Guerras não são lugares para os jovens

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Carlos Rosillo

 

           Guerras, quer queiram, quer não, também podem ser enquadradas na categoria de processos didáticos. Ao menos no que diz respeito às lições e aos exemplos de tudo o que não deve ser feito. Mesmo sabendo que as guerras se alimentam famintas do sangue humano, há nelas aquela parcela de humanidade que nos faz refletir sobre a possibilidade sempre perdida de buscarmos a luz do humanismo dentro de nós mesmos.

        O que se expressa nesse teatro de horrores é nossa metade niilista, escondida em nossas sombras e que nos faz mover, dentro da pulsão de morte, no embate permanente entre Eros e Tânatos. Eis-nos na guerra com a nossa meia face animal, todo feito de instintos, como uma cicatriz profunda e marcante que trazemos desde a pré-história humana.

        Espantoso notar que a maioria absoluta de todos aqueles que se vêm diretamente imersos nesse mar de sangue são justamente aqueles que mais anseiam por manter distância desse pesadelo. Infelizmente, aqueles que escrevem, nas minúcias das estratégias militares, todo esse bailado de morte permanecem bem distantes desse palco, na paz e no aconchego aquecido de seus lares, em segurança com a família, vendo pelo noticiário o empilhar de corpos que aumenta do dia para a noite.

        