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ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Com a posse do novo presidente, em janeiro de 2019, dezesseis anos terão se passado desde que o primeiro ex-operário subiu a rampa do Palácio do Planalto. Com Lula, chegaria também ao poder o primeiro governo de orientação esquerdista. Dessa experiência histórica, desejada por muitos que ainda creditavam esperanças de igualdade plenas nessa vertente política ficou, ao lado de uma grande decepção, a constatação de que o país havia retornado ao fundo do poço, depois de ser brevemente resgatado pela engenharia econômica do Plano Real.
De lá para cá, o Brasil foi do céu ao inferno num átimo. O que restou, talvez, de mais proveitoso dessa experiência frustrada foi o aprendizado de que honestidade e eficiência na gestão do Estado não são atributos exclusivos dessa ou daquela matiz ideológica, mas advém unicamente da escolha livre e sensata de brasileiros conscientes da importância do voto.
Hoje, num balanço rápido, o que temos, além do encarceramento da cúpula que governou o país e da mais profunda depressão econômica já vivida pelos brasileiros, são dúvidas e incertezas sobre os destinos do país. Das inúmeras consequências negativas dessa experiência que se quis “revolucionária” nos moldes dos anos sessenta, ficaram os 14 milhões de brasileiros de todas as idades que vagam pelas cidades em busca de empregos, o desmantelamento das instituições, a descrença geral nas elites dirigentes e talvez a mais nefasta de todas as heranças, que é a desesperança dos jovens no futuro do país.
Experiências vindas de outras partes do globo em outras épocas ensinam que qualquer país que assiste à debandada de sua força jovem sofre muito mais para recuperar sua pujança e encontrar os trilhos da história. Nesse sentido, quando uma pesquisa de opinião chega a constatar que, se pudessem, 62% ou quase 20 milhões dos jovens brasileiros iriam embora do país em busca de novas oportunidades e qualidade de vida, o que se tem, em números expressivos, é o retrato, sem retoques, de um processo de profunda desilusão que tomou conta das nossas novas gerações.
Essa situação se agrava ainda mais quando a mesma pesquisa, feita pelo Datafolha, demonstra que mesmo a população adulta, que já fincou raízes econômicas no país, nada menos do que 43%, expressaram desejo de também deixar o Brasil. Para muitos nacionais, esse desejo não ficou apenas na intenção. O número de pedidos nos consulados e embaixadas de países como Estados Unidos, Espanha, Chile, Canadá, Portugal entre outros países, não param de crescer e já somam milhares de pessoas que voluntariamente almejam ir embora, em busca de uma nova vida em um lugar mais tranquilo e promissor.
Essa vontade manifestada por milhões de conterrâneos de deixar tudo para trás, virando estrangeiro, num país longínquo é, sem dúvida, a mais patente e perniciosa consequência advinda da experiência vivida por todos nós, a partir de 2003, e que ainda hoje rende seus frutos amargos e dissolutos.
A frase que foi pronunciada:
“Em Portugal quem emigra são os mais enérgicos e os mais rijamente decididos; e um país de fracos e de indolentes padece um prejuízo incalculável, perdendo as raras vontades firmes e os poucos braços viris.”
Eça de Queirós
EPPR DF005
Inventaram um setor de oficinas que de oficina não tem nada. São galpões às margens da pista norte antes de chegar ao Paranoá. A Agefiz precisa ver o estrago que estão fazendo por ali. Derrubando as árvores, carregando as toras. Dezenas de tratores em jornada plena. Nova invasão com total liberdade e certeza da impunidade.
Na terra dos concursos
Vejam duas entrevistas feitas na Enap bastante importantes. A primeira com a doutora Ketlin Feitosa Scartezini, sobre Gestão e Tecnologias Ambientais. Ela é assessora-chefe de Gestão Socioambiental do Superior Tribunal de Justiça. A outra entrevista é com o subsecretario de Compras Governamentais do GDF, Leonardo Rodrigo Ferreira, que fala sobre os conceitos dos modelos de compras públicas.
Acima do Peso
Os dados são alarmantes. De acordo com Luiz Fernando Córdova, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a obesidade é uma realidade para 18,9% dos brasileiros. “Já o sobrepeso atinge mais da metade da população (54%). Entre os jovens, a obesidade aumentou 110% entre 2007 e 2017. Esse índice foi quase o dobro da média nas demais faixas etárias (60%)”, destaca Luiz Fernando.
Sina
Como os canais brasileiros de TV aberta pertencem ao Estado, o mínimo para as concessões deveria ser o caráter educativo. Infelizmente, não é o que acontece. A baixaria é tanta, a qualidade dos programas é tão sofrível, que além de transporte particular por falta de mobilidade, escolas particulares por falta de condições de ensino nas públicas, planos de saúde por falta de hospitais públicos decentes, o consumidor, eleitor e cidadão brasileiro é obrigado a pagar por canais fechados para poder se distrair um pouco.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A situação no Rio é simplesmente alarmante. Falta água, falta feijão, falta carne, falta energia elétrica, e falta governo. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
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Numa listagem de 180 nações, elaborada pela Transparência Internacional no início desse ano, o Brasil aparece no nada honroso 97º lugar, misturado entre os países mais corruptos do planeta. A cada ano, nosso país vem caindo de posição, descendo a perigosa escada onde estão as mais problemáticas nações do globo.
Diversas operações levadas a cabo pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, nesses últimos anos, têm tido o condão de mostrar, ao mesmo tempo, o quão profunda e entranhada é a corrupção no Estado brasileiro e o quanto temos ainda que avançar para deter essa praga que nos mantém presos a um passado de subdesenvolvimento eterno, caminhando na rabeira do mundo civilizado.
Mas afinal, o que isso tem de importância? Perguntariam os cínicos, depois de apontar que somos ainda uma das dez maiores economias do planeta. Talvez não custe enfatizar ainda que o fenômeno da corrupção é hoje a principal causa, entre nós, das desigualdades sociais e dos péssimos serviços públicos que são prestados à população, induzindo ainda a violência exacerbada que tomou conta de nossas principais cidades, deteriorando as economias locais, afastando investidores, degradando o meio ambiente, desempregando e levando à marginalidade populações inteiras, roubando, acima de tudo, o futuro dos brasileiros.
