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APAZIGUANDO CORAÇÕES BRASILEIROS

Publicado em Espiritualidade, Filosofia, Psicologia

Diferentes sentimentos foram suscitados pelos atos golpistas de ontem, 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Para muitos, a mais urgente e importante tarefa do Presidente Lula no momento é a de apaziguar o País, acalmar os corações dos “derrotados” nas urnas no último 30 de outubro, se é que há derrotados em uma Democracia. Entendo que derrota só existe em ditadura, mesmo para quem tanto a deseja. Mas será que isso é algo que realmente deva merecer destaque? E será que isso é realmente possível?

 

Quanto ao eleitorado, o resultado do último pleito para Presidente da República deixou felizes os que acreditavam que Lula seria a melhor opção ou a escolha menos ruim. E deixou infelizes os fanáticos pelo então presidente e os que entendiam que ele fosse uma escolha menos pior do que Lula.

 

Entendo que esses que votaram em Bolsonaro apenas por não verem Lula como alternativa serão apaziguados por um bom governo, o que não temos há muito tempo. Mas, no que se refere aos adoradores do ex-presidente, não há muito o que se fazer agora. Porque, para esses últimos, tínhamos na presidência um Messias que poderia salvar o Brasil do Lula, do PT, do comunismo, do anticristo, das trevas eternas. E essas pessoas estavam e continuam prontas para acreditar em qualquer coisa que venha do “imorrível, imbroxável e incomível mito”, sem questionamento, por mais louca que a ideia possa ser.

 

Não faltaram teorias como a de que estão tentando fazer do Brasil um País comunista para comerem as criancinhas com batatas; de que a Terra é plana; de que, se Bolsonaro não reconhecesse a vitória de Lula, seriam convocadas novas eleições; de que a faixa presidencial colocada em Lula é falsa e que o general Heleno estava com tudo sob controle para a tomada do poder. Meu Deus! De onde tiram essas coisas?

 

Muitas das pessoas que depredaram as sedes dos Três Poderes são profissionais financiados por gente covarde que se faz de inocente e vai morrer criticando os “vândalos”; muitas se acham melhores do que os outros, têm interesses pessoais e estão se lixando para os interesses coletivos; muitas não passam de massa de manobra, pessoas ignorantes sob vários aspectos, que se sentem o máximo, mas que não têm a menor ideia de que estão sendo usadas de forma vil.

 

Para todos esses, não há que se pensar em menos do que o rigor da Lei Antiterrorismo, inclusive com bloqueio de bens para pagamento dos prejuízos materiais causados. O que aconteceu ontem à tarde não foi só assustador, foi nojento, inaceitável e vinha sendo arquitetado há muito tempo exatamente por aqueles que deveriam proteger as instituições que simbolizam a espantosamente resistente Democracia brasileira.

 

Por fim, há aquelas que ficaram, do conforto de suas casas, torcendo pelos terroristas. Essas continuarão sonhando com a volta do ex-presidente, mesmo que Lula venha a fazer o melhor governo de toda a história do Brasil. Serão, por muito tempo, os viúvos e as viúvas de Bolsonaro. E talvez só as encarnações sucessivas tragam luz para essas mentes adormecidas.

 

Dessas últimas, não podemos esperar muito por enquanto. O que nos resta a fazer é tocar o País, dando tempo ao tempo, deixando-as nas suas clausuras de neurose, de vaidade, de egoísmo, de preconceitos de toda espécie, de ódio, de amargura. Porque nós não mudamos ninguém. As pessoas mudam com ou sem a nossa ajuda se e quando elas assim o desejam.

 

Muitas famílias estão divididas pela polarização política que ainda vivemos. Amigos de décadas não se falam mais, nem por mensagem. Irmãos de sangue e de vida romperam, não se toleram. O que nos resta é respirar fundo e focar no respeito, o que pode significar nos afastarmos dos que amamos para evitar confrontos que não levam a nada bom, enviando-lhes pensamentos amorosos, dando tempo ao tempo, que sempre coloca tudo e todos nos seus devidos lugares. Porque é preferível amar de longe a odiar de perto.

