Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar

Publicado em Íntegra

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil   

         No atual estágio de maturação de nossa democracia, os brasileiros ainda não aprenderam a dar um tratamento mais racional ao ato de votar, usando dessa preciosa prerrogativa não só para mudar os rumos da política, mas, sobretudo para mudar os rumos do país.

          A sentença de que cada povo tem o governo que bem merece só faz sentido para aqueles que não dão a devida importância ao voto e seguem a crença de que nada irá mudar, seja esse ou aquele o novo inquilino do Palácio do Planalto. A obrigação pedagógica para que cada cidadão vote, apenas tem feito com que as pessoas compareçam forçosamente as sessões eleitorais para cumprir uma tarefa e escapem das penalidades cívicas. Mais importante do que obrigar as pessoas a comparecer nas sessões de votação é ensinar a elas o quão fundamental para todos é o voto consciente de cada um.

         Para tanto seria necessário em primeiro lugar que os tribunais, inclusive o eleitoral, fizessem uma espécie de pente fino rigoroso, para tirar do páreo todos aqueles candidatos com pendências judiciais, varrendo para longe conhecidos postulantes que acumulam processos que se arrastam sine die. Infelizmente a Lei da Ficha Limpa, nascida da iniciativa popular, ou seja, da vontade dos eleitores foi desidratada no próprio Congresso, Casa dos representantes do povo.

Pelo desenrolar dos acontecimentos, parece que não será ainda na próxima eleição que os cidadãos poderão experimentar uma renovação geral dos quadros políticos. Os muitos grotões miseráveis do país continuarão a ser explorados por oportunistas e populistas de todo o tipo, prometendo quinquilharias em troca de voto o que demonstra, não o poderio eleitoral mas o desdém com que muitos brasileiros ainda tratam o voto.

         Como primeiro passo, nessa longa jornada que se exige para a construção de um conjunto de leis verdadeiramente cidadãs e que coloquem todos os brasileiros na mesma planície, acabando com privilégios de todo o tipo, é necessário pôr um fim definitivo no instituto da reeleição para todos os cargos públicos, bem como nos cargos vitalícios, na blindagem e proteção de autoridades, e em muitas outras regalias frontalmente contrárias ao espírito republicano.

         Na esfera Federal ou mesmo aqui na capital, desde a emancipação política, tem sido prática comum, com a proximidade das eleições, a realização de seguidas reuniões, após o fim do expediente, de todos os detentores de cargos de chefia, para traçar estratégias com vistas à campanha eleitoral do chefe do Executivo e de sua bancada de apoio.          Nesses encontros, os ocupantes da máquina pública indicados pelo governante são instados a “colaborar” ao máximo com as campanhas, inclusive convocando subordinados seus para essas tarefas. Fatos desse tipo ocorrem com mais frequência ainda nas Administrações Regionais, onde os todos os ocupantes de cargos de confiança são muitas vezes obrigatoriamente recrutados para trabalhar, “discretamente” nas campanhas de seus padrinhos. Com promessas de vir a continuar nesses postos, em caso de eleição de seus protetores, muitos desses servidores passam a trabalhar como cabos eleitorais, na esperança de permanecerem na folha de pagamento do GDF.

A frase que foi pronunciada:

“Toda a arte de governar consiste na arte de ser honesto.”

Thomas Jefferson

Solidariedade

O caso aconteceu em Londres poucos dias atrás. Cristopher Guedes, morador do Gama vendeu tudo o que tinha para tentar a vida na capital do Reino Unido. Fazia entregas de moto. Almoçou com os colegas e se despediu depois de ter recebido um chamado. Aguardava o sinal verde do semáforo. Aberta a passagem, acelerou e um carro da polícia que vinha em alta velocidade na contramão, bateu de frente com a moto do brasileiro, que perdeu a vida. As autoridades britânicas prometeram desenrolar a documentação para o traslado, mas a família precisa de ajuda para o enterro que será no Gama.

Gratuito

Por falar em Gama, hoje é a estreia da ópera Fosca, de Carlos Gomes, no teatro do SESC no Gama, às 19h. Mais uma produção da Cia de Cantores Líricos de Brasília. Uma beleza as instalações desse teatro. Tudo novo, bem cuidado, um exemplo a ser seguido pelo Plano Piloto.

História de Brasília

E por falar em justiça, está-se destacando o desembargador Colombo de Sousa, por suas medidas de benefício geral. Primeiro, o casamento gratuito, e, agora, punição para os que utilizam cheques sem fundos. (Publicada em 24.03.1962)

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