Se já não fossem poucos os malefícios gerados pela corrupção, o mais assustador é constatar que ela permeia praticamente todas as instituições e poderes do país e tem, na sua elite dirigente, os maiores exemplos negativos dessa prática, já tornada costumeira em todas as instâncias do governo.
Embora não exista uma fórmula ou metodologia para medir, com exatidão, a corrupção de um país, é fato que, sentido na pele pela população e confirmado pelas inúmeras investigações, comprova uma clara correlação entre esses atos ilícitos e a prática corrente de atividades criminosas de todo o tipo, dentro e fora do governo.
Mesmo se comparado a outros países desenvolvidos, no Brasil, o índice de corrupção aumenta ainda mais essa percepção geral de que o país caminha numa trajetória descendente; é justamente a falta de transparência. Nesse quesito, estamos na 80ª posição entre 137 nações, segundo o Fórum Econômico Mundial. No nosso caso específico, é patente que a corrupção tem arruinado, por séculos, qualquer chance de desenvolvimento econômico.
De fato, o que parece agravar nosso caso, é que a medida em que vamos retrocedendo e, por conseguinte, ficando mais pobres, vamos ficando também mais abertos à corrupção, num ciclo sem fim e cujo o resultado final acaba por contaminar a própria população que passa a aderir a esse jogo sujo com naturalidade.
Portanto, não seria demais salientar que a medida em que a corrupção vai corroendo a máquina do Estado por dentro, mais e mais essa ferrugem ética acaba por extrapolar, envolvendo toda a nação na mesma lama, tornando inviável o próprio Brasil.
A frase que foi pronunciada:
“Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam com a outra. Antes se negam, se repulsam mutuamente. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.”
Rui Barbosa
Dia especial
Muito carinho dos leitores, hoje, no aniversário do titular dessa coluna. Ari Cunha agradece, comovido, as manifestações dos amigos.
Vôlei de praia
Brasília está pronta para receber a 3ª etapa do Circuito Brasileiro Challenger. Medalhistas olímpicos e novos talentos abrilhantarão o evento gratuito à população. Até domingo, no Parque da Cidade.
Mercado de trabalho
Passados cinco meses com o índice de empregados no mercado formal caindo vertiginosamente. Menos 661 postos de emprego.
Babá
Por falar nisso, cumpridores das obrigações sociais dos empregados domésticos exigem mais qualidade e capacitação. Acrescente-se o desemprego e o resultado é: pedagogas, até com mestrado, procuram emprego de babá, recebendo muito mais do que paga uma escola, considerando uma classe com 20 crianças e uma casa com apenas 1 criança. Novos tempos.
Curso humanizado
Novamente, um policial agredindo gente trabalhadora. Nessa crise, não são os que lutam para sobreviver dignamente que merecem esse tipo de tratamento. O fato aconteceu novamente na Rodoviária do Entorno, no centro da capital. Com celulares, uma atitude dessa é imediatamente registrada por qualquer transeunte. Policiais estão com os nervos à flor da pele. Precisam de reciclagem!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O primeiro passo para reestruturar, seria a unificação de todas as campanhas ligadas ao Ministério da Educação, para o combate ao analfabetismo, que dentro de cinco anos poderá ser reduzido ao mínimo, com a aplicação de recursos da ordem de 160 bilhões de cruzeiros. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
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Mesmo que haja alguns exageros ou má vontade por parte dos pesquisadores americanos da Expert Market, uma empresa de análise situada nos Estados Unidos, que, em levantamento feito em 74 dos principais centros urbanos do mundo, apontou Brasília como um dos 10 piores sistemas de transportes público do mundo, ainda assim, o estudo deve ser levado a sério pelas autoridades e merecer uma revisão detalhada desse importante serviço.
Se for levada em conta apenas a opinião dos usuários, sem dúvida, o sistema público de transporte será alvo de inúmeras críticas, talvez até mais ácidas do que as apresentadas pelos pesquisadores norte americanos. Excetuando os próprios usuários diários do sistema, a Secretaria de Transportes conhece bem os principais problemas que tornaram a capital deficitária no transporte de massa.
De fato, o que os pesquisadores não levaram em consideração, até por desinformação, e que é uma das principais causas que conduziram o sistema à exaustão, é justamente a questão do inchaço populacional sem precedentes que a capital passou a experimentar. O aumento no número de habitantes, decorrente direto da emancipação política feita à toque de caixa para beneficiar grupos poderosos da capital, provocou um colapso não só nos sistemas de transporte, mas em todos os serviços públicos, como saúde, educação, segurança, moradia, falta de infraestrutura, congestionando a circulação viária e exigindo, da noite para o dia, que o GDF tomasse medidas urgentes para contornar a crise provocada pela explosão demográfica desordenada.
Dessa forma, enquanto não forem devidamente resolvidos o problema do inchaço populacional, toda e qualquer medida visando à melhora nos serviços públicos, sejam quais forem, a demanda, exacerbada e sem previsão, tornará inócua qualquer reforma ou melhoria nos sistemas.
O pior é que essa situação de degradação nos serviços públicos foi alertada por vários urbanistas e pessoas responsáveis e que conhecem a fundo a capital desde seu nascimento.
Mas a insensibilidade dos políticos locais, movidos, como sempre, a interesses particulares e a ganhos imediatos, acabou por conduzir a moderna capital do Brasil à mesma situação que aflige hoje todas as grandes cidades brasileiras. Com certeza, se for analisada a prestação de outros serviços públicos, pela lupa da Expert Market, sem dúvida alguma os setores da saúde, da educação e da segurança, para ficar apenas nessas áreas, merecerão reprovação, sendo, sem susto, colocados nos últimos lugares nos rankings mundiais.
O que se constata e que salta aos olhos é que o problema não está precisamente na prestação dos serviços públicos, que outrora eram excelentes na capital, mas na maneira como ainda deixamos nossa cidade entregue àqueles que não têm amor e compromisso sério com essa terra e sua gente.
A frase que foi pronunciada:
“Vários parlamentares em Brasília estão usando ternos caríssimos, feitos sob medida… provisória.”
José Coutinho, na Internet.
