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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Para Getúlio Vargas e posteriormente para os militares, o que era um modo de tornar o Brasil um país industrializado e independente dos países desenvolvidos, tornou-se, nas mãos de políticos do passado, um ativo de outra ordem, tratado com todo o cuidado dentro das mais puras práticas patrimonialistas.
Das muitas e preciosas lições que ficarão para sempre como um norte a seguir, advindas da Operação Lava Jato, o uso político das empresas do Estado e o corporativismo exacerbado estão por detrás tanto da sequência de crimes como dos prejuízos bilionários gerados para os contribuintes.
Com a instalação do Partido dos Trabalhadores no comando do país, a pauta estatal ganhou um viés ou uma fantasia ideológica, adequando o estatismo dentro das pretensões do partido de ampliar o poder da legenda e de seus acólitos. O uso de estatais como a Petrobras e o BNDES, apenas para ficar nessas duas empresas, só teve seus propósitos e fins devidamente esclarecidos após as investigações feitas pelos procuradores da Lava Jato. O que foi revelado, principalmente no caso da Petrobras, já que as investigações no BNDES prosseguem, mostrou que, por trás do afã protecionista, diversas vezes manifestado, estava em curso um estratagema criminoso para carrear o máximo de vantagens dessa empresa para o partido e seus membros e demais envolvidos.
Praticada por todos os governos desde o fim do regime militar, a conta dessa incúria, tem sido subtraída da poupança pública, ficando o passivo com os pagadores de impostos e os ativos com essas empresas, cumprindo-se assim a sina que reza que uma estatal, por sua cobertura majestosa, jamais entra em processo de falência. Dessa forma, os efeitos nefastos gerados pela gestão delituosa nas empresas do Estado e que precisam de socorro público urgente, são repassadas para a população na forma do sucateamento dos sistemas de saúde, educação, segurança e de infraestrutura.
De nada adiantaram os seguidos alertas, feitos por brasileiros conscientes de que o estatismo, na forma como foi concebido, acabaria arruinando o povo e elevando políticos e empresários astutos aos píncaros da riqueza. Foi graças às diversas operações, levadas a cabo pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, que foi posto a nu esse esquema perverso. Colocados numa balança onde seriam aferidas as vantagens e desvantagens do modelo estatal, duas conclusões opostas indicariam que esse modelo foi vantajoso no início, com o processo de industrialização do país.
Passado esse período e principalmente com o retorno da chamada normalidade política nos anos oitenta, esse modelo foi totalmente abduzido pela classe política que fez dele uma espécie de tesouro particular, tanto para a instalação de correligionários cúmplices em postos chaves e altamente lucrativos nessas empresas, como para barganhar vantagens, agindo como verdadeiros donos ocultos dessas companhias.
Não é necessário ser economista para se chegar à conclusão de que o sistema capitalista, principalmente aquele praticado pelo Estado, ganharia uma nova versão mais light ao adentrar o Brasil, amalgamando-se ao jeitinho nacional, onde adquiriu doses de patrimonialismo e de outros aspectos do chamado homem cordial. Isso obviamente tem se refletido na condução das empresas públicas. Num sistema desses, aos políticos vencedores nas eleições, são repartidas espécies de ações que os tornam donos de parte dessas empresas.
A formação de blocos dentro do Congresso acelerou esse processo e aumentou sua ingerência nos destinos das estatais. Nem mesmo as Agências Reguladoras escaparam desse destino, sendo, logo após sua criação, aparelhadas por prepostos políticos, mas interessados em obter vantagens do que fiscalizar e regular o funcionamento dessas companhias. Nessa altura dos acontecimentos, o público, sabe muito bem que as Agências reguladoras funcionam na contramão dos interesses da população. Se fossem reunidas apenas no Código de Defesa do Consumidor todas as leis e funções desses órgãos reguladores, o sistema de proteção ao cidadão seria muito mais eficaz e imediato. De uma forma dou de outra deve-se reconhecer que nomear técnicos para assumir a direção do país foi o pêndulo encontrado pelo governo Bolsonaro para exterminar parte da corrupção. O que agradou o povo não agradou os representantes do povo.
A frase que foi pronunciada:
“Sem munição não se atira, sem moral não se governa.”
Presidente Jair Bolsonaro
Perigo à vista
Leia a seguir toda a celeuma em torno do concurso da SEDES, de 27 de novembro de 2018. A defasagem de profissionais é absurda. E agora, por diferentes entendimentos no caso de questões anuladas, a insegurança jurídica nos concursos públicos realizados em Brasília está prestes a acontecer.
Concurso SEDES: imbróglio sem fim
Em 27 de novembro de 2018, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal – SEDES (antiga SEDESTMIDH) publicava o edital normativo nº 1, concurso público para provimento de vagas e formação de cadastro reserva em diversos cargos da área da assistência social, organizado pela banca IBRAE (Instituto Brasil de Educação). A SEDES já não realizava concurso há 10 anos e a defasagem de profissionais tem sido sentida pela população mais necessitada do DF.
