Senhores sem valia

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Divulgação / UNDP

 

Com a polarização exacerbada presente ainda entre nós, nossa guerra fria interna parece longe do fim, por mais que insistam em dizer o contrário. Num ambiente assim irresoluto, melhor lançar os olhos para longe, para alguns milhares de quilômetros daqui e colocá-los focados noutra guerra, essa mais real, até mais direta e com alvos específicos, na qual a morte e a destruição tabelam o preço a ser pago pela beligerância. Quem sabe, nesse conflito distante, possamos aprender algumas lições úteis para o futuro.

Neste mês, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia completou um ano. Período em que nem todo aparato do mundo civilizado, com sofisticação e o aplomb dos diplomatas tem conseguido resolver. Por isso mesmo, a diplomacia, com seus punhos de branca renda, cede lugar aos uniformes rudes dos militares. Soldados, aliás, que se matam uns aos outros, sem ao menos ter motivos e objetivos para tanto. A favor dessa guerra insana, temos pelo menos o fato de que o inimigo lá fora é conhecido e identificável em cada lado da fronteira.

Por aqui, o inimigo está camuflado nas redes, nos bastidores dos partidos e em outras altas instâncias, afirmando ser o que não é. Se nossa guerra é surda e feita no calar do oponente, lá fora, naqueles longínquos países, ela é estridente. Os canhões, esses modernos caixões blindados motorizados, rugem e clamam por mais conflito, convidando o mundo para entrar nesse baile macabro sem propósitos.

Longe do cenário da guerra, as indústrias de armamentos seguem fabricando seus obuses e toda a maquinaria bélica. A produção não para. Os indicadores de exportações nesse setor, estão apontando para cima. O dinheiro flui para esses empresários. Cada combatente caído representa mais e mais lucros. Talvez por isso mesmo as armas devam ser projetadas para matar em pequenas quantidades. De modo a fazer a guerra se estender ainda mais.

Uma bomba, do tipo nuclear, acabaria de uma vez com todo esse negócio que rende com a morte, cessando os lucros de imediato. Não que essa possibilidade não esteja na pauta e na cabeça desse pequeno Napoleão, graduado na escola da KGB. A Organização das Nações Unidas (ONU), outro sujeito indireto desse conflito, tem se revelada incapaz de manter o que ordena sua Carta, cessando esse conflito com respaldo do mundo moderno. E esse é também um outro perigo. Pensar que nem a ONU, com todo o seu poderio, prestígio e recursos, tem conseguido fazer o cessar fogo, o que aumenta o temor de que estamos sós ou na melhor das hipóteses andando e uma corda bamba sobre o precipício.

As armas atômicas, que ainda são multiplicadas, mundo afora, deram aos países que as possuem, razões para desprezar a paz. Pelo menos, nesse conflito específico, o mundo sabe de que lado deve ficar, mesmo que não assuma uma posição dentro das trincheiras. Dizer, como muitos o fazem, que esse é um problema distante e não nos diz respeito é um engano. “Nada do que é humano me é estranho”, ensinava Terêncio (195a.C-185 a.C).

Queiramos, ou não, essa é uma guerra de todos, se não pelos seus efeitos, porque nela morrem indivíduos, na sua maioria jovens, muitos deles parecidos e sonhadores como nossos filhos e netos. Prestar atenção nesse conflito pode nos ser útil. Quem sabe possamos aprender a inutilidade de todas as guerras e de todas as polarizações políticas. Nenhum desses velhos senhores, daqui e de além-mar valem o esforço de cisões e muito menos a vida de quem quer que seja.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“A democracia é mais vingativa do que os gabinetes. As guerras dos povos serão mais terríveis do que as dos reis.”
Winston Churchill

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

Novidade
No início de abril, o Hospital de Base deve estar com cozinha nova. Ao visitar o local, a governadora em exercício, Celina Leão, viu a necessidade de uma reforma substancial. Vamos acompanhar.

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília-20.6.2017

 

Para uns
Gastos com dívida consumiram 46,3% do Orçamento Federal em 2022. Imaginem os contribuintes quanto gastam para estar em dia com o governo local e federal. No cafezinho da Câmara, a questão era: afinal, pagar dívida é certo ou não?

