Programas de televisão são um lixo

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MAMFIL com Circe Cunha

Educação de casa se leva à praça, diz o filósofo de Mondubim. Hoje, com a substituição dos pais pelos aparelhos eletrônicos, principalmente a televisão, o que se tem são legiões de jovens reproduzindo naturalmente no mundo real exemplos colhidos ao longo de horas em frente à telinha. No Brasil, como em todo o mundo, a televisão passou a representar o principal centro de atenção dos lares. A mesa de refeições onde as discussões do cotidiano ocorriam com frequência, foi substituída pela sala de televisão, na qual as pessoas, automaticamente abduzidas pela caixa de fazer doidos, engolem o que está no prato e na tela num gesto mecânico, sem se dar conta do mundo e das pessoas ao redor.

A televisão se transformou numa espécie de babá eletrônica da meninada. Os efeitos dessa exposição duradoura a um mundo virtual, onde até as regras mínimas de convivência e tratamento pessoal são fictícias, t”em conduzido toda uma geração a estabelecer relações interpessoais com base em exemplos, muitas vezes, impróprios. O peso da presença da televisão nos lares não é correspondido com o mesmo grau de cuidado com o conteúdo da programação veiculada. Obviamente, o que se busca na televisão é a maior apreensão possível do telespectador, o que vai corresponder de forma direta no valor pago pelos patrocinadores.

A fórmula mais sucesso, mais anunciantes é a regra para a própria sobrevivência econômica das redes de televisão. Diante dessa equação, tudo o que se faz é buscar a maior audiência possível. E é aí que mora o perigo, quando falta monitoramento. Na busca desenfreada pela audiência conta menos o conteúdo adequado do que o sensacionalismo. É justamente por esse motivo que a programação das televisões, de forma quase geral, é de baixíssima qualidade. O que se tem são programas apelativos e, muitas vezes, ofensivos à dignidade humana.

Exemplos dessa abstinência total de qualidade podem ser verificados diariamente, em programas vespertinos que reportam a criminalidade bestializada nas ruas do país. O grau de violência desses programas sangrentos, só perde em audiência para as baixarias de mau gosto apresentada pelos programas de reality show, em que a miséria humana é exposta na vitrine com toda a sua crueza animalesca. Nesses programas, particularmente, é destacada, em sons e cores e até glamourizada, a degradação ética do ser humano, submetido a modelos de comportamentos que envergonhariam até os primatas.

A alta audiência verificada durante a exibição desses programas, muito antes de servir de motivo para mantê-los no ar, tem uma explicação simples: os telespectadores brasileiros, até hoje, não foram apresentados a uma programação com sentido e com qualidade cultural inconteste, tal qual é feita em muitos países. Sorvem o que está à frente, sem se dar conta de que estão engolindo lixo tóxico.

A frase que foi pronunciada

“Quem vive em Brasília não sabe nada de Brasil.”

Turista radical embasbacado com a beleza arquitetônica da Praça dos Três Poderes.

Você sabia?

» Cobrar R$ 50 mensais de cada morador para fazer ronda de moto à noite é um preço bem alto pago nas ruas do Lago Norte. Todos conhecem o motoqueiro pelo nome e, dentro do acerto, pode-se pedir para buscar remédios ou pizza. Para muitos, vale o conforto.

Segurança

» Chama a atenção o número de carros da PM circulando entre o Paranoá e Varjão. Pelo visto em outras áreas também.

Stand by

» Sérgio Cabral e Pezão não estão sendo tratados com o mesmo peso e medida. A água está passando por baixo da ponte, mas, mesmo assim, há pegadas na beira do rio.

Cuidado

» Novo golpe na cidade. Agendamento de serviço por telefone. Nunca aceite se receber esse tipo de ligação dizendo ser da Sky, Net, Caesb ou CEB ou qualquer outra empresa. Ladrões telefonam para residência usando lista telefônica com números fixos. Agendam a visita, chegam uniformizados, são recebidos, entram na casa e anunciam o assalto.

