Autor: Dad Squarisi
Ops! Joesley Batista & cia. vão para a cadeia. Caíram na rede da Operação Capitu. A Polícia Federal se inspirou na personagem de Dom Casmurro para nomear a ação. Para Bentinho, o marido, ela o traiu com o melhor amigo. Eis a analogia: quem deu a pista para a investigação foi um membro da quadrilha que se sentiu traído pelos companheiros na divisão de propinas. […]
“Suspeitos de desviar R$ 40 milhões de prefeitura do Pará são alvos de operação”, escreveu o G1. Cochilou. O falso plural confundiu o portal de notícias da Globo. Por quê? Deixa-se no singular o substantivo abstrato que, depois de verbo de ligação (ser, estar, tornar-se, virar, constituir), caracterize genericamente o sujeito plural. É o caso: Suspeitos de desviar R$ 40 milhões de prefeitura do Pará são […]
Cada um deles tomou? Tomaram? O verbo vai para a 3ª pessoa do singular: Cada um deles tomou um rumo. Cada uma das camisas custou acima de R$ 50. Cada um de nós sairá em horários diferentes.
O verbo fica no singular se os núcleos do sujeito composto forem precedidos de cada: Na estante, cada livro, cada dicionário, cada enfeite deve ficar no lugar certo. Cada gesto, cada movimento, cada palavra implica alegria e saudade.
O pronome cada não suporta a solidão. Deve estar sempre acompanhado de substantivo, de numeral ou do pronome qual: Os livros custam R$ 50 cada um. Cada qual fez o trabalho a seu modo. Cada servidor colaborou com R$ 20. Distribuímos 30 quilos de alimentos para cada família. Antes de substantivo singular, o um não tem vez. Por quê? Cada encerra ideia de unidade: Falou […]
Cada indica diversidade de ação, particulariza: Usa cada dia um vestido (não repete o traje). Cada filho tem um comportamento. Cada macaco no seu galho. Dava brinquedos a cada criança. Todo generaliza. Significa qualquer: Todo dia é dia. Dava brinquedos a toda criança. Todo homem é mortal.
A língua trai. Num piscar de olhos, trocamos letras, confundimos significados, ignoramos flexões, pisamos concordâncias, esnobamos regências. Pior: organizamos as palavras de tal forma que nossas frases transmitem recados diferentes dos que pretendemos. Dá-se, então, o que Mário Quintana explicou: “A gente pensa uma coisa, escreve outra, o leitor entende outra, e a coisa propriamente dita desconfia que não foi dita”. É o caso da […]
Cuidado com a conjugação do verbo caber: caibo, cabe, cabemos, cabem; coube, coube, coubemos, couberam; cabia, cabia, cabíamos, cabiam; caiba, caiba, caibamos, caibais; coubesse, coubesse, coubéssemos, coubessem; couber, couber, coubermos, couberem; cabendo; cabido. Não caibo em mim de contente. E você? Espero que caiba.
O Globo diz que virou moda hábito inusitado de Jair Bolsonaro. O presidente eleito adora pão com leite condensado. Padarias do Rio passaram a oferecer a iguaria. Sucesso. Ao anunciar o fato, o jornal escreveu “O pão à Bolsonaro ganha adeptos”. Leitores estranharam a crase antes de nome masculino. Correto? Na frase, esconde-se uma expressão feminina: O pão à (moda de) Bolsonaro. Nota 10. Outros […]
Antônio Carlos, de Curitiba, escreveu: “Li a nota de Sérgio Moro com atenção. Vi tropecinhos linguísticos aqui e ali. Numa passagem, o juiz abusou. Além da concordância, desrespeitou a crase: `No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão´. Pode comentar? Ops! O sujeito de levar é […]