Autor: Flávia Maia
27,3% dos endividados estão com mais de metade da renda comprometida, diz Fecomércio
Órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, orientam as famílias a manter o índice em 30%
A Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF) divulgou nesta terça-feira (28/11) a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor. Entre os destaques está o fato de 27,3% dos endividados estarem com mais de 50% da renda familiar comprometida. Órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, orientam as famílias a manter o índice em 30% para evitar o superendividamento. O dívida com cartão de crédito corresponde à 88,8% dos tipos de débitos em aberto pelos clientes.
Na análise do presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, o alto índice de endividamento de Brasília é explicado pela concentração de funcionários públicos. “Os servidores estão protegidos pela estabilidade, pela certeza de uma renda mensal. Por isso, esse grupo tem uma capacidade de endividamento maior”.
Adelmir destaca ainda que o cartão de crédito se pago em dia, não é um problema. “O ruim é a inadimplência. Até 30 dias de atraso os organismos de vigilância de crédito nem consideram como inadimplência”. Segundo a pesquisa, 43,7% dos endividados têm dívidas de até 30 dias de atraso. Entre 30 e 90 dias, 27,8% e mais que três meses, 28,6%. A média de tempo de pagamento d euma conta atrasada é de 46,6 dias.
Queda
A pesquisa mostrou também que o número de famílias endividadas no Distrito Federal diminuiu de outubro para novembro deste ano – passou de 741.116 para 740.247 em novembro. Significa que 77,7% das famílias brasilienses possuem algum tipo de dívida. Entretanto, o estudo mostra que quando comparado com o mesmo período de 2016 houve um aumento de 21,534 mil endividados na capital federal. “A estabilidade, a redução da inflação estão ajudando a diminuir o endividamento que o consumidor não consegue pagar e abre a oportunidade para novas compras”, explica Adelmir.
Leitor reclama dos terminais de autoatendimento do Banco do Brasil
Humberto Pellizzaro, morador da Asa Norte, reclama da agência do Banco do Brasil situada na W3 Norte Quadra 515. Segundo o leitor, os terminais de autoatendimento são, na maioria, velhos e apresentam defeitos. “Eu acabo perdendo tempo e fico estressado. Até onde vejo, esse é um problema dessa agência específica, porque as outras em que fui, funcionam muito bem”, relata. Ainda segundo Humberto, quando tenta uma solução por telefone, os atendentes não resolvem o problema.
Resposta da empresa
Em nota, o Banco do Brasil lamentou o ocorrido e informou que os terminais da agência estão em bom estado de uso. Segundo o banco, é realizada vistoria periódica para adoção de procedimentos de manutenção preventiva. A empresa afirmou que entrou em contato com o cliente para prestar esclarecimentos. O BB reforçou também que, além das agências e terminais de autoatendimento, disponibiliza atendimento por meio do mobile banking (celular), internet, central telefônica e correspondentes bancários.
Comentário do consumidor
“O banco, realmente, entrou em contato comigo. Mas essa manutenção preventiva que eles afirmaram fazer não está satisfatória, porque não funciona. Esses problemas que eu relatei são frequentes. As máquinas sempre apresentam diversos defeitos.”
Problemas com a empresa? Denuncie.
Adquirir presentes dentro do orçamento, ficar de olho nas datas de entrega de aquisições on-line e evitar compras de últimas hora são as dicas dos especialistas
Por Patrícia Nadir*
Com a entrada do 13º salário na conta bancária dos trabalhadores, a tendência dos consumidores costuma ser encher o pé da árvore de Natal com presentes e caprichar nas festas de fim de ano. Para satisfazer esse anseio, milhares de consumidores embarcam numa jornada por lojas, shoppings e sites a fim de garantir a lista de lembranças. Embora a ideia de lotar carrinhos de compras soe atraente, é preciso ter alguns cuidados e não perder de vista o orçamento familiar. Mesmo quem deixa para fazer as compras na última hora, não pode se descuidar, principalmente, se for optar pelo comércio eletrônico.