Cidadania

» Atividade física, aulas de artesanato, alfabetização, canto coral, informática, aulas de dança, grupos terapêuticos e confraternizações apenas para idosos. Essas são as ofertas oferecidas pelo projeto Bombeiro Amigo. As inscrições podem ser feitas nos quartéis de Ceilândia, Brazlândia, Samambaia, Gama, Guará e São Sebastião.

Release

» Nesta sexta, dia 14, às 11h, será aberta a 11ª edição da tradicional Feira Internacional de Artesanato (Finnar), que, como sempre, será realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O evento segue até o dia 23. Durante os feriados, sábados e domingos, o início das atividades será às 11h e o término, às 22h. Nos dias úteis, funcionará das 16h às 22h. Ingressos a R$ 10,00 (inteira), com censura livre. O evento conta com o patrocínio da Caixa e apoio da Secretaria de Estado de Esporte, Turismo e Lazer do DF.

História de Brasília

E mais: alguns açougueiros estão vendendo filé com contrapeso, o que é um absurdo. Estes, então, devem ser anotados pelas donas de casa. (Publicado em 26/9/1961)

Más influências

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Podem ter a certeza: se a proposta apresentada pelo GDF transformando a estrutura administrativa do decadente Hospital de Base em instituto nos moldes da Rede Sarah não é do gosto dos sindicalistas e principalmente dos deputados distritais, é porque a nova fórmula de gestão acaba não só com a ingerência indevida de políticos e pelegos em setores de interesse público, mas também blinda esse e outros serviços de casos de corrupção e de paralisações indevidas.

Quanto mais afastar a prestação desses serviços das influências nefastas de políticos e sindicalistas, melhor será o atendimento à população. O exemplo de excelência de gestão dado pela Rede Sarah tem, entre seus segredos, justamente o distanciamento das más influências dos parasitas.

O caso rumoroso levantado pela Operação Drácon, com indiciamento de cinco parlamentares da Câmara Legislativa por recebimento de vantagens indevidas de verbas para a saúde, demonstra a necessidade urgente de alijar políticos dessa espécie de qualquer assunto referente às áreas de saúde pública. O mesmo ocorre com a educação. A greve dos professores da rede pública, ordenada anualmente por sindicatos que mais se comportam como partido político, é exemplo patente da intromissão indevida de um tipo de sindicalismo pelego, atrelado ao Partido dos Trabalhadores, na estrutura de ensino.

Ao longo dos últimos 20 anos, a influência político-partidária nas questões de saúde e de educação só tem contribuído para a piora de qualidade dos serviços. Faltam médicos, professores e falta qualidade no atendimento à população que paga os mais altos impostos do planeta. No entanto, nada falta a distritais e aos sindicatos.

O que a população deseja são hospitais, transportes decentes e escolas com qualidade e excelência equivalentes aos tributos que paga. O que os brasilienses querem é ser prontamente atendidos em hospitais limpos e humanizados, comandados por técnicos de alto nível, tal qual existem nos países desenvolvidos. O que se quer é menos politicalha e mais serviços de qualidade. Políticos e sindicalistas, na grande maioria, ambicionam apenas o poder pelo poder, sem relação com a sociedade.

Hospitais desinfetados e escolas equipadas não aparecem em nenhuma agenda de políticos e de sindicalistas. O que se busca são aumentos infinitos de salários, estabilidade para gente que não aparece nos plantões médicos nem dá aulas. Se acaso o Hospital de Base se transformar em instituto com as mesmas qualidades apresentadas pela Rede Sarah, será vitória para a população do Distrito Federal e uma instituição a menos no balcão de negócios de políticos e sindicalistas.

A frase que foi pronunciada

“O uísque é o melhor amigo do homem; é um cachorro engarrafado.”

Vinicius de Moraes

De mansinho

» Não foi só a brecha econômica em Cuba que despertou interessados. As igrejas estão se instalando no país que até pouco tempo atrás não tolerava nenhuma manifestação espiritual. Além das coisas do céu, problemas terrenos como Aids e agricultura familiar, energia alternativa estão na pauta dos encontros eclesiais.

Educativo

» Muito bom o programa apresentado pelo SBT aos sábados às 12h30. Entrevistas e documentários sobre a Educação no DF. Vale acompanhar.

