Do ponto de vista das três principais agências internacionais de classificação de risco, os títulos emitidos pelo governo brasileiro não são confiáveis e valem tanto quanto lixo, ou, como eles chamam, junk bonds. Na prática, a avaliação serve para alertar e, por tabela, afugentar os possíveis investidores de todo o mundo que porventura queiram aplicar seus dólares no Brasil. As chances de calote são reais e iminentes.
O governo e seu partido, diante desse fato inexorável e extremamente negativo, fingem desdém a esses pareceres técnicos para não despertarem mais danos internos, como pânico generalizado que levaria a corrida sem precedentes aos bancos. Vivemos prenúncio de crise semelhante ao experimentado pelos argentinos anos atrás, quando a população passou a perceber que o melhor banco para depositar o dinheiro minguado era debaixo do colchão, e a melhor moeda nacional era o dólar.
Se isso ainda não ocorreu por aqui, foi por obra e graça do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), implementado em 2001 pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e duramente combatido pelo Partido dos Trabalhadores. Naquela época o Proer evitou não só o colapso do sistema financeiro nacional, como também barrou a fuga em cadeia de capitais dos bancos.
A realidade hoje é diferente, com o sistema bancário nacional ainda fortalecido e disciplinado. Mas a intensidade da crise, somadas as intervenções amadoras do governo no mercado, o rombo nas contas públicas, o descrédito do Executivo, a alta taxa de juros, a baixa arrecadação, a alta dívida interna e outros indicadores altamente negativos da economia, como a acelerada alta nas taxas de desemprego, ameaça o estouro da boiada.Uma vez desencadeado o pânico, a desordem segue processo autônomo e, por inércia, contamina todo o mercado.
Diz o filósofo de Mondubim que, se uma pessoa chamar você de cachorro, não ligue. Se duas pessoas chamarem você de cachorro, fique atento. Se três pessoas chamarem você de cachorro, arrume logo uma coleira. No plano externo, três agências de avaliação de risco dizem, em uníssono, que somos caloteiros. Houvesse agências internas de avaliação de risco, Lula, o governo Dilma e o Partido dos Trabalhadores seriam imediatamente identificados como os três principais fatores de ordem política que estão na origem e na intensificação da crise brasileira.
A frase que não foi pronunciada
“Minhas cóleras compensavam a arbitrariedade das leis que me escravizavam.”
Simone de Beauvoir
Última hora
» Gerson Camarotti dá em primeira mão que a presidente Dilma foi convidada pela colega do Chile, Bachelet, para um jantar no mesmo dia da reunião do PT. Para quem relutava em encarar aquela turma, pode até ser desculpa convincente.
SMLN
» Depois de rasgar o asfalto da rua do trecho 8 para instalação de nova rede, a Caesb largou a obra sem finalizar. Metade da rua é barro e poeira; a outra metade, asfalto.
Manutenção
» Por essas e outras é que os moradores têm se recusado em trocar os hidrômetros. A justificativa é manutenção, mas, se o hidrômetro funciona com perfeição, não há necessidade de troca. Há moradores que tiveram problemas
com o novo hidrômetro. A conta passou de R$ 200 para R$ 600. Um problema que não foi criado pelo consumidor, mas só ele pode resolver.
Consome dor
» No Lago Sul, são milhares de moradores prejudicados pelo rompimento de um duto. A primeira providência da Caesb foi pedir que os moradores racionassem a água. Certamente a conta não será racionada.
Portal
» Bom seria que o GDF disponibilizasse um portal da transparência para prestar contas à população sobre a gestão dos recursos.
História de Brasília
Os tripulantes presos são Adauti Sanches e José da Costa,
e ocuparam os apartamentos 108 e 110.
(Publicado em 1º/9/1961)