Charge do Cazo

 

Quase 3 milhões
É impressionante como o jornalista Alexandre Garcia registra fatos constantemente não abordados na mídia tradicional. Veja, a seguir, o post importantíssimo feito nesta semana. Alexandre dá um exemplo da democracia que conhecemos. “Ao final deixe o gostei ou não gostei.”

 

História de Brasília

Os Institutos concordaram com a Prefeitura em pagar o ajardinamento das superquadras, e uma concorrência foi anulada. Esta, a razão de não ter sido iniciado o serviço. (Publicada em 17/3/1962)

Bucha de canhão

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Fluxo de aviões saindo da Rússia / Reprodução/CNN

 

         Ditaduras, por suas características políticas ruinosas, necessitam, tanto para a sua ascensão como para sua consolidação e prolongamento no tempo, de estratégias moldadas em mentiras e muita propaganda de governo, na qual a figura central do ditador vá ganhando uma presença cada vez mais absoluta, de modo a confundir o governo e, principalmente, o Estado, com o próprio mandatário.

         É do jogo e sempre foi feito dessa maneira, em todo o tempo e lugar. Mas até que essa ascensão se solidifique e se torne incontestável, é preciso ainda desconstruir e mesmo destruir todo o sinal de oposição, classificada agora como inimiga do Estado e do povo. Para dissimular ainda mais essa tirania, o substantivo “povo” passa a ser uma palavra corrente na novilíngua da ditadura, embora nada signifique de fato.

          Povo é sempre uma abstração política usada em nome de algo concreto e perigoso. Para confundir a opinião pública, outra abstração moderna, são realizadas eleições com toda a aparência e jeito de democrático. Por detrás dos biombos, a farsa se impõe, com a propaganda oficial anunciando os resultados quase unânimes do pleito em favor do mandatário. Diante de números como esses, todas as esperanças são poucas. É justamente junto ao povo que os ditadores retiram o combustível para suas façanhas, em forma de carne humana.

          É preciso carne para manter as fornalhas do poder absoluto aceso. Carne e sangue. A cumplicidade de muitos e a indiferença do mundo, dito civilizado, dão a permissão e o agrément para que tudo ganhe ares de normalidade, com o ditador sendo aceito e até saudado nas rodas de conversa e nos encontros internacionais. Ninguém, por medo ou diplomacia, ousa dizer que ali está um autêntico açougueiro de gravata e capital. Tem sido assim ao longo da história humana.

          Mesmo a modernidade, com seus fóruns internacionais, repletos de pessoas sofisticadas, mostra-se simpática e não ousa impedir ou contrariar a sanha desses novos Calígulas. A invasão da Ucrânia pelas forças de Putin não é uma disputa armada entre um Estado contra outro, mas uma guerra de origem pessoal, travada por um déspota contra uma outra nação livre e autônoma e que é arrastada para esse conflito por uma decisão absolutamente subjetiva desse mandatário, para dar continuidade a uma estratégia de permanência no poder que exige, em contrapartida, que haja um clima de guerra sempre presente.

         É na fornalha das guerras que os ditadores obtêm o combustível necessário para seus governos. A paz é contrária aos propósitos dos ditadores porque deixa tempo, de sobra, para as reflexões da sociedade, algumas de caráter contestador. Ocupados em guerrear, não sobra, às plebes, tempo para elucubrações do tipo democráticas. É preciso a marcha contínua dos canhões.

         Depois de literalmente mandar, para o moedor de carne da Ucrânia, mais de 100 mil jovens russos, que retornarão para suas famílias em forma de cinzas, armazenadas em latas de alumínio, o ditador paranoico, manda alistar, à força, mais 300 mil homens em idade produtiva para que sigam o mesmo destino.

         Cientes dessa morte anunciada, centenas de milhares de jovens fogem em direção às fronteiras para escapar do destino certo. Serão outros trezentos mil mortos a servirem de bucha de canhão, com suas carnes e entranhas transformadas depois em medalhas e condecorações militares douradas, a ornar o peito desse bravo facínora e de seus comandantes, mesmo sabendo que todos eles se mantiveram a milhares de quilômetros do front de guerra.

         Nessa marcha bélica contínua, depois da Ucrânia, outros países, necessariamente serão apontados como o alvo da vez, até que não reste nada a Leste e a Oeste.