Castigo mental

» Por falar em educação, é incompreensível como os ministérios da Justiça, da Educação, das Comunicações e a Abert permitem a transmissão do criminoso desenho “animado” da porca Peppa. Pais permissivos, com preguiça de educar, e crianças completamente sem limite, desajustadas, é o mínimo que se observa quando há paciência para assistir a essa coisa. Para a personalidade em formação, trata-se de crime em forma de inocência.

Lembrete

» Em relação à proteção à criança, a norma é bem clara. As medidas são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos por lei forem ameaçados ou violados: a) por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; b) por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável.

Simples assim

» Ronaldo, que vende picolé na entrada da chapelaria do Senado, disse que, para o Brasil não ter sucumbido até hoje com tanta roubalheira, é porque tem realmente muito dinheiro. Dinheiro que daria tranquilamente para ser usado nos transportes, na saúde e na educação. Todos concordamos.

Acredita?

» Depois de tanta verba surrupiada dos cofres da União, o Ministério Público acaba de barrar, por uma ação, o empréstimo de nada menos que R$ 9 bilhões para a Sete Brasil.

História de Brasília

A operação chapa-branca não funcionou apesar da recomendação do general Amaury Kruel. A indisciplina dos que têm carro do governo sob sua guarda é indício do não reconhecimento da autoridade do governo e, vista sob qualquer aspecto, é má para a administração. (Publicado em 23/9/1961).

Contribuição acinte

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Juntas, as 17.068 entidades sindicais, registradas no Ministério do Trabalho, arrecadaram, apenas nos últimos 5 anos, com a contribuição obrigatória de um dia de serviço de cada brasileiro, R$ 15 bilhões. A proliferação desenfreada de sindicatos foi a maneira encontrada nos 13 anos do governo petista para estender a influência e ascendência de seu partido sobre todos os trabalhadores do país, não com o intuito de aperfeiçoar as relações patrão/empregado, mas objetivando unicamente o controle hegemônico da legenda.
A abundância de recursos e a facilidade de obter registro sem burocracia ou necessidade de prestar contas do montante arrecadado ao Tribunal de Contas da União explicam a multiplicação de entidades sindicais em nosso país. É o dinheiro fácil do contribuinte, arrancado do bolso de cada brasileiro, que favoreceu também a proliferação de outras entidades parasitárias, como partidos políticos e organizações não governamentais, que, antes de cuidar da defesa dos interesses daqueles que insinuam representar, tratam de defender os próprios interesses, principalmente, em muitos casos, das cúpulas dirigentes.
Obviamente, distorções dessa natureza só foram possíveis graças à leniência interesseira dos legisladores e à complacência da Justiça, sempre pronta a dar a sentença final a essa turma. Para se ter uma ideia desse absurdo, a Inglaterra, berço da Revolução Industrial e do sindicalismo, possui apenas 168 sindicatos. A Alemanha, o gigante industrial europeu, tem oito sindicatos. A vizinha Argentina, perto de 60. O máximo que se conseguiu com essa farra de entidades ditas representativas foi a explosão de sindicatos pelegos, atrelados ao governo e de olho na contribuição gorda do imposto.
Para alguns historiadores, a situação reflete ainda um resquício de nossa história fascista recente, que fez do aparelho sindical um apêndice do Estado paternalista. O mais estranho é que pela legislação vigente, contida na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mesmo os trabalhadores e empresas que não estão associados a sindicatos são obrigados a pagar, anualmente, a forçada contribuição sindical.
É chegado o momento, com a reforma trabalhista, de se discutir a modernização dos sindicatos brasileiros à luz do que vem sendo feito em outras partes do mundo, onde essas entidades já encontraram, nos valores democráticos universais, novas formas de organizar as classes trabalhadoras, libertas das ideologias partidárias e, principalmente, do Estado e do pobre contribuinte, chamado a bancar qualquer aventura inventada pelos donos do poder.