Arte
Um sucesso a mostra Esfero-Gráfica de Julien Gorovitz, um gênio que ainda não deixou Brasília. Veja os detalhes no blog do Ari Cunha.
PT
Quem está vibrando com a candidatura da filha é o jornalista Nonato Freitas: Rebeca, que acaba de alcançar a maioridade. Rebeca Gomes é a pré-candidata a deputada federal mais nova do Brasil. Estudante do curso de História, na UnB, onde lidera um movimento em defesa do empoderamento da mulher no cenário político e cultural do país, ela participa neste sábado, no Rio de Janeiro, do projeto Elas por Elas, evento que reunirá, em dois dias de debates, todas as candidatas negras do Partido dos Trabalhadores. “Eu ainda acredito que a política é o espaço que o povo possui para ser representado”, diz Rebeca, cheia de esperança no futuro político do país.
Fim do mês
Por falar em petista, um grupo de militantes promete que fará greve de fome, no fim do mês, em protesto contra a prisão de Lula. Os manifestantes acamparão em Brasília e tentarão sensibilizar o Supremo Tribunal Federal.
Nome
Fica a cargo de Mauro Benevides Filho, a formulação do programa de governo do candidato Ciro Gomes na área econômica.
Na rede
No Maranhão, a PF descobriu que uma lan house era utilizada para a prática das fraudes em celulares de autoridades e familiares. O incrível nessa história é que há contas bancárias para o depósito com todo tipo de identificação dos donos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Colegiado deve tomar conhecimento deste fato, para evitar que perseguições a funcionários venham prejudicar o desenvolvimento do trabalho. (Publicado em 25.10.1961)
ANS e demais agências reguladoras estão distantes da população
ARI CUNHA
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Criada no ano 2000, pela Lei 9.961, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) surgiu justamente para regular um setor da economia brasileira de planos e seguros de saúde que, ainda hoje, é considerado um dos maiores sistemas privados de saúde do mundo. A grosso modo, a tarefa da ANS foi fazer valer o que já dispunha a Lei 9.656, promulgada dois anos antes, e que representou um dos principais marcos regulatórios do setor de saúde suplementar.
Com o advento dessa lei, os planos privados de assistência à saúde no país foram obrigados não só a garantir atendimento aos seus beneficiários, mas a apresentar contratos mais claros para os consumidores, ampliando os serviços de assistência prestados e pondo fim a livre cobertura assistencial, aos reajustes abusivos e aos períodos de carência, como era prática corrente. Com isso, aumentou significativamente o número de brasileiros que passaram a aderir aos planos privados de saúde, uma vez que o sistema público, apesar dos bilhões de reais investidos, nem de longe consegue atender, com o mínimo de qualidade, a população brasileira.
Se existe motivo para comemorar os ajustes feitos pela Lei 9.656, o mesmo não se pode dizer hoje da criação da ANS que veio em seguida. Essa Agência, como as demais, pensadas para ser o braço avançado dos consumidores junto ao Estado, contra os abusos e a ganância do mercado privado, sofreram, ao longo dos governos petistas, uma forte ingerência política, visando aparelhar seus quadros com prepostos, organicamente posicionados, fato esse, que acabou por provocar profunda descaracterização dessas importantes instituições.
Hoje não é novidade para ninguém que a maioria dessas Agências funcionem mais no sentido de fazer prevalecer os interesses de grupos poderosos de pressão, dentro do Estado e do mercado privado. A população, como é frequente no Brasil, vem a reboque, apanhada sempre de surpresa com medidas que a penalizam em favor das muitas empresas que operam no país.
Assim é nas questões dos combustíveis, da aviação, da energia elétrica, da água, da telefonia e não é diferente com a saúde. Assim é que em junho desse ano a ANS anunciava, pela resolução nº 433, novas regras para a cobrança da chamada coparticipação e de franquia em planos de saúde. Por essa nova normativa os pacientes dos planos, com novos contratos, em claro atendimento às reivindicações das empresas, deveriam pagar 40% de cada procedimento realizado.
A situação, de tão esdrúxula, chamou a atenção inclusive da adormecida Ordem dos Advogados do Brasil, que enviou pedido de suspensão da referida resolução ao Supremo Tribunal Federal. No pedido a OAB afirma: “A lei que cria a ANS determina que ela fiscalize o setor visando à proteção e à defesa do consumidor. Claramente ela se desviou de sua finalidade.”
Por seu turno, a ministra Cármen Lúcia, que está no plantão do STF, em seu deferimento ao pedido da OAB, anotou: “A saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro. Direitos conquistados não podem ser retrocedidos sequer instabilizados.”
Obviamente que o despacho da presidente do STF, em consonância com o pedido da OAB, é como uma flecha a atingir o coração da ANS, pondo a nu a atuação dessa agência, que, como as demais agências, se desviaram de suas funções, metas e missão, ficando a léguas dos interesses da população brasileira.
A frase que foi pronunciada:
“Era só o que faltava. Além de pagar altíssima mensalidade, a ANS quis equiparar plano de saúde com as seguradoras de automóveis. Uma taxa para cada consulta e para cada procedimento médico. A OAB foi a voz do consumidor, já que a ANS se tornou a voz dos planos de saúde. ”
Esther Ribeiro, consumidora.
Honra ao mérito
Maestro Emílio de César faz parte da vida dos músicos da cidade. Tanto instrumentistas quanto cantores. Todos que já trabalharam com ele reconhecem o trabalho sério e dedicação à profissão.
Cuidados
Marinalva Dantas já libertou mais de 2.500 trabalhadores em situação análoga à escravidão. Depois de encontrar mais de 50 crianças e adolescentes em trabalho irregular, a coordenadora do Grupo Móvel, Auditora-Fiscal do Trabalho Marinalva Dantas, disse que a diminuição no número de casos aponta para uma melhor articulação dos órgãos que compõem a rede de proteção à criança e ao adolescente e de enfrentamento ao trabalho infantil. “Mas o cenário em Boa Vista ainda é bastante preocupante em razão do fluxo migratório proveniente da Venezuela, país limítrofe com Roraima, que enfrenta grave crise econômica e política. ”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os. Aracaty Marques Ferreira está usando dois pesos e duas medidas na delegacia do Iapfesp. Funcionários que foram ao Rio, permaneceram quase meio mês, receberam vencimentos integrais. Outro, que ficou em Brasília, teve dias cortados, porque trabalha na TV Brasília, onde temos um programa, e onde comentamos as irregularidades do IAPFESP. (Publicado em 25.10.1961)
ARI CUNHA
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Não precisa ser clarividente para perceber que alguma coisa excessivamente errada vem tomando vulto nesses últimos anos e, por conseguinte, coloca sob ameaça não apenas nossa ainda jovem democracia, mas o próprio Estado de Direito, solapando a credibilidade das instituições e podendo levar o país à uma espécie de caos social de difícil mensuração.
