Ancelmo Gois rasgou sedas pra Claudia Raia. A atriz brilha na novela Verão 90, da Globo, em que interpreta o papel de Lidiane, ex-atriz de pornochanchada. O colunista escreveu que “a personagem já conquistou o público nas redes sociais por causa do jeitão extrovertido e `sem noção´”. Acertou no julgamento, mas tropeçou na grafia. O sem é acompanhado de hífen ao indicar unidade semântica, funcionando então como sufixo. É o caso de sem-terra, sem-teto, sem-cerimônia, sem-família, sem-fim, sem-justiça, sem-nome, sem-pão, sem-par, sem-pátria, sem-pudor, sem-razão, sem-sal, sem-termo, sem-trabalho. E, claro, sem-noção.
Atenção, marinheiros de poucas viagens. Sem é sem mesmo – sem feminino, sem masculino e sem plural: O sem-noção sobressai nas redes sociais. Os sem-noção sobressaem nas redes sociais. A sem-noção sobressai nas redes sociais. As sem-noção sobressaem nas redes sociais.
Curiosidade
O sem virou histeria. Sindicalistas falam em sem-governo. Os jornais citam os sem-partido. Professores falam dos sem-brinquedo. Millôr se lembrou dos sem-vergonha. Elio Gaspari, dos sem-limite. Edir Macedo, dos sem-religião. As tarifas bancárias criaram os sem-banco. O desemprego, os sem-dinheiro.