A galinha dos ovos de ouro

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Imagem: lampadia.com

 

É dito que, sob nenhuma hipótese e em tempo algum, o Estado irá lhe dar o que quer que seja, que não tenha arrancado de você antes. A razão é simples: o Estado, por sua natureza bisonha e abstrata, não produz riquezas. Sorve com a gulodice de um bárbaro. No máximo, faz ricos aqueles que estão com as mãos agarradas ao timão.

É óbvio que, dentro de uma premissa injusta e certeira como esta, aqueles que se desdobram para cumprir seus deveres dentro das regras, terão ainda que custear as aventuras irresponsáveis impostas às finanças públicas.

O que muitos suspeitam é que, a partir da Idade Moderna e à medida em que os Estados nacionais foram sendo organizados, ocorreu também uma apropriação de sua máquina por parte das elites dirigentes, de modo que, a existência de um, passou a condicionar a existência de outro. Sendo dessa forma, pode-se inferir que não há governo algum que possa sobreviver sem o amparo e proteção direta do Estado ou, em outras palavras, sem os recursos sacados da população.

Daí, não chega a ser surpresa que, de posse desse segredo, ocorra entre nós o fenômeno da multiplicação de uma classe de políticos profissionais, cujo empreendimento e grande negócio é, através das dezenas de legendas políticas, lucrar com as franquias do Estado. Certo é que um modelo dessa natureza está fadado ao fracasso. Não dos políticos ou do Estado, mas da nação.

A razão da derrocada desse modelo é a mesma explicada na fábula da “Galinha dos Ovos de Ouro”. Note que a galinha mágica aqui é o próprio cidadão. Aqui também a Curva de Laffer marca o ponto de inflexão, em que o aumento exagerado de impostos é incapaz de aumentar a capacidade arrecadada pelo governo. A solução nesse caso é matar a galinha dos ovos de ouro, sufocando o cidadão e levando-o a tomar uma posição radical contra tudo o que exalar o cheiro do Estado.

A sonegação, a informalidade, o contrabando e todo um conjunto de medidas de sobrevivência à margem da lei passam a ganhar cada vez mais fôlego, quando o inimigo a ser vencido passa a ser o próprio Estado. Afinal, a quem serve o estatismo? É o que todos passam a refletir. Veja o caso aqui dos motoristas de aplicativos. A maioria está contra a proposta do governo de regulamentar a atividade. Sabem eles que o Estado tem em mente, unicamente, tributá-los ao máximo. Agora mesmo, o governo planeja também acabar com o saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), uma facilidade que os trabalhadores, em sua grande maioria, apoiavam, por conceder mais liberdade ao uso desses recursos próprios. Outro caso emblemático, entre milhares de outros, e que demonstra a falta de afinação entre Estado e nação, está no julgamento nas altas Cortes, que analisa se o intervalo de recreio escolar pode ou não ser incorporado à jornada de trabalho dos professores, ou seja, se esse tempo pode ser contado nas horas em que o professor está à disposição do patrão.

Somente quem não conhece de experiência própria essa profissão pode levantar um absurdo como esse e trazê-lo à apreciação de ministros de Estado. Impossível que não saibam que os professores também trabalham em casa, nas horas de folga.

A questão é que o bem público não está entre as prioridades de nossos homens públicos. Daí porque todos acreditarem que quanto menor o poder do Estado, maior o poder do cidadão. O problema é fazer com que o governo passe a acreditar que um Estado forte não é aquele que submete seus cidadãos, colocando-os a serviço de uma elite no poder, mas sim aquele que fortalece e ampara cada um de seus habitantes.

 

A frase que foi pronunciada:

Embora todas as outras ciências tenham avançado, a do governo está paralisada – pouco melhor compreendida e pouco melhor praticada agora do que há três ou quatro mil anos.

John Adams

John Adams. Imagem: National Gallery of Art, Washington

 

Desconsideração

Uma volta pela cidade na hora do almoço, é patente, no serviço público e privado, a falta de um ambiente para descanso dos funcionários. Jardineiros deitam em valas de drenagem, funcionários sentam no chão em frente a lojas, cochilam encostados em árvores. Situação degradante.