Trata-se aqui de uma crescente onda de perseguições, xingamentos e ameaças que começaram a ser disparadas em todas as direções, vindas de todas as partes e que primeiro teve como alvo os políticos em geral, mas que agora se espraiaram para todas as autoridades do país. O pior é que nesse festival de bestialidades também se observa xingamentos e ameaças feitas diretamente entre membros da cúpula do Estado.
Não raro, o que se vê da tribuna do parlamento federal é deputado e senador desfechando impropérios, até de baixo calão, contra membros do governo. Ameaças veladas voam de parte a parte deixando a nação num suspense e numa expectativa de que esse vendaval de trocas de insultos e imprecações venha a resultar num desmanche moral e ético das instituições, levando o país ao descontrole e ao caos.
Usando das prerrogativas do direito à palavra, políticos de todas as matizes ideológicas não poupam ninguém. Os ataques pessoais contra a honra e a dignidade das pessoas são ouvidos a cada instante não só dentro do parlamento, mas na troca de mensagens, nas redes sociais e nas páginas de jornais. Há pouco, uma deputada do PTB, alijada da possibilidade de assumir o comando do Ministério do Trabalho, chamou um ministro do STF de vagabundo.
Aliás, com o aprofundamento das investigações e condenações, os membros da Suprema corte vêm sendo sistematicamente ameaçados, sendo que um, particularmente, pediu à Polícia Federal segurança para si e para seus familiares. Outro parlamentar chegou a sugerir que a população pegasse em armas para defender um membro de seu partido preso.
Nesse festival de insanidade, até membros das Forças Armadas ameaçam pegar em armas e restaurar o intervencionismo militar. De fato, a instabilidade dos ânimos já instaurou o caos nas instituições e desse ponto se irradiou para a sociedade. Nesse sentido, tem sido cada vez mais constante, os ataques feitos por populares a figuras de destaque do mundo político e jurídico. Esses episódios de cólera contra o establishment ganharam as ruas e, não raro, tem ameaçado praticamente todas as autoridades do país.
Político ou outro membro qualquer da cúpula do Estado, apanhado desprevenido andando em lugares públicos, corre riscos sérios de ser xingado e ameaçado de toda a forma. Na verdade, esse desapreço e animosidade pelas autoridades brotaram das revelações que vieram a público sobre o comportamento dessa elite, envolvida nos mais escabrosos casos de corrupção e de desvio de recursos públicos.
Além dessas malfeitorias, a nação passou a se inteirar melhor das infinitas mordomias e benesses dessas classes privilegiadas, transformando o que era só um descontentamento e desilusão em raiva e agressões.
Visto de longe, e de modo imparcial, o que se pode concluir é que ninguém, nessa barafunda em que vai se transformando o país, tem razão absoluta, ninguém tem culpa completa. Se os políticos estão aí, foram levados pelo voto dado pelo povo. Isso, se as urnas forem invioláveis. Afinal esse é o grande balaio de gatos chamado Brasil.
A frase que não foi pronunciada:
“A crise teria essa vantagem. Mostrar à população quem são os maus e bons políticos. Acontece que no Brasil, também há maus e bons eleitores. Os que aceitam favores, que brincam com o voto, ao lado dos que pensam além do próprio umbigo, pesquisam sobre os candidatos. Isso sem falar nas urnas eletrônicas, que despertam desconfiança de experts em informática. Sair dessa crise vai ser difícil.”
Comentário imaginário publicado nesta coluna, no dia 29 de outubro de 2018
Agenda positiva
Guilherme Tavares da Costa, Esdras Augusto Nogueira Filho, Eliana Moura de Souza, Sergio Mattos Bacelar, Débora de Carvalho, Diazul de Xinema Produção e Artes, Alice Freire, Maria do Socorro Silvestre Maia e Tânia Fontenele e Wesley Gondim Gonçalves foram os candidatos selecionados para participação da Edição 2018 do DocMontevideo. Um evento estratégico de divulgação nacional dentro do Programa Conexão Cultura DF.
Combate saudável
Em época seca, é comum aparecerem os escorpiões. Quem mora em casa e tem receio de usar veneno pode adotar uma galinha. Elas adoram escorpiões.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
É uma medida que só merece apoio, para que não haja especulação e uso imoral de um imóvel que foi alugado a um preço, e é sublocado com lucros fantásticos, aproveitando a dificuldade de habitações em Brasília. (Publicado em 25.10.1961)
ARI CUNHA
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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, já ditava o bardo português quinhentista, Luís de Camões. Com isso, mudam-se os costumes, quer concordemos ou não. As gerações que estão tendo a oportunidade de assistir a passagem do século XX para o XXI, incluídos aí os chamados baby boomers, ou seja os nascidos após a 2ª Guerra Mundial, experimentaram, mais do que qualquer outra geração, rápidas e profundas transformações na sociedade, principalmente no Ocidente.
Essas mudanças são em número tão acentuado e tão velozes que, não raro, nos surpreendemos com nossa capacidade em aceitar, com facilidade, ou refutar, veementemente, essas novas alterações em nossa vida. De fato, ainda está longe de estar completamente pacificado, entre nós, a aceitação da união civil de pessoas do mesmo sexo.
Diversos fatores parecem concorrer para esse fato, como a nossa formação em uma sociedade ainda impregnada pelos ditames e costumes conservadores do paternalismo e da religião. As questões relacionadas a gênero e sexualidade têm agitado nossa sociedade. No Brasil, o movimento LGBT veio na esteira de outras manifestações como o feminismo e o próprio movimento negro, que lutavam para sair do gueto dos preconceitos de toda a ordem, ainda durante a ditadura militar.