Acontece que no dia 19 de dezembro de 2018, em menos de 1 mês da publicação do edital, a banca IBRAE publicou uma retificação (Edital nº 3 – Edital Normativo – Retificação – DODF Nº 240), que trouxe a seguinte alteração:
“1.1.3. No subitem 14.8, onde se lê: Se, do exame dos recursos, resultar anulação de questões das provas objetiva e de verificação de aprendizagem (PVA), serão atribuídos os respectivos pontos a todos os candidatos, independentemente de o candidato ter recorrido. Se houver alteração do gabarito oficial preliminar, por força de impugnações, a prova será corrigida de acordo com o gabarito oficial definitivo; leia-se: Se, do exame dos recursos, resultar anulação de questões das provas objetiva e de verificação de aprendizagem, será realizado o ajuste proporcional ao sistema de pontuação previsto no edital do concurso público. Se houver alteração do gabarito oficial preliminar, por força de impugnações, a prova será corrigida de acordo com o gabarito oficial definitivo”.
A retificação realizada pela banca teve como finalidade fazer cumprir a Lei Distrital n° 4.949, de 15 de outubro de 2012, apelidada de Lei dos Concursos Públicos no Distrito Federal, que em seu Art. 59 determina: “A anulação de questão objetiva implica ajuste proporcional ao sistema de pontuação previsto no edital do concurso público”. Ou seja, em caso de anulação de questão, é necessária a utilização do ajuste proporcional nas demais questões válidas. Além disso, o não cumprimento ao Art. 59 também infringe o Art. 54: “É lícito deduzir pontos em virtude de questões erradas e atribuir pontuação zero ao não preenchimento da questão”.
Para entender melhor o ajuste proporcional, segue uma situação hipotética: se em uma prova de 10 questões, cada uma valendo 1 ponto, 2 questões forem anuladas, as outras 8 questões válidas passarão a valer 1,25 pontos, ao invés de distribuir os 2 pontos das questões anuladas para todos os candidatos (ajuste universal). Sendo assim, a Lei Distrital n° 4.949 é mais justa ao não conceder pontos de graça para os candidatos, incluindo aqueles que erraram as questões. Infelizmente, desde que foi publicada, a lei não tem sido seguida à risca.
Acontece que, mesmo incluindo ao edital o ajuste proporcional, a banca, não se sabe por qual motivo, se intencionalmente, falta de atenção ou amadorismo, publicou, no dia 02 de julho de 2019, os resultados do concurso com base no ajuste universal, cujos pontos das questões anuladas foram distribuídos para todos os candidatos, desrespeitando assim não só o próprio edital, que se trata de um instrumento de caráter vinculante, mas à própria Lei dos Concursos Públicos no DF.
Certos de que haviam sido prejudicados, ao perceberem o erro grotesco da banca, alguns candidatos recorreram ao Tribunal de Contas do Distrito Federal – TCDF para que se fizesse cumprir a lei, pedindo pela retificação do resultado, para que uma nova classificação fosse feita com base no ajuste proporcional. E assim, prezando pela legalidade no concurso, o TCDF, no dia 26 de novembro de 2019, publicou a Decisão nº 4145/2019, determinando à SEDES e ao IBRAE que as notas da prova objetiva fossem recalculadas com base no ajuste proporcional, considerando a seguinte fórmula:
VCQ = TPP ÷ (NQP – NQA)
VCQ = Valor de Cada Questão
TPP = Total de Pontos da prova
NQP = Números de Questões da Prova
NQA = Números de Questões Anuladas
Acontece que, com a decisão, muitos candidatos que não obtiveram o mínimo de pontuação exigido no edital, com a aplicação do ajuste proporcional, foram eliminados. Em contrapartida, vários candidatos que possuíam os requisitos mínimos para serem considerados aprovados, conforme o edital, subiram posições com essas eliminações, assumindo suas classificações originais por direito. O concurso da SEDES, promovido pela banca IBRAE, transformou-se em uma arena, um verdadeiro cabo-de-guerra. Os candidatos que foram eliminados com a aplicação do ajuste proporcional recorreram ao Ministério Público junto ao TCDF – MPjTCDF para que a Decisão nº 4145/2019 fosse suspensa, o que foi concedido no dia 12 de dezembro de 2019.
Acontece que, desde a suspensão da decisão, esse processo tem sido analisado pelas partes interessadas: TCDF e MPjTCDF. No último dia 10, ao acompanhar o processo em questão no site do Tribunal de Contas do DF, subentende-se que a unidade técnica do TCDF permaneceu com seu parecer favorável à manutenção do ajuste proporcional ao concurso da SEDES, mas que o MPjTCDF emitiu um parecer desfavorável, deixando a briga ainda mais acirrada: 1×1. Tudo indica que o processo irá a plenário no dia 26 de março para ser votado pelo colegiado de conselheiros do TCDF, cujo relator é o conselheiro Paulo Tadeu.