A frase que foi pronunciada
“Na luta do bem contra o mal, é sempre o povo que morre.”
Eduardo Galeano

FNPL
» Tiririca, como deputado, participou da criação do vale-livro. O deputado Rafael Motta já deu parecer favorável ao projeto de lei que cria o Fundo Nacional Pró-Leitura.

Refinamento
» Convite de Celina Kaufman para a abertura da Exposição Figurative Expressions. Trata-se de uma parceria da Art&Art com a SV Gallery de Nova York. Em São Paulo, na Alameda Lorena,1748.

Sem fronteiras
» Por falar em São Paulo, o escritório Almir Pazzianotto Pinto Ltda. já é sucesso no Facebook.

Sem saída
» Cobrança de R$ 2,3 bilhões é o que a força-tarefa da Lava-Jato quer de volta aos cofres públicos. O Partido Progressista é que vai pagar a conta por causa do propinoduto da Petrobras. Se a mesma penalidade ou outra maior for estendida também a outros partidos, o perigo é que eles resolvam quitar essas multas com o dinheiro do próprio contribuinte, por meio do fundo partidário.

Já acontecidos
» Há um balão na descida do Paranoá pessimamente sinalizado. Os carros que seguem em altíssima velocidade a caminho do Plano deveriam parar para a pista preferencial. Nada previne acidentes por ali.

Uma pena
» Durante oito horas, o trânsito, nas imediações do Palácio do Buriti, ficou interrompido por conta da manifestação dos professores da rede pública, causando um transtorno e um prejuízo imenso aos brasilienses bem na hora de pico. Ameaçando invadir o Palácio, entrando em confronto aberto com os policiais que faziam a proteção do local, além de desrespeitarem a decisão da Justiça, que considerou a greve ilegal. Por essas e outras é que a cada dia a categoria perde o apoio e o respeito do cidadão.

História de Brasília
Desde que assumiu a Presidência da República, o sr. João Goulart tem, no Aeroporto de Brasília, um convair da Varig à sua disposição. (Publicado em 24/9/1961)

Terra nostra

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Como sempre repete o filósofo de Mondubim: “Quem aluga o traseiro não escolhe onde sentar.” A sentença serve como uma luva para a proposta que será apreciada em breve pelo Congresso Nacional e que conta com o apoio do governo do constitucionalista Michel Temer. Trata-se da regulamentação da venda de terras brasileiras a estrangeiros e a fundos de investimentos sediados fora do país.

A medida que traz como justificativa um possível aporte de recursos de R$ 50 bilhões para o setor agrícola, vem sendo alvo de severas críticas de ambientalistas e, principalmente, dos militares, para os quais a simples menção de vender o solo pátrio equivale à traição que atenta contra a soberania nacional, primeiro fundamento da Constituição Federal.

A princípio, não se compreende como o setor agropecuário, considerado o mais capitalizado do país e que vem, seguidamente batendo recordes de produção, necessitaria de aportes tão imediatos. Por outro lado, para os agricultores e criadores nacionais, a terra representa o mais precioso e fundamental meio para produzir. Vendê-las pois, equivaleria a matar a galinha de ovos de ouro.

Para alguns estrategistas, o controle de imensos latifúndios por grupos estrangeiros pode suscitar problemas de toda a ordem, sobretudo dependências, submissões e outras situações perigosas para o Estado brasileiro e sua soberania. O fato é que potências estrangeiras estão de olho grande neste produto posto à venda.

Para um país acostumado com a fragilidade de fiscalização, trata-se, na opinião dos interessados, de um negócio da China. Não é por outro motivo que a própria China anunciou a intenção de aplicar US$ 300 milhões para a aquisição de quase 1.000 quilômetros quadrados na Bahia para produzir o que o Brasil já exporta em excesso: soja. Produtores nacionais vêm fazendo, há muitos anos, denúncias contra empresas estrangeiras que plantam em terras brasileiras, principalmente com relação às irregularidades praticadas nas áreas trabalhistas e tributárias, desrespeitando direitos, desmatando áreas protegidas, usando defensivos proibidos em outros países, entre outras ilegalidades, acabando com nossa água. Aliás, acabaram com um rio, o rio Doce, e pelo peso leve da punição pode-se calcular o que será com os novos donos da terra brasileira.

