Exportar importa mais do que a fome

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Reprodução/TV Gazeta

 

Sob a ótica da população, sobretudo aquela formada pela grande maioria de brasileiros de menor poder aquisitivo, governo bom é aquele que consegue levar adiante um conjunto de medidas políticas capaz de encher diariamente a dispensa e a panela das famílias com alimentos de qualidade a preços justos. Quaisquer outras ações oriundas do Estado ficam subordinadas a essa premissa.

Revoluções populares não se fazem com base em ideologias ou por decisão desse e de qualquer outro mandatário. Revoluções e outras turbulências sociais acontecem induzidas apenas pela barriga vazia do povo e por uma situação de fome e desespero com a falta de alimentos. Nesse aspecto, nada mudou desde o tempo em que os homens viviam em cavernas.

O advento da civilização também se deu pelo mesmo motivo. A união de esforços para defender os iguais, garantir alimentos e segurança para todos. Dito dessa maneira, é possível afirmar que o que move a humanidade em direção ao futuro é o combustível do alimento. Nesse sentido, a história da humanidade está repleta de exemplos e de lições práticas. Por essa razão e não outra qualquer, governos são lembrados apenas por esse quesito básico e essencial.

Em um país continental como o nosso, identificado como o maior produtor de proteína, animal e de grãos do planeta, com mais de 7.000 km de litoral, os preços dos alimentos vendidos internamente para a população continuam, governo após governo, como os mais altos do mundo. Peixe, carne, frutas e legumes com preços que fogem à razão. O motivo invocado está nos preços dessas chamadas commodities, cotadas em dólar.

Essa política, assentada no agronegócio, um poderoso e influente conglomerado, beneficia apenas a esses empresários. Para a população, restam peixes menos nobres, carnes de terceira, com muito osso e gordura, ou a opção pelo frango ou ovo. Assim, mesmo esses alimentos pesam muito na cesta básica do trabalhador.

Pressionado pela moeda estrangeira e madrasta do dólar, os preços da carne bovina, do maior rebanho do planeta subiram 35%, afastando a maioria dos compradores. Com o aumento da procura por outras proteínas animais, como o frango ou ovo, o mercado, essa entidade fantasma onde procuras e ofertas lutam umas contra as outras, os preços saltaram também, assustando e indignando a população com essa onda especulativa que continua retirando alimentos da panela.

O custo internacional da proteína sobe também pela fome de um mundo cada vez mais populoso. A prioridade no abastecimento interno de alimentos ainda é uma ficção e se reduz a ações do tipo paternalistas longe de uma política sensata de segurança nacional. Para a população, incapacitada de concorrer com os chineses, resta esperar que essa onda que anseia exportar, mesmo às custas de um racionamento interno, cesse um dia.

 

A frase que foi pronunciada
“Pode guardar as panelas que hoje o dinheiro não deu.”
Paulinho da viola, músico brasileiro.

Novos tempos
Para crianças de 2 a 5 anos, recomenda, a Sociedade Brasileira de Pediatria, que o período de exposição a aparelhos eletrônicos não exceda uma hora diária.

GETTY IMAGES

 

 

Inspiradora
Quem está atraindo a atenção dos internautas é a jovem de 19 anos Débora Dantas, que sofreu um acidente em Recife, andando de Kart. Seus longos cabelos prenderam e ela foi escalpelada. Mas agora está tudo bem. Sorriso em pessoa, segura de si, Débora fala dos planos para o futuro compartilhando nas redes sociais sua alegria de viver. Veja a seguir a entrevista publicada com a jovem no JC.

 

Urbanidade
Tem custado muita paciência dos moradores do final da Asa Norte desviar o trânsito por causa das obras nas passagens subterrâneas. Mas tudo sob controle. No fim da tarde, acrescente meia hora no cálculo de seus compromissos naquela região.

 

Nosso
No blog do Chico Santana, um apanhado geral das frutas do cerrado mais conhecidas. Para quem mora em  Brasília, é quase uma obrigação navegar no site para conhecer.

Será?
Nenhuma guerra eleitoral terminará justamente se a urna eletrônica não for adaptada para o voto impresso. Sem auditoria, não há democracia. A vontade do povo é que é suprema.

Foto: blogdoeliomar.com.br

História de Brasília
A volta do dr. Jânio Quadros está sendo anunciada para o carnaval. Nova máscara, nova cantiga, e Deus salve o nosso povo. (Publicado em 03/12/1961)

Bolsa liberdade

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Foto: agenciabrasil.ebc.com

 

Há muito já se sabe que o melhor programa social que qualquer governo pode implementar em busca da prosperidade nacional e do fim das desigualdades econômicas está na criação de empregos, de preferência com carteira assinada e com as garantias mínimas de seguridade trabalhista. Todas e quaisquer outras medidas que não estejam apoiadas no pilar do emprego e que não vise a liberdade econômica do cidadão, se insere dentro daquelas políticas chamadas de populistas, e objetivam unicamente o aumento na popularidade de políticos espertalhões, representado pelo aumento no número de votos dele e de seus correligionários.

Programas como o Bolsa Família servem apenas para questões emergenciais e muito específicas e não devem ser usados, de forma nenhuma, para a fabricação de votos, com a criação de currais eleitorais e para a formação dos novos coronéis pelo interior do Brasil.

Programa social que não obedeça a um rígido e bem elaborado plano estratégico, para atacar situações pontuais de pobreza e que não possua tempo para seu início e seu término, tende a se estender no tempo e com isso perder o seu foco e seu objetivo, passando a servir não a uma emergência, mas a um grupo de oportunistas. Pior do que isso, esses programas, por sua importância humanista, deixam de atender de forma direta uma determinada população, envolta num problema de carência extrema e passa a atender a clientelas, todas elas atreladas a grupos políticos partidários.

Mais precisamente, os contribuintes passam da situação de cidadãos à de financiadores inconscientes de projetos populistas, sem consistência e com finalidades escusas. São esses mesmos financiadores, escorchados pelos impostos, tributos e taxas, aqueles que irão ser atacados pelos chamados “patronos” dessas bolsas, acusados de pertencer a uma elite insensível e egoísta, que tudo quer para si.

Com esse mecanismo, o cidadão contribuinte acaba repassando preciosos recursos para aqueles espertalhões que, do alto dos palanques e das tribunas, desferem impropérios aos verdadeiros financiadores dessa festança, em que até mulheres de prefeitos, funcionários públicos e outros falsos necessitados são beneficiários de um programa sem fiscalização, sem objetivos claros e sem tempo para encerrar.