 

Alma boa

Por onde andará o petista Cafu? Professor de Geografia no colégio Objetivo, foi deputado distrital. Na década de 70, percebeu que a criançada crescida no Plano Piloto não tinha contato algum com o sofrimento ou pobreza. Ensaiava peças infantis e lá ia a meninada para o Sarinha ver uma realidade distante.

Memória da Câmara Legislativa, Vol. 1, P. 34

 

História de Brasília

Os funcionários da Justiça do Trabalho, lotados em Brasília, acham-se contentes com a publicação de regulamentação da Lei 4.019. Porquanto são os únicos funcionários federais que não viram a cor da “dobradinha”.(Publicada em 04.04.1962)

Vanglória e poder

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Charge do Genildo

 

Maquiavel (1469-1527), um filósofo pouco lido e conhecido pela elite política brasileira dizia, entre outras pérolas, que, para conhecer o caráter de um indivíduo, o melhor método era dando-lhe poder. Quanto mais poder, mais o indivíduo deixa transparecer sua verdadeira índole. Essa máxima fica ainda mais cruenta e até patética, quando se observa que a maior parte de nossas elites políticas, quando imantadas pela luz fugaz do poder, mesmo o mais insignificante e passageiro, não perdem a oportunidade de exibir a plumagem, onde escondem, traiçoeiramente, as garras afiadas, prontas para golpear os desafetos e todos que possam atravessar em seu caminho.

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade (Eclesiastes 1). Esse parece ser um dos atributos, reservados apenas à espécie humana, capaz de diferenciá-lo dos demais animais. O outro vício, diretamente derivado desse, seria a concupiscência, ou a cobiça e até o prazer sensual por bens materiais. Uma vez entronizado no poder, nossos caricatos políticos mudam a aparência, sendo que alguns mudam até de cônjuge e de endereço. Alguns desses personagens, que amanhã comporão, de modo negativo, apenas o rodapé das páginas de história, não economizam meios de fazer chegar, ao maior número de pessoas possível, sua atual posição de destaque e, para tanto, fazem questão de marcar esse momento com solenidades de grande pompa e circunstância, atraindo para si os holofotes e a atenção de todos.

Surpreende que, em tempo algum, esses indivíduos não percebam que essa posição é dada graças ao esforço dos contribuintes, que, aliás, não são sequer lembrados, nem muito menos convidados para a festa de posse. Como servidores públicos que são, esses senhores não se dão ao trabalho de, ao menos, entender que sua chegada a essa função é apenas uma rotina burocrática e administrativa e não um final de campeonato com vencedores e perdedores.

Em homilia recente, o frei Franciscano Emmanuel Afonso lembrou que o poder de Deus é sempre frágil, enquanto, em posse dos homens, o poder passa a ser sempre prepotente e opressor. Com isso, o pároco quis lembrar aos ouvintes que Deus poderia vir ao mundo com toda a glória, toda a pompa, mas preferiu vir como criança indefesa, cujo o primeiro berço era uma manjedoura humilde entre os animais. No domingo de Ramos, lembramo-nos que a Semana Santa é aberta quando Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento. Foi assim a escolha para uma entrada triunfal. Aqueles que, por um acaso, possuem, de fato, o poder, não o ostentam e fazem tudo para não expor essa potência.

Sobriedade e parcimônia é tudo o que o cidadão espera dos servidores públicos, sobretudo aqueles que estão em posição de destaque e podem dar o exemplo de recato. Para a sociedade, tanto faz a posse de um ministro como de um médico no serviço público. De certa forma, e dada as atuais circunstâncias de carência de pessoal especializado na Saúde Pública, a posse de um médico ou técnico em medicina preparado é muito mais preciosa e necessária para o cidadão comum e sua família do que a entronização suntuosa de altos figurões da República.

