Chegou a Hora de Formalizar o Coletivo

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Ana Castro & Cosette Castro

Brasília – Depois de 2 anos de existência, o Coletivo Filhas da Mãe se prepara para um novo passo: sua institucionalização.

Até o momento vivemos e sobrevivemos com a ajuda e o trabalho voluntário (físico e virtual) de nossas apoiadoras e apoiadores.

Ainda que os projetos do Coletivo Filhas da Mãe sejam construídos e levados adiante, em sua maioria,  por pessoas que cuidam ou que já cuidaram de familiares com demências, é hora de ampliar o raio de ação e trabalhar com investimento e orçamento anual.

Isso significa sair da dependência da boa vontade financeira e do tempo livre de nossas apoiadoras e apoiadores, já sobrecarregadas pela atividade de cuidado familiar. Significa também buscar outras possibilidades, além da sobrevivência através do trabalho voluntário.

Chegamos até aqui colocando na rua, de forma voluntária, projetos em diferentes áreas. Isso tem exigido um trabalho invisível, gratuito e, às vezes pesado, para apoiadoras e apoiadores.

Na área de informação mantemos este Blog, com publicações nas segundas e sextas-feiras, temos grupo no WhatsApp, páginas no Instagram, no Facebook, no Twitter e canal no YouTube.

Na área de políticas públicas conseguimos a aprovação da Lei Distrital 6926/2021. Para ser viabilizada, contou com um trabalho prévio de quase 1 ano de estudos, elaboração e o apoio de várias instituições especializadas para que o projeto se tornasse Lei.

A Lei 6926/2021 dispõe sobre tratamento para pessoas com demências, entre elas o Alzheimer. Por outro lado, trata sobre medidas de prevenção para cuidadoras e cuidadores familiares e profissionais. Pela primeira vez no país, uma lei inclui prevenção e proteção a cuidadoras e cuidadores.

Na área da pesquisa conseguimos emenda parlamentar com a deputada Arlete Sampaio, presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A emenda parlamentar possibilitou a realização do Primeiro Estudo para traçar o perfil das pessoas com demências já diagnosticadas e em fase de diagnóstico no DF.

A pesquisa, em fase de implementação pela Codeplan, também vai traçar o perfil de cuidadoras e cuidadores familiares, conhecer suas demandas e os serviços disponíveis no Distrito Federal. Outro projeto inédito no país.

Para chegar até a implementação da pesquisa participamos de grupo de trabalho (GT) interdisciplinar permanente que se reúne há 1 ano. No GT, delineamos o estudo, suas etapas e metodologia. Incluiu ainda contato nacional e internacional para montar um Comitê Científico de acompanhamento da pesquisa.

Atuamos no apoio e divulgação de campanhas nacionais e internacionais. Entre elas, a campanha contra o preconceito por idade (“Velhice Não É Doença”) e a campanha de conscientização sobre a violência contra pessoas idosas realizada anualmente em junho.

Mais recentemente estamos participando da campanha nacional “Velhices Cidadãs”, de valorização das pessoas idosas.

Todas as campanhas requerem participar de reuniões on line e atividades com as entidades envolvidas dentro e fora do Distrito Federal. E  desenvolver cronograma de divulgação e visibilidade desses projetos, o que significa investimento humano e financeiro.

Especificamente sobre demências e Alzheimer, no mês de setembro realizamos vários projetos, entre eles,  “Filhas da Mãe Contam Histórias”, com vídeos curtos nos celulares que depois podem ser vistos nas redes sociais digitais. Com isso damos voz e visibilidade às cuidadoras familiares.

O projeto, além de convidar pessoas de todo país para o envio de vídeos, inclui produção, edição dos materiais e divulgação nas redes sociais digitais. Ou seja, para além do tempo, exige mais investimento humano e financeiro.

Na área cultural, realizamos projetos inéditos no país, como a criação de um bloco de carnaval que fala sobre demências, cuidado e autocuidado.

Além disso, realizamos 6 Saraus Virtuais em 2 anos de atividade. Cada Sarau envolveu uma média de 25 pessoas de diferentes locais do Brasil e do exterior. Sem contar as oficinas e encontros no período pré-pandemia.

Todas essas atividades exigem investimento, orçamento anual e equipe para serem colocadas em prática. Até então, eram realizadas com vaquinhas informais entre  participantes e apoiadores do Coletivo e com trabalho voluntário.

A formalização do Coletivo e sua institucionalização, por sua vez,  exige trabalho, envolve contratação de profissionais, investimento e orçamento anual. Manter os projetos existentes e colocar em prática novos projetos, também.

Por isso, nas próximas semanas vamos realizar uma vaquinha virtual do Coletivo Filhas da Mãe. Com o financiamento coletivo, pretendemos levantar fundos para cobrir os gastos de institucionalização e viabilizar mais 2 projetos em 2022,  um deles ainda inédito.

O primeiro é a campanha internacional de conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa, prevista para junho.

O segundo, inédito, é o Projeto “Cozinha Afetiva”, sob a coordenação de Ana Castro, que vai disponibilizar vídeos com alimentos fáceis de serem preparados para pessoas com demências.

Contamos com a sua ajuda para que o Coletivo Filhas da Mãe possa seguir contribuindo distrital e nacionalmente para o cuidado e autocuidado de toda família.

Cosette Castro

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