É nesse ciclo vicioso que se insere também a perpetuação da miséria, defendida justamente por aqueles partidos que exploram essa e outras situações que atraem populações e gerações inteiras a uma espécie de labirinto cuja a única saída passa necessariamente pela porta estreita da submissão a esses políticos e às suas práticas oportunistas. Entenda-se que não se trata de retirar o valor importantíssimo de programas como o Bolsa Família, mas de conferir a ele uma série de requisitos estratégicos que visem, além da valorização da dignidade humana e cristã, um objetivo didático que vise instrumentalizar essas populações para que mais e mais ganhem liberdade própria, desenvolvendo e aprimorando sua fonte de renda, tornando-as libertas de governos, de ideologias e de todos que sempre exploraram a miséria como forma de obtenção de vantagens.

Espera-se que indivíduos e famílias, ao fim desse programa de incentivo estatal, possam também alcançar o mais importante programa social, o Bolsa Liberdade, que é a verdadeira cidadania.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A barulhenta disputa sobre o significado do populismo é mais do que apenas uma disputa acadêmica – é um argumento crucial sobre o que esperamos da democracia.”

Peter C Baker, jornalista de Chicago

 

Urbanidade

Com estacionamentos cheios em data que antecede o Natal, torna-se mais comum pessoas apressadas ocuparem vagas de idosos ou deficientes sem autorização. Ou mesmo aquelas que esquecem de identificar o direito de estacionar em vaga especial colocando a autorização em local visível. Veja a seguir o carro que ocupava uma vaga especial no Brasília Shopping sem que a autorização estivesse à vista.

 

 

Alegria ma non tropo

Carregados de emoção, a mesma de quando se volta para a casa, os músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro passaram a ensaiar na sala Villa Lobos. Um pouco inseguros quanto à segurança do local e sem garantia de que está tudo certo.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

 

Só para lembrar

Um dos argumentos usados por Neil Armstrong para ser escolhido como astronauta civil foi muito interessante. Disse que o fato de ver o planeta por outro ângulo, numa posição onde a Terra nunca foi vista, poderia gerar grandes mudanças no ser humano, no modo como veria o futuro.

Imagem: Getty

 

 

Armadilha

Em nome da economia, uma lâmpada que custava R$3 agora custa R$12.

Charge do Rice

 

 

Agenda positiva

Vale a pena visitar a exposição “Itália sempre viva”, no Tribunal Superior do Trabalho. Inaugurada pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Brito Pereira, que convida a comunidade: “O ordenamento jurídico brasileiro possui forte influência do Direito romano. Além disso, tudo que é da Itália envolve conhecimento e cultura. É uma exposição modesta, mas que busca retratar a grandeza da história italiana”.

 

 

Herança

Ainda sobre a exposição no TST, em seu discurso, o presidente da Comissão de Documentação e Memória do TST, ministro Ives Gandra, lembrou que a Itália é responsável por três grandes pilares da civilização ocidental: a religião cristã, com seus valores; o Direito romano, com sua organização; e a filosofia greco-romana, com o seu modo de pensar. Até sexta-feira de 7h às 19h.

Foto: Tribunal Superior do Trabalho

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os moradores dos JK estão pedindo policiamento para a sua superquadra. Vêm–se sucedendo, os arrombamentos e roubos. Aliás, nesta questão de roubo, não adianta nada comunicar ao terceiro Distrito. O livro de ocorrência está cheio, e há casos que não são sequer comunicados aos investigadores. (Publicado em 06/12/1961)

A gangorra de Lula e Bolsonaro

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Foto: Lula e Bolsonaro | Arquivo Google

 

Entre sístoles e diástoles, à direita e à esquerda, o movimento político no Brasil oscila, insuflado por um ciclo sem fim, de culto à personalidade. Tem sido assim desde 1889, com o advento brusco da República. Historiadores e filósofos concordam que, com o fim da monarquia, houve apenas a retirada de um imperador intrinsecamente republicano para a entrada de republicano intrinsecamente monarquista.

O personalismo na política, uma herança que na América Latina remonta ao século XIX, tem sido também a nossa principal característica política. O que surpreende é que esse sistema vindo de um passado que se acreditava morto, parece querer adentrar agora pelo século XXI, trazendo os mesmos vícios e prejuízos da velha política que tantos males causaram ao Brasil.

A reforçar essa tese, que para os historiadores não é nenhuma surpresa, análises feitas à luz dos conceitos formais do que seja, de fato, direita e esquerda nesse Brasil inzoneiro, tem-se que nunca houve no poder nenhuma nem outra dessas matizes ideológicas na sua forma pura. Isso significa dizer, apenas para ficar nas últimas duas décadas de nossa história, que nem Lula é um político de esquerda, nem Bolsonaro um líder de direita. Na verdade, ambos não sabem nem o que isso significa em termos de conceitos de ciência política embora todos reconheçam que para esses personagens pouco importa essa diferença.

O exercício do poder, para essas duas lideranças do Brasil contemporâneo, está fincado em esteios de ordens carismáticas, correndo à margem da democracia representativa, servindo-se de alguns elementos desse sistema, como é o caso da filiação partidária, apenas para exercitar o mando.

Situados mais nas bordas extremas desses matizes políticos, Lula e Bolsonaro não escondem a forte inclinação autocrática, disfarçada, às vezes, com discursos políticos dúbios que oscilam entre uma margem e outra. Aproveitando-se do fato de as ligações político-partidárias serem, em nosso país, fluídicas e, portanto, dispensáveis, tanto Lula como Bolsonaro buscam agir acima das legendas, dispensando interlocutores e formalismos protocolares.

Não é por outra razão que um se porta como aquilo que é, ou seja, dono da sigla, colocado acima de todo e qualquer estatuto partidário. Bolsonaro, com a possível criação da sigla Aliança pelo Brasil, vai na mesma direção, confeccionando um partido onde possa exercer livremente seu poder de mando. Para tanto, terá que costurar também um estatuto que lhe franqueie o exercício pleno, sem contestações. Curioso observar que nesse ponto o atual presidente não tenha absorvido, como lição, as experiências vindas desse modo de agir de seu opositor e que tanta ruína tem causado ao próprio Lula e à sua agremiação.

