Autoescolas rebatem números do Ministério dos Transportes sobre custo da CNH

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Sindicato disse à coluna que é favorável à redução do número mínimo de aulas práticas, mas critica a proposta do ministro Renan Filho de permitir que o aprendizado ocorra com qualquer pessoa, inclusive parentes ou instrutores sem licença.

Por Samanta Sallum

Levantamento do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Distrito Federal (Sindauto-DF) mostra que as taxas cobradas pelos Detrans, somadas aos exames médico e psicotécnico obrigatórios, representam quase metade do custo final para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil.

No Distrito Federal, os valores médios cobrados pelos CFCs giram em torno de R$ 1,1 mil, englobando aulas práticas e teóricas, o monitoramento obrigatório por lei para avaliar a qualidade do ensino e o aluguel do veículo, o exame prático, além dos custos com pessoal manutenção e combustível.

“O valor divulgado pelo ministro dos Transportes acima de R$ 3 mil não condiz com a realidade do DF”, disse à coluna o presidente do Sindauto-DF, Joaquim Loiola. “O que sobra de lucro para o empresário é quase nada”, completou.

O levantamento foi feito para rebater a declaração do ministro dos Transportes, Renan Filho, de que o custo para tirar a CNH no Brasil ultrapassa R$ 3 mil e que, para reduzir em até 80% esse valor, a solução seria acabar com a obrigatoriedade das aulas nos CFCs.

Na categoria B (carros), a mais procurada, os custos, segundo o Sindauto/DF, são:

•Autoescola: R$ 1.100,00

•Taxa do Detran: R$ 460,00

•Exames médicos e psicotécnicos: R$ 550,74

•Total: R$ 2.110,74

•Percentual de taxas do Detran e exames: 47,9% do valor final.

Loiola afirmou à coluna ser favorável à redução do número mínimo de aulas obrigatórias — atualmente 45 teóricas e 20 práticas —, mas critica a proposta do ministro de permitir que o aprendizado ocorra com qualquer pessoa, inclusive parentes ou instrutores sem licença.

“O aluno precisa estar orientado por um profissional habilitado, em carro adaptado e com pedais auxiliares, para evitar acidentes. Não se pode afrouxar na formação, pois a segurança no trânsito é prioridade”, ressaltou.

Mobilização e Frente Parlamentar

O Sindauto-DF, juntamente com sindicatos e associações empresariais de outros estados, organizou uma carreata em Brasília na quarta-feira. A ação antecedeu o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Educação para o Trânsito e da Formação de Condutores, na Câmara dos Deputados, por iniciativa do deputado Zé Neto (PT/BA).

Acompanhe a Capital S/A na TV Brasília todas as terças e quintas-feiras, 18h10 no JL ao vivo.

samantasallum

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