A frase que foi pronunciada:

“O vosso povo que, daqui a poucos dias, celebra o aniversário da Revolução dos Cravos que também vos libertou da ditadura, sabe perfeitamente o que estamos a sentir.”

Zelensky, presidente da Ucrânia, em abril

Volodymyr Zelensky. Foto: Getty Images

 

Gestão

Não foi feito alarde sobre essa questão, mas os funcionários dos Correios que pagavam taxas mensais para tentar diminuir o rombo dos fundos de pensão, agora, com a gestão do General Floriano Peixoto, que estampou o maior rendimento em 22 anos (R$3,7 bilhões), recebem participação nos lucros da empresa.

General Floriano Peixoto e funcionários. Foto: ASCOM Correios

 

Homem político

Sr. Menezes, conhecido pela honestidade no trabalho de ajustes de portões elétricos no Lago Norte e arredores, estava contando que encontrou um candidato à Câmara Legislativa pedindo votos nos hospitais. Disse tudo o que iria fazer se conseguisse a reeleição. Menezes, homem experiente, foi direto. “Se tinha esses objetivos, por que não executou quando estava no poder?” O candidato deu as costas e Menezes viu que estava representado no sorriso dos presentes.

Charge: Nani

 

História de Brasília

Mas os moradores são cariocas, e às vezes fazem blague. Há luz aqui? Não sei! Só venho aqui de noite! (Publicada em 10.03.1962)

Napoleão de hospício

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          Nenhum homem é uma ilha, já ensinava o humanista e autor da obra “Utopia”, Thomas Morus (1478-1535). Do mesmo modo, pode-se inferir que nenhum país é também uma ilha, no sentido de estar apartado e exilado do resto do mundo. Principalmente, no contexto atual de forte globalização e interdependência, que força muitos países a se unir em blocos ou mercados comuns, visando não só a complementaridade de suas economias, mas, sobretudo, unir forças políticas visando uma relação mais equilibrada com outras nações. Desse modo, torna-se explícito que o isolamento de um país, na forma como vemos, por exemplo, na Coreia do Norte, ou mesmo em Cuba, é extremamente prejudicial ao pleno desenvolvimento humano de suas populações.

         Acreditar que os conflitos que ocorrem, a milhares de quilômetros daqui, não trarão reflexos imediatos e deletérios para os brasileiros, é pura ilusão. Antigamente, dizia-se, com razão, que se os Estados Unidos espirrassem, o Brasil, por sua dependência, logo teria uma pneumonia. Se o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, quando se acreditava que essa seria uma guerra curta e fácil para o poderio militar russo, já trouxe complicações para a importação de produtos como corretivos agrícolas para nossa lavoura, o prolongamento dessa luta, sua intensificação e o perigo iminente dela vir a atrair novos protagonistas, alastrando seus efeitos maléficos para uma generalização mundial, são altos e reais.

          Num mundo globalizado, o perigo de uma guerra ganhar dimensões planetárias é também considerável, ainda mais quando uma das partes desse conflito, por sua posição mais realista e diante de um impasse nessa guerra, ameaçar outros países com o emprego de armas de destruição em massa. Peritos e estrategistas, nesses jogos de guerra, em todo o mundo, têm alertado para a possibilidade real do emprego desse tipo de armas, dizendo que os russos não estão simplesmente blefando, mas preparando o cenário para esse próximo evento. Com isso, nossos problemas, quer queiramos ou não, reduzem-se ao tamanho de uma formiga, ante o perigo real da destruição do próprio planeta.

         Pouco podemos fazer, não apenas por nossa posição atual nas relações internacionais, conhecida como anões diplomáticos, mas pela pouca contribuição que poderemos dar para impedir que tudo vá pelos ares. Mesmo a posição do Brasil dentro do Bloco dos BRICS, torna-se irrelevante, pois, nesse xadrez, onde a posição de peças atômicas sobre o tabuleiro vão sendo estabelecidas, exclui naturalmente aqueles países que não dispõem desse tipo de armamento. O perigo nessa contenda é que pode não haver ganhadores, nem de um lado nem de outro, sendo que não há também um juiz nesse jogo capaz de impedir o avanço dessas peças. Mesmo organismos como a ONU são impotentes diante desse quadro. Fechar os olhos e ouvidos ao que ocorre nessa parte do globo talvez sirva de consolo, já que a experiência nos ensina a não preocuparmos com problemas que não podemos, por nós próprios, resolver. Nesses tempos confusos, independe de nós a possibilidade de o mundo vir a virar pó sob nossos pés e isso pode nos dar uma pequena noção do quanto somos frágeis e incapazes de controlar efeitos dessa natureza.