Estabelecer uma legenda apenas com base na popularidade política e momentânea de um indivíduo é estabelecer prazo de validade para o partido. Popularidade, e Lula sabe disso, é como nuvem: dispersa e muda constantemente, ao sabor do vento. Sem uma reforma partidária séria e profunda, a velha política, vitaminada pela força do fundo partidário e do fundo eleitoral, ainda terá vida longa entre nós.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O Brasil vive a síndrome do impasse. Exageramos de tal maneira nossos problemas que estamos perdendo a obrigação de enfrentá-los”

Jaime Lerner, urbanista brasileiro

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

 

 

Muita luz

Aumentam as reclamações daquele anúncio luminoso colocado na decida do Colorado em direção à Asa Norte. É realmente um ladrão de atenção. Isso não é bom para quem dirige.

 

 

 

Proatividade

Está passando da hora de uma revisão nas marquises da W3, tanto Norte quanto Sul. São muito antigas e, com o passar do tempo, peso, movimento de carros, ônibus, clima, chuva… afinal já são quase 60 anos!

Foto: globoplay.globo.com

 

 

Curiosidade

Pelo visto, também dá espaço à hermenêutica o juramento dos ministros do STF. Ao contrário dos votos, é um texto bem simples. “Prometo bem e fielmente cumprir os deveres de ministro do Supremo Tribunal Federal, em conformidade com a Constituição Federal e as leis da República”.

Charge do Aroeira

 

 

Desolador

Informativo da Semace, Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará, informou que pelo menos oito trechos de pontos das Praias no Ceará estão impróprias para banho. Mucuripe, Vila do Mar e Barra do Ceará também.

Foto: Reprodução / Semace

 

 

Governo

Até agora nenhum comunicado à população sobre o consumo de peixes. Parece que as comemorações da Páscoa de 2020 vão mudar.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Numa recepção social, gente importante, comentando a atividade do Primeiro ministro, limitou-se a chamá-lo de Tancredo Neris. (Publicado em 06/12/1961)

Tamanho é destino

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Charge do Amarildo

 

Não restam dúvidas de que o século XXI, que teve seu início oficial com a derrubada das Torres Gêmeas em setembro de 2001, já pode ser seguramente considerado um dos mais desafiadores para o futuro de toda a humanidade. As múltiplas questões a serem enfrentadas nesse início de século irão requerer, de todos os países do globo, esforços tão ou mais enérgicos do que aqueles realizados nos períodos das duas grandes guerras mundiais.
        É preciso salientar que nesse trabalho em busca de um prolongamento do futuro da espécie humana sobre o planeta, o Brasil, diferentemente de outras épocas, em que sua participação nos problemas mundiais foram periféricas ou sequer notadas, deverá ocupar lugar de grande importância, não sendo exagerado supor que, nesses grandes desafios que se apresentam, nosso país acabe adquirindo um protagonismo central. Continentalidade é destino e compromisso.
        Talvez esteja, nessa missão que se descortina, a oportunidade de acordar de vez o gigante adormecido em berço esplêndido. Para tanto, e apenas para manter essa questão no âmbito interno, a despeito do crescimento vertiginoso da população mundial versus a degradação do meio ambiente, dentro ainda de um contexto de aquecimento global, que papel caberá ao Brasil para dar sua contribuição efetiva à população no que parece ser a maior encruzilhada já experimentada pelos terráqueos? Eis aqui uma indagação que necessita ser respondida com rapidez e racionalidade necessárias diante da magnitude da questão.
        Obviamente que, seguindo uma sequência lógica e de prioridades, o que se impõe logo de saída é que o Brasil resolva de imediato seus grandes e graves problemas de ordem interna. A começar pela diminuição das flagrantes desigualdades econômicas e sócias existentes, não apenas pelo caminho fácil da distribuição de renda, mas, sobretudo, pela distribuição de oportunidades.
        Resolvido esse primeiro nó, a segunda investida deverá ser feita no campo da modernização da infraestrutura do país, dotando o Brasil continental daquilo que vem sendo adiado por séculos, que é a construção de uma malha moderna e eficaz de ferrovias que esquadrinhe o país de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Sem essas veias de aço, por onde corre o progresso, nada de concreto pode ser alcançado. Para alguns, problemas dessa ordem, que afligem o planeta, não devem constar da agenda de nossos governos que possuem outros planos mais imediatos e com curtíssimo prazo a cumprir.
       No entanto, para aqueles que têm acompanhado os rumos trilhados pela humanidade nesse início de século, mais cedo do que se imagina, o mundo carente e em busca de salvação irá bater à porta do Brasil. Ao se apossar de um imenso e valoroso pedaço do globo terrestre durante a Idade Moderna, os portugueses legaram, talvez sem saber, aos futuros habitantes dessa parte do mundo, um destino e uma missão ciclópica.
        Diante de um planeta que parece arder em chamas, caberá ao gigante gentil e dorminhoco estender a mão ao mundo, dando sentido a sua vastidão de terras.

 

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:
Edir Macedo e Lula não têm nada em comum. Mas os seguidores dos dois são idênticos.”
Dona Dita, pensando com a pulga atrás da orelha.

 

 

Sem educação
O processo seletivo interno de tutores da Escola Superior de Magistério da FUNAB (Fundação Universidade Aberta do DF) foi cancelado por força de uma sentença da 7º Vara da Fazenda Pública do DF, originada por Ação Civil Pública apresentada pelo MPDFT, e mantida pelo TJDFT; atualmente este acórdão desafiou recursos aos Tribunais Superiores e aguardam decisão quanto a sua admissibilidade no STJ e STF.

Foto: Reprodução/TV Globo

 

Amigo
Limonge e sua fina pena nos corrige. Joaquim Barbosa não é ex-ministro do STF, mas ministro aposentado da Suprema Corte.

Foto: especiais.gazetadopovo.com

Bandeira branca
Por falar em correção, fomos acusados de não entender nada de Petrobras ao comentar a inércia da estatal diante do derramamento de óleo em 409 praias brasileiras. Talvez não entendamos mesmo. Mas avisamos aos navegantes que ninguém da equipe dessa coluna fez parte da organização daquele leilão fracassado, onde as impressões gerais se resumiram em decepção e competição fraca.

Foto: exame.abril.com


Futuro próximo
Assuntos importantes serão discutidos pela cúpula dos BRICS, no dia 13. A secretaria executiva da Confederação Nacional da Indústria tratará das parcerias para viabilizar o comércio descomplicado entre o bloco além da regularização de patentes. O diretor de Desenvolvimento Industrial da entidade, Carlos Abijaodi, acredita no sucesso do encontro.