Votar pela retirada da Decisão nº 4145/2019 seria um tiro no pé do próprio TCDF, visto que o órgão, no dia 05 de março de 2020, abriu concurso público para provimento de vagas e formação de cadastro reserva no cargo de auditor de controle externo trazendo, expressamente em seu edital, o ajuste proporcional. Além disso, considerando o imbróglio no concurso da SEDES, a PCDF e a PGDF retificaram seus editais incluindo o ajuste proporcional, a fim de se fazer cumprir a Lei Distrital n° 4.949 e de evitar o mesmo problema ocorrido com o IBRAE, trazendo mais segurança jurídica para seus candidatos.
Juntando força
Com o apoio da Caixa Seguradora, Promundo e Ascap, começa o curso de produção cultural: uma estratégia pela cultura da paz. Ouça alguns podcasts mediados por Tania Capel sobre o assunto nos links abaixo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Saindo o resultado da sindicância no IAPM, e com estes escândalos, imaginem o que será a sindicância do IAPFESP, quando forem estudadas as razões da paralisação das obras das superquadras 104 e 304. (Publicado em 17/12/1961)
E as vozes das ruas não serão mais roucas. Viva a mídia social.
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Boa parte da sociedade está com a memória viva em relação à longa crise social, econômica e política dos últimos anos. As redes sociais tiveram o condão de mudar a percepção de boa parte da sociedade não somente para os problemas do país, mas sobretudo para aumentar o desejo e a atitude de muitos em direção aos valores próprios, fazendo brotar nos brasileiros um sentimento mais individualista e voltado exclusivamente para as necessidades imediatas e a longo prazo das pessoas. Parece resultar da noção de que o Estado pouco ou nada faz pelos brasileiros. Muitos consideram hoje que a melhor estratégia é partir para a luta individual, ao invés de esperar por qualquer amparo do governo.
É preciso salientar que esse individualismo, cada vez mais presente na sociedade, pode inverter a própria lógica do Estado, fazendo com que o governo passe a depender, cada vez mais, da vontade de uma população indiferente e distante, propiciando, inclusive, a considerar a hipótese da desobediência civil.
Dados os efeitos da corrupção sistêmica, conforme implantado pelos governos petistas e que tinham como objetivos diretos o enfraquecimento do Estado paulatinamente ao empoderamento do partido, apesar das investidas da polícia e de toda a revelação da trama, deram frutos diversos; uns bons, outros nem tanto. Ao aumentar a descrença na política, retardou a consolidação plena da democracia. As revelações feitas pela polícia e pelo Ministério Público apresentaram, para o distinto público, uma elite corrupta e disposta a tudo para enriquecer rápido e sem esforço.
Para um país que conta com mais de 700 mil presos, em condições sub-humanas de cárcere, essas revelações serviram muito mais como que um simples incentivo para a ação continuada no mundo do crime. Deu a essa parcela da população a certeza de que a cadeia ainda é lugar para pretos e pobres.
Entender a corrupção como algo moldado pela herança histórica ibérica, onde o patrimonialismo cartorial era a tônica, mostra apenas as raízes ancestrais do problema e que fazia parte inerente do sistema mercantilista e colonialista da época. Se antes a exploração e os desvios tinham origem em vontades vindas do exterior, com o desenvolvimento do capitalismo de compadrio, é muito mais rentável a uma empresa cooptar políticos e agentes públicos buscando negócios fabulosos com o Estado em troca de propinas e outros meios ilícitos. Além das empresas privadas, sempre dispostas a servir aos políticos de forma geral, as estatais cumpriam seu papel de facilitadoras dos negócios nebulosos da elite dirigente.
Transformadas em moedas de troca, dentro do toma lá dá cá generalizado, as nomeações políticas para altos cargos nas estatais tinham um peso crucial na expansão dos casos de corrupção, servindo como ponta de lança dos partidos para se apoderarem dos recursos da nação. Torna-se compreensível o discurso de muitos dirigentes políticos no sentido de o Estado manter controle das estatais.
Obviamente que não se trata de nacionalismos ou protecionismo da economia nacional, mas tão somente de reservar esse nicho de mercado à sanha desmedida dos partidos políticos. Por aí se vê a razão da redução do tamanho do Estado, que incomoda tanta gente. Se por um lado os muitos casos de corrupção do passado revelados serviram para mostrar como é fácil desviar dinheiro público, por outro mostrou que impondo um fim a institutos como o foro privilegiado, a possibilidade de nomeações políticas para cargos técnicos e maior agilidade e presteza nas decisões da justiça trazem a fórmula mágica para reduzir, da noite para o dia, tão imenso volume de caos de malversação dos recursos públicos.
Seis pilhas de um metro quadrado de área por cinco metros de altura cada, contendo notas fictícias de R$ 100, ficaram expostas por um longo período na Boca Maldita, principal rua de Curitiba. O monumento simbolizava o montante de R$ 4 bilhões recuperados pela força tarefa da Lava Jato. É pouquíssimo, se comparado ao volume fantástico de dinheiro desviado por grupos políticos diversos, apenas na última década. É, contudo, muito dinheiro, para os padrões de um país como o Brasil, onde historicamente a impunidade e corrupção sempre foram tratadas de forma parcimoniosa pelas autoridades, sempre constrangidas em punir pessoas e grupos do mesmo estamento social, político e econômico.