De lá para cá, houve alguns avanços, principalmente na elaboração de leis visando estabelecer normas aceitas juridicamente, todas elas reforçadas pelos Direitos Humanos. Trata-se ainda, para a maioria dos brasileiros, principalmente os mais velhos, de uma questão, para dizer o mínimo, controversa. Vivêssemos sob o regime de leis consuetudinárias, ou com base nos costumes, a questão dos homossexuais ainda seria um enorme tabu.
Como não houve ainda uma ampla consulta à população sobre o assunto, esclarecendo pontos essenciais de uma matéria tão sensível, fica a questão no limbo entre o que proclama a Constituição em seu art. 5º que diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” e a aceitação, comprovada, por parte da maioria da sociedade.
Diante de uma questão que ainda gera muitos debates, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou, nessa semana, ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra a Lei 6.160/2018, de autoria do deputado distrital, Rodrigo Delmasso, aprovada na Câmara Legislativa, que estabelece uma espécie de “Estatuto da Família”, definindo, entre outras normas, que “família é união entre homem e uma mulher”, excluindo desse núcleo outros arranjos familiares, como casais LGBT.
Entende o MPDFT que essa norma afronta os princípios constitucionais da isonomia, da igualdade, da dignidade da pessoa humana, da liberdade individual, da proibição de discriminação e da vedação ao retrocesso, além de contrariar tratados de direitos humanos do qual o Brasil é signatário.
Para o MPDFT, a referida lei é um retrocesso também no reconhecimento aos direitos às políticas públicas como moradia, alimentos, a benefícios previdenciários já garantidos pelo Estado. Quando essa Coluna foi fundada, no início dos anos sessenta, tal discussão não seria, sequer, tratada. São outros os tempos, temos que admitir.
A frase que foi pronunciada:
“Quando nos preocupamos com as nossas famílias e as suas necessidades, quando entendemos os seus problemas e esperanças, (…) quando se apoia a família, os esforços repercutem-se não só em benefício da Igreja; ajudam também a sociedade inteira”.
Discurso do Papa Francisco dirigido aos Bispos do Sri Lanka, no dia de maio de 2014.
Biruta
O deputado Júlio Delgado, vice-líder do PSB na Câmara, disse que a divisão do partido em relação ao apoio ao pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, é lamentável. Com os pés no chão, reconheceu que Lula é inelegível e disse que esse tipo de comportamento se iguala a uma biruta de aeroporto, que se comporta sem um norte.
Publicidade
Com tanta tecnologia, o Ibram deveria postar um vídeo ensinando compostagem e lixo seletivo. O último curso que fizeram sobre os assuntos foi um sucesso. Mais educação produz menos lixo. Mais ação ao Centro de Práticas Sustentáveis, que fica nos Jardins Mangueiral, seria o ideal. O diretor-adjunto do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Paulo Celso dos Reis, doutor em desenvolvimento sustentável, é um entusiasta em relação às práticas que protegem o meio ambiente.
Contrapartida
Nenhuma contrapartida é exigida de quem recebe o Bolsa Família. Agora, 13,7 milhões de famílias receberão reajuste de 5,74% no valor. Maria do Barro, que foi secretária de Assistência Social do DF, não admitia esse tipo de paternalismo. Quer receber tijolos? Então me ajude com as telhas. E todos a respeitavam e valorizavam o que recebiam.
Absurdo
Depois de receber a orientação da ouvidoria do DFTrans (3042-0419), a passageira foi até a Rodoviária, entrou na longa fila para fazer o Bilhete Único para a mãe. As informações dadas conferem com o que diz o portal. Como não há identificação alguma no cartão, bastava levar a identidade, CPF e R$ 10 para colocar o primeiro valor. Ao chegar no guichê 3, a informação dada pela Loyane foi diferente. Não era possível fazer o cartão do Bilhete Único para terceiros. Nenhum supervisor para esclarecer o desencontro de informações. Falta de respeito total ao cidadão.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Está havendo moralização, mesmo, na questão do uso de apartamentos. As autoridades estão encontrando irregularidades tremendas, inclusive de funcionários vivendo à custa de aluguéis altíssimos.
Vários desses “senhorios” serão despejados nestes próximos dias, como, igualmente deputados que cederam ou alugaram os imóveis por preços várias vezes superiores aos aluguéis do GTB. (Publicado em 25.10.1961)
ARI CUNHA
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Soubessem os candidatos à presidência da República o tamanho das adversidades que terão pela frente ao herdar um país, literalmente falido, talvez pensariam duas vezes antes de se lançar em campanha. 2019 será, na previsão de todos os economistas, um ano ainda mais complicado para as finanças públicas. Mesmo a tradicional boa vontade com que a população, normalmente, recebe os recém-chegados ao poder, poderá sofrer um revés. Problemas represados, e que tomaram volume surpreendente no governo anterior de Dilma/Temer, ameaçam romper em avalanche, tornando nebulosas todas e quaisquer previsões para a economia do país, não apenas no próximo ano, mas ao longo de todo o mandato do próximo chefe do Executivo, seja ele quem for.
Para piorar uma situação que em si já será ruim, os impactos profundos deixados pela greve dos caminhoneiros não estão, nem de longe, amainadas, quer pelas concessões feitas pelo governo para a categoria, que muitos consideram absurdas, quer pelos prejuízos imensos que essa paralisação causou para a economia do país e que ainda não foram devidamente contabilizadas. Surpreende que, diante de um cenário de crise dessa magnitude, os parlamentares, de olho apenas no horizonte das próximas eleições, tenham ainda aprovado, em toque de caixa, uma série de projetos (pauta bomba) que aumentarão significativamente as despesas do Tesouro em 2019.
Estão formadas, portanto, todas as condições necessárias para o desabamento da tempestade perfeita no próximo ano, isso, apenas com relação ao cenário econômico. Pela projeção do próprio Tesouro, o buraco estimado para o próximo ano será de R$ 260 bilhões. O problema com números e porcentuais é que eles, quando verbalizados pela boca dos políticos, adquirem uma roupagem que conseguem esconder a realidade dos fatos e passam a ser apresentados como heranças do passado que serão, milagrosamente, resolvidas no porvir, quer pelo voluntarismo, quer por medidas irrealistas que acabarão resultando em novos e incontornáveis problemas.