Foto: brics2019.itamaraty.gov

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Mas eu já sei que o senhor está pensando nisto. Pois olhe. O outro lado não dorme. Já há a tese de que o regime parlamentarista só funciona em região demográfica que abranja dez por cento da população do país. (Publicado em 06/12/1961)

Cai no abismo a prisão em segunda instância

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Foto: Agência Senado

 

Diversas pesquisas realizadas nas últimas semanas pela FSB, Datafolha e outras fontes mostram de forma clara que a maioria da população brasileira apoia a prisão de condenados após julgamento em segunda instância. Mesmo em pesquisas informais, realizadas de forma empírica entre pessoas de nossos círculos de relações, têm mostrado que para os brasileiros essa medida tem sido um instrumento eficiente, utilizado pela justiça para pôr fim ao ciclo histórico de impunidade e de prescrição de muitos crimes por excessos burocráticos e morosidade dos tribunais.

Os cidadãos sabem muito bem que o instituto de protelações e dos recursos infindos só beneficiam aqueles que podem pagar bons e caros advogados e não diz respeito algum à grande maioria dos brasileiros com pendência com a justiça. Obviamente que, para os ministros do Supremo Tribunal Federal, pesquisas como essas, e outras que retratam o desejo da maioria da sociedade sobre um determinado tema de importância geral, possuem peso zero na hora da votação e não induzem nos vereditos de cada um dos juízes.

Inclusive esse tem sido um tema colocado no plenário em diversos momentos, para reafirmar que a pressão das ruas pouco ou nada influi nas decisões do plenário. Esse descolamento da realidade do mundo exterior, ao mesmo tempo em que não incomoda os juízes, deixa os brasileiros em um sobressalto permanente com a possibilidade de ver, de uma hora para outra, a volta ao passado de um Brasil recordista mundial de assassinatos e outros crimes hediondos.

Com razão, a população teme que um possível impedimento de prisão em 2ª instância acabe destruindo uma das maiores conquistas de nossa história recente que foi a deflagração da Operação Lava Jato, quando, pela primeira vez, a população pode assistir à prisão de altos membros do governo, inclusive ex-presidentes assim como a elite do empresariado nacional, todos igualmente julgados, processados, condenados e presos. Ainda para o gaudio da sociedade, houve, também pela primeira vez, a devolução de parte dos recursos desviados nesse que tem sido um dos maiores casos de corrupção do planeta.

O Supremo entender pela volta do trânsito em julgado significa que toda a primeira grande fase da Operação Lava Jato e outras do gênero, voltará a estaca zero, destruindo todo o enorme esforço feito até aqui para acabar com a corrupção sistematizada e entranhada na máquina pública.  Deu no que deu. Mesmo assim  a população parece não estar sozinha nesse seu desejo de acabar com a impunidade das elites. Entidades como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também tem manifestado sua preocupação, alertando que um possível retrocesso no combate à corrupção pode prejudicar não só a imagem do país, mas principalmente a realização de negócios dentro de um ambiente mundial onde o comércio busca cada vez mais negociar dentro de parâmetros de compliance.

A ONG Transparência Brasil também se posicionou a favor da prisão em segunda instância. Para engrossar esse coro mundial e nacional contra a impunidade dos poderosos e em favor do combate à corrupção, um grupo de 42 senadores assinou uma carta endereçada ao ministro Dias Toffoli, presidente do STF, defendendo abertamente a prisão após segunda instância. Para esses parlamentares, essa medida tem sido importantíssima para combater o sentimento de impunidade presente na sociedade, sendo que a revisão desse entendimento deverá provocar grave problema de segurança jurídica.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“Nós não somos representantes do povo, por isso não legislamos.”

Algum ministro do STF em pleno pesadelo.

Charge do Cazo

 

 

Trabalhador

Grande expectativa para a noite de autógrafos no lançamento do livro assinado pelo senador Paulo Paim, Tempos de Distopia. Parlamentar respeitado, Paim não para de surpreender. O evento será no Senado, dia 12, terça-feira, no Espaço Cultural Ivandro Cunha Lima. O livro será distribuído. Disse o autor: “Distopia é a vida sem sonhos e sem o belo da existência. É um cenário de incertezas. É a dor da indignidade. São os pesadelos diários da falta de horizonte. São as injustiças que o povo sofre. É o lugar em que a mentira, o ódio e a violência fazem morada”.

 

 

Absurdo

Veja a seguir:  um copo com água filtrada que vai para a caixa d’água e outro com a água que chega da Caesb. A Associação dos Moradores do Trecho 9 está colecionando reclamações sobre o assunto. Podem ser bastante úteis no futuro.

 

 

W3

Em frente à Pioneira da Borracha, na W3 Sul, as calçadas foram refeitas. Imaginem a teoria das janelas quebradas naquela área. Se tudo fosse limpo, conservado, favorecesse a mobilidade, iluminado, com segurança, certamente voltaria a ser um dos principais pontos turísticos da cidade.

Banner: agenciabrasilia.df.gov

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A mudança da Capital continua no mesmo “chove-não-molha”. Ninguém mais interessado do   que   o   dr.   Felinto   no   caso.   Pois   então, doutor   Felinto, tome   os   apartamentos   não ocupados   pelas   repartições, pegue   os   novos, e   dê   todos   ao   ministério   da Fazenda. (Publicado em 06/12/1961)

Urna eletrônica ou arapuca?

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Foto: tse.jus

 

De tanto estranhar a posição dos Tribunais Superiores sobre um assunto que diz respeito direto e vital aos interesses dos legítimos representantes da população, é que os políticos têm insistido nesse assunto, inclusive com a apresentação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC 135/19), exigindo a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos no Brasil. Trata-se na avaliação de deputados e senadores de uma solução internacionalmente recomendada para que as votações eletrônicas possam ser devidamente auditadas de forma transparente e independente.

A representante do Instituto Resgata Brasil, a advogada e deputada Bia Kicis (PSL-DF) considera que existe hoje uma crescente desconfiança em relação à apuração eletrônica dos votos, o que, sua opinião, tem afastado os um grande número de eleitores das eleições. Também a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais tem defendido o voto impresso em complemento ao voto eletrônico, como forma de garantir a segurança ao processo eleitoral. Mesmo reconhecendo que a implantação do voto eletrônico trouxe rapidez e eficiência na contagem dos votos, muitos especialistas no assunto tem alertado que todo o qualquer sistema computacional possui vulnerabilidades e jamais estão 100% a salvo de ingerências internas e externas e de ações de hackers e outros interessados em adulterar o processo eletivo. Cabe o questionamento do que teria mais peso. O resultado na mesma noite do pleito com dúvidas e quatro anos suportando um eleito sem auditoria ou uma semana de atraso para a contagem fazendo valer a vontade popular para levar ao poder seu legítimo representante?