Segundo estimativas feitas por técnicos no rastreio de dinheiro de origem suspeita, o Brasil perdeu por ano, em média, R$ 200 bilhões com esquemas de corrupção. Somente com relação à Petrobras, calcula-se que foram desviados, apenas nos governos petistas, entre R$ 30 e R$ 40 bilhões, embora, de forma oficiosa, a estatal tenha divulgado um “prejuízo” de apenas R$ 6 bilhões com desvios de dinheiro dos cofres da empresa. Para se defender de processos no exterior, a estatal tem apresentado sua defesa em cima da tese de que foi vítima da ação dos corruptos, embora a justiça dos Estados Unidos e de diversos outros países, que possuem recursos investidos na empresa, afirmem que há muitos funcionários de carreira da Petrobras envolvidos diretamente nestes esquemas nebulosos.
De toda a forma, o cerco que vai se fechando aqui e no exterior, cedo ou tarde, chegará a um resultado bem próximo da verdade. A última notícia é que um suíço brasileiro foi considerado culpado por cumplicidade em suborno e lavagem de dinheiro. Essa é uma sentença importante porque trata da prova de pagamentos de mais de US$ 35 milhões feitos por sete anos (2007-2014) por meio de mediadores na Suíça e no Brasil a funcionários da Petrobras.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Há o caso de vários operários de uma obra, que pediram as contas e foram para a fila da Novacap. (Publicado em 16/12/1961)
O preço das crises internacionais e cíclicas no bolso dos brasileiros
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Mais uma crise artificial e paralela está se armando agora contra os consumidores brasileiros por parte do governo em conluio com a Petrobras, a estatal problema do país. O assassinato do general e comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Qassim Suleimani, visto pela maioria dos analistas como um verdadeiro cataclismo para o já instável Oriente Médio, terá, seguramente, repercussões na geopolítica daquela parte do planeta e, sem dúvidas, provocou uma alta de aproximadamente 4% nos preços do barril de petróleo no mercado internacional.
De antemão, o presidente Jair Bolsonaro já admitiu que esse acontecimento trará impactos nos preços do combustível vendidos nos postos de todo o País. Para o consumidor médio, fica difícil entender como a cada crise internacional, ocorrida nesse nosso mundo instável, a primeira grande repercussão e a mais sentida pelos brasileiros seja, justamente, o aumento automático nos preços dos combustíveis.
Para um país condenado por mais de seis décadas a ter como único meio de transporte as rodovias, qualquer mal-entendido no exterior é logo sentido no bolso do cidadão, não só diante das bombas de abastecimento, mas, principalmente, no aumento da inflação: esse tormento que existe de forma permanente nos preços exibidos nas gôndolas dos supermercados, mas que os índices oficiais teimam em colocar em números suaves.
Com as descobertas dos poços do pré-sal, cujo o volume é sempre apresentado em números patrióticos e inflados, o Brasil, pelo menos na propaganda oficial, se tornou autossuficiente, extraindo algo em torno de 2,6 milhões de barris ao dia. Numa produção suficiente não só para atender a demanda do mercado interno, mas, até para exportar parte do excedente. Mesmo assim a estatal alega que a importação de óleo leve, necessário para misturar ao óleo pesado que segue para as refinarias é ainda preciso e estratégico.
O consumidor não entende nada de estratégias de mercado, o que ele sabe e vê diariamente nas bombas de abastecimento é a venda de combustível misturado ao álcool e outros solventes serem vendidos a preços que sempre flutuam para cima, nunca para baixo.
O repasse de preços é já entendido aqui no Brasil como um processo automático. Basta um espirro no Oriente Médio e os preços por aqui ficam com febre. Para os cidadãos é impossível compreender como uma empresa desse porte, que sempre lucrou com o mercado interno, não consegue, em tempo algum, funcionar como uma empresa reguladora e fornecedora de bons produtos a preços justos. Não há explicação para o fato de termos ainda a gasolina e o óleo diesel mais caros de todo o continente, inclusive de países que não produzem nem uma gota de petróleo.
Interessados nessas variações de preços do tipo esquizofrênicos, os postos de combustíveis de todo o Distrito Federal, os mesmos por diversas vezes flagrados em combinações e ações do tipo cartel, aguardam, com ansiedade cúmplice, o sinal já conhecido da estatal para elevar, mais uma vez, os preços dos combustíveis.
Um dia, quando esse valioso mercado for completamente aberto à concorrência de outras empresas, os brasileiros irão perceber finalmente quanto tempo e recursos foram desperdiçados com esse modelo nacionalista, monopolista e estatizante do petróleo.
A frase que foi pronunciada:
“No dia em que o mundo não precisar mais de petróleo, o Irã estará livre.”
Abbas Kiarotsami, poeta, cineasta, roteirista, produtor e fotógrafo iraniano.
Sem sentido
Difícil compreender a razão de não haver trabalhadores a todo vapor nas obras das tesourinhas. Enquanto o trânsito está leve, ninguém trabalha. No horário de pico, máquinas e homens nas pistas.
