Categoria: português
Parecido não é igual. Mas confunde. Ter e vir são fregueses da troca de Germano por gênero humano. A 3ª pessoa do plural dos dois verbinhos não tem nada a ver com a turma do ver, ler, crer e dar. Ela não dobra o e. E tem acento: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.
Ler, crer, ver, dar & familiares adoram complicar a vida dos pobres lusófonos. A cilada se esconde no presente do indicativo. A 3ª pessoa do singular termina em ê. A 3ª do plural dobra o e. Assim: ele lê, eles leem; ele crê, eles creem; ele vê, eles veem; ele dê, eles deem. Reparou? A reforma ortográfica cassou o chapeuzinho que aparecia no hiato ee. […]
No tuíte em que pediu perdão aos brasileiros pelo confisco da poupança, Collor escreveu: “Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio de ativos”. Nossa! Quanto desperdício de palavras! Que tal poupar? Para ganhar concisão, basta obedecer às duas regras do estilo. Uma: menor é melhor. A outra: menos é mais. O texto fica mais curto, mais fácil, mais leve. […]
A história caiu no esquecimento. Mas, sem mais nem menos, o autor a revive. Em 1990, o presidente recém-eleito Fernando Collor decretou o confisco da poupança. Quem tinha algum dinheirinho no banco ficou com R$ 50. A medida não poupou ninguém. Muitos se suicidaram. Veio o arrependimento. O agora senador tuitou: “Eliminar a hiperinflação era o objetivo do meu governo. Acreditei que aquelas medidas radicais […]
Falir joga no time dos preguiçosos. Defectivo, só se flexiona nas formas em que aparece o i depois do l ( falimos, falis, fali, falia, falira, falirá, faliria). Sabe a razão da manha? Se ele abrir as porteiras para o a, e ou o, será confundido com falar (falo, fale, fala). Já imaginou? Ninguém quer perder a personalidade. Sobretudo se a língua, pra lá de […]
Eta verbinho mau caráter. Olho nele. Conjugue-o só nas formas em o qu for seguido de e ou i (extorque, extorqui, extorquirá, extorquiria, extorquiremos etc. e tal). Eu extorquo, que eu extorqua? Nem pensar. O qu vem seguido de o e a. Xô, criaturas traiçoeiras.
Há verbos e verbos. Uns adoram a família. São os rizotônicos. A sílaba tônica cai sempre no radical. É o caso de cantar, comer e dividir. Outros ignoram a raiz. São os arrizotônicos. A sílaba tônica cai sempre fora do radical. Vale o exemplo de adequar. Ele só se conjuga nas formas em que a fortona cai fora do radical. O xis do problema é […]
Se eu vir Maria? Se eu ver Maria? Se eu vier de São Paulo? Se eu vir de São Paulo? Olho no futuro do subjuntivo. Ele se forma do pretérito perfeito do indicativo. Mais precisamente: da 3ª pessoa do plural sem o –am final: Pretérito perfeito: eu vi, ele viu, nós vimos, eles vir(am) Futuro do subjuntivo: se eu vir, ele vir, nós virmos, eles […]
Olho vivo! “Vigir” não existe. A forma é viger. Intolerante, ele odeia o a e o o. Por isso, só se conjuga nas formas em que essas vogais não aparecem depois do g. A 1ª pessoa do presente do indicativo (eu vigo) não tem vez. Nem o presente do subjuntivo. Que eu viga? Uhhhhhhhh! Nas demais, é regular. Conjuga-se como viver: vives (viges), vive (vige), […]
Pai e filho dão tremenda dor de cabeça. Mediar e remediar fazem parte da gangue do MARIO. Conhece? O nome da turma barra pesada se formou com a letra inicial de cada membro — mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar. Todos se conjugam como odiar. Assim: odeio (medeio, anseio, remedeio, incendeio), odeia (medeia, anseia, remedeia, incendeia), odiamos (mediamos, ansiamos, remediamos, incendiamos), odeiam (medeiam, anseiam, remedeiam, […]