Categoria: português
“Considero como a primeira das virtudes conter a língua. Assemelha-se a um deus quem sabe calar na hora oportuna.” .
À primeira vista, a constatação é muito positiva: nunca houve tanta gente escrevendo. As editoras recebem um fluxo cada vez maior de originais, todos querem ver sua obra nas livrarias. Empresas de autopublicação (os autores pagam pela edição) vão de vento em popa. Por seu lado (e esta é a parte ruim da história), verifica-se que se lê cada vez menos livros. De onde […]
Conta a lenda que os três porquinhos, depois de terem a casa derrubada pelo lobo, foram à polícia fazer queixa. O delegado lhes deu razão. Mandou que o lobo os indenizasse com dinheiro ou a reconstrução das casas. O lobo não tinha um real no banco. Precisou, então, pôr as casas de pé. A primeira, de palha, foi moleza. A segunda exigia muito mais — […]
Viva! O Flamengo foi ao Peru e trouxe a taça. É bicampeão da América. Pra ele, aplausos da torcida rubro-negra e dos brasileiros. De quebra, uma diquinha de português. Os prefixos multiplicativos — bi, tri, tetra, penta, hexa — têm manhas. Uma delas se refere à grafia. Eles seguem as três regras de ouro do emprego do hífen. Uma O h, majestoso, não se liga […]
Os tribunais estão na moda. Juízes são mais conhecidos que os artistas globais. O que fazem e dizem repercute. De vez em quando se ouve que o juiz tal ou qual deu parecer. É adequado? Não. Juízes e tribunais sentenciam, ordenam, mandam, determinam, condenam, absolvem. É errado dizer que o juiz ou o tribunal opinou ou deu parecer a favor ou contra alguém.
Conta a mitologia que Agamenon foi lutar na guerra de Troia. Lá ficou 10 anos. Sem correios ou internet, a mulher pensou que ele tivesse morrido. E se casou de novo. Quando soube que Agamenon estava de volta, tramou com o novo marido a morte do ex. O filho Orestes matou a mãe e o companheiro dela. Vingou o pai, mas cometeu o crime mais […]
Alguns a chamam de Gangue dos Cinco. Outros, de Gangue do MARIO. Explica-se. A patota é composta de cinco verbos. Juntando-se a inicial de cada um, forma-se o nome Mario: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar. Todos obedecem ao chefe. Odiar manda. Os outros vão atrás. Conjugam-se do mesmo jeitinho: eu odeio (medeio, anseio, remedeio, incendeio), tu odeias (medeias, anseias, remedeias, incendeias), ele odeia (medeia, anseia, […]
A dúvida é do Cacá. “Adoro a história do lobo mau, aquele que toma mingau. Mas, quando vou escrever mau, pinta a dúvida. É com um u com l? Nunca sei. Mau Há dois macetes. Um: mau rima com mingau. Um e outro se grafam com u. O outro: mau é o contrário de bom. Hesitou? Aplique o tira-teima. Substitua o adjetivo pelo contrário. Se […]
Atenção, galera. Na fala descontraída, a preposição para fica preguiçosa que só. Dispensa uma letra. Vira pra. Torna-se leve como pluma no ar. Por isso, ela faz uma súplica. “Não me deem o peso de um acento. Livrar-se de um fardo e ganhar outro? Seria trocar seis por meia dúzia. Nada inteligente”: Pra frente, Brasil. Trabalho pra burro. Gasta dinheiro pra chuchu. Acende uma vela […]
Rir é gozador. Ri de nós. Por causa do “eu rio”, as pessoas pensam que ele é defectivo, com falta de pessoas, tempos e modos. Nada disso. O boa-vida é completinho da silva. Mas é irregular. Eis o senhor rir. Ria com ele: eu rio, tu ris, ele ri, nós rimos, vós rides, eles riem; eu ri, ele riu, nós rimos, eles riram; que eu […]