Muito pouco
Um passeio pela Torre de TV à noite mostra como a capital do Brasil precisa de atrativos para os visitantes. Nossos governantes andam pelo mundo e sabem que o que dinamiza o turismo é a cultura local, o respeito pela história, tradições a valorização das belezas naturais… como o cerrado, por exemplo: berço de toda água.
Parceiros
Escolhidos o Banco Santander e o Bancoob. Estão autorizados ou credenciados para a prestação de serviços de arrecadação de tributos e outras receitas públicas do DF. O ato foi assinado pelo secretário Otávio Rufino dos Santos.
Muda Brasília
Não são todas as quadras do DF que contam com a urbanidade dos donos de cães. Na Asa Sul, várias prefeituras disponibilizam saquinhos para colher os excrementos dos animais. Na Asa Norte, apenas algumas adotaram essa prática. Mas ainda é maioria quem prefere deixar as fezes do pet na grama ou nas calçadas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Dizem as notícias que Jânio desembarcará no Ceará, e virá para São Paulo por terra. Depois do manifesto lido pelo sr. Castilho Cabral, recomendamos ao sr. Jânio Quadros desembarcar em Itanhaem, de madrugada, e ir correndo para a Vila Maria. (Publicado em 13/12/1961)
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Em tempos de fake news, encontrar a verdade dos fatos equivale, nos ditados antigos, a procurar agulha no palheiro. Quando esse tipo de notícia incide sobre determinados bens de consumo, essa situação pode extrapolar o patamar de racionalidade provocando ou um pânico no mercado com o aumento irrazoável da demanda ou, pelo contrário, afugentar os consumidores, forçando, assim, uma baixa nos preços desse produto.
A inseminação estratégica de fatos inverídicos dentro do mercado, onde oferta e procura travam uma luta justa pela fixação dos preços, possui o dom de desestabilizar e induzir a formação de preços irreais, para cima ou para baixo, prejudicando consumidores. Trata-se de estratégias presentes hoje em boa parte dos mercados nacionais e internacionais.
A luta desleal promovida pelos especuladores visa, como se sabe, derrubar alguns mercados e produtos em benefício de outros. Esse jogo desonesto e cada vez mais recorrente, dado o nível de concorrência estabelecida hoje na maioria dos mercados, vem aumentando à medida em que foi facilitada a difusão de falsas notícias ou de meias verdades pelas redes de computadores em tempo real.
Filtrar esses falsos alarmes não é tarefa fácil, ainda mais quando o que está em jogo é uma enorme quantidade de dinheiro. Por outro lado, é sabido que, onde há grande e rápida circulação de fortunas, valores como a ética e a honradez ficam deslocados e postos de lado, para não prejudicar os negócios. No caso do mercado de petróleo, que no Brasil foi-nos apresentado pelos episódios revelados pela Lava Jato, dentro do chamado escândalo do Petrolão, o que os brasileiros sabem é que nesse nicho, dependendo do governo de plantão, os bilhões voam de um lugar para outro com uma velocidade digna de prestidigitadores que escondem o caroço de feijão sob três tampinhas de refrigerantes.
Em se tratando do mercado internacional desse produto, o pouco que o público sabe é que ele é dominado por uma casta de bilionários e gananciosos sheiks árabes, dispostos a tudo para impor sempre os mais altos preços para seus produtos. Dessa forma, o que se pode de antemão presumir é que esse ambiente não é composto por pessoas, digamos, sensibilizadas por questões como a ética humana. Nesse sentido, todo o cuidado é pouco, toda a precaução não é demasiada. Trata-se de um terreno instável onde poucos caminham.
É, portanto, necessário que se apure, com rigor, o caso dos ataques às instalações petrolíferas da Arábia Saudita nesse sábado (14), interrompendo a produção de cerca de 5,7 milhões de barris, ou 5% da produção diária consumida no planeta. De cara, esse pretenso ataque alterou os preços do produto em todo o mundo numa média de 15%. Tão logo foi anunciado esse fato, os postos de todo o país não perderam tempo, efetuando aumentos significativos nas bombas de combustível.
Em Brasília os preços da gasolina saltaram da noite para o dia, numa demonstração de que o cartel dos combustíveis está mais vivo do que nunca. Dessa maneira fica comprovado que, nesse setor, quem manda são os espertalhões e especuladores de sempre.
Que venham, pois, os carros elétricos, para sabermos logo quem serão os próximos especuladores desse novo mercado.
A frase que foi pronunciada:
“A literatura é o sonho acordado das civilizações.”
Antônio Candido, sociólogo, crítico literário e professor universitário brasileiro.
Excesso
Tem gente alimentando pombos na 613 Sul, sempre depois das 13h. Quem não está gostando dos quase 200 ‘ratos voadores’ é o pessoal dos hospitais ao redor. Parece que a meningite fúngica é uma ameaça constante por ali.
Consulta pública já
Quando é que os administradores das Regiões Administrativas vão ocupar o cargo depois de concurso público? A gestão pública está mudando e Brasília está fingindo não ver.