Ficassem esses tipos de solenidade de posse na seara apenas da vaidade e da vanglória, ainda daria para suportar. O problema é quando esse tipo de solenidade de posse instiga e abre alas para o empossado passar a proferir ameaças veladas a todos aqueles que não se submeterem às suas diretrizes, num discurso desagregador, intimidatório e longe de um ambiente de paz e de harmonia.

Pudessem as leis e cidadãos determinar que tais solenidades, regadas com os mais finos e caros acepipes e que mais se assemelham a comícios de campanha políticas fossem definitivamente varridas da vida pública, o pagador de impostos teria, ao menos, um pouco de consolo de ver seus impostos poupados em eventos inúteis e distante da realidade brasileira.

 

A frase que foi pronunciada:

“A democracia deve ser construída por meio de sociedades abertas que compartilhem informações. Quando há informação, há iluminação. Quando há debate, há soluções. Quando não há partilha de poder, não há Estado de direito, não há responsabilidade, há abuso, corrupção, subjugação e indignação.”

Atifete Jahjaga, presidente de Kosovo

Atifete Jahjaga. Foto: commons.wikimedia.org

 

No escuro

Falta, em Brasília, inspeção em supermercados, restaurantes e padarias. Condições de higiene, acondicionamento dos alimentos e procedência das carnes, por exemplo, não são do conhecimento dos consumidores.

Foto: reprodução da internet

 

Educação

Nesta semana, os semáforos na W3 Sul e Norte piscavam mudando o trânsito que funcionou sem a presença de representantes públicos. O bom senso dos motoristas foi o suficiente para que não se transformasse em caos.

 

Tirar sangue

Seria bom que o laboratório Sabin destinasse algumas unidades para exames em bebês com profissionais gabaritados.

Foto: sabin.com

 

História de Brasília

Já que o assunto é ônibus, no começo de Brasília todo o mundo tinha Araguarina como uma emprêsa exemplar. Ultimamente, tem desleixado demais nos seus serviços. Os ônibus ficam parados na estrada, quando não encendeiam, como foi o caso de um, que demorou quase um dia para chegar a Brasília, vindo de belo Horizonte. (Publicada em 09.03.1962)

Uma ordem só para o mundo

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Imagem: gazetadopovo.com

 

É possível encontrar, no imenso mundo virtual, verdades concretas? Essa e outras questões hodiernas não deixam de inquietar os pensadores atuais por suas contradições e bizarrices. Dentre essas questões que navegam por entre essas redes etéreas, como cardumes de peixes luminosos, têm destaque as chamadas teorias da conspiração, um universo infinito de histórias que, mais e mais, vem despertado uma imensa onda de curiosidades em todo o mundo. Não apenas por seu conteúdo fantástico, mas pelo que concentra em possibilidades reais de vir a ser. E não é para menos!

Em meio a um oceano de informações de todo o tipo, há que extrair, aqui e ali, alguns fatos que contém em si elementos verdadeiros da mais pura realidade objetiva, mas que, pelo teor falsamente ficcional, são prontamente afastados e rotulados de teorias da conspiração. Quiçá são marcados com essa tarjeta, justamente para afastar aqueles que desejam pesquisar mais a fundo esses temas.

Há, entre esses inúmeros temas, um que, embora marcado como Teoria da Conspiração, merece ser melhor analisado, mesmo em pinceladas rápidas, por trazer, em seu enredo, alguns elementos que vão, aos poucos, encaixando-se na realidade cotidiana de todos. Esse é o caso específico da denominada Nova Ordem Mundial. Pelo sim, pelo não, algumas redes vêm abertamente censurando esse tema, assim como outro termo derivado da palavra globalização, que é o globalismo.

De saída, é preciso notar que tanto o globalismo como a Nova Ordem Mundial formam, praticamente, um único elemento desse conjunto que pode designar o que seria o nascimento de um mundo distópico, regido por um comando central que a tudo e todos controlaria com uma espécie de mão de ferro invisível. Por sua definição, globalismo vai muito além de uma simples interligação de redes de comunicação, como querem fazer crer, mas abrangeria, em seus meandros, uma visão de mundo e uma ideologia em que o poder central, e o governo de fato, não estaria mais centrado em cada país, mas, ao contrário, obedeceria a um comando único que controlaria todas as nações e decretaria o fim da soberania nacional.