O mundo digital, onde o processo eletrônico de votação, necessariamente se insere, mesmo resguardados todos os sistemas de segurança, num vasto universo de possibilidades de invasões e outros mecanismos de intromissão indevida. O próprio TSE, em seus testes para estudar a vulnerabilidade desse tipo de urna, já constatou que alguns ataques simulados obtiveram êxito. Portanto, alerta o integrante da Associação dos Peritos, Marcos Camargo, o sistema precisa de auditoria analógica o que se pode ser feito com o registro impresso do voto, colocando o sistema eleitoral à salvo e independente dos softwares. Existe ainda pareceres dados por Amílcar Brunazo, representante do Comitê Multidisciplinar Independente, mostrando a necessidade de impressão do voto, para o eleitor possa conferir se votou corretamente na urna eletrônica. Para ele, a urna eletrônica é um retrocesso.

Para parlamentares como o deputado Goulart (PSD-SP) o STF tem ido longe demais, legislando ao mudar decisões do Congresso. Outros críticos do processo eletrônico criticam a postura do TSE em insistir em não debater a questão, se ausentando propositadamente das audiências públicas. Talvez o depoimento mais incisivo e esclarecedor sobre esse assunto tenha sido dado na Comissão do Senado que analisa o assunto pelo procurador do Mato Grosso do Sul, Felipe Gimenes, como representante da Associação Pátria Brasil.

Em sua opinião, o povo brasileiro vem sendo sistematicamente enganado pelas urnas eletrônicas, que chama de verdadeira “arapuca”, principalmente porque as eleições passaram a ser enxergadas apenas pela ótica da tecnologia e não pela luz da lei. Para ele, antes da ferramenta, deve prevalecer a ordem jurídica. “A ferramenta deve servir a ordem jurídica e não de modo inverso”, disse. Dessa forma acredita o procurador que a ordem jurídica não pode ser posta de joelhos. Nesse sentido ele destacou o fato de o ministro Gilmar Mendes, do STF, ter protelado por mais de dois anos o cumprimento da lei da minirreforma, o que acabou gerando um pedido de impeachment contra o ministro por conduta considerada como crime de prevaricação.

Na avaliação de Gimenes, um dos pilares da República está sendo quebrado, violando com isso a democracia e a cidadania do povo brasileiro. O procurador ressaltou que se essa questão fosse em sentido contrário, ninguém teria o direito ao não cumprimento de uma ordem judicial. No entanto esse Tribunal insiste em não cumprir uma lei feita e aprovada pelo Legislativo: “somente o exercício do voto é secreto para garantir ao cidadão a liberdade de escolha, o ato seguinte é um ato administrativo. A contagem de um voto é um ato administrativo e se submete à um requisito de validade sob a pena de ser nulo, que é o princípio da publicidade. Qualquer ato administrativo deve ser público. Portanto a sociedade exige auditar o fato jurídico e não a máquina. Não nos interessa o software ao a máquina, interessa a sociedade auditar o fato que por sua natureza é um evento que por isso se perde. Daí a necessidade de dar um corpo físico ao fato da contagem de votos, para que se conheça e se cumpra o princípio da publicidade que é um tema erga hominis, ou seja, para todos os cidadãos, não apenas e tão somente para o eleitor, mas para que todos os cidadãos tenham condições de fiscalizá-la.”

Em seu depoimento na Comissão de Constituição e Justiça, no Senado Federal em audiência pública realizada no ano passado, o procurador lembrou que se não for esse o processo natural, todo o processo será nulo. Entende ele que desde que impuseram a urna eletrônica os princípios constitucionais vêm sendo quebrados sistematicamente, pelo que qualifica de arapuca eletrônica. Segundo ele, a cidadania, a moralidade, a publicidade, e a própria República vem sendo desrespeitados. O exercício do voto deve ser secreto, mas a contagem do voto deve ser pública, disse. Embora o Brasil venha sendo considerado referência na utilização de urna eletrônica, com a universalização do sistema, muitos especialistas avaliam que esse método ganharia ainda mais em confiabilidade caso fosse implantado de modo definitivo o voto impresso em paralelo ao voto eletrônico, acabando , de uma vez por todas com as desconfianças, o que não é bom para o processo democrático de nenhum país, principalmente no caso do Brasil onde a inventividade e os movimentos pouco transparentes encontrados em todos os Poderes da República são fatos históricos e contra o quais não há dúvida alguma.

A relutância das cortes em não resolver essa questão, a tempo de atingir as eleições de 2020, só agrava e empurra esse problema para um futuro incerto, colocando em suspense nossa democracia, criando descrédito junto aos eleitores e afinal depondo contra a própria aplicação da urna eletrônica, posta como algo acima de qualquer suspeita, mas que não pode ser avaliada por um simples papel impresso.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O voto é um sacramento cívico”.

Reverendo Theodore Martin Hesburgh

Foto: britannica.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Volta o nome do deputado Aniceto Rocha, do Ceará, ao noticiário policial, como contrabandista do café. Há mais de três anos, este senhor é conhecido como o maior contrabandista, e a Assembléia ainda não mediu a importância do seu decoro, para cassar-lhe o mandato. (Publicado em 04.11.1961)

 

O dilema das urnas eletrônicas persiste e aumenta a cada dia

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Em onze meses os moradores de 5.570 municípios, onde muitos acreditam estar a sede do Brasil real, irão voltar às urnas para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Serão milhares de candidatos, com os partidos podendo lançar até 150% do número de vagas existentes nas Câmaras Municipais.

Legendas prometem fazer chover candidatos, mesmo com o estabelecimento do fim das coligações. Com um pleito dessa magnitude, talvez um dos maiores do mundo, é claro que as atenções de todos se voltam, mais uma vez, para a questão central, e ainda não estabelecida, de modo definitivo, pelo Supremo Tribunal Federal, do uso do voto impresso pelas urnas eletrônicas. Convenhamos que a lei sobre o assunto já existe, mas não é obedecida.

Trata-se de uma questão que ainda divide os brasileiros, principalmente pela falta de informação e pelos argumentos delicados como falta de verba e sigilo do voto. Não falta verba e o sigilo do voto será mantido, já que não terá identificação e será depositado na urna para posterior contagem.

Em votação ocorrida em 6 de junho de 2018, o plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, por oito votos a dois, acabar com o voto impresso, sob o argumento de esse modelo implicaria em invasão indevida do sigilo.