Deus
Vale dar uma espiada no blog do Ari Cunha para assistir a entrevista de Anne Graham sobre o dia 11 de setembro.
Faixas
Últimos dias antes das chuvas para reforçar as faixas de pedestres. Estão apagadas e, durante a chuva, será um risco atravessar por elas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A cidade estava toda esburacada, mas na sua chegada já estará um tapete, o nosso asfalto. O dr. Ataualpa comandou a “operação tapa buraco” num ritmo que dava gosto, a gente ver. (Publicado em 30/11/1961)
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ARI CUNHA – In memoriam
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Desde o primeiro momento em que foi anunciada a maioridade política da capital federal, nessa coluna foi acesa a lâmpada amarela da atenção e do alerta. Já naqueles longínquos dias de 1988, os receios de quem viu a cidade nascer eram de que os dias de paz e tranquilidade haviam ficado para trás definitivamente.
Ari Cunha sabia que Brasília acabaria seguindo pelos mesmos descaminhos das demais capitais do país, envolvidas numa sequência infindável de casos rumorosos de escândalos políticos que, infelizmente, se confirmaram.
A representação política, nos moldes estabelecidos, criou, também aqui, uma casta de políticos alojados em superestruturas de poder que passaram a onerar ainda mais a população local, drenando recursos precisos e escassos.
De lá para cá, as sequências de más notícias e manchetes, denunciando o comportamento inadequado e mesmo criminoso de muitos parlamentares locais, passaram a envergonhar os cidadãos locais, enganados por falsos discursos em época de eleição, o que passou a ser uma triste rotina.
O país inteiro, e não seria exagero dizer, o mundo conectado, passou a assistir ao desfile de políticos da terra sendo cassados, processados e presos ao vivo. Rememorar aqui nesse espaço os inúmeros casos ocorridos, apenas para confirmar nossas previsões, de nada adiantaria. Mas a repetição, agora no encerrar do ano legislativo da Câmara dos Deputados, que os brasilienses foram obrigados a assistir foi o mais do mesmo, só que em dose dupla na área federal.
Dois representantes da população, Alberto Fraga (DEM) e Laerte Bessa (PR), conhecidos pela truculência frequente com que encaram as disputas políticas, praticamente interromperam a sessão da Câmara dos Deputados, onde ensaiaram um redemoinho de briga típica de adolescentes mal resolvidos, típico de filmes de bang bang de terceira qualidade, mas dessa vez com personagens beirando a terceira idade.
Interessante é que ambos integram a chamada Bancada da Bala, o que poderia transformar o plenário da Câmara num ringue de guerra. Felizmente, dessa vez, a população menos antenada e mais conectada não reelegeu esses representantes sem postura, o que deixa um certo alívio para todos, principalmente para as pessoas que querem o desenvolvimento da cidade pela inteligência e não pela violência. Chegamos à conclusão de que vale a pena manter distância desses rufiões primitivos.
A frase que foi pronunciada:
“A violência é o último refúgio do incompetente.”
Isaac Asimov
Prêmio Viva
Ilana Trombka, diretora geral do Senado, foi indicada ao Prêmio Viva da Marie Claire e Instituto Avon pelo fim da violência contra a mulher na categoria Empreendedorismo. A iniciativa premia ações que buscam romper o ciclo de crueldade que alcança milhares de mulheres de nosso país. Ilana implantou a cota nos contratos de terceirização de mão de obra do Senado Federal para mulheres em situação de vulnerabilidade decorrente de violência doméstica (Ato da Comissão Diretora Nº 04, de 2016). Depois disso, a Câmara Legislativa e MPDFT seguiram o exemplo. Participe da votação no link disponível no blog do Ari Cunha.
Link para votação: Prêmio Viva 2018
Ecologia
Por falar nisso, a política de redução de agrotóxico liderada pelo deputado Nilto Tatto busca modelos da agroecologia para o controle de pragas e doenças. A proposta original da Pnara (PL 6670/16) surgiu de sugestões da sociedade civil acatadas pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara.
De fora
Uma beleza o anuncio da Petrobras sobre o preço médio da gasolina nas refinarias. O valor caiu de R$ 1,6958 para R$ 1,6734 o litro. Tem muita gente lucrando com isso. Certamente não são os consumidores.
Fraudes
Depois de denúncias de fraudes bilionárias nos pagamentos do benefício de prestação continuada, o senador gaúcho Lasier Martins apresentou um projeto que estabelece mais transparência. Com um orçamento maior que o Bolsa Família, o BPC sacou R$46 bilhões em 2017. Como trata-se de uma garantia ao idoso com 65 anos ou mais que não tem meios para se sustentar, não há o controle do pagamento e mesmo a falecidos o dinheiro é repassado. O mais incrível foi a descoberta de uma força tarefa que verificou o desvio de R$5 bilhões recebidos ilegalmente por pessoas abastadas.
