Abrimos o jornal, lá está a campanha eleitoral. Ligamos a tevê, a história se repete. Na internet, o assunto se mantém. Mensagens e posts defendem este ou aquele candidato. É o samba de uma nota só. Ufa! Que tal uma virada pra ventilar a cabeça? O blogue aderiu à vontade de mudança. Decidiu brincar com as palavras.
O português tem vocábulos pra dar, vender e emprestar. Eles conversam, combinam, brigam, fofocam. Flexíveis como cintura de político, interpretam papéis variados com a desenvoltura de quem anda pra frente. No fim das contas, ampliam as possibilidades de comunicação e abrem as portas para que façamos delas gatos e sapatos. É o caso de pé.
Significados enlouquecem
Pé tem só duas letrinhas. Mas ajuda muito a língua. Com ela, formamos palavras e um montão de expressões. Muitas aparecem nas festas juninas.
Pé de moleque é uma. Já imaginou festa de São João sem o docinho gostoso? Nem pensar! Ele tem um jeito arteiro. O amendoim parece o pé de um menino que não para quieto.
Quem não para quieto adora dançar. Quem dança arrasta os pés. Pode ser na quadrilha, no forró ou no baile chique. Por isso o movimento animado se chama arrasta-pé.
E o foguinho que persegue o pé da gente? É o busca-pé. Que medo! O danado é tão rápido que parece avião. Ninguém pode com ele. Por isso, alguns o chamam de diabinho-maluco.
Para escapar, só há um jeito — dar no pé. Garoto teimoso fica. Bate o pé e espera o ataque. Se sentir medo, sobe num pé de árvore. Espera o perigo passar. E, pé ante pé, põe o pé no mundo.
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