Categoria: português
Ops! O sarampo matou uma pessoa em São Paulo. É o primeiro caso em 22 anos. O fato, claro, foi manchete. O jornal Hoje deu a notícia. Chamou a atenção para a importância da vacina. “É gratuíta”, disse a repórter. O acento no i doeu. Gra-tui-ta joga no time de for-tui-ta. O ditongo ui pronuncia-se numa só emissão de voz.
Agosto se foi. Deu a vez a setembro. O mês começou neste domingo. Abra os olhos e apure os ouvidos. Na gramática como na vida, nem todos são iguais perante a lei. Há os mais iguais. É o caso do primeiro dia do mês. Ele goza de privilégio. Escreve-se sempre em numeral ordinal: Hoje é primeiro de setembro. Em primeiro de janeiro, inicia-se 2020. Primeiro […]
Decisão do STF “possui o potencial de afetar as milhares de condenações penais referentes a uma miríade de crimes”, escreveu Raquel Dodge. A procuradora-geral da República trocou os gêneros. Milhar, como milhão, é substantivo masculino: Cerca de dois milhares de pessoas assinaram o pedido. Decisão do STF possui o potencial de afetar os milhares de condenações penais. Um milhão de pessoas foram à manifestação. Duzentos […]
O ministro da Educação escreveu: “Com a redução de bolsistas de mestrado e doutorado, há paralização de pesquisas e risco de evasão de pesquisadores para atuação no exterior”. No parágrafo seguinte, escreveu de novo: “O referencial monetário apresentado ao MEC impossibilita a destinação de menos da metade do orçamento que as universidades e institutos possuem atualmente. Com isso, haverá a paralização de cursos, campi e possivelmente instituições inteiras”. Satisfeito, assinou […]
A Argentina vai às urnas daqui a dois meses. Novo presidente será eleito. Mauricio Macri, candidato à reeleição, aparece atrás do opositor nas pesquisas eleitorais. Inflação, dólar nas alturas, salários menores que o mês contribuem para a queda da popularidade de Sua Excelência. O que fazer? Para dar alívio ao mercado, o hóspede da Casa Rosada pediu tempo ao FMI e aos credores. Quer prazo […]
“Estou chegando no gabinete do ministro Sérgio Moro”, disse a repórter. No caminho, tropeçou na língua. Bateu sem piedade na regência do verbo. A gente chega a algum lugar: O navio chegou a Santos. O presidente chegou a Brasília. A repórter chega ao gabinete do ministro.
O site do CB escreveu: “Eduardo vai para os Estados Unidos encontrar Trump, diz Bolsonaro”. Certo? Nãooooooo! O jornal pisou a regência do verbo ir. Quer ver? Ir a indica deslocamento breve. Quem vai a algum lugar está passeando ou trabalhando. Volta em pouco tempo: Vou ao clube. Paulo vai ao cinema. Nós vamos à praia. Vou ao shopping fazer compras. Eduardo vai aos EUA […]
“Bolsonaro chamou Moro de patrimônio Nacional, citou o nome dele cinco vezes e o agradeceu por ter aceitado fazer parte da gestão”, escreveu o site da Folha. O gradeceu? Nãooooo! O verbo pede objeto direto de coisa e indireto de pessoa. Assim: Agradeceu o presente. Agradeceu ao ministro. Agradeceu o presente ao ministro. Na substituição do alguém pelo pronome, é a vez do lhe: Agradeço-lhe […]
“Combater a corrupção é compromisso firmado entre mim e o presidente Bolsonaro”, disse Sérgio Moro. Viva! O ministro pertence ao seleto clube dos que usam o pronome mim como manda a norma culta. Depois de preposição, o mim pede passagem: Este livro é para mim. Ele gosta de mim. Referiu-se a mim. Trabalhou para mim. Combinação feita entre mim, você e o diretor.
Canja de galinha? É pleonasmo. Canja é sempre de galinha. Ganha um bombom Godiva quem fizer canja com outro ingrediente. Tentou? O resultado é… sopa.