Aquisições em lojas virtuais necessitam de cuidados para evitar fugir dos transtornos. Com a proximidade do Natal, uma questão que deve ser levada em consideração é em relação ao prazo de entrega. Neste período, as transportadoras e os Correios tendem a ficar sobrecarregados, uma vez que há um aumento de vendas pela internet. Por isso, é importante calcular o prazo de entrega para não ficar sem o presente do amigo-secreto ou dos familiares.
No caso do produto não chegar no prazo prometido, o advogado especialista em direito do consumidor Vinícius Fonseca orienta que o primeiro passo é fazer o rastreio do objeto e confirmar se realmente foi enviado. “Se isso não funcionar, a opção é fazer solicitações administrativas, por meio de Serviços de Atendimento ao Consumidor, o Procon, ou no site reclameaqui.com.” Se nenhum desses caminhos resolver a situação, o cliente pode procurar o Juizado Especial. O especialista lembra que, para isso, é preciso estar com os todos os dados da empresa que se quer processar. Por isso, é indispensável guardar os comprovantes de cada etapa da compra para que o consumidor tenha provas.
Um cuidado válido para compras on-line é ter informações sobre a confiabilidade do site. O Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF) alerta que, para verificar a segurança da página, o cliente pode clicar no símbolo de cadeado que aparece no canto da barra de endereço ou no rodapé da tela. Os internautas adeptos ao e-commerce podem também pesquisar, por meio de buscadores e sites de reclamações, sobre a loja virtual antes de adquirir algum item.
Além disso, os preços oferecidos na internet requerem atenção. Desconfie de ofertas que destoam muito do mercado. Por exemplo, se um item custa, em média, R$ 2 mil e em um site é vendido por R$ 900, pode ter algo errado na origem do produto. Recentemente, o universitário Diego Rodrigues, 20 anos, passou por uma saia justa por causa de uma oferta tentadora. O mineiro quase foi vítima de uma promoção enganosa, quando comprava um novo celular. “Eu pensei ter visto uma oportunidade imperdível: um aparelho de última geração por um valor bem pequeno. Quando a encomenda chegou à minha casa, o telefone estava cheio de defeitos e sem o carregador”, queixa-se o estudante, que agora pensa duas vezes antes de clicar em ‘finalizar compra’.
Quem costuma comprar em sites estrangeiros, precisa estar ciente de que o Código de Defesa do Consumidor brasileiro não vale nessas situações. A legislação vigente nessa relação de negócio é a do país de origem do fornecedor.
Política de trocas
Consumidores que decidirem por aquisições fora da internet também precisam ficar atentos. Um das principais diferenças da compra física para a virtual é o prazo de sete dias para a desistência. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), só em compras feitas a distância essa regra é válida. Quando a compra ocorre no estabelecimento comercial, é a loja que determina se vai dar um prazo para o cliente trocar a mercadoria. A lei determina apenas que os produtos com defeitos sejam substituídos. Portanto, antes de fechar qualquer negócio é necessário perguntar sobre a política de troca da loja.
A vendedora Mônica Valéria Santos, 35 anos, sente-se tentada com as vitrines. A moradora de Samambaia tem o costume de todo fim de ano presentear a filha e os três sobrinhos e, por causa disso, está sempre à procura de bons preços para manter a tradição das lembranças. “É difícil resistir aos encantos dos produtos que as lojas expõem nessa época. E, vivendo em uma sociedade do consumo, a gente chega a se sentir coagido a comprar. Não tem como evitar umas escorregadas no orçamento”, diz.
A dica para evitar dor de cabeça é fazer uma lista com todos os itens necessários para a ceia, bem como os presentes, para saber se tudo caberá no bolso. Além de ajudar a manter o foco, o planejamento contribui para refletir se não se trata de um gasto supérfluo. O consumidor deve lembrar de pedir a nota fiscal. Mais do que um direito, o documento é importante no caso de eventuais problemas com o produto adquirido.
Segurança
Em casos de compras de brinquedos, é essencial verificar a segurança e a qualidade do produto. Para isso, basta observar se o item apresenta o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Isso vai garantir que o objeto foi fabricado de acordo com as normas técnicas em vigor e se condiz com o que é apresentado nos anúncios.