“Poderíamos estar permitindo acordos espúrios para a votação, aonde a pessoa exigiria que determinados mesários conferissem ou tivessem a prova do voto escrito. Uma potencialidade, um risco muito grande ao sigilo e à liberdade do voto”, disse o ministro Alexandre de Moraes e o argumento do ministro Barroso foi “evidência de fraude ou risco à lisura das eleições, que justifiquem o risco da adoção desse voto impresso”. “É questão de razoabilidade”. Ninguém além do eleitor segurará o voto impresso, que deverá ser depositado na urna. Se há possibilidade de haver divergência entre o voto e a impressão, é a prova de que o sistema é frágil. Além disso o voto impresso é parte da contagem dos votos, já que se trata de um ato administrativo, um ato público e não pode ser feito sem a publicidade necessária, dando apenas ao Boletim Único, um artifício eletrônico, o poder de divulgar os vencedores.

Já a ministra Cármen Lúcia afirmou que “Seria um retrocesso e não um avanço. A democracia deve propiciar o progresso das instituições e não o retrocesso”. Se fosse mesmo um avanço, o sistema eleitoral brasileiro chamaria a atenção do mundo para adotá-lo. Mas com pareceres de universidades e especialistas em auditoria, quem tem poderes com discernimento logo torceu o nariz para o “avanço”, para manter intocável o exercício da cidadania de seus eleitores. Sentencia ainda a ministra Cármen Lúcia: “Não é livre para votar quem pode ser chamado a prestar contas do seu voto, e o cidadão não deve nada a ninguém, a não ser a sua própria consciência”. Fala como se os auditores fossem em busca do eleitor, como se o voto impresso tivesse o nome e o número do título do cidadão, como se o eleitor fosse se apoderar do seu voto impresso, guardando-o na carteira. Nada disso está previsto na legislação. O voto impresso permanece secreto e é depositado na urna.

Já o ministro Gilmar Mendes fundamentou seu voto com base na verificação dos partidos. Na verdade, o que os partidos aguardam ao final das eleições é justamente a impressão do Boletim Único, da maneira que sai da urna. Sem a menor possibilidade de auditoria ou de contagem. Em manobra vernacular conhecida, mais um argumento: “a impressão aprovada pelo Congresso não contraria nenhum dispositivo da Constituição, mas deve ser implantada gradualmente, à medida em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) instalar as impressoras. ” Atrela a vontade do povo, à iniciativa do TSE em fazer valer essa vontade através da impressora acoplada nas urnas. Como se cumprir a lei fosse um pagamento em prestações.

Na verdade, a intenção é sempre desviar a ordem da Constituição sobre vários princípios, como bem lembrado pelo procurador Felipe Gimenez. As eleições são um serviço público. Nossos ministros do TSE se despem da toga para se transformar em administradores públicos ao dedicar tempo às eleições. Daí a importância de fazerem valer a Lei. Os princípios Constitucionais precisam ser protegidos, como a cidadania, legalidade, publicidade e a moralidade.

Assim, a maioria dos ministros vetaram o artigo 2º contido na minirreforma eleitoral de 2015 (Lei 13.165) que exigia, no processo de votação eletrônica, a impressão do registro de cada um dos votos que foram depositados nas urnas. Os legisladores entenderam e consignaram isso em lei, que era necessário que todo e qualquer voto fosse impresso, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. O Supremo entendeu que a mídia, embora não contrariasse nenhuma norma constitucional, implicaria em fraude ou à lisura das eleições, além de se constituir num gasto extra e, portanto, deveria ser implantada de forma gradual e à longo prazo.

Dessa forma uma lei constitucional, julgada por um tribunal que deveria cuidar exclusivamente de questões dessa ordem, resolveu, na opinião de muitos parlamentares, decidir em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de forma “juristocrática” impedindo que o eleitor, ainda dentro da cabine de votação, pudesse ver e conferir o conteúdo da sua escolha, num documento físico durável, imutável e inalterável onde estaria registrado seu voto, para uma futura conferência. Ocorre que desde decisão tomada pelo STF até hoje, só tem aumentado o número de pessoas que passaram a desconfiar do modelo eleitoral feito exclusivamente pelas urnas eletrônicas, sem impressão de voto físico e sem possibilidade de eventual averiguação posterior, ainda mais em se tratando de eleições realizadas num país continental e onde, historicamente tem havido eventos de fraudes e outras violações eleitorais, muitas delas registradas nos locais das eleições e divulgadas na Internet.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se a votação mudasse alguma coisa, eles a tornariam ilegal.”

Emma Goldman, filósofa lituana

Foto: britannica.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E há mais, no IAPFESP: custa um dinheirão a manutenção e abastecimento do gerador da 304, apenas para fornecer luz à residência do Delegado e dos engenheiros das empresas contratantes. (Publicado em 04.11.1961)

O STF e a opinião pública interna e externa

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Charge do Myrria

 

Qualquer que seja o veredito derradeiro dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da constitucionalidade ou não da execução provisória de ação condenatória em 2ª Instância, um fato salta ao entendimento da maioria dos brasileiros: o sentimento de que o que está em julgamento, de fato, e em primeiríssimo lugar, é a real posição da Suprema Corte sobre um assunto no qual a maioria da população já se posicionou de forma convicta, desde o primeiro dia em que eclodiu a Operação Lava Jato.

Já se sabe de antemão que o ambiente inflamado que tomou conta do país serviu, ao menos, para se separar o que, na visão do público, é o joio e o trigo. Num clima como esse, de alta pressão, que coloca a opinião pública contra um possível entendimento a favor da prisão apenas quando esgotados todos os infinitos recursos possíveis aos réus endinheirados, menosprezar o veredito já proferido pela população em nada contribui para pacificar o país. Pelo contrário. Caso os brasileiros tenham que assistir humilhados, a abertura dos portões das penitenciárias, para a saída daqueles corruptos de alto coturno que tanto mal causaram ao país, o que ficará no entendimento de todos é que o antigo regime da impunidade se sagrou, mais uma vez, vencedor.

