A hora e a vez do juízo

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   Verbo, o senhor da fala 76 – ajuizar Ajuizar tem vários significados. Um deles: julgar, avaliar. “É importante ajuizar a verdadeira importância de um fato”, dizemos nessa acepção. Outro: ingressar com ação no Judiciário em busca de proteção a direito que considera lesado. “O Ministério Público ajuizou ação direta de inconstitucionalidade para obter a declaração de nulidade na cobrança de taxa de lixo”, declaramos recorrendo […]

Ponto final na reforma ortográfica

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 O blog tratou a reforma ortográfica em doses homeopáticas. Depois de cinco edições, é hora de agrupar tudo num só texto. Assim, em 1º de janeiro de 2009, quando a novidade entrar em vigor, mantenha o resumo à mão. Bateu a dúvida? Dê uma espiadinha no texto. A consulta mandará a interrogação procurar outra freguesia.  O que muda?   1. Alfabeto: com a entrada do […]

Aceita?

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    Vai escrever convite? Então não tropece no verbo convidar. Convide alguém para alguma coisa: Convido os associados para o jantar de confraternização. Convidamos os colegas para assistir à palestra. Ele nos convidou para um cineminha à noite.

Cadê o tradutor?

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    Portugal não fala língua estrangeira?, provoca Diniz Esteves. Então vejam se entendem este texto:   ‘‘Estava a conduzir meu automóvel numa azinhaga com um borracho muito gira aolado, quando dei com uma bossa na estrada de circunvalação que um bera teve a lata de deixar. Escapei de me espalhar à justa. Em havendo um bufete à frente convidei a chavala a um copo. […]

Pérolas

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  Os jornais estão cheiiiinhos de pérolas. Não são erros gramaticais. Mas jeitos de dizer que tornam a declaração cômica. Exemplos não faltam: ‘‘No corredor do hospital psiquiátrico, os doentes corriam como loucos’’. ‘‘Parece que ela foi morta pelo assassino’’. ‘‘Ferido no joelho, ele perdeu a cabeça’’.   A eleição enriqueceu a série: ‘‘Com tanto semi-analfabeto se candidatando, a democracia vai acabar conosco’’. Pode? Não. Analfabeto […]

Para perder um grande amor

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    Maria olhou pro Paulo. Paulo olhou pra Maria. Foi amor à primeira vista. Um mundo de promessas se abria na vida dos dois. Vênus, Oxum, Cupido, os deuses conspiravam para o encontro.   Ele sorriu pra ela. Ela sorriu pra ele. Encorajados, homem e mulher se aproximaram. O papo correu solto. Caminharam pelo shopping. Olharam vitrinas. Comentaram esta ou aquela oferta. Ao chegarem […]

O leopardo e o lobo — a preguiça

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    Era uma vez…   O leopardo adorava bater papo com o fogo. Como o fogo vivia fechado na caverna, o leopardo ia até lá pra pôr a conversa em dia. Num domingo ensolarado, quando chegou à casa do amigo, teve um idéia: — Por que você fica sempre trancado aqui? Vá à minha casa. O passeio é divertido.   — Não posso. Se […]

Erramos

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    Há locuções que andam aos pares. A presença de um pressupõe a de outro. É o caso de “por um lado”, que exige o “por outro lado”. Hoje ignoramos o paralelismo. Na pág. 29, escrevemos: “Alguns, por outro lado, investem em carrinhos de feira ou sacolas reaproveitáveis”. Sem o primeiro lado, é melhor ficar com “por seu lado”, que pode andar sozinho.

Fiado? Nem amanhã

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    Reparou? O autor da mensagem bobeou. Esqueceu-se de que não, quando vira substantivo, ganha plural como qualquer mortal (o livro, os livros; o sim, os sins; o quê, os quês; o porquê, os porquês; o quando, os quandos). Ele teria merecido o crédito dos clientes se tivesse escrito: Peça um fiado e ganhe dois nãos.