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com Circe Cunha e Mamfil
Não há hoje um único cidadão de bom senso capaz de apostar um centavo furado no futuro de uma América do Sul, onde os cartéis do narcotráfico cuidam, cada um a seu modo, de destruir os alicerces políticos, econômicos e sociais de muitos países do continente. Para piorar uma situação, que em si mesma já é pra lá de caótica, existe ainda, comprovadamente, associações veladas entre esses cartéis do crime e alguns no comando de seus países, como é o caso específico da Venezuela, onde os observadores dizem ser impossível distinguir as fronteiras que separariam as legendas políticas do crime organizado.
O poderio econômico e de fogo dessas organizações tornam fáceis os acessos ao poder. Quando não compram os políticos e até legendas inteiras, simplesmente os eliminam. O número de crimes contra a vida, principalmente daqueles que ousam enfrentar esses cartéis ou questionar o próprio , ocorrem aos milhares a cada ano.
A maioria, por questões óbvias, não são sequer investigados. Os problemas em países como a Venezuela, Equador, Nicarágua, Colômbia, Peru e muitos outros é que a imprensa livre é uma instituição em processo acelerado de extinção. Há um número incerto e alto de jornalistas que perdem a vida a cada ano ao investigar a infiltração do crime organizado dentro do Estado.
Nesses países, como no Brasil, tornou-se comum o financiamento de campanhas políticas pelo crime organizado. A eleição dos candidatos ligados aos cartéis do crime é um processo também comprovadamente em andamento. O reforço e consolidação do chamado Narco-Estado é uma realidade. Em alguns desses países do nosso continente, a presença dentro dos s de elementos ligados às quadrilhas criminosas vem acontecendo há algum tempo e tornam a realidade em um num misto entre o que é oficial e legal e entre o que é oficioso e ilegal.
Mesmo as forças armadas, como no caso da Venezuela, estão, segundo os serviços de inteligência de vários países, mortalmente infiltradas por criminosos, que não se intimidam em usar o aparato militar para dar proteção às atividades dos cartéis. A situação é de alarme. Correndo por fora desse caos institucional, os guerrilheiros que atuam no combate aos s também engrossam as fileiras para destruir os poderes constituídos.
A questão toda é que a Europa, os Estados Unidos e outros países do planeta injetam bilhões de dólares na compra e no financiamento desses narco-cartéis . Enquanto o consumo de drogas pelo mundo continuar numa trajetória ascendente, os cartéis do crime continuarão agindo para destruir países e sociedades inteiras.
Também, a facilidade de comunicação, trazida pela internet ajuda não só na organização e na logística do tráfico, como colabora para abrir caminhos seguros para o escoamento da produção de centenas de toneladas de cocaína produzidas pelos países sul americanos. O Brasil não está fora de rota da morte.
A Região Amazônica é hoje um corredor natural para narcotraficantes, que contam com apoio local do crime organizado que age naquela área. Outro fator que aumenta a produção e, consequentemente, o poderio desses cartéis do crime é dado pela integração internacional de muitas facções de traficantes, que parecem ter criado uma espécie de multinacional das drogas.
» A frase que foi pronunciada
“Toda forma de vício é ruim, não importa que seja droga, álcool ou idealismo.”
Carl Jung
Atitude
» Enfim os pedidos dos moradores da Asa Norte foram atendidos pelo Detran. A Operação Sossego apreendeu 15 motos, que trafegavam pelas calçadas e com escapamento alterado para fazer mais barulho.
Consciência
» Proposta interessante do ex-r José Serra vai à sanção presidencial. O projeto torna lei a negociação prévia antes de multas em estabelecimentos pela Vigilância Sanitária. Em caráter de alerta, a solução é cobrada em um espaço de tempo. Caso não seja cumprida, daí sim, vem a multa.