Categoria: Erramos
“Bebê é salvo por cadela” foi a manchete da pág. 18. Viu? Apareceu uma penetra. Porca, resultado da junção indesejada de por com ca, formou baita cacófato. Xô!
“Agentes cumpriram 17 mandados de prisão durante a operação que provocou grave crise no governo realizada há duas semanas”, escrevemos na pág. 3. Viu? Tropeçamos no velho problema da colocação. O “realizada há duas semanas” refere-se a operação, não a crise. Melhor: Agentes cumpriram 17 mandados de prisão durante a operação realizada há duas semanas que provocou grave crise no governo.
“Ao comparar os 30 dias anteriores à lei seca com os 30 posteriores, Detran verificou queda de 6% no total de óbitos”, escrevemos na pág. 25. Cadê o artigo? A ausência do pequenino antes de Detran nos diz que há vários Departamentos de Trânsito na cidade. Não é verdade. Vem, ozinho: Ao comparar os 30 dias anteriores à lei seca com os 30 posteriores, […]
O bem mais precioso do jornal? É o espaço. Por isso somos econômicos. Dizemos o que deve ser dito com as palavras necessárias — nem mais nem menos. Hoje esbanjamos. A prova está na pág. 15: “Apenas 11 foram autuados por dirigir com teor alcoólico no sangue acima do limite permitido. Todos os outros 108 condutores tinham irregularidades no documento do carro”. O “todos” […]
Na ordem direta, o sujeito vem na frente do verbo. Mas as palavras adoram passear. De vez em quando, o mandachuva vai pra trás. Aí, não dá outra. Entra no ar o problema da traseira. À menor distração, tropeçamos na concordância. Vale o exemplo de hoje: “No entanto, os moradores da capital do Acre reclamam que falta investimentos do governo”. Que é que falta? […]
Os espinhos mais dolorosos da língua? Há vários. Um deles é o pronome relativo. O outro, o pronome relativo preposicionado. Hoje tropeçamos no segundo. “A viagem de férias para Minas Gerais seria um dos poucos momentos que a família do caminhoneiro Hermes Delfino Pereira estaria reunida”, escrevemos na pág. 17. Melhor: …seria um dos poucos momentos em que a família do caminhoneiro Hermes Delfino […]
“Vale lembrar que, confrontados sobre a origem da discussão dos cargos, as lideranças disseram que se recordavam vagamente de ter assinado um documento”, escrevemos na pág. 2. Um período, dois problemas. O primeiro trata de regência (confrontado exige a preposição com, não sobre). O segundo, de concordância (confrontados…as lideranças). Corrigido, o texto fica assim: : Vale lembrar que, confrontadas com a origem da discussão […]
“O senador Pedro Simon disse que vai sugerir ao presidente que seja feito um recurso ao plenário para votar a criação dos novos cargos”, escrevemos na pág. 6. Criação de novos cargos? Ganha um bombom quem criar velhos cargos. A razão: se são velhos, não se criam — recriam-se.
A reportagem de capa do suplemento Veículos fala do Vectra e do Fusion. A certa altura, diz: “O aproveitamento é bom nos dois modelos, com o espaço para pernas e cabeça”. Duas perguntas. Uma: para que o artigo que acompanha “espaço”? Ele sobra. A outra: que carro não tem espaço para pernas e cabeça? Nem o rabecão do IML.
Na língua há palavras pra lá de fortes. Tão fortes que atraem os pronomes átonos. É o caso do que. Esteja onde estiver, o monossílabo faz as vezes de ímã. Hoje esquecemos a força das três letras. Escrevemos na pág. 2: “Depois de investigação iniciada há quatro anos, a partir do escândalo que tornou-se conhecido como mensalão, a PF prendeu Daniel Dantas”. Melhor: … […]