* Estagiária sob supervisão de Margareth Lourenço (Especial para o Correio)
A empresa ReclameAqui vem monitorando a BlackFriday e recebendo as queixas de consumidores de todo o país. O último levantamento feito pela empresa contabilizou 2.378 reclamações até às 17h desta sexta-feira (24/11). O número representa 103 reclamações por hora somente por problemas relacionados à mega oferta. O acompanhamento vem sendo feito desde às 18h de quinta (23/11).
A empresa que lidera o ranking de reclamações desde o início da Black Friday é a Magazine Luiza Loja Online – 210 consumidores queixaram-se das promoções. A KaBuM! aparece na segunda posição, com 128 atendimentos, seguida da Americanas.com, com 123.
Motivos de queixas
Propaganda enganosa apareceu em 14% das reclamações na primeira colocação dos problemas mais relatados. A seguir, consumidores reclamaram de problemas para finalizar a compra (9,8%) e divergência de valores (9%)
Os produtos que mais geraram problemas são: celular e smartphone, seguidos de aparelhos de televisão e perfumes.
Em 2016, foram 2,9 mil reclamações durante o plantão, sendo que 22% das queixas foram de propaganda enganosa. Um ano antes, foram 4,4 mil queixas e, mais uma vez, propaganda enganosa foi o principal motivo de reclamação, com 36,2%.
Leia aqui: Como evitar dor de cabeça na Black Friday
Sem Black Friday no espaço, Nasa lança BlackHoleFriday
A NASA (National Aeronautics and Space Administration) fez uma brincadeira com a Black Friday em seu site e no perfil do Instagram ao dizer que, como no espaço não tem shopping centers para aproveitar as promoções da Black Friday e o que resta aos astronautos, portanto, é a BlackHoleFriday, ou seja, os buracos negros do espaço.
“Pode ser o feriado de compras Black Friday, mas, para nós, a versão espacial é a 5ª #BlackHoleFriday anual”.
A agência espacial americana usou as redes sociais para explicar o que são buracos negros e divulgar imagens dos objetos “que são, para muitos os mais fascinantes objetos do espaço”.
Propaganda enganosa continua sendo a principal queixa da Black Friday
Em 12 horas foram 1.374 reclamações, um aumento de 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado
A corrida do consumidor pelos preços promocionais é o atrativo da Black Friday. Entretanto, os clientes continuam reclamando das “falsas ofertas”. Segundo levantamento do Reclame Aqui nas primeiras 12 horas do evento, o principal motivo de queixa até agora foi propaganda enganosa, com 14% dos casos. A divergência de valores e problemas para finalizar as compras também apareceram nas reclamações.
De acordo com o Reclame Aqui, em 12 horas foram 1.374 reclamações, um aumento de 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Com 148 reclamações, a Magazine Luiza – Loja Online lidera o ranking das empresas com mais queixas. Em segundo lugar, com 74, está a KaBuM!, seguida da Americanas.com – Loja Online, com 49. Entre os produtos que mais causaram problemas neste início de Black Friday estão os smartphones, TVs e perfumes.
Em 2016, o Reclame AQUI apurou 2,9 mil reclamações durante todo o plantão, sendo que 22% das queixas foram de propaganda enganosa. Um ano antes, foram 4,4 mil queixas e, mais uma vez, propaganda enganosa foi o principal motivo de reclamação, com 36,2%.
O leitor Sandro Souza, 20 anos, reclama da qualidade da internet oferecida pela empresa Vivo. Segundo o morador de Samambaia Sul, o preço cobrado pelo serviço está alto, considerando o mau funcionamento. “Tem quedas constantes na rede, oscilações no ping (tempo de resposta), o que afeta os usuários de programas ou jogos on line”, afirmou.