Ajudaria muito se o Congresso, mesmo mantendo sua autonomia, atuasse em fina sintonia com o Executivo, principalmente com relação à severidade e a contenção de despesas. Mas no imenso balcão de negócios em que se transformou o Legislativo, desde a retomada da democracia, esperar por medidas desse tipo é uma aposta vã.
A questão se torna ainda mais preocupante quando se observa que, de todos os candidatos que estão aí em disputa, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, parece ser o único que conhece a fundo a realidade dos números e, portanto, possui posição consciente sobre a situação do país, e talvez por isso mesmo continue patinando nas pesquisas de intenção de voto.
É como se o eleitor evitasse o choque de realidade que terá que acontecer, depois de tantos anos saboreando ilusões. Mas aí é outra história. De toda a forma caberá aos eleitores decidir que futuro querem para o país.
A frase que foi pronunciada:
“É disso que os chilenos são feitos: força, amor, solidariedade; e haverá alguns casos que não são assim, mas estou convencida e tenho visto isso todos esses dias e, durante toda a minha vida, sei do que os chilenos são feitos.”
Michelle Bachelet
Granja do Torto
Começa na próxima semana a 15ª edição do Brasília Capital Moto Week. Do dia 19 ao dia 28, a cidade visitará a Granja do Torto para saborear comidas típicas e diversas atrações musicais. Dessa vez, ações de sustentabilidade e a presença feminina serão destaque. Nesta edição são esperadas 680 mil pessoas, 300 mil motos e 1.704 moto clubes do Brasil e de países como Estados Unidos, Canadá, México, Espanha e Irlanda.
Droga
Um consumidor desconfiado ligou para a polícia civil sobre a venda de remédios para emagrecimento. A droga era acrescida de substância psicotrópica, causando dependência e depressão. A Operação Termogênico apreendeu 210 frascos de clobenzorex e 106 de anabolizantes. O valor vendido por cada produto é equivalente à R$ 180.
Atendimento
Tem muita gente satisfeita com o Programa Saúde da Família. O secretário-adjunto de Assistência à Saúde da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Daniel Seabra, diz que o programa não está restrito às áreas rurais. Qualquer pessoa pode ter acesso ao serviço que está disponível em hospitais públicos e postos de saúde em todo Brasil.
Festival de Música
Um grande concurso, com pouca publicidade, traz novas canções para o gosto popular. Festival de Música Rádio MEC tem investido na proposta que já tem ganhadores aguardando a votação, por um mês, pela Internet, a partir de 24 de agosto. Os três primeiros lugares: Amor sem fim, de Rodrigo Moreno / Douglas Malharo canta Disseram/ e Deborah Levy, Sacha Leite e Vidal Assis cantam Lua e Sol.
Absurdo
Depois de receber a orientação da ouvidoria do DFTrans (30420419), a passageira foi até a Rodoviária, entrou na longa fila para fazer o Bilhete Único para a mãe. As informações dadas conferem com o que diz o portal. Como não há identificação alguma no cartão, bastava levar a identidade, CPF e R$10 para colocar o primeiro valor. Ao chegar no guichê 3, a informação dada pela Loyane foi diferente. Não era possível fazer o cartão do Bilhete Único para terceiros. Nenhum supervisor para esclarecer o desencontro de informações. Falta de respeito total ao cidadão.
Sem sentido
Na Plataforma Superior da Rodoviária do Plano Piloto é uma verdadeira aventura pegar ônibus. A total falta de informações deixa os passageiros correndo de uma parada para outra. Não há lógica! Ônibus de diferentes destinos param em pontos distintos mesmo passando por todas as paradas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Está havendo moralização, mesmo, na questão do uso de apartamentos. As autoridades estão encontrando irregularidades tremendas, inclusive de funcionários vivendo à custa de aluguéis altíssimos. (Publicado em 25.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Vista, até pouco tempo, como um modelo revolucionário, capaz de enxugar a estrutura operacional das empresas, reduzindo custos e desburocratizando a administração das empresas, a terceirização de serviços e de mão-de-obra, quando aplicada de forma pouco transparente nas instituições públicas, possui a capacidade de inverter totalmente essa lógica, gerando, ao mesmo tempo, desperdícios e prejuízos incalculáveis aos contribuintes e lucros indecentes aos proprietários dessas subcontratadas.
Expandidas primeiramente nos EUA no pós-guerra, a terceirização só viria se estabelecer como padrão empresarial no Brasil a partir da década de oitenta, com o processo de internacionalização das multinacionais, sendo implantada, de forma paulatina, primeiro nas empresas privadas e posteriormente no setor público, onde encontraria um fabuloso nicho de oportunidades e ganhos estratosféricos.
A discussão sobre a terceirização nos serviços públicos ainda está longe de ser pacificada, dada as oportunidades quase infinitas de lucros que essas prestadoras de serviços encontram na mastodôntica máquina pública. O avanço contínuo da terceirização sobre qualquer tipo de atividade, tanto em empresas privadas, como públicas ou de economia mista, já é uma realidade que vai se configurando desde a aprovação do Projeto de Lei 4.302/98 pelo presidente Temer.
A lei, estabelecendo a possibilidade de empresas contratarem serviços terceirizados em todas as áreas, tem repercussões inclusive sobre o trabalho temporário, incluindo aí também a terceirização para atividades-fim. A falta de transparência em muitas empresas públicas e sua sujeição a políticas e políticos, pouco comprometidos com a ética, têm feito do processo de terceirização ilimitado uma porta aberta para todo o tipo de negócios nebulosos, onde a cada diminuição na proteção trabalhista corresponde a mais ganhos para os proprietários dessas prestadoras de serviços.
A situação vem ganhando tamanha amplitude que já há quem preveja que, num futuro próximo, todos os antigos serviços públicos acabem sendo prestados exclusivamente por empresas terceirizadas, que, ao fim ao cabo, se transformariam numa espécie de um Estado dentro do Estado. Ficções à parte, o fato é que hoje já se assiste a casos em que representantes legais da população com assento no Legislativo, responsáveis diretos pela elaboração de leis, sejam, ao mesmo tempo, proprietários de empresas que prestam serviços terceirizados para o Estado.