Com isso ficam enterrados, de vez, os esforços para passar o Brasil à limpo, seguindo o mesmo exemplo vivenciado pela Itália com a Operação Mãos Limpas. Essa experiência ao menos serviu para que a sociedade conheça cada personagem e cada instituição em cada uma das trincheiras. Mais do que um simples julgamento, esse é um momento que marca, de forma clara, a cisão do país. Algumas instituições como o Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) emitiu nota técnica em que manifesta sobre a constitucionalidade de execução provisória da pena após condenação em 2ª Instância, afirmando que “ reconhecem que a execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da presunção de inocência. ”

Também o mundo civilizado acompanha de perto esse drama em sua hora crucial, torcendo para que o Brasil se liberte definitivamente da ameaça da corrupção. Em comunicado elaborado pela Comissão Antissuborno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) expressou sua preocupação com a capacidade do Brasil em investigar casos de corrupção está seriamente ameaçada com as recentes decisões do ministro Dias Toffoli de proibir o compartilhamento de informações da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) com os diversos órgãos investigativos sem a autorização judicial prévia. A OCDE também demonstrou preocupação com a aprovação da Lei de Abuso de Autoridade. “A decisão do presidente da Suprema Corte, diz o documento, de interromper todas as investigações e processos criminais no país com base nos relatórios da Unidade de Inteligência Financeira e de outros órgãos administrativos, sem autorização judicial prévia, e as tentativas de restringir a capacidade das autoridades fiscais de detectar, denunciar, e investigar suborno e lavagem de dinheiro estrangeiros estão entre as medidas e decisões preocupantes que continuarão sendo monitoradas de perto pela Comissão Antissuborno”.

 

 

 

 A frase que foi pronunciada:

“Brasil volta a crescer nas emissões de gases do efeito estufa, capitalistas, socialistas e comunistas acham que isto é desenvolvimento. ”

Eduardo Jorge, político

Reprodução/Partido Verde/Facebook/

 

 

Previsão

Sem água e sem comida, as fronteiras se dissolverão. A Terra chegou ao seu limite e ameaça sacudir a raça humana para fora do planeta. A ameaça direta é sobre a produção de alimentos e sobre os recursos hídricos. Grandes hordas de migrantes vagarão perdidas pelo planeta. O processo, segundo especialistas no assunto, já se tornou irreversível.

 

 

Científica

Palavras e expressões, comuns apenas aos especialistas, irão se incorporar ao nosso dia a dia. Resiliência, mitigação, inação e outras deverão compor os currículos escolares. O Brasil chegou tarde. A queima de combustíveis fósseis está com os dias contados. A derrubada de árvores e vegetação nativa, caso do Cerrado, para a monocultura agrícola, praticada em grandes latifúndios, ameaça a existência humana.

Foto: ecoa.org.br

 

 

Assustadora

Diante de um mundo novo, com um novo padrão climático, as respostas, ainda possíveis, só poderão vir de um governo que inove na administração. Relatório publicado pelo Banco Mundial sobre as mudanças climáticas mais se assemelha aos textos bíblicos do Apocalipse.

 

 

 

Para o Brasil

As previsões contidas no Relatório dizem que: “No Brasil, na ausência de continuidade da adaptação, a produtividade agrícola pode diminuir até 70%, no caso da soja, e até 50%, no caso do trigo, diante de um aumento de 2°C na temperatura até 2050. A acidificação dos oceanos, o aumento do nível do mar, os ciclones tropicais e as mudanças de temperatura impactarão os meios de subsistência costeiros, o turismo, a saúde e as seguranças alimentar e hídrica.”

Charge: Dálcio Machado

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Disse o primeiro: este avião é do dr. Sebastião Paes de Almeida.

Disse o outro: é de vidro!

Disse o primeiro: atire a primeira pedra! (Publicado em 01/12/1961)

Um novo Brasil

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Reprodução: Ministros que, em 2016, votaram a favor da prisão em 2ª instância (g1.globo.com)

 

Todo o país parece viver numa espécie de suspense no qual se aguarda o desenrolar do novo capítulo referente ainda à grande saga iniciada com a Operação Lava Jato. Como um folhetim, onde os novos episódios vão se sucedendo a passos lentos, a próxima sub trama irá tratar justamente da possibilidade de prisão após decisão colegiada em segunda instância. As atenções da população se voltam, nesse caso agora tanto para o Supremo Tribunal Federal (STF), como para a Câmara dos Deputados, onde a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deu início as discussões, em caráter extraordinário sobre o projeto que trata do mesmo assunto.

Esse contraponto entre o Legislativo e o Judiciário, em boa medida foi induzido pelo poder de pressão de um novo player que vai se estabelecendo nesse país, à medida em que cresce a influência e a participação das redes sociais nos principais assuntos nacionais. O titubear nas decisões da Alta Corte sobre esse e outros temas de interesse da nação, mudando de entendimento à cada novo acontecimento e ao sabor dos acordos de bastidores que se sucedem a cada instante, criou, e não poderia ser de outra maneira, mais um momento de grande instabilidade política.

De fato, nesses últimos cinco anos a principal pauta política do país tem sido ditada justamente pelos desdobramentos da Operação Lava Jato e pelo ineditismo da condenação e prisão e de grandes lideranças, indivíduos que, até pouco tempo, eram tacitamente considerados intocáveis. O grande iceberg de corrupção revelado por essa investigação, abriu um racha intransponível no antigo Status Quo da República, se transformando num divisor histórico entre dois Brasis: o da impunidade perpétua e o país que se quer moderno da universalidade da lei.

Na atual fase em que esse folhetim histórico se apresenta e que talvez seja o seu ápice, mostra os esforços sobrenaturais que estão sendo gestados pelas forças do atraso para recuperar terreno e seguir, como se fez na Itália, para enterrar todo o trabalho de saneamento ético feito até aqui. Bem se sabe que a maioria dos esforços que foram realizados até o momento pelos agentes da lei, tem sofrido revés desesperado tanto do próprio Legislativo como do Judiciário. Esses contra-ataques por parte do “ancien régime” em favor dos condenados e contra o endurecimento das leis contra a corrupção, vêm arregimentando cada vez mais a participação da população em favor da continuidade do processo.

Mesmo parte dos ocupantes do poder Executivo e do Legislativo que aí estão, conseguiram se eleger justamente com a bandeira da ética no trato com a coisa pública. Infelizmente alguns desses personagens usaram desse mote apenas para conseguir acesso ao poder, mudando de lado, tão logo garantiram seu quinhão.

A sociedade, tem acompanhado de perto, a performance de cada um dessas figuras dessa vez com a grande vantagem de ter acesso à fala dos próprios personagens por vários canais das redes sociais. Com isso, parte dos brasileiros já pode se certificar de que é preciso fazer mudanças tanto no sistema político-partidário do país, como no sistema de escolha e composição das altas cortes. Nessa altura dos acontecimentos, os cidadãos sabem muito bem o que precisa ser feito, não apenas para que um novo Brasil nasça, mas o que é necessário expurgar para que essa condição se estabeleça definitivamente.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O melhor programa social que o governo pode oferecer ao povo brasileiro é o emprego.”

Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 9.abr.2019

 

 

Aula e memória

Que beleza a iniciativa de parceria entre o Instituto Histórico e Geográfico do DF e a Secretaria de Educação. Aulas são ministradas pela professora Denise Coelho para mostrar aos professores das escolas públicas a história da cidade. A iniciativa faz parte do próximo aniversário de Brasília, em abril. Uma fonte rica de informações que deve ser aproveitada nesse projeto é a doutora Tânia Fontenele, autora do documentário Poeira e Batom.

Imagem: cultura.gov.br

 

 

Nosso Hino

Por falar em escolas, é bom que, nesse clima de história, os alunos tenham oportunidade de conhecer o Hino Oficial de Brasília com a música da professora Neusa França e letra de Geir Campos.

 

 

Impressionante

Desigualdade & caminhos para uma sociedade mais justa, livro assinado pelo ex-banqueiro Eduardo Moreira com prefácio de Jessé Souza e posfácio de Márcio Calve Neves.

Eduardo Moreira. Foto: divulgação.

 

 

Informação

Ars Rochedo informa, em carta ao Correio Braziliense, que em relação ao julgamento que acontece hoje, no STF, é importante que todos saibam em quais países a prisão ocorre após a 1ª ou 2ª instância. Eles são: Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, China, Coreia, Dinamarca, Espanha, EUA, Finlândia, França, Grécia, Índia, Irã, Irlanda, Israel, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Holanda, Polônia, Portugal, Reino Unido, Romênia, Rússia, Suécia, Suíça, Turquia, Uruguai e em mais 153 países com importância relativa menor. E termina a missiva: Por essa razão, os cidadãos brasileiros esperam que os ministros do STF usem qualificação profissional, notório saber e inquestionável integridade para tomar a decisão requerida pela verdade, decência e ética.

Foto: Jorge William 24/04/2019 / Agência O Globo

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Com muitos outros aconteceu o mesmo, e nós ficamos, de longe, admirando a fidelidade suarenta de alguns dos seus “amigos”. (Publicado em 01/12/1961)

Motim a bordo

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Major Olimpio Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo

 

Enredados, cada vez mais, na própria teia de interesses e ganâncias que vão tecendo a sua volta, o clã Bolsonaro e aqueles que orbitam cegos ao seu comando vão se isolando daquele grupo original que apoiou a campanha vitoriosa, certos de que poderão seguir em frente sem cuidar do que vem pela retaguarda, pelos flancos e principalmente pelo centro. Na verdade, parecem marchar com antolhos, que lhes limitam a visão, obrigando-os a seguir sempre em frente.

Não haveria problema algum se tal estratégia não redundasse em prejuízos a outrem, no caso a nação, conduzida para mais uma crise institucional por conta exclusiva da soberba de um grupo e sua obstinação desmesurada pelo poder instantâneo. Fossem notoriamente reconhecidos pela capacidade de manipulação nas artes da engenhosidade e engenharia política, seria até interessante assistir no que consiste esse ardil de incendiar o partido que os elevou ao poder.

Mas, em meio à chanchada ridícula em que se transformou a política nacional, o que se tem é um agrupamento familiar de neófitos nas artimanhas políticas das profundezas, querendo erguer para si e seus comandados ou tomar de outro, uma agremiação política inteirinha, de modo a que possa atrelar, a essa nova sigla, os desejosos inconfessos desse grupo de iniciantes.

De fato, trata-se mais de um motim na nau do PSL do que algo que possa ser considerado uma tática inteligente de assumir o leme com sérios propósitos e certeza da rota. O risco de uma aventura desse calibre é o naufrágio de toda a galera, colocando à pique também uma oportunidade que se quis crer de ouro de salvar o país das garras das esquerdas. Em política a mais curiosa e excêntrica posição é aquela em que um indivíduo ou grupo coeso passa a ser, ao mesmo tempo situação e oposição, situando-se num ponto de bipolaridade, onde não consegue ser, sequer, confiável aos seus próprios propósitos. “Na verdade, afirmava Maquiavel, não há maneira de possuir um estado senão arruinando-o”, e essa parece ser o propósito dessa turba.

O problema com motins desse gênero, em que se pede a certificação de navegação à piratas, depois de zarpada a embarcação, é que além de soar como piada, enseja a que todos saquem suas espadas da bainha. A briga generalizada deflagrada a bordo da nau do PSL por ordem dos onipresentes filhos, além de entornar o caldo de laranja na candidatura do pai, atiça as pretensões daqueles que almejam desertar dessa embarcação desgovernada. Há muito já se sabe que aqueles que não conseguem governar o próprio clã, colocando cada um no seu lugar, fazendo-os responsáveis por suas virtudes e vícios, dificilmente conseguirá comandar um país inteiro. Com isso vai se aproximando o momento crucial em que o patriarca terá que optar entre a República e os rebentos, sabendo que uma escolha exclui a outra. Ou talvez aprenda da pior maneira possível que a coisa pública e o escrínio do lar com suas vicissitudes são incompatíveis e até antagônicas com a vida pública, racional e impessoal. Nesse abraço de afogados Bolsonaro terá que decidir entre chegar vivo à margem ou afundar de mãos dadas.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Holofotes mudam os políticos.”

Carlos Bolsonaro

Foto: istoe.com

 

 

Calçadas

Há dinheiro no GDF para calçadas em todas as regiões administrativas. O diretor de Urbanização da Companhia, Luciano Carvalho, dá a dica aos contribuintes de estreitar a relação com a administração da região onde mora e solicitar a obra.

Calçadas da Asa Norte foram reformadas | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

 

 

Reconhecimento

Bombeiros e policiais recebem apoio do senador Izalci Lucas e do governador Ibaneis Rocha. Fotografados com o documento que justifica o aumento salarial para as duas categorias, o próximo passo é encaminhar a proposta ao Governo Federal. Apenas uma pendência ainda não foi resolvida: o governador prometeu chamar a última turma do último concurso dos Bombeiros. A defasagem no quadro é patente.

Foto: Divulgação/Bombeiros (correiobraziliense.com.br)

 

Contrastes

Bolsonaro em Aparecida. Essa é uma notícia base para entender a linha editorial de cada jornal impresso ou online do país. Algumas manchetes estampavam vaias ao presidente, outras, ovação. Pesquisando nos vídeos ficou claro. Ao presidente não houve vaias. Pelo contrário. Um corredor humano o esperava de mãos estendidas.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Se, ao seu desembarque, não houvessem os “cerca o homem”, todos haveriam cumprimentado o senador, sem aquela cena constrangedora do dr. Israel Pinheiro se retirar para a estação de passageiros, porque não podia se aproximar do senhor. (Publicado em 01/12/1961)