Resposta da empresa
A Telefônica Vivo informou que entrou em contato com o cliente para prestar os esclarecimentos necessários sobre o funcionamento do serviço de banda larga. A Vivo acrescenta que mantém à disposição de seus clientes as Centrais de Atendimento por meio do *8486 (ligações por celular) ou 1058 (ligações do fixo para informações da linha móvel ou do fixa. Complementam que o serviço funciona 24 horas nos sete dias da semana. Além do site: www.vivo.com.br (Fixo São Paulo e Móvel).
Comentário do consumidor
“Realmente me contataram mas eu não pude atender e eles não retornaram a ligação. Liguei nestes números que disponibilizaram mas não resolveran o problema.”
Problemas com a empresa? Denuncie.
Motoristas articulam fechar distribuidoras no DF e Sindicombustíveis teme desabastecimento
O movimento de bloqueio às distribuidoras de combustíveis de Goiás deve se estender ao Distrito Federal. A previsão é que o movimento se inicie no Distrito Federal às 0h desta quinta-feira (16/11). No estado vizinho, grupos de taxistas, caminhoneiros, motoristas de transporte de aplicativos estão impedindo a entrada e saída de caminhões dos terminais de combustíveis para protestar contra o aumento do preço do diesel e da gasolina nos últimos meses.
Segundo dados do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), o movimento ocorre desde segunda-feira (13/11) e 60 cidades goianas já passam por algum tipo de desabastecimento.
No Distrito Federal, o planejamento é que o bloqueio atinja os terminais localizados no Setor de Inflamáveis. Por grupos de WhatsApp, motoristas articulam uma concentração às 23h desta quarta-feira (15/11). O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis-DF) emitiu um comunicado se posicionado contrário ao movimento, temendo desabastecimento. “Não concordamos com esse tipo de ato que prejudica a população, nem mesmo com o aumento de preços da forma que está ocorrendo pela Petróleo Brasileiro”, informou o presidente Daniel Costa.
Fim do telemarketing? Câmara aprova projeto que proíbe ligações sem autorização
Projeto ainda precisa passar por outras duas comissões
Consumidores passam por dificuldade na hora de dar um basta em ligações de telemarketing. Embora não haja um lei federal que proíba as chamadas, a prática não pode se tornar abusiva. Buscar ajuda nos órgãos competentes está entre as opções de clientes que se sentirem lesados. Na última sexta-feira (10/11), a Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que proíbe as empresas de abordarem clientes pôr telemarketing sem autorização prévia do consumidor. A medida ainda precisa passar por mais duas comissões antes de ir para o Senado.
A proibição do telemarketing sem autorização faz parte de um Projeto de Lei (PL) de 2015, apresentado em pelo deputado Marcos Soares (PR-RJ) para alterar o Código de Defesa do Consumidor.
Não há dúvida de que uma importunação recorrente na vida do consumidor são as ligações de telemarketing. Volta e meia, empresas e fornecedores deixam o bom senso de lado e ultrapassam o limite aceitável. Na capital, a Lei Distrital n° 4171 previa um cadastro para bloqueio de recebimento deste tipo de ligações. No entanto, o serviço de “não importune”, que pretendia impedir que as empresas efetuassem chamadas telefônicas não autorizadas para os consumidores inscritos nele, foi revogado em outubro de 2008. Hoje, após nove anos da anulação, o DF segue sem uma legislação que ampare o cliente que se sentir lesado com as abordagens incessantes. Para estes casos, o Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF) esclarece que o cidadão pode registrar reclamação junto ao órgão, que notificará a empresa e tomará as medidas cabíveis.
O Código de Éética do Programa Brasileiro de Auto-Regulamentação (Probare) define parâmetros na relação entre consumidores e contratantes que usam de call center, contact center, help desk, SAC e Telemarketing. O documento recrimina a prática abusiva que algumas empresas adotam no momento de oferecer um produto ou serviço. O sétimo artigo do código diz respeito à privacidade do cliente e determina que “os responsáveis pelo serviço devem utilizar as informações dos consumidores de maneira adequada e respeitar o seu desejo em retirar estas informações das bases de dados”.