          Até mesmo fenômenos como as mudanças climáticas, com todo o seu potencial de destruição, parecem encolher diante de uma ameaça nuclear, levada a cabo por um único homem, pequeno em estatura física como Napoleão, e tão doido quanto os napoleões de hospício.

A frase que foi pronunciada:

“Nenhum homem é uma ilha. Mas alguns são península.”

Robin Williams

Robin Williams. Foto: GETTY IMAGES

 

Na terra

Na última década, o DDT foi proibido no Brasil. Mas, pelo fato de o rastro desse agrotóxico permanecer por 30 anos, os solos brasileiros continuam sendo estudados. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classifica o DDT no Grupo 2A – provável cancerígeno humano com base na indução de tumores hepáticos e aumento da incidência de linfomas em animais, e em evidências limitadas de linfoma não-Hodgkin e câncer de fígado e de testículos em seres humanos. A informação é da Divisão de Toxicologia Humana e Saúde Ambiental, da CETESB, agência do Governo do Estado de São Paulo responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição.

Charge: Arionauro Cartuns

 

Pés no chão

Estudo de Rodrigo Fracalossi de Moraes mostra, em sua conclusão, que a regulação de agrotóxicos, assim como as de vários outros produtos e serviços, não é um processo politicamente neutro. Regulações adotadas por governos não resultam apenas da influência de normas e conhecimento científico, mas também do poder relativo de grupos que ganham e que perdem com a regulação. A concepção de que existe algum tipo de regulação imparcial, proposta por comissões de experts e implementada por burocratas politicamente neutros é, portanto, ilusória.

Charge: noticiasdocamposttr.blogspot.com.br

 

História de Brasília

Abriram valetas para colocação de esgotos. Fecharam as valetas. Jogaram terra. Nenhuma placa indica o perigo, e a todo instante, um carro atola perigosamente. Ponham alguma indicação, por favor. (Publicada em 10.03.1962)

A morte do bom senso

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Foto: Sergei Supinsky/AFP/Metsul

 

        Já no segundo dia da guerra entre Rússia e Ucrânia, este espaço alertava para a urgência de providências no sentido de conter a poderosa máquina bélica de Putin, primeiro, através de uma possível declaração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estabelecendo a neutralidade de seu país nas questões entre Moscou e OTAN, a exemplo da Finlândia durante a guerra fria; por uma razão simples e imposta pelo pragmatismo político: a impossibilidade real da Ucrânia em conter um possível avanço da máquina de guerra russa. Segundo, para preservar a vida de cidadãos ucranianos, homens, mulheres, crianças e idosos, que seriam necessariamente alvos dos ataques russos. Conhecendo a belicosidade de Putin, essas seriam as melhores estratégias de um governante sensato, pois desmanchariam os argumentos do ditador para invadir o país vizinho.

        Não se trata aqui de pretensões em pousar de estrategista de guerra ou coisa parecida. A questão envolve o bom senso, um atributo que, em tempos de violência, desaparece como fumaça no vento. Agora, com o estabelecimento da guerra, ou mais precisamente, de um massacre sobre o povo ucraniano, principalmente sua parcela civil, parece tarde para recuar. Para complicar um problema que tende a crescer, o presidente ucraniano parece fazer o jogo que o Kremlin deseja, que é estender o conflito para toda a borda que margeia a Rússia, incluindo, nessa batalha, todos os países que faziam parte da antiga União Soviética.

