Violência é coisa nossa

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha com MAMFIL

Em um país em que a cada 9 minutos uma pessoa é assassinada, não chega a ser surpresa o resultado do levantamento feito pelo Datafolha, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostrando que 57% da população defende a afirmação “Bandido bom é bandido morto”. No quesito violência, Brasília não fica atrás, pelo contrário, lidera. De acordo com o chamado Atlas da Violência 2016, a capital registra, em média, dois assassinatos por dia. Uma taxa de 33,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, acima da média nacional, que é de 29. Na região metropolitana, a violência é ainda maior, atingindo uma taxa de homicídio de 51,6 em cada 100 mil moradores.

Dados de 2014 indicam que ocorreram 950 assassinatos no Distrito Federal, ou seja, 80 mortes por mês, a maior parte por arma da fogo. A intensidade dos casos de violência nos últimos anos deu ao Brasil o título de país mais violento do mundo. De acordo com a ONG Vison of Humanity, o Brasil ocupa a 105ª posição entre 163 países pesquisados, quando o quesito é nação pacífica. Ou seja, estamos na rabeira.

Para os pesquisadores, entre os fatores que levaram nosso país a essa situação de anormalidade estão os escândalos de corrupção generalizados. Chegamos a tal ponto de desorganização do Estado que hoje é possível afirmar que de cada 10 brasileiros, seis querem a eliminação pura e simples dos bandidos. É possível que, com os atuais números dessas pesquisas, o Brasil venha, num futuro próximo, a adotar a pena de morte para criminosos. Faltando apenas consultar a população a respeito.

Para muitos especialistas, entre as principais causas no aumento da violência, estão aquelas relacionadas justamente com a corrupção que tomou conta do aparelho do Estado. Um Estado corrupto induz uma sociedade corrupta e violenta. A explicação é simples: a corrupção nos três Poderes, como frequentemente divulgado nos noticiários, ao criar um sentimento generalizado de insegurança jurídica, induz não só uma descrença no governo, como também o cometimento de atos ilegais, inclusive, atos de violência.

O exemplo, em todos os países do mundo, vem de cima, do comportamento exemplar dos membros do governo. O sonho de muito bandido pé de chinelo e vir a se tornar figurão na República, de preferência de colarinho branco, e foro privilegiado.

A frase que não foi pronunciada

“A Polícia Federal deu a dica para todos os políticos e empresários que quiserem evitar o constrangimento de uma prisão. Basta dizer não à corrupção!”

Nas entrelinhas

Navegando

» Basta sair do país para atestar o abuso das operadoras que fornecem sinais ou velocidade de Internet aqui no Brasil. Com velocidade de carregamento e de transferência sofrível e preços estratosféricos, é uma prova certa de que o brasileiro vai continuar sendo explorado enquanto for complacente com serviço de má qualidade.

Em breve

» Acabou de ser votada e aprovada pela Comissão de Segurança Pública na Câmara dos Deputados uma novidade. As penitenciárias no Brasil podem ter equipamentos de filmagem e microfones.

Release

» Vai até 7 de novembro a campanha “Bem-estar é melhor que remédio”, capitaneada por Gilcilene Chaer do Conselho Regional de Farmácia do DF (CRF-DF). Trata-se da arrecadação de lenços de cabeça que serão doados à Rede Feminina de Combate ao Câncer. Colorir e contribuir com o Dia Mundial Outubro Rosa. Entrega nas redes Drogaria Pacheco, DrogaFuji, Farmácias Pague Menos e Drogaria Rosário.

Campus Day

» Versão reduzida de evento mundial tecnológico de inovação começa em 5 de novembro em Brasília, no Centro de Convençoes Ulysses Guimarães , das 14h às 22h. Entre os destaques, estão Joseph Olin, que é um dos responsáveis pelo lançamento da franquia Tom Raider, e o professor Dado Schneider, que traz a sua aclamada palestra muda. Mais informações no site: http://campuse.ro/events/campus-day-Brasilia.

História de Brasília

Comissão de Inquérito para ouvi-lo é tolice. Ele falará de qualquer jeito, em qualquer época, e o que ele disser é o que a Câmara terá que acreditar mesmo. (Publicado em 16/9/1961)

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