Realizar e conferir: modismos

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

Cristina vive atenta aos modismos. Ontem, passou este recadinho para a equipe: “Tenho notado novo vício de linguagem: o verbo realizar. Passo os dias trocando realizar por fazer, promover, celebrar. Vamos entrar num acordo — usá-lo só no sentido de tornar real. Em vez de `realizar missa, batizado e casamento´, é melhor celebrar. Em vez de `realizar curso ou oficina´, promover (quando é instituição) e […]

O plural de cara de pau? Igual ao de pé de moleque

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

O verbo da moda? É mentir. Em votações importantes, os políticos dão show de embuste. Com certeza aprenderam a definição de Mário Quintana. “A mentira”, escreveu o poeta gaúcho, “é a verdade que se esqueceu de acontecer”. Suas Excelências inventam tanto que acreditam nas próprias mentiras. Nem coram. Por isso ganharam um apelido — cara de pau. Eles são tantos que exigem o plural. Qual […]

Caso de concordância

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

Brasília é a capital dos concursos. Cidade administrativa por excelência, recruta mão de obra de forma democrática. Vale o critério da excelência. Ganha a vaga quem demonstra melhor qualificação. Às vezes, as provas não cobram só conhecimento específico. Exigem malícia. Outro dia, a prova para a polícia apresentou uma pegadinha. A pergunta parecia pra lá de ingênua: — Qual a cor do cavalo branco de […]

Odeio, incendeio

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

Incêndios fazem estragos. Europa, França e Bahia pedem socorro. O Velho Continente, com verão impiedoso, sofre a tragédia do fogo. Valha-nos, Deus! O Brasil também padece. No Centro-Oeste, a seca rivaliza com a do deserto de Saara. O fogo mobiliza aviões, helicópteros, corpos de bombeiros. A tragédia traz um verbo ao cartaz. Trata-se de incendiar. Como conjugá-lo? Do mesmo jeitinho que odiar: eu odeio (incendeio), […]

O moral? A moral?

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

O moral? A moral? As duas palavras estão em todos os dicionários. Escrevem-se do mesmo jeitinho. Mas o gênero faz a diferença. Uma é macha. A outra, fêmea. Muita gente não sabe disso. Na maior ingenuidade, mistura alhos com bugalhos. O resultado é um só. Pensa que está dando um recado, dá outro. Pior: não dá recado nenhum. Deixa o leitor a ver navios. Você […]

Um dos que trai? Um dos que traem?

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

A expressão um dos que é flexível como o arbusto. Topa o singular e o plural. “Não sou um dos que traem”, poderia ter dito o deputado. “Não sou um dos que trai” seria a outra forma. Ambas estão gramaticalmente certas. Mas o sentido muda. Ao usar o singular, o autor diz que a ação se refere a um só indivíduo. O plural, ao contrário, […]

A frase clara

Publicado em 1 Comentárioportuguês

A frase tem três virtudes. A primeira: clareza. A segunda: clareza. A terceira: clareza. Montaigne deu essa lição há 400 anos. Até hoje as coisas não mudaram. A clareza ainda é a maior qualidade do texto. Por isso, todos que escrevem para ser entendidos não poupam esforços para chegar lá. Há truques que facilitam a tarefa. Um deles: livrar-se de palavras que tornam o enunciado […]

Constituir, constituir-se

Publicado em 1 Comentárioportuguês

Regência é calo no pé. Dúvidas pintam a cada momento. A de agora se refere ao verbo constituir. Ele é direto ou pede a preposição em?  O verbo constituir é transitivo direto. Constituir-se também. Ambos têm horror à preposição: Acordar cedo constitui (constitui-se) problema para mim. O Enem constitui (ou constitui-se) preocupação constante de quem quer entrar na universidade.

Sociedade como um todo? Sorriso nos lábios? Xô, redundâncias!

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

O bem mais precioso em tempos de avalanche de mensagens eletrônicas? É o tempo. Minutos são luxos dos quais ninguém quer abrir mão. Que tal dar uma ajudinha? Mande redundâncias passear bem longe. Não é tarefa fácil. Elas estão na moda e passam despercebidas. Quer ver?   Sociedade como um todo? É sociedade. Desfecho final? Todo desfecho é final. Basta desfecho. Empréstimo provisório? Só pode […]