No Distrito Federal, um caso emblemático chama a atenção pelos valores milionários envolvidos. Em 2010, o GDF repassou R$ 8,4 milhões à empresa Brasfort, que presta serviços terceirizados ao governo local, de propriedade de Robério Negreiros. Tempos depois de assumir como deputado distrital, a mesma empresa recebeu dos cofres públicos R$ 213,2 milhões, ou um acréscimo de 2.408%. Hoje essa mesma empresa irá cuidar também do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) junto ao DFTrans, empreitada que irá custar aos brasilienses a módica quantia de aproximadamente R$ 11.3 milhões.
A frase que foi pronunciada:
“Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação.”
Peter Drucker
Vila Giardini
Auto intitulada ecológica, ocupando ilegalmente ampla área em local de preservação, Vila Giardini é outra casa de festa que não respeita a vizinhança. Som alto, sem respeito ao horário, incomoda e coleciona reclamações. Inclusive outras casas de festas da redondeza, legalizadas, sensatas e com a documentação em dia, temem ter negada a renovação do alvará exatamente por causa do tipo de comportamento das concorrentes desleais.
Segurança?
É recorrente a população do Lago Norte receber mensagens logo depois de assaltos ocorridos na região. Um deles, que aconteceu nas últimas quadras da Península Norte, a PM informou que fechou as saídas. No Núcleo Rural do Jerivá, informaram a placa do carro suspeito. Nas paradas de ônibus, os vizinhos se mobilizam para localizar os larápios. Importante mesmo é registrar o Boletim de Ocorrência para que a polícia trace o mapa de ação.
Insegurança
Por falar nisso, nem sempre dá resultado registrar a ocorrência. Aconteceu com um comerciante da 509 Sul. Recebeu a orientação da importância do registro na polícia e, quando o fez, teve o estabelecimento arrombado pela segunda vez.
FGV
Fórum com palestras gratuitas na FGV. De 16 de julho a 8 de agosto. Previdência complementar, agronegócio, gestão em saúde e inovação são alguns dos temas que serão proferidos por especialistas. Em Brasília, a FGV fica na L2 Norte, quadra 602. O evento começa sempre às 19h30. Link para inscrições no blog do Ari Cunha.
–>Link: Inscrições para o 2º Fórum de Educação Executiva DF
Ainda escravidão
Depois de encontrar mais de 50 crianças e adolescentes em trabalho irregular, a coordenadora do Grupo Móvel e Auditora-Fiscal do Trabalho, Marinalva Dantas, disse que a diminuição no número de casos aponta para uma melhor articulação dos órgãos que compõem a rede de proteção à criança e ao adolescente e de enfrentamento ao trabalho infantil. “Mas o cenário em Boa Vista ainda é bastante preocupante em razão do fluxo migratório proveniente da Venezuela, país limítrofe com Roraima, que enfrenta grave crise econômica e política.” Marinalva Dantas é uma profissional competente que já libertou mais de 2.500 trabalhadores em situação análoga à escravidão.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Até hoje a creche Ana Paula ainda não funcionou. Eu bem que disse, na época, que haveria tempo de se construir um prédio decente, ao invés de aproveitar o barraco de madeira. (Publicado em 25.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Quando nos distantes dias da década de setenta Pelé insinuou, em entrevista, que os brasileiros não sabiam votar, grande parte da oposição ao regime militar naquela época caiu de pau em cima do rei do futebol, acusando-o, entre outras coisas, de estar à serviço da ditadura, servindo como uma espécie de garoto propaganda do Brasil maravilha que existia apenas nas cabeças dos nacionalistas.
De lá para cá, o mundo da bola e da política deram muitas voltas. Pelé virou um ídolo do passado e o regime militar, página virada da história. O que parece ter permanecido o mesmo foi a cabeça dos torcedores fanáticos por futebol e o saudosismo daqueles que não se cansam de pregar aos quatro ventos pelo retorno dos militares ao poder, reavivando a dobradinha: “Brasil ame-o ou deixe-o!”, juntamente com a seleção de 1970, considerada a melhor equipe de todos os tempos.
O revival e a nostalgia, que parecem impregnar a cabeça de muitos brasileiros hoje em dia, possuem, além de um certo sentido e razão, uma decepção que parece tomar conta dos cidadãos quando olham em volta e passam a reconhecer a baixíssima qualidade dos políticos e dos homens responsáveis pela condução do país.
Seria somente a frustração profunda com o presente e com a realidade atual o que explicaria esse sentimento que enxerga no retorno do regime militar uma saída para a atual crise? De fato, esse saudosismo torna mais palatável hoje a sentença do rei Pelé, dando-lhe algum crédito pela assertiva.
Mesmo que fosse possível reeditar o passado, com aquele mesmo escrete de 1970 em campo e com os militares ocupando o Palácio do Planalto e controlando o país com mãos de ferro, ainda assim não haveria solução para os problemas atuais do Brasil. A escalação daquele time dos sonhos, usando aquela tática de jogo e de movimentação em campo, se mostraria completamente superada e ineficaz diante da evolução extraordinária do futebol em todo o mundo.
A genialidade de Pelé e companhia se mostraria hoje obsoleta, diante das novas exigências táticas dos times atuais. Serviu para aquele momento preciso. Hoje é coisa do passado, ficando para trás como uma paisagem, vista pelo retrovisor, que vai se distanciando e se perdendo para sempre. Do mesmo modo, o retorno dos militares ao poder mostraria, em pouco tempo, uma opção totalmente enganosa e anacrônica.
Para ser exato, se a primeira tentativa de alojar os militares no Planalto, feita em 1964, representou uma quase tragédia para muitos brasileiros e para as instituições do país, seu retorno representaria uma farsa completa, pois visaria atender apenas às vozes roucas do passado, fantasmas e miragens que já não estão ligados ao mundo real. Por outro lado, não resolveria o problema da decepção dos brasileiros com seus representantes eleitos. Nem a seleção canarinho, de outrora em campo, nem as forças armadas no Executivo teriam o condão de retirar os brasileiros do baixo astral em que se encontram. Do passado parece restar apenas uma dúvida simples: estaríamos nessa situação por conta do que afirmou lá trás o rei Pelé? Será que de fato os brasileiros não sabem votar?
