Categoria: português
Olho vivo! Antes de particípio, melhor e pior não têm vez. Só mais bem e mais mal ganham aplausos, banda de música, tapete vermelho: Os candidatos mais bem colocados ganham prestígio no Congresso. Os candidatos mais mal colocados não têm vez na formação do governo. Ele foi mais bem classificado no concurso da USP que no da Unicamp. Quem foi o mais mal classificado no […]
Trata-se de velha confusão. Muitos entendem que di, que aparece em diálogo, signifique dois. Enganam-se. A composição da palavra é outra. Diá, em grego, quer dizer através de. Lógos, palavra, estudo, tratado. Diálogo é, pois, através da palavra. Não importa quantas pessoas estejam envolvidas. Diálogo é palavras se cruzando. Em bom português: entendimento por meio da palavra.
Tudo muda? Sim, graças aos deuses, nenhum rio passa duas vezes sob a mesma ponte. Movimento é a ordem. Exemplos? O dia dá lugar à noite. A primavera, ao verão; o verão, ao outrono; o outono, ao inverno. A estiagem prepara a chegada da chuva. A água corre. Se ficar parada, apodrece. Esperta, a Lua varia de fases e de cara. Nós, que de poste […]
“O silêncio também fala. Fala e muito. O silêncio pode falar mesmo quando as palavras falham.”
Realeza se grafa com z. Inglesa, com s. Por quê? A resposta não está na pronúncia. Nos dois vocábulos, o som é o mesmo. A diferença tem a ver com a origem da palavra: 1. Os sufixos -eza e -ez formam substantivos abstratos derivados de adjetivo: limpo (limpeza) grande (grandeza), rico (riqueza), safado (safadeza), sutil (sutileza), macio (maciez), honrado (honradez), altivo (altivez), lúcido (lucidez), mudo […]
Antes, bebê era como os anjos. Não tinha costas nem sexo. O bebê dava conta dos dois gêneros. Veio o movimento feminista. As mulheres quiseram dar visibilidade ao feminino. Conseguiram. Bebê agora joga no time de nobre e estudante. O artigo diz se nos referimos a ele ou a ela: o nobre, a nobre, o estudante, a estudante, o bebê, a bebê.
No juridiquês, usa-se “a folhas” para indicar a página. A duplinha está certa? No plural?Está. Trata-se de linguagem forense. Juízes, advogados, promotores & cia. são loucos pela forma rançosa. A gramática a abona. Mas… vamos combinar? Não a adote fora do âmbito das togas.
Depois de interjeições, é necessário usar algum ponto? Sim. Interjeição traduz estado emocional. Por isso pede ponto de exclamação: ah!, oh!, olá!, oxalá!, tomara!, ui!, alto!, psiu!, cuidado!, alerta!
Depois de dois-pontos, letra maiúscula ou minúscula? Depende. Olho no que vem depois. 1. Se for explicação ou enumeração, não duvide. É minúscula: A questão era esta: nada a fazer. Na feira, selecionou as frutas: banana, laranja, pera, maçã, uva e abacaxi. 2. Se for citação ou frase de alguém, a maiúscula pede passagem: Fernando Pessoa escreveu: “Navegar é preciso. Viver não é preciso”. * […]
O verbo ir vem sendo usado sem obedecer à norma gramatical. Exemplos: Você vai na festa? Você foi no casamento? Trata-se de regência disseminada Brasil afora. Nada feito. Ir admite duas preposições. Cada uma dá recado diferente. Ir a significa que vamos voltar rapidinho (vou ao clube, vou ao cinema, vou ao teatro, vou a São Paulo). Ir para avisa que vamos de mala e […]