Categoria: Geral
Li esta passagem no jornal: “Onde houver 2º turno, a propaganda eleitoral no rádio e na tevê terá início a partir de 48 horas após a proclamação dos resultados do 1º turno e se estenderá até 26 de outubro”. Há algo errado no reino da língua, não? (Botelho Alencar, Rio) Há. Trata-se de baita redundância. A partir significa a começar. Não combina com terá […]
“Para o presidente da Fiesp, redução de 10% nas contas de luz é bem vinda”, escrevemos na pág. 13. Cadê o hífen? Bem-vinda se escreve assim — com tracinho.
Não troque as bolas. Testemunha é a pessoa. Testemunho é a declaração, o depoimento feito pela testemunha.
Sabia? Tribunal vem de tribuno, que vem de tribuna. Tribuno é o magistrado (juiz). Na antiga Roma, ele ficava num estrado protegido por barras de madeira (tribuna). Daí a expressão “levar às barras do tribunal”, que significa submeter alguém a processo na Justiça. Como quem fica parado é poste, o vocábulo evoluiu. Pulou de galho em galho. No trajeto, ganhou novas acepções. Primeiro, passou a […]
Uma letra faz a diferença. Vale o exemplo de absolver e absorver. O juiz absolve o réu. Inocenta-o. A terra absorve a água do solo. Embebe-se do líquido.
As palavras têm peso e significado. Trocar as bolas arranha reputações. Denuncia a pessoa sem familiaridade com a língua. Olho vivo, pois. Não diga que o juiz deu parecer. O juiz profere sentença — condena, absolve, ordena, determina, impõe. Que poder!
Onze juízes compõem o Supremo Tribunal Federal. O adjetivo supremo diz tudo. Trata-se de superioridade incontestável. A partir da próxima semana, Suas Excelências julgarão os mensaleiros. São 38. Os réus serão condenados ou absolvidos. A decisão é a sentença.
Mensalão rima com corrupção. Rima, também, com confusão. Abra os olhos. Não misture o palavrão com a inocente mesada. Ambos têm o mesmo pai — mês. Mas tomaram rumos diferentes. Mensalão trilhou o caminho do mal. Mesada seguiu a via contrária. Trata-se do dinheirinho que os pais dão aos filhos para que a meninada aprenda a lidar com os escassos reais.
O tempo passa. Com ele, os costumes mudam. A língua, atenta, acompanha o vaivém da sociedade. Aposenta palavras e incorpora outras. Uma das novidades é mensalão. O Aurélio só registra o trissílabo na edição de 2010. As anteriores o ignoram. Explica-se. O palavrão veio ao mundo em 2005. Roberto Jefferson, então presidente do PTB, batizou a prática corrupta que corria solta nos escaninhos da política […]
Antes de escrever ex, pare e pense. Pense no tempo. Você está no presente. A referência a personagem no texto está no tempo atual ou no passado — quando o hoje ex não era ex? Vale o exemplo desta frase do suplemento especial publicado no Correio Braziliense: “O escândalo que contaminou o fim do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou em […]