Além desses crimes, os agricultores têm alertado para o fato de algumas empresas comprarem terras apenas para especular, sendo que muitas propriedades, tão logo são adquiridas, passam a ser sublocadas para outros grupos, sem qualquer fiscalização. Trata-se de uma situação alarmante, sem o conhecimento da sociedade, sem fiscalização, sem puniçao e pior, sem qualquer interesse por parte das autoridades que permitem que grupos alienígenas possuam áreas maiores que muitos países do planeta.

A frase que foi pronunciada

“O Brasil precisa escolher entre autonomia e dependência, soberania ou submissão. Como o viajante, diante da esfinge, a grande pergunta que temos que responder ao século 21 é: que país queremos ser e que futuro queremos ter, como Nação.”

Mauro Santayana

Por dentro

» Fernando Gomide, nosso leitor que foi candidato à Câmara Legislativa, acompanha as barbaridades políticas. São 24 deputados, sendo 17 investigados ou réus por corrupção ou improbidade. A saúde continua sucateada. Desde 2009, todos os secretários de Saúde do DF se tornaram réus em ações de improbidade onde a IntensiCare tinha interesse. Os cinco deputados distritais acusados de corrupção passiva em relação à IntensiCare continuam com o mandato parlamentar. Ministério Publico e Polícia Federal precisam investigar os Tribunais de Contas, secretarias de Saúde e TJs, principalmente, no que tange a financiamentos de campanhas eleitorais. E termina a missiva: “Enquanto poucos tentam combater a corrupção criminosa, a população vulnerável morre”.

Em ação

» Em parceria com a Administração do Lago Norte, o Colégio Indi participou do plantio de 200 mudas no Viveiro Comunitário da região. A meninada passou a manhã com as mãos na terra. “Cuida do jardim pra mim, deixa a terra florescer, pensa no filhote do filhote que ainda vai nascer.” O primeiro broto nasceu. A poesia.

Luthier

» Já que não vê a dupla da PM nas ruas, Hary Schweizer apelidou as partes dos fagotes recém-construídos de Cosme e Damião. Para lembrar dos velhos tempos de segurança nas ruas.

História de Brasília

O único homem a quem o sr. Juscelino Kubitschek pede a bênção é o sr. Eufrosino de Oliveira, seu padrinho de batismo, que reside em Diamantina e conta, hoje, com 94 anos de idade. (Publicado em 23/9/1961)

Ações humanas induzem e podem mitigar crise hídrica no DF

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Infelizmente, o Relatório síntese sobre a crise hídrica no DF, elaborado pelo Conselho de Recursos Hídricos, da Secretaria do Meio Ambiente, não chegou ao conhecimento da população. Não chegou, principalmente, às escolas da capital, onde a leitura atenta das análises feitas por técnicos do setor sobre a escassez de água ajudaria no entendimento, não só das causas e consequências, mas reforçariam o sentido urgente de se empreenderem medidas e soluções criativas para resolver este que é o maior desafio experimentado pela capital dos brasileiros desde a sua fundação.
O poder multiplicador das escolas tem o dom de promover um alargamento da discussão. É preciso envolver as novas gerações no assunto, realizando feiras de ciência sobre o tema, premiando trabalhos escolares e mesmo universitários, que apontem soluções para esse drama. Ninguém pode desconhecer que o problema é de todos.
É importante salientar que se foram as ações humanas que aceleraram a crise hídrica, há de ser pela ação desses mesmos agentes que as soluções virão ao seu tempo ou pelo menos se tornarão menos intensa e mais suportável. O homem é o agente principal de seu destino. Durante sete meses, o relatório que trata da crise hídrica foi sendo montado com base em análises, informações e propostas colhidas nas diversas reuniões organizadas para debater o assunto e, hoje, se constitui no mais completo e sucinto documento sobre o drama da escassez de abastecimento de água potável para a população do Distrito Federal.
O documento começa por mostrar a queda acentuada nos volumes de chuva, registradoa nos últimos dois anos, sempre muito abaixo das médias históricas para a região. Depois, analisa a distribuição, cada vez mais heterogênea, dessas chuvas, o que tem afetado a preservação de água, principalmente nas sub-bacias hidrográficas do Descoberto e de Santa Maria que, juntas, abastecem 85% da população.
Ao lado desses aspectos climatológicos, decorrentes, em parte, do processo do efeito estufa global, o relatório aponta, no caso de Brasília, o crescimento populacional na última década, superior a 2% ao ano, e os impactos que o inchaço trouxe para a demanda de água e para a produção de esgoto lançado no ambiente.
O documento lista ainda a ação humana decorrente da grilagem de terras públicas e da ocupação irregular do solo (em muitos casos favorecida pelos governos passados, dentro da visão: um lote, um voto). Essas ocupações ocorreram em áreas de proteção de mananciais, unidades de conservação, áreas de recarga de aquíferos, de preservação permanente, de nascentes e de matas ciliares.
Como resultado dessa desordem, o relatório alerta, nos últimos 25 anos, mais de 50% da cobertura vegetal original foram perdidas nas áreas urbanas e no entorno agrícola. Esse importante documento lista a destruição do bioma cerrado, mostrando que, nos últimos 10 anos, as taxas de desmatamento anuais foram superiores a 15 mil km², o que, necessariamente, afetou o ecossistema da região.
Foram considerados problemas as perdas e os furtos de água do sistema superiores a 35%. Estão relacionados, no documento, além da falta sensível de investimentos nas últimas duas décadas para o setor, e o consumo chamado de irracional e perdulário de água, sobretudo, nas regiões mais ricas da cidade, onde o gasto de água por habitante supera os 500 litros/dia, quando a média ideal recomendada pela ONU é de 110 litros por habitante/dia. Há ainda muito a ser discutido com a população com relação à escassez crônica de água, mas o relatório é um bom começo, principalmente, se ações efetivas forem tomadas.

A frase que não foi pronunciada
“A ação tanto é a vida da alma como do corpo.”
George Meredith

Cabeças de porco
» Operação Carne Fraca. Nos dois sentidos. O primeiro de ceder à corrupção, inclusive, com a cumplicidade de funcionários da vigilância e o segundo, aquelas marcas com comerciais lindos, Swift, Seara e Perdigão, comercializando carnes com papelão, ácido ascórbico e até cabeça de porco!

Novidade
» Marta Ramalhete divulga a arte de contar histórias com uma camada de tecnologia, o famoso Ubook. “Possuímos quatro estúdios próprios e temos parcerias com outras dezenas de estúdios espalhados pelo Brasil. Nosso objetivo, com isso, é poder proporcionar aos nossos ouvintes uma gama variada de vozes, interpretações e sotaques das mais diferentes regiões do país. Afinal, é essa mistura de sotaques, gírias, expressões locais e variadas entonações que torna o Brasil tão rico e culturalmente diversificado”, diz Marta Ramalhete, gerente de produção do Ubook, maior plataforma de audiolivros por streaming da América Latina. Acesse o www.ubook.com.

Boas novas
» Governo do DF garante que vai quitar as dívidas com fornecedores da Saúde. Por volta de R$ 365 milhões serão necessários. Uma força tarefa foi montada para articular, na prática, o fim da dívida.

História de Brasília
Há médicos e enfermeiras à beira da estafa, com plantões dobrados. Há uma onda sonolenta nos corredores. Todos sofrem, porque não querem que os pacientes sofram. Mas tudo tem um limite, e a fadiga é visível em todos. (Publicado em 23/9/1961)

Reforma

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ARI CUNHA – Visto, Lido e Ouvido
Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Alguém, em sã consciência, entregaria uma caríssima obra de reforma de seu patrimônio a um grupo de pessoas no qual não deposita absolutamente nenhuma confiança? É mais ou menos o que vem ocorrendo com a reforma da Previdência, apresentada com enorme urgência, pelo governo Temer. Mesmo diante do reconhecimento da necessidade de reformar o sistema, os trabalhadores brasileiros, na sua imensa maioria, não confiam naqueles que estão, em todos os níveis, operando para mudar a mecânica do sistema previdenciário. Não é para menos. A população não confia no Congresso, não confia nos políticos, não confia no governo e desconfia, inclusive, dos próprios sindicatos que dizem representá-la.O futuro da classe trabalhadora está nas mãos daqueles que as ruas já disseram, em alto e bom som, que não a representam. Que reformas podem resultar de políticos que, em suma, não se submeterão às novas regras? Todos poderão se aposentar com 8 anos de serviço? Ou receber de castigo a aposentadoria compulsória? Para qualquer trabalhador interessa, obviamente, uma aposentadoria digna e, se todos são iguais perante a lei, que a mesma lei funcione para todos no mesmo gênero, número, grau e quantia proporcional.Para isso, o trabalhador investe ao longo da vida parte significativa de seus rendimentos. Trata-se aqui de uma aplicação que é retirada à revelia do assalariado pelo Estado e, muitas vezes, aplicada de forma irresponsável, em negócios nebulosos e, não raro, com sinais claros de corrupção.Falar em reforma, o que salta primeiro diante dos olhos do brasileiro é o risco de gestão temerária dos recursos feita pelos governos. É preciso lembrar que o dinheiro dos trabalhadores tem sido usado até para comprar papéis e títulos podres da dívida pública de países que todos sabiam economicamente falidos. Nos últimos anos, os mais sólidos fundos de pensão das empresas públicas brasileiras foram simplesmente esvaziados por conta de interesses que misturavam afinidade ideológica e interesses particulares escusos. O que resultou nesse carnaval com o dinheiro do trabalhador foram fundos pobres e operadores, partidos e dirigentes ricos.Muito mais do que o envelhecimento da população, o que tem levado à falência do sistema previdenciário são a incúria e a corrupção, facilitadas não só pelas brechas que escancaram as portas do cofre às fraudes corriqueiras, mas sobretudo pela facilidade com que os recursos são apropriados em nome da política partidária. Os recursos da Previdência têm sido usados para tudo, menos para garantir o futuro daqueles que investiram por anos a fio, dando parte de seu sacrifício, para receber paz no futuro.

A frase que não foi pronunciada

“Péssima notícia. Papai Noel está de saco cheio.”

Alguém fantasiado de bom velhinho pagando contas e mais contas

BB
» Buscando comunicação com agências do Banco do Brasil, descobrimos uma inovação que acelera a comunicação dos clientes com a gerência da conta. Ao acessar, pela internet, pela agência e conta, ao entrar na página, basta o cliente clicar em um balãozinho no canto direito no alto da tela. Ali está a interface. A gerência recebe a questão em tempo real, que fica aberta no computador até que dê a resposta. Uma solução bastante ágil para os internautas. Os idosos que preferem o contato telefônico ainda penam.

Denúncia
» Leitor chama a atenção do governo Temer para impedir que as riquezas do Brasil saiam como estão saindo. Desde matéria-prima para indústrias farmacêuticas multinacionais até o nióbio, vendido a preço de banana.

Regresso
» Lendo a história de Brasília abaixo, aqui mesmo nessa coluna, quando na década de 1960 uma carta saía do Aeroporto de Brasília e chagava no mesmo dia ao Ceará, hoje um susto com a surpresa. Para uma carta chegar aos Estados Unidos, em uma semana, é preciso desembolsar
R$ 100. Que diferença. Quanto tempo levamos para fazer o pior.Qualquer reforma séria deveria começar pela universalização dos direitos. Isso, logicamente, significaria, teto salarial, fim de privilégios e outras desigualdades vergonhosas. Uma simples sondagem nos salários de alguns nababos da República dá a dimensão do abismo social do país. Renan Calheiros sabe disso e encostou o ferro gelado no nervo central da questão.

História de Brasília

Quando alguém falar mal do DCT faça, por favor, exceção à agência do aeroporto de Brasília. Um telegrama para o Ceará, que vai via Rio, chegou ao destino no mesmo dia. É uma pena se noticiar uma coisa dessas, porque fato como esse devia ser rotina, mas infelizmente não é. (Publicado em 19/9/1961)