O Palácio do Buriti estava lotado no começo da tarde desta terça-feira (6/10) para acompanhar a cerimônia de sanção da Lei de Simplificação de Atividades Econômicas. A presidente Dilma Rousseff (PT) marcou presença no evento — a ideia é que a legislação distrital sirva de exemplo para outros estados. O projeto foi desenvolvido pela Secretaria de Economia e Desenvolvimento Sustentável (SEDS) do GDF em parceria com a Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa do governo federal.
Ambos os órgãos são chefiados pelo PSD e, precisando de apoio político, a ida de Dilma ao Buriti foi interpretada como um gesto de aproximação à sigla que tem a quarta maior bancada na Câmara Federal e ao PSB, do governador Rodrigo Rollemberg.
O prestígio do PSD está em alta. Prova disso é que em todos discursos, inclusive no de Dilma, foram citados o presidente nacional da legenda e Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, o deputado federal Rogério Rosso, o chefe da SEDS, Arthur Bernardes, e até a subsecretária de Micro e Pequena Empresa do GDF, Karina Rosso. A mãe do governador, Dona Teresa, também estava no Palácio e foi lembrada pela presidente da República.
O discurso do chefe do Executivo local recebeu grande atenção dos distritais presentes. O deputado Chico Vigilante (PT), líder da oposição, foi o mais elogiado. Os aliados fizeram cara feia.
Dilma, como de costume, cometeu algumas gafes. Ela confundiu Kassab com Guilherme Afif Domingos, que deixou o primeiro escalão do governo federal esta semana, e o chamou de ex-ministro. O nome de Rollemberg ela consertou a tempo de evitar uma desfeita ao dono da casa. “Queria agradecer ao empenho do governador Rellem… Rollemberg”, disse.
Embora as pesquisas indiquem um nível baixíssimo de popularidade da petista, antes do início do evento uma grande fila se acumulava para prestigiar o evento. “Ela tem a caneta, é a mais poderosa do país”, justificou um assessor do GDF.
O evento ocorreu um dia antes de os servidores entrarem em greve. Alegando não ter dinheiro, Rollemberg depositou, hoje, os salários dos funcionários sem os reajustes que deveriam passar a valer mês passado. Em protesto, os sindicatos decretaram paralisação geral para amanhã. O socialista cobra recursos que tem a receber da União referente ao Fundo Constitucional e a dívidas previdenciárias. Dilma, contudo, não deu previsão de quando pagará a fatura.
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