Diquinhas do folclore 2

Publicado em português

Boitatá, o guardião da floresta

Boitatá era uma cobra muito esperta. Por isso se deu bem quando uma grande tragédia se abateu sobre a floresta. De repente, o dia ficou noite. Confusos, o sol, a lua e as estrelas sumiram do céu. Caiu então uma baita tempestade.

Na escuridão, ninguém enxergava nada. As águas subiam. Homens e bichos procuravam lugar pra se proteger. Boitatá encontrou um abrigo no alto da montanha. Lá ficou dormindo. Quando o dilúvio passou, ele despertou. Mas, por ter ficado tanto tempo na escuridão, não conseguia enxergar bem na claridade.

Então arregalou bem os olhos. E assim ficou até o sol se pôr. Nos dias seguintes, fez a mesma coisa. Resultado: absorvia mais e mais a luz. O corpo ficou luminoso como uma fogueira. Tornou-se protetora das matas. Sempre que vê alguém cortando árvores, transforma-se em serpente de fogo encantada. Que medo! Os desmatadores fogem apavorados. Nunca mais voltam.

 

Cobra-de-fogo

Boitatá também é conhecido por baitatá. O nome vem do tupi, a língua dos índios. Quer dizer rápido, passageiro, que não dura. O fogo da cobra encantada é fátuo. Só se manifesta na hora do perigo.

 

Curiosidades

O tupi contribuiu para o enriquecimento da nossa língua. Nós repetimos as palavras que vieram dos índios, mas nem sempre sabemos o que querem dizer. Veja algumas curiosidades:

Aracaju: tempo de caju
Carioca: casa de branco
Curitiba: muito pinhão, pinheiral
Goiás: gente da mesma raça
Ipanema: água suja
Pará: mar
Paraguai: rio do papagaio
Paraíba: rio ruivo ou encachoeirado
Paraná: rio afluente
Sergipe: rio dos siris
Pindorama: terra das palmeiras