        Ao apelar para que países como os Estados Unidos e a própria Otan entrem nesse conflito, o que o presidente Ucraniano está fazendo é acender o pavio para uma guerra generalizada em toda o continente Europeu, o que seria um prenúncio tenebroso para uma terceira e definitiva guerra mundial. É certo também que Putin e seus generais poderiam resolver a questão do cerco da Otan ao território russo estabelecendo um cordão de proteção armada ao longo apenas das fronteiras dos países limítrofes. Mas todas essas foram hipóteses lançadas na lata de lixo. De fato, ao açular os instintos bélicos de Putin, em nome de um patriotismo que sempre custa a vida da população local, Zelensky abriu as portas para o avanço dos russos sobre seu país.

        O mundo, que a tudo assistia e que também não acreditava numa guerra de fato, foi apanhado por um tipo de surpresa anunciada. O fato é que a Europa, que já enfrentou décadas de guerras sangrentas, teme a volta dos conflitos armados, que podem se espalhar para outros becos sem saída, preexistentes em seus territórios, como é o caso da questão das levas de imigrantes vindos da África e do Oriente, além da questão dos muçulmanos versos cristãos, ainda não resolvidas desde as Cruzadas.

        Mesmo as delicadas questões envolvendo os países Balcãs poderiam, em caso de uma guerra generalizada, voltar a incendiar todo o continente. Existe, de fato, um tênue equilíbrio político em toda a Europa que pode vir a ruir, caso haja uma escalada dos conflitos. O pavio de pólvora que poderia ser apagado nos dias que antecederam a invasão russa, não foi apagado a tempo.

        Agora, pelo desenrolar dos acontecimentos, a guerra parece que irá seguir seu curso natural, inflamando o continente e trazendo mais insegurança para todos os europeus, isso se as contendas ficarem restritas apenas à Europa. Caso outros protagonistas, como os Estados Unidos e a China, entrem nesse conflito, os rumos do planeta imbicam para um abismo sem fundo.

A frase que foi pronunciada:

O poder da palavra é ilimitado. Muitas vezes, uma boa palavra era suficiente para deter um exército em fuga, transformar a derrota em vitória e salvar o país.”

Emile de Girardin, Jornalista francês (1802-1881)

Emile de Girardin. Imagem: britannica.com

PNAD e IBGE

Nova pesquisa mostra que mais de 580 mil empresas do Brasil foram fechadas entre abril de 2019 e dezembro de 2021.

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Evento

Nos dias 12 e 13 de março, o repertório apresentado pela Orquestra Desarmônica de Brasília será John Williams. No CCBB, às 19h30, com entrada franqueada ao público.

Cartaz: ccbb.com

Equilíbrio e Contraste

Impedir o primeiro retorno das primeiras quadras pares do Lago Norte foi ótimo nos horários de pico, ou seja, no máximo por 4 horas por dia. Nas outras 20 horas, os moradores são obrigados a cumprir um percurso inútil.

Foto: comdono.com

Branda demais

Em breve, o Estatuto do Idoso será alterado pelo Projeto de Lei 154/22, que aumentará a punição para os crimes de negligência e apropriação indevida de bens, quando praticados contra pessoas com 60 anos de idade ou mais. A punição, que era de 2 meses a um ano de detenção e multa, passa para de 2 meses a 2 anos de detenção e multa. Muito pouco!

Autor — Foto: Marcelo Camargo/ABr (valor.globo.com)

Projeto Índia Amazônia

Nessa quinta-feira, o Centro de Ensino Médio 404 (CED 404), de Santa Maria, recebe o Projeto Índia Amazônia (PIAMA), em escolas e em unidades de Internação. A iniciativa incentiva a prática da leitura e debates sobre a Amazônia por meio de rodas de leitura poética e lúdicas com Chico de Aquino, escritor do texto “ÍNDIA AMAZÔNIA”. O Projeto será realizado por meio de um Termo de Fomento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), do GDF.

Foto: Rondineli Borges/Divulgação

História de Brasília

Quanto aos candangos, mesmo vivendo em invasões e em barracos de madeira estão em melhor situação que em suas terras de origem, onde a fome rondava seus lares hoje abastecidos. (Publicada em 18.02.1962)

Indústria bélica patrocina a guerra

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Foto: Deutsche Presse-Agentur GmbH

 

Tecer comentários sobre qualquer outro assunto que não seja esta famigerada guerra que o czar da Rússia, ou seja, o Napoleão de hospício, pôs em marcha contra a vizinha Ucrânia, parece embaralhar a prioridade das coisas, pondo uma crise humanitária, sem precedentes no mundo atual, a reboque de outros problemas menores e até menos urgentes.