 

E não há demonstração de respeito maior do que deixar, sem tentarmos nos impor, que elas permaneçam nos seus cantinhos, pranteando o derrotado que lhes é caro, até que finalmente estejam prontas para sepultar esse morto e seguir em frente.

 

Como dizem, no final, sempre dá certo. Se não deu certo ainda é porque não se chegou no final.

 

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21 thoughts on “APAZIGUANDO CORAÇÕES BRASILEIROS

  1. Seu texto dá muita leveza a uma situação onde o tempero é o ódio em todas as instâncias. Obrigada por ilustrar os fatos sem empunhar nenhuma arma.

  2. Rose Inah via FB: Acabei de ler seu blog….feliz retorno, gosto dos seus comentários sobre assuntos do nosso dia a dia que nos ajudam a refletir e até a apaziguar corações😘

  3. Renoir via WhatsApp: Mt bom maroca, e q bom q voltou a escrever 🙂 Agora, nesses tempos, tenho escolhido “amar de perto e odiar de longe.” rsrs respeito e cuido dos próximos, no trabalho por exemplo, mas em casa, só não chamo de santo esse tanto de “viúvas do biroliro” q tem aqui viu rsrs

  4. Que texto trágico! Uma tentativa desesperadora de apertar a espinha do orgulho e retirar dela um pouco amor. Impossível. No cárcere em que vivem, as mentes odiosas jamais serão capazes de trazer nenhum bom sentimento à liberdade. Não a 49% de insatisfeitos. Não a quem se odeia. Não a quem pensa diferente. Para tais, o seu texto deseja isolamento, luto e purgatório. As mentes pequenas tendem a abraçar as imaginações da terra plana, mas são incapazes de considerar que a terra é capaz de girar. A terra gira, os montes caem, as lágrimas se revertem em sorrisos e novos choros. Mas em todo tempo, a alma pequena permanecerá sozinha e ausente de luz e de paz. Vagará, a pobre alma mortal, que viveu sem viver e aceitar os pensamentos dos diferentes.

  5. PE via WhatsApp: O texto retrata em síntese todo o processo de ódio perpetrado por um governo de extrema-direita e apoiado por membros de instituições que deveriam zelar pelo respeito às leis e bom convívio de toda a sociedade, independentemente de raça, credo, orientação sexual e ideologia partidária. O resultado da política do ex-presidente afastou e criou até enfrentamentos físicos entre familiares e amigos. Hoje, como bem aponta o texto, é o momento de buscar o apaziguamento dos corações de todos que por irracionalidade, tomados pelo ódio, seguem um governante de péssimo comportamento/exemplo também quando fez parte do Exército Brasileiro, defendendo governos e militares que praticaram a tortura e o fuzilamento. Ficarei na torcida para que muitos corações sejam apaziguados!!

  6. Karla Fontana Sampaio via WhatsApp: Adoreeeeeeei. Eu sofro com a polarização na família. Muitos seguem dogmas e idolatram políticos. Seja de um lado ou de outro, o resultado das eleições tem de ser respeitado e a lei tem de ser cumprida com rigor, inclusive a própria lei que o Bozo assinou: a do anti-terrorismo. Espero que paguem pelo o que fizeram. Político a gente não tem de idolatrar, e sim cobrar!

  7. Roque via WhatsApp: Obrigado pelo link Maraci. De fato, também acompanhei seu relato.
    Sou originário de um país onde a arte não é só arte em si, mas também forma parte do civismo, do património e da história dele. É absurdamente incivilizado o que aconteceu em 8 de janeiro, tanto pela forma quanto pela essência. Acredito que, além dos tecnicismos da aplicação da Lei Antiterrorismo, os indignos “destruidores do relógio de Dom Pedro” deveriam ser submetidos (sem medo à palavra) a trabalhos sociais em todas as áreas, com custos do seu próprio bolso além dos que couberem a essas pessoas físicas e jurídicas financiadoras. Não era o desejado para o início de um esperançoso governo, mas se formos pelo lado do Macchiavelli, provavelmente o nefasto 8 de janeiro foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para acordar essa parte do Brasil adormentada há quatro anos num estado de coma política.

    1. Acredito que tudo tem seu lado bom, por pior que seja. Agora é trabalhar para que, como diria Roberto Carlos, daqui pra frente, tudo seja diferente!

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