O globalismo, segundo seus teoristas, visaria a abolição de quaisquer traços de tradições culturais, substituindo-as por uma espécie de governança transnacional. Um exemplo dessa nova visão integrativa de mundo e que possui, por sua capacidade de centralidade de decisões, prejudicar aspectos internos da cultura e das tradições de cada país, num processo global de aculturação, pode ser verificado na própria União Europeia e no processo do Brexit.

Por esse mecanismo, a Inglaterra pôs fim ao excessivo controle exercido pelo parlamento europeu em Bruxelas, em seu território, abandonando o bloco e todas as pretensas benesses desse grupo, em nome da soberania nacional, livrando-se, segundo afirmou um de seus defensores, de uma espécie de controle neomarxista existente naquele parlamento. A pandemia, segundo alguns desses teóricos da conspiração, seria apenas um ensaio para o advento do que viria a ser novas ondas globais e contínuas de viroses, cada vez mais letais, propositalmente operadas para arruinar política, econômica e socialmente as nações, deixando-as inertes e em busca de uma solução que viria por meio de um governo mundial, formado pelas grandes corporações e outras forças ocultas.

Para os nacionalistas, o globalismo é algo que deve ser combatido em sua origem, pois visa diminuir a população mundial e com isso aliviar o planeta da sobrecarga demográfica que exauri, aceleradamente, os recursos naturais cada vez mais escassos do planeta.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Democracia é, literalmente, Educação.”

Anísio Teixeira

Anísio Teixeira. Foto: gov.br

 

T-Bone

São muitas as paradas de ônibus que ainda acondicionam livros organizados por Luiz Amorim. Essa iniciativa já é marca nesta cidade.

Foto: g1.globo.com

 

Crescendo

Detran está facilitando a vida de motoqueiros imprudentes. Desde rachas pelas estradas até guiar pelas calçadas livremente. São atitudes que colocam vidas inocentes e responsáveis em risco. Vale uma blitz.

Foto: detran.df.gov

 

Ampliação

Quem comemora a ampliação do atendimento no Hospital da Criança é Renilson Rehem, superintendente executivo do HCB. A instituição atende mais de 700 crianças e adolescentes. Rehem, em seu discurso, agradeceu um a um que tornou possível essa conquista.

Foto: Edy Amaro/Esp. CB/D.A Press.

 

Ceará

Como dizia o filósofo de Mondubim, “feito pato nadando!”. É que a eleição para a presidência da Câmara parece tão calma, mas debaixo d’água a movimentação é grande. Os  parlamentares cearenses Capitão Wagner (Pros), Domingos Neto (PSD), AJ Albuquerque (PP), Dr. Jaziel (PL) e Pedro Bezerra (PTB) estiveram em Brasília.

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ney Braga não utilizou o apartamento, porque não residia na cidade onde está a sede o Poder que ele representava. Veio daí o engano, e o deputado Neiva Moreira, da Comissão de Transferência, passou-lhe um telegrama pedindo a devolução das chaves do dito apartamento. (Publicado em 24/01/1962)

VISTO, LIDO E OUVIDO – ARI CUNHA com Circe Cunha colabora MAMFIL

Publicado em Íntegra

Desde 1960

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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

                                                               Ovo não fecundado

                Com a forte rejeição ao nome e ao partido, divulgada por recente pesquisa, o lulismo caminha trôpego para o colapso final. O símbolo da sigla partidária, representada pela estrela vermelha solitária, numa referência a seu único nome de peso, amarga um entardecer melancólico.

                Aquele tempo do agitar as bandeiras sem pensar em pagamento se foi. Até artistas se envergonham de ter bradado por um Brasil que seria diferente. Irene Ravache declara que o PT foi a maior decepção da vida dela, e Regina Duarte permanece na elegância de quem sempre soube das coisas.