Mesmo sabendo que o mundo, por sua configuração no cosmos, não pode parar, as consequências para a população civil local, provocadas por esse conflito, são imensas e devem concentrar a atenção do planeta, sob pena de nos tornarmos insensíveis ao que ocorre com nossa própria espécie.

Quer queiram, ou não, somos uma mesma família, abrigada neste planeta que vai sendo, irremediavelmente, exaurido, sob nossos pés, e essa é a mais importante tarefa que cabem aos líderes mundiais atualmente, e não a perpetuação de guerras, uma atividade que estamos empenhados desde o surgimento das primeiras civilizações sobre a Terra.

Pudessem essas querelas armadas serem arbitradas num tribunal internacional isento e peremptório, por certo, o veredito final apontaria a existência de um conjunto de culpabilidades, distribuído para os dois lados, tanto para o Ocidente quanto para o Oriente, em iguais proporções e com iguais penalidades.

De fato, para aqueles que se dispuserem a buscar mocinhos nessa guerra, em ambos os lados, não os encontrará com facilidade. Os únicos que, em todo esse conflito, podem ser aponta dos como totalmente isentos de culpa são as populações, com postas por homens, mulheres, crianças, idosos e enfermos, que nada fizeram para serem triturados no maquinário bélico que promove essa carnificina.

A rigor, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o Kremlin deveriam se sentar no banco de réus, assim como todos os países, que, direta ou indiretamente, açularam o conflito armado. Quem azeitou a máquina de guerra de Putin, pondo-a em marcha contra seus conterrâneos, foram os generais do Ocidente, em conluio com a classe política dirigente de vários países, tendo, na retaguarda o enorme complexo industrial de armamento.

A produção recorde de armamentos, cada vez mais letais e cirúrgicos, necessita ser posta para funcionar na prática. Pudessem ser exibidos à luz do dia, veríamos que os principais patrocinadores dessa guerra fratricida é a indústria bélica, de ambos os lados das trincheiras. E pensar que a macabra tecnologia que fabrica esses moedores de carne humana é desenvolvida por ex-alunos das melhores universidades do planeta, sendo que muitas dessas máquinas da morte são financiadas graças aos impostos pagos pela população civil.

Nas mãos de celerados, essas tecnologias mortíferas acabam promovendo o show de horrores que as emissoras de TV transmitem ao vivo e a cores. Ironia tétrica é observar que os alvos dispostos para receber os tiros certeiros dos mísseis de última tecnologia, orgulho da capacidade bélica de um povo, são justamente casas de civis, escolas, hospitais, praças, igrejas e outros monumentos construídos para celebrarem a vida em comunidade e a paz entre as pessoas. O que o mundo assiste agora em tempo real é ao show da morte, um oferecimento dos coveiros de sempre.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma das coisas agridoces de envelhecer é perceber o quanto você estava enganado quando era jovem. Como jovem esquerdista político, eu via a esquerda como a voz do homem comum. Nada poderia estar mais longe da verdade.”

Thomas Sowell

Thomas Sowell. Foto: Divulgação

 

Aproveitamento

Mesa Brasil é um programa patrocinado pelo Sesc, que ensina as donas de casa a aproveitar toda a comida, frutas e cascas. Em tempos de guerra, é uma dica preciosa. Veja no link: O MESA BRASIL SESC.

 

Juntos

Num esforço concentrado, desta vez, pela Liga do Bem, o Senado arrecadou 35 toneladas de doações para Petrópolis. Clique aqui para acessar a matéria elaborada pela Casa.

 

Imundice

Está na hora de a Vigilância Sanitária dar uma volta pelas asas Norte e Sul. Vai ter muito trabalho.

 

Inodora, incolor e insípida?

Mais uma vez, as imagens registram o descaso da Caesb com os moradores do Setor de Mansões do Lago Norte. Moradores gravaram a cor da água servida, sem concorrência, pela companhia.

 

História de Brasília

Não sei o que dirão depois disso, os senhores Mauricio Joperte Gustavo Corção, mas já era hora de dar a mão à palmatória. (Publicada em 18/02/1962)