Descarte
Embalagens de resíduos tóxicos como sobras de defensivos agrícolas podem ser depositadas no sistema campo limpo, espalhado em 103 cidades do país. É um problema pouco percebido pela população, mas de dimensões gravíssimas para o meio ambiente.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O supermercado da Asa Norte, que tinha como principal função abastecer os edifícios já habitados, está sendo desvirtuado. Serve, apenas, para encher de ratos, todos os blocos da Asa Norte. (Publicado em 05.11.1961)
ARI CUNHA
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Monopólio na produção de combustíveis centrado em uma só empresa, do tipo estatal, onde os ruídos e interferências da base política do governo de plantão é uma presença constante. Um único modal de transporte, baseado em rodovias mal cuidadas que acabam ocasionando o envelhecimento precoce da frota de mais de dois milhões de caminhões. Eis aí uma fórmula delicada, fadada a crises cíclicas e que sempre resultam em prejuízos bilionários para todo o lado. Para um país de dimensões continentais como o nosso, a continuação de um modelo com essas características não parece ter um futuro promissor. No caso agora da greve dos caminhoneiros ou, como outros preferem, das empresas transportadoras, a situação parece ter alcançado seu ápice e não será surpresa se vier a ganhar proporções para além das meras reivindicações contra o aumento nos preços dos combustíveis.
Num modelo desses, sem opções e saídas alternativas, força do movimento é quase uma consequência natural. Nesse caso, uma quase chantagem. Analisados separadamente, tanto o, governo, como a estatal do petróleo e os próprios caminhoneiros chegam à mesa de negociações com a consciência totalmente limpa. Pesam sobre eles uma enorme desconfiança vinda da população, que pressente que nessa disputa a conta, como de costume, terá que ser paga por ela.
O governo, que não fez como devia a reforma tributária e que, ainda por cima, não renuncia à sanha arrecadadora, tem culpa. As empresas de transporte, cientes de sua força econômica momentânea, mesmo sabendo que os prejuízos resultantes da paralisação serão infinitamente maiores do que as vantagens oferecidas, não se acanham em levar a greve adiante e por isso possuem boa parcela de culpa nessa crise. A Petrobras, cuja a única opção oferecida aos consumidores é um produto de qualidade e preço duvidosos, também detém parcela de culpa considerável.
Num caso desses em que as partes envolvidas, invariavelmente, carregam parcela de responsabilidade pela crise, a chance de se estabelecer um equilíbrio, em que todas saiam ganhando ou perdendo o mínimo, é quase zero. A não ser que nessa querela seja arrolado um outro personagem paralelo à questão, que, mesmo alheio a essa trama, venha a ser o mais seriamente atingido por qualquer decisão que firmada. É aí que entra a população, ilhada na cidade e nas estradas, sem transportes, sem opções e sob a ameaça de uma paralisação total de todos os serviços do país.
O veredito, num imbróglio dessa natureza, não tem como fugir ao script surreal: a população é a culpada e deve pagar às custas da greve. Para o bem da estatal, do governo e das pobres das empresas de transportes.
A frase que não foi pronunciada:
“A democracia faz bem para a economia. Desde que não haja concorrência para o abastecimento de água, energia e petróleo.”
Dona Dita
Vale
Antes que eu me esqueça. Estreia em circuito nacional. Roteiro brilhante de Luísa Parnes e direção cirúrgica de Tiago Arakilian. Filme que realmente toca o coração. Atores e trilha sonora impecáveis.
Rodada Beethoven
Se estiver precisando de combustível para a alma, hoje é o último dia da apresentação do coro e Orquestra e Capital Philharmonia. Missa Solemnis Op. 123 IV – Sanctus – Benedictus e Sinfonia n9 Op.125 “Ode à Alegria”, com o coro Ad Infinitum, do maestro Eldon Soares. A regência desta noite será do maestro Artur Soares. O concerto começa às 17h, na Igreja Adventista Central, 611 Sul. Entrada Franca.
Bravíssimo
Por falar em concerto, com o desastre cometido com a saudosa Brasília FM, a única que substitui com maestria é a rádio MEC, do Rio de Janeiro. Não há programação comparável no país. A MEC FM faz parte da Diretoria de Produção Artística. A atual titular é a Cida Fontes e o gerente da rádio é o Thiago Regotto.
Link para acesso: Rádios EBC – Rádio MEC FM RJ
Papo reto
Diego Maia, candidato a deputado distrital, lançou na Internet vários vídeos de suma importância para o eleitorado. Com uma linguagem didática, Diego ensina a cidadania. Veja alguns links no blog do Ari Cunha.
Link de acesso ao vídeos: www.facebook.com/novodiegomaia
Fato
Enquanto eram só as panelas batendo estava tudo muito bem, para alguns. Os preços continuaram subindo, a corrupção continuou acontecendo de dentro das cadeias. Os caminhões pararam. Todos sentimos as consequências. Mas quem desfalcou o erário não repôs as perdas. E por falta de leis nunca irá devolver aos cofres públicos.
