Um Tempo Para Se Cuidar

Publicado em Autocuidado

Um tempo para se cuidar


Ana Castro & Cosette Castro

Brasília – Uma das primeiras coisas que as cuidadoras familiares deixam de lado quando passam a cuidar de um ente querido é o cuidado de si mesmas.

Não há tempo para sair, passear com as amigas ou ir a um cinema. O encontro para o café é postergado várias (e várias) vezes.

O mesmo ocorre com algum curso que a cuidadora gostaria de fazer. Com a viagem, breve ou longa. Com o Congresso onde iria apresentar um trabalho ou assistir as novidades de sua área. Com a cabelereira e manicure, que passam a ser luxos. Ou com exames médicos, remarcados por vários meses.

Cuidadoras familiares sobrecarregadas física e emocionalmente, em geral não encontram tempo para exercícios físicos e nem para se alimentar direito.

A visita a nutricionista se restringe ao paciente ou aos filhos menores. Aliás, não são poucos os casos das que comem os restos deixados pelo familiar doente para “não jogar fora”.

Mesmo quando convidadas a sair e conseguem agendar alguém que cuide do familiar, são capazes de trocar o momento do encontro por algumas horas de sono.

Isso ocorre principalmente quando se trata de cuidadoras familiares que não possuem auxílio noturno nem revezamento no cuidado. Ou seja, que não dormem direito ou sofrem de insônia.

Há ainda outros fatores dos quais pouco se fala.

A falta de informações sobre as demências e o conseqüente medo de errar. A culpa por, às vezes, querer sair correndo ou a vontade de que tudo seja apenas um pesadelo. Há ainda a solidão, aquela sensação de ser o exército de uma pessoa só.

Esses são sentimentos que se revezam entre as cuidadoras. E, como se fosse pouco, há ainda o pavor de ser a próxima pessoa na família em, um dia, também ter o mesmo tipo de doença.

Não por acaso, cuidadoras familiares apresentam diagnóstico de câncer, pressão alta, diabetes, problemas cardíacos ou Acidente Vascular Cerebral (AVC) no decorrer dos anos de cuidado ou após ele.

Pensando nas mulheres que cuidam, o Coletivo Filhas da Mãe desenvolveu um novo projeto presencial que irá começar no dia 26 de agosto em Brasília, DF.

Serão as “Rodas de Cuidado e Autocuidado entre Mulheres Cuidadoras Familiares”, com encontros semanais nas sextas-feiras, a partir das 10h, com duas horas de duração, no Centro Longeviver, parceiro do Coletivo Filhas da Mãe.

O projeto Rodas de Cuidado e Autocuidado está sendo organizado pela neuropsicóloga Maria Motta e pela psicanalista Cosette Castro e pretende reunir mulheres cuidadoras durante 13 semanas até dezembro de 2022.

Os encontros serão presenciais e gratuitos, mas será preciso inscrição prévia para garantir a vaga.

A proposta é proporcionar um espaço de escuta e confiança onde as mulheres terão momentos para si. E para compartilhar seus sentimentos com outras cuidadoras familiares.

Outras Atividades

Na primeira terça-feira de agosto, dia 02, vai acontecer a Roda de Conversa On line do Coletivo Filhas da Mãe, das 19 às 20h30.

Coordenada por Ana Castro, Ademar Costa e Messias Rodrigues, a reunião é aberta a cuidadoras e cuidadores familiares e acontecem por meio da plataforma  Zoom  (ID da reunião: 841 1551 0612 / Senha de acesso: 17973) .

Este mês, teremos duas convidadas na Roda de Conversa, um momento de troca de informações sobre o cuidado familiar de pessoas com demências.

As fonoaudiólogas Manoela Dias e Bruna Souza vão ajudar a tirar dúvidas sobre engasgos, deglutição, mastigação e respiração de pessoas com demências e outras questões que surjam na Roda de Conversa. Entre elas,  informações sobre linguagem e comunicação nos estágios iniciais das demências.

PS: Agosto está cheio de novidades. Seguiremos contando na próxima postagem,  sexta-feira.

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