Ou o caso é ainda mais complicado, envolvendo inclusive as novas urnas eletrônicas, desenvolvidas especialmente para obter resultados pré-determinados? De todo o modo, a solução e a chave para nossos problemas atuais podem estar lá no passado, apenas em forma de lição, pois é no presente que temos que consertar os estragos deixados justamente por aqueles que acreditávamos possuir a receita certa para as costumeiras mazelas.
A frase que foi pronunciada:
“O futebol vai morrer.”
Em 2001, prevendo o futuro depois da confusão da Copa João Havelange.
Copa do Mundo Musical
Isabela Sekeff e o Cantus Firmus comemoram as duas medalhas de ouro na bagagem. Categorias Coro Misto e Folclórico conquistadas merecidamente durante o 10th Choir Games na África do Sul, o maior evento do canto coral mundial. A décima edição do encontro foi sediada em Tshwane, e reuniu mais de 250 coros de mais de 40 países.
Enfim
Comunidade universitária e concurseiros esperançosos com as portas abertas da Biblioteca Central da UnB. Local de extrema importância para a cidade.
Novidade
Por falar em UnB, a instituição planeja adotar políticas de apoio à saúde mental.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Informa-se sem ser de fonte oficial, que o sr. Oscar Niemeyer está pretendendo “tirar o atraso” do ritmo de Brasília, com projetos revolucionários de arquitetura. Assim, já estariam na prancheta do construtor de Brasília, os novos edifícios residenciais de sete andares. (Esses edifícios são de blocos pré-moldados, de maneira que a estrutura de um bloco de sete andares é levantada em 15 dias). (Publicado em 25.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Herança maldita, expressão que ganhou notoriedade na boca do governo Lula, quando tentou imputar a seu antecessor as mazelas produzidas por sua própria gestão desastrada, vai se perpetuando tanto na política nacional, como na política local.
Em Brasília, as notícias sobre a movimentação dos pretensos candidatos aos principais cargos eletivos, mostram, além do ressurgimento de velhas caras manjadas tanto para o cidadão como para a justiça, a movimentação também de herdeiros dessa gente, quer por descendência de sanguinidade, quer por afinidade aos “ideais” desses personagens, para dizer o mínimo, polêmicos. Aliás, a utilização de prepostos fantoches por políticos impedidos de disputarem abertamente as próximas eleições virou uma espécie de estratagema dessa gente, para driblar os impedimentos legais e mesmo as condenações mais severas, como a prisão.
Num país em que políticos conseguem exercer cargo eletivo mesmo estando detido, não surpreende a desfaçatez com que esses fantasmas do passado prosseguem arrastando suas correntes em busca de novas e rendosas oportunidades. A experiência ensina e recomenda que não se deve conceder brechas ao retorno desse tipo político, que em ocasiões passadas já deixaram bem claro ao que vieram.
Uma observação mais atenta nos palanques que vão se formando aqui e ali pela cidade, mostra que a falta de pudor desses postulantes em se apresentar a si e aos seus como novidade, já deixa patente que eles nada aprenderam, nada esqueceram. Vivem e proliferam, dando ninhadas, seguros da pouca memória dos eleitores e da morosidade da justiça.
Mulheres, filhos, apaniguados de toda a espécie, todos servem como opções a esses espertalhões que fazem da política um negócio. Sobrevivem nessa condição, não apenas por esperteza pessoal, mas sobretudo por que sabem que podem contar também com a cumplicidade de parte de seus eleitores fiéis, seduzidos por recompensas e outras migalhas, arrancadas, depois, deles mesmos.
Agem como prestidigitadores, encantando a plateia com a rapidez ilusória de sua verborreia. Peritos em habilidades, organizam reuniões de apoio em que cobram dos ouvintes para cobri-los de falácias e de promessas vãs. O que surpreende nessa pantomima quadrienal é a capacidade com que repetem os mesmos discursos diante da plateia domada e crente.
A prosseguir nesse desfile de fichas sujas, o futuro da cidade e de seus cidadãos de bem, promete ser ainda mais turvo que o presente. Na impossibilidade da justiça, vir a tempo, tolher-lhes a pretensão marota, o melhor é fazer orelhas moucas a esses encantadores de serpentes.
A frase que foi pronunciada:
“Todo homem que se vende recebe muito mais do que vale.”
Barão de Itararé
B.O.
Dois homens que estavam arrombando carros no CA do Lago Norte estão presos. O Batalhão Policial do local avisa às vítimas que os objetos subtraídos pelos larápios estão à disposição de quem registrou o boletim de ocorrência.
Perícia
Mais ou menos 219 mil cidadãos brasileiros, eleitores, subtraíram dos cofres públicos R$ 9,6 bilhões em auxílios-doença e aposentadoria por invalidez obtidos de forma desonesta. O Ministério do Desenvolvimento Social prevê que, mantendo o pente-fino, o montante deverá chegar a 15,7 bilhões.
Nada
Em 2014, participavam da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas representantes do Ministério do Meio Ambiente, Embrapa, o presidente da comissão deputado Alfredo Sirkis, senador Inácio Arruda e Valdir Raupp. Nada mudou. IBGE informa que a seca se espalha pelo País por absoluta falta de prevenção. Os dados são impressionantes. 59% dos municípios brasileiros não apresentam estratégias para a prevenção de desastre natural. Trata-se de parte das informações do Perfil dos Municípios Brasileiros e Perfil dos Estados Brasileiros referentes a 2017.
Portal do governo oferece serviço exclusivo para profissionais de imprensa regional. O anúncio está na página do GDF. De início, falta colocar um S na palavra interessada. Está grafada errada na chamada do portal do governo. No mais, aguardamos as notícias.
Link: www.brasilia.df.gov.br
Estranho
Leitor reclama de imobiliária que cobra IPTU do inquilino em boleto próprio e não no boleto da Secretaria da Fazenda.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Assim, já estariam na prancheta do construtor de Brasília, os novos edifícios residenciais de sete andares. (Publicado em 25.10.1961)