Autor: Dad Squarisi
Nome de moeda é vira-lata. Escreve-se com inicial minúscula (real, dólar, euro, peso, lira). O Plano Real, nome próprio, grafa-se com as iniciais maiúsculas: O Plano Real domou a inflação no Brasil. O real vem se desvalorizando frente ao dólar. Sabia? O real é a oitava moeda do Brasil. E foi também a primeira. Como? O Brasil já teve o real (plural: réis), moeda oficial […]
“O mosquito da dengue se prolifera no verão por causa da chuva”, disse o repórter. Certo? Não. Proliferar é intransitivo. Dispensa o pronome: O mosquito da dengue prolifera no verão por causa da chuva. Os ratos proliferam (não: se proliferam) nos terrenos baldios. Negociações proliferam na campanha pela Presidência do Senado.
Proceder é verbo transitivo indireto, exige a preposição a: A editora procedeu à tradução da obra. Os atores procederam à leitura da peça. O presidente procedeu à abertura da sessão. Olho vivo Por ser transitivo indireto, proceder não tem voz passiva. Diga: A assessoria do presidente procedeu à análise do projeto (não: a análise do projeto foi procedida pela assessoria do presidente).
O prefixo co- sofre de incurável alergia. Não pode ver o hífen nem de longe. Por isso, agradece, mas dispensa a companhia do tracinho: cogestão, coavalista, coautor, coerdeiro, cogerador, coeleito, cofundador, corréu.
Olho vivíssimo, gente apressada. Quando der aquela vontade de usar o hífen e o acento da crase, pare, respire e puxe o freio. Marcha a ré se escreve assim — sem tirar nem pôr.
Cheque é de banco. Pode ter fundos ou não. Daí cheque com fundos, cheque sem fundos (não fundo). Xeque é a jogada de xadrez (xeque-mate) ou o título de poderosos árabes (xeque saudita). A expressão pôr em xeque se escreve assim — sem tirar nem pôr. História curiosa Xeque vem do persa xãh. Significa rei. No idioma do Irã, deu xá – título que se […]
Há um tropeço que rouba pontos e compromete reputações. Qual? Flexionar azul-marinho. A duplinha é invariável: calça azul-marinho, calças azul-marinho, sapato azul-marinho, sapatos azul-marinho; carro marinho, carros marinho, bicicleta marinho, bicicletas marinho.
O bem mais precioso em tempos de avalanche de mensagens eletrônicas? É o tempo. Minutos são luxos dos quais ninguém quer abrir mão. Que tal dar uma ajudinha? Mande redundâncias passear bem longe. Não é tarefa fácil. Elas estão na moda e passam despercebidas. Quer ver? Sociedade como um todo? É sociedade. Desfecho final? Todo desfecho é final. Basta desfecho. Empréstimo provisório? Só pode ser. […]
É um mistério. Modismos chegam tímidos. Repetem-se aqui e ali. De repente, não mais que de repente, viram praga. É o caso do sufixo -izar. Outro dia, alguém disse sem corar: “É preciso perdoalizar os inimigos”. Valha-nos, Deus! O que fazer? Boa parte dos feiosos dá ideia de movimento. Pode ser substituída por verbos mais precisos, familiares e pra lá de simpáticos. Eis exemplos: agilizar […]
Que coisa! Carro-bomba explodiu em Bogotá. Morreram 20 pessoas. E os feridos? São… bastante ou bastantes? Faça a sua aposta. Respondeu bastantes? Acertou. Bastante pode ser adjetivo ou advérbio: O adjetivo modifica o substantivo e se flexiona em número. Pode ser substituído por muito, muitos, muita ou muitas (concorda com o substantivo): motivos bastantes (muitos motivos), bastantes vezes (muitas vezes), bastantes feridos (muitos feridos), bastante […]