Coluna Capital S/A, por Jéssica Eufrásio (interina)
A mais recente Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) revelou que o nível de comprometimento das finanças dos brasileiros alcançou o maior nível dos últimos 11 anos. No Distrito Federal, a quantidade de pessoas com dívidas em aberto no mês passado foi a maior de 2021. Mais de 787,5 mil brasilienses terminaram o ano devendo, e 111 mil deles alegaram que não terão condições de pagar.
Crédito pessoal teve preferência
O levantamento periódico da Confederação Nacional do Comércio (CNC) teve outro destaque: na média anual, ao contrário do restante do país, o cartão de crédito não foi o principal responsável pelas dívidas dos brasilienses, mas, sim, o crédito pessoal. “Essa é uma modalidade que encontra taxas de juros mais vantajosas que as do cartão de crédito. E ela cresceu em 2021 em relação aos dois anos anteriores. No caso de famílias mais pobres, por exemplo, que usam o cartão de crédito para comprar bens de primeira necessidade consumidos de imediato, a fatura acaba vindo depois. Já o crédito pessoal oferece um custo mais favorável”, analisa a economista da CNC Izis Ferreira.
70,1%
Das famílias do DF terminaram o ano com até metade da renda mensal comprometida por dívidas como cheques, cartões, carnês, empréstimos ou financiamentos
Uma das principais fornecedoras de exames para detecção de covid-19 e influenza a laboratórios do Distrito Federal enviou comunicado aos clientes, na terça-feira, para justificar a demora na entrega dos produtos. O informe explica que uma remessa de 250 mil unidades de testes rápidos para diagnóstico da gripe chegou ao Brasil em 9 de janeiro, mas estava retida na alfândega desde então. Os insumos, que passaram por São Paulo e pelo Espírito Santo, seriam distribuídos a diferentes partes do país.
Lentidão na alfândega
O departamento comercial da empresa enfatizou que a liberação ocorria de maneira “extremamente lenta, devido ao alto índice de afastamento de fiscais da Secretaria de Fazenda que atuam nos portos, além de questões reivindicatórias da categoria que podem estar atrasando os processos”. As informações foram repassadas à empresa pela própria Receita Federal. O texto acrescenta que a situação também pode atrasar a previsão de chegada dos lotes de testes para detecção da covid-19.
Estoque limitado
A liberação dos produtos pela alfândega ocorreu ontem. Mesmo assim, a possibilidade de a situação se repetir com outras empresas preocupa donos de laboratórios do DF, que têm atendido à alta demanda apenas com o estoque interno dos estabelecimentos. As 210 unidades que compõem a rede da capital federal e do Entorno não recebem testes de influenza desde dezembro, em virtude da ampla procura mundial. No caso dos exames para identificação da covid-19, os depósitos das empresas estão sem novas remessas desde 10 de janeiro. A expectativa é de que a situação se normalize só na primeira semana de fevereiro.
Puxão de orelha
O agravamento da situação da covid-19 no Distrito Federal, com aumentos sucessivos da taxa de transmissão do novo coronavírus, levou o Executivo a retomar medidas restritivas, nos últimos dias. Entre elas, o uso de máscaras em locais abertos, o fechamento de pistas de dança e a proibição de eventos com cobrança de ingressos. Alguns estabelecimentos, porém, estariam desrespeitando esta última medida. Em entrevista coletiva ontem, no Palácio do Buriti, o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, chamou a atenção de empresários do setor de bares e restaurantes pelo comportamento.
Prejuízos para o segmento
Gustavo Rocha afirmou que, para evitar descumprimento da medida, responsáveis por comércios locais teriam deixado de cobrar ingressos por shows e compensado as despesas com a venda de bebidas por preços mais altos. A prática levou a uma reedição do decreto, para fechamento das pistas de dança. “Isso é uma forma clara de tentar afastar a aplicação do decreto então em vigor. Comportamentos como esse prejudicam todo o setor e toda a sociedade”, criticou.
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