Categoria: Leitor pergunta
Fabrício Vitor Silveira escreve: “Sou estudante e gostaria de saber como usar as formas vir e ver. Elas me deixam confuso”. A enrascada do ver e vir reside no futuro do subjuntivo. Como desatar o nó? O tempinho ardiloso nasce da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo. Sem o -am final, vem ao mundo a 1ª pessoa do futuro do subjuntivo. […]
Volta e meia, digo “nunca jamais”. É redundância? (Pedro Souza) É. Só use a dupla em brincadeirinhas. Ou, se for o caso, em sentido literário. “É segredo cuja chave ninguém nunca jamais soube onde ficava”, escreveu Machado de Assis. Mas, vale lembrar, Machado é Machado. Tem licença poética. Com ela, pode tudo.
Maria Gadú (com acento agudo no u).Pode? (Sebastião Antônio da Silva) Como diz o esquartejador, vamos por partes. A primeira: oxítonas terminadas em u jogam no time das terminadas em i. Não aceitam acento. É o caso de caju, Aracaju, urubu, tupi, guarani, parti. Gadu se enquadra na regra. A segunda: Maria Gadú é nome artístico. Não sei se é também o nome da cantora. […]
Li no jornal: “A honraria é conferida a quem contribuiu para a fundação da Universidade Federal de São João del Rei e foi entregue pelo reitor Helvécio Reis, em solenidade com as presenças do senador e ex-presidente da República, José Sarney, do governador…” Minha pergunta: o plural de presença configura erro ou se trata de simples agressão aos ouvidos do leitor? (Orlando Gonçalves de Freitas) […]
Em que casos se usa o ponto e vírgula? Luiz Fernando Veríssimo declarou certa vez que jamais havia usado ponto e vírgula e que o par nunca lhe fizera falta. Está certo. A gente pode viver sem a duplinha. Outros sinais de pontuação quebram o galho. Mas usá-lo pega bem. Denota requinte, sofisticação e domínio do idioma. Ele desempenha papéis na frase. Em dois deles […]
Gostaria de saber se posso escrever Antonio ou preciso colocar o acento? (Ricardo Mayrink) O português acentua as paroxítonas terminadas em ditongo. É o caso de história e pônei. Antônio se enquadra nessa regra. Mas, nome próprio, tem privilégio. Se na certidão de nascimento da criatura Antônio estiver grafado sem o chapéu, vale o que está escrito. Antônio será Antonio. *** Gostaria que me esclarecesse […]
Fico sempre na dúvida quanto à flexão verbal em textos como estes: Processos para atrair (ou atraírem) pessoas com as requeridas competências. Políticas e processos para moldar (ou moldarem) comportamentos. Singular ou plural? (Carla patrícia) Trata-se do infinitivo flexionado. O verbo, quando antecedido de preposição, ganha privilégios. Pode ou não flexionar-se. Em ambos os exemplos que você apresenta, aparece a preposição para. Ela lhe dá […]
Dias atrás o Estado de Minas publicou artigo sobre a entrada em vigor de lei que permite aos condenados que estão atrás das grades abater parte da pena estudando. Para tantos dias em sala de aula, um a menos na cadeia. Até então isso só era possível por meio do trabalho. Agora, também o é pela educação. Minha dúvida: o texto falou em “remissão da […]
Fazer palestra, dar palestra, ministrar palestra, proferir palestra, realizar palestra — qual o verbo mais adequado? (Mariza Mendanha) A dúvida não tem a ver com o certo ou o errado. Mas com a propriedade vocabular. Qual o verbo mais adequado ao contexto? Eu prefiro proferir. *** Escrevo-lhe para tratar de tema um tanto espinhoso: a mesóclise. Tenho a impressão de que essa forma vem […]
Surgiu-me uma dúvida e gostaria de tirá-la. Seguinte: O cheque foi de 200 reais. O cheque foi de 2.000 reais. O cheque foi de 2.000.000 de reais. Cabe esse de que aparece no terceiro exemplo ou está correto extraí-lo? (Betolima, Jaboatão dos Guararapes) Epa! Trata-se de questão de regência nominal. O substantivo milhão exige a preposição de: 1 milhão de amigos, 2 milhões de participantes, […]