Estranho
O argumento que convenceu dona Márcia, a líder dos caminhoneiros que estavam no SIA, a liberar 10 caminhões tanques foi manter os carros da Saúde, Bombeiros, Limpeza abastecidos. O negociador do GDF usou esse argumento e conseguiu o que queria. Agora o anúncio de que com a crise do combustível as cirurgias dos hospitais públicos estão suspensas mostra que há algo de errado.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O governo aumenta o salário mínimo, e depois quer conter a onda de aumento de preços. (Publicado em 21.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Millor Fernandes, talvez um dos poucos e últimos que entendeu tão bem o jeitinho da alma brasileira em todas as suas nuances de luz e sombra, pouco antes de falecer em 2012, resumiu com precisão o desbotado quadro ético da política nacional. Acabar com a corrupção, disse, é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder. Estivesse vivo hoje, embora pudesse contar para suas análises certeiras, com uma fonte abundante e inesgotável de escândalos produzidos diariamente pelo governo e as principais lideranças do país, por certo, já teria jogado a toalha e desistido de tentar decifrar uma nação tão singular quanto polêmica.
No caso que se apresenta agora, com relação ao contínuo aumento nos preços dos combustíveis, determinado pela novíssima política de liberdade tarifária adotada pela Petrobras, Millôr, já na década passada, havia profetizado numa frase sintética o verdadeiro sentido que se esconde por detrás do ufanismo pespegado a essa estatal e que faz dela uma espécie de ícone do nacionalismo caboclo. “O petróleo é nosso, mas a conta bancária é deles”, disparou.
De fato, essa empresa que vem desfilando impávida por governos dos mais diferentes viés ideológicos, servindo desde Getúlio, passando pelos militares até aos governos pós abertura, nunca escondeu, em suas diretrizes, agir em consonância direta com os ditames do governo de plantão, com os humores ciclotímicos do mercado, com as expectativas de grandes lucros dos acionistas e, finalmente, com muitos interesses em bônus e outras prebendas para seus executivos, incluídos aí, o enxame de políticos que sempre se acercou dessa empresa.
Para a população em geral, que desde a fundação dessa estatal tem apenas pagado para ver o tão propalado maná que esse gigante nacional irá fazer jorrar sobre todos, até hoje, para dizer o mínimo, se mostra decepcionada com os resultados práticos gerados até aqui. Não é para menos.
Embora as últimas pesquisas do Instituto Datafolha avaliem que há ainda uma maioria na população que se posiciona contra uma eventual privatização da empresa, um fato chama a atenção: quanto mais escolarizado são os entrevistados, mais alto é o índice em favor da privatização, não só dessa estatal, mas de todas as demais.
O fato é que, aos poucos, os brasileiros, de um modo geral, vão percebendo que o simples ostentar da crença de que possuímos uma poderosa estatal do petróleo e que por isso seguimos incólumes aos solavancos do mundo não é absolutamente um bálsamo para ninguém. Em meio à uma crise econômica que parece não arrefecer desde 2014 e que acabou por levar essa empresa ao fundo do poço da credibilidade, sendo inclusive processada por uma multidão de acionistas estrangeiros em bilhões de reais, a Petrobras continua apresentando um comportamento, digamos, incompatível com a realidade nacional momentânea.
Para um país que, por diversas razões, preferiu montar sua economia sobre uma infraestrutura predominantemente viária, movida a combustível fóssil, e que, ainda por cima, tem passado décadas atado à um monopólio cheio de contradições, os aumentos diários nos preços do óleo diesel e na gasolina, impostos pela estatal, demonstram, na prática e pela enésima vez, que esse exclusivismo, do tipo verde-amarelo, se resume à uma ilusão, construída ardilosamente apenas para manter um vivo, um mastodôntico que não se abala em pisar de novo na população.
A frase que foi pronunciada:
“A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por falta de petróleo.”
Ahmed Yamani
Defesa
Quem tem o hábito de ler o Jornal do Senado e o da Câmara sabe a importância desses veículos de comunicação. Novas leis que mudam a vida do povo são matéria dominante. São fontes e não fakes pagas com o dinheiro público. Devem ser respeitadas.
Mais movimento
Fábio Damasceno, Secretário de Mobilidade, informa que foram entregues mais duas estações de bicicletas compartilhadas na Asa Norte, nas quadras 408/409 e 410/411, região próxima à Universidade de Brasília. São ao todo, pela cidade, 47 estações.
Leitor
No DF, Parques e Jardins, ou suas terceirizadas, inclusive tratoristas, fazem o que querem com o verde da cidade. Cortam árvores sem justificativa, arrancam grama, não reutilizam as folhas. Aprendem o bê a bá da “desvegetação”. Dizem naturalmente que limpar é acabar com tudo. Deveriam ser cobrados regiamente. A opinião é de José Rabello.
Gratos
Nossos agradecimentos pela carinhosa missiva de Marcos Linhares.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O coronel Dagoberto entende. Entende mesmo, de comunicações. É sabido que o DCT sofre do emboloramento mental para as idéias mais avançadas, e luta contra o emperramento do serviço, e contra uma malta de ladrões que assalta as malas com valores. (Publicado em 20.10.1961)