A estudante Juliana Dracz, 20 anos, sofre constantes transtornos com ligações da operado Claro. A moradora do Guará compartilha com a família um pacote com seis chips em um plano telefônico da empresa, que inclui também o telefone fixo. Qual não é a dor de cabeça da universitária com diversas chamadas da empresa por diferentes motivos. “Eles chegam a ligar até durante a noite. E as ligações são para todo o grupo familiar. A situação é insuportável. Quando a gente atrasa a conta então, nem se fala. Aí é a cada cinco minutos”, desabafa. Ao Correio, a operadora informou que “irá reforçar os procedimentos necessários para evitar o recebimento de ligações indesejadas pelos consumidores”.
O advogado Ronald Alencar, membro da comissão de defesa do consumidor da OAB-DF, alerta que o primeiro passo a ser tomado, para evitar contratempos indesejáveis, é entrar em contato, por meio de ouvidoria, com a empresa que está oferecendo o serviço. “Caso essa medida não resolva, o cliente pode buscar os órgãos competentes, como o Procon ou o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Em casos de impertinências de empresas de telefonia, uma alternativa é recorrer à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)”, recomenda.
Percalço
A técnica de enfermagem Ivete Santos, 39 anos, coleciona episódios desagradáveis de ofertas fora de hora feitas por empresas de telefonia. Ela comenta que as ligações são feitas tão insistentemente que é preciso ter muita paciência para não ser grosseiro com a pessoa do outro lado da linha. “O que eu mais ouço é ‘a senhora foi escolhida para participar da nossa promoção’. Mas eu nunca coloco meu nome em qualquer lista de seleção. Por mais que seja chato, a gente precisa ser mal-educada em muitos casos”, reclama a técnica de enfermagem que sempre recebe telefonemas de empresas especializadas em vendas a distância.
Quem também passa por dor de cabeça com a prática é a diarista Flávia Rodrigues, 42 anos. A brasiliense era cliente de uma loja de departamento há mais de três anos, mas, por causa das contínuas chamadas telefônica, ela optou por cancelar o crediário da loja. “Eles me incomodaram tanto que perdi a paciência. É uma tortura. A gente acaba se sentindo invadido porque não respeitam nossa vontade quando pedimos para parar de ligar”, sustenta.
O advogado Alencar lembra que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante ao indivíduo a defesa de direitos não só quando o contrato já foi celebrado, mas também na fase pré-contratual, ou seja, quando ainda estão oferecendo o produto. O especialista esclarece que o uso do telemarketing pelas empresas de serviços e cobranças não é ilegal, uma vez que não existe lei federal que proíba as chamadas indesejadas. A questão é vista como um problema quando há excessos ou fazem uso abusivo dos dados do consumidor. É preciso que sejam contatos moderados e, sobretudo, “respeitem quando a pessoa disser que não quer o serviço”, reforça.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aumentou uma multa de R$ 3,7 milhões para R$ 21,7 milhões à operadora Oi. O valor foi recalculado durante reunião do Conselho Diretor da agência, que ocorreu nesta quinta-feira (9/11) e analisava o pedido da Oi para rever a multa. Entretanto, os conselheiros entenderam que a quantia precisava ser revista. A penalidade refere-se ao fato da empresa não reestabelecer o serviço de assinantes inadimplentes que quitaram os seus débitos. A Oi terá também que comprovar a devolução em dobro dos valores indevidamente cobrados dos usuários.
Segundo as normas da agência, o assinante inadimplente pode efetuar a qualquer momento o pagamento do débito, acrescido dos encargos de mora, devendo a prestadora retirar a informação de inadimplência e restabelecer o serviço em até 24 horas após a declaração ou comprovação do pagamento pelo assinante ou, ainda, do recebimento pela prestadora de comprovação do pagamento via sistema bancário. Entretanto, a empresa não cumpriu o estabelecido.
A Anatel aumentou o valor da multa porque entendeu que em vez da Oi ter cometido 1.679 de infrações, foram identificados 40.769 casos. O presidente da Anatel, Juarez Quadros, entendeu que não há qualquer impedimento legal ou constitucional ao aumento da multa. Os demais conselheiros presentes acompanharam o voto do presidente.