo, fez a escolha. A França ganhou um gol contra e um pênalti.
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