                Com a saída de Lula, dono da bola e do campo petista, o jogo para a legenda murchou. A ideia de refundação do partido, levantada em outras ocasiões, permanece de pé. O brasileiro já sabe que isso não vai resolver. Quantos nomes teve a LBA? O rótulo nunca muda o conteúdo.

                Refundado ou não, resta ao PT colher os frutos de sua lavoura nesses 13 anos. À medida   que as investigações vão cavando e revelando os cadáveres escondidos, aumenta também, na mesma proporção, o fosso que separa o partido e seu dirigente da sociedade brasileira. Se vencer a tese da refundação, o único caminho razoável será extirpar da sigla toda a antiga direção, inclusive o próprio Lula.

                Aliás, qualquer refundação pra valer terá de que ser feita com gente nova. O estatuto do partido, que até aqui tem dado total proteção para acusados e condenados pela Justiça, terá que ser reescrito. Dada a pouca chance desses fatos ocorrerem, fica a impressão de que ou não haverá refundação ou a sigla rachará, a exemplo do que ocorreu com o brizolismo e a sigla do PTB, ocasionando o nascimento do PDT.

                Desacreditado e com discurso esvaziado, restará ao PT se conformar com a nova estatura de anão político. A outra saída será se unir ao PSol e ao PCdoB, formando esquerda tipo maionese, onde ideários copiados do bolivarismo venezuelano, vãose misturar à nostalgia cubana dos anos 1960, com pitadas do Foro de São Paulo, num sarapatel requentado e até mesmo hilário. A foice deixou de eliminar a corrupção, o martelo bateu no dedo, a estrela é lixo celestial e o picareta, em alusão ao dono da bola, serão fundidos. Dessa amálgama nascerá um ovo. Um ovo choco.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada

“Uma democracia sem corrupção é reconhecida pela coragem da oposição.”

Livro imaginário Antes do inteiro 13 e depois do partido 13

No tribunal

                Em um caso em que a lei deixou escapar a previsão, o advogado perguntou ao juiz de onde ele tirou a ideia, onde estava escrita. Sabiamente, fazendo o papel que lhe cabe, o juiz respondeu: “No bom senso”.

Segurança

                Um cargo na diretoria de sindicatos rende 72 meses de emprego garantido. Ninguém vai demitir sem justa causa e ressarcir essa enormidade de tempo.

Trabalho

                Fiscais do Trabalho precisam sair no horário de almoço para dar uma volta no Senado, na Câmara e nos ministérios. Os terceirizados que cuidam da limpeza não têm onde descansar. Almoçam sentados no meio-fio, deitam-se na grama ou em calçadas. As condições de descanso nos intervalos precisam melhorar.

Memorável

                Quem comentou sobre o encontro com Claudio Coletti foi Helival Rios. Estava realmente emocionado quando voltou ao túnel do tempo e viu como foi a participação de toda a turma para a imprensa brasileira.

Legis

                Pegando carona nas leis, a Editora Saraiva está legislando. O Vade Mecum volta e meia apresenta algumas correções incabíveis ou omissões inadmissíveis.

Saída

                Para o governo Rollemberg, a situação é insustentável. A saída foi inteligente. Para espaços públicos como a Torre de TV, parques e zoológicos, entre outros, a solução será a parceria com empresas privadas.

De graça

                Inspirada na tragédia Otelo, de Shakespeare, a Cia. Face e Carretos Alegre (RS) traz a temática do ciúme manipulado pela inveja e, com ela, constrói drama fantástico, em tom surrealista na peça O monstro dos olhos verdes, ou por quem morrem as pombas? Amanhã e quinta-feira, às 20h, no Teatro Plínio Marcos.

 

 

 

História de Brasília

Observância ao Plano Piloto. Na W3 há diversas oficinas, principalmente de automóveis (Folks, DKW, Willys) tudo isso irregular. No Setor Escolar há uma estação de rádio. Em frente à Novacap, residências são transformadas em casas de comércio, e os cartórios dão mau exemplo. No SCL, a área de trânsito público é ocupada por bares, com mesas ao ar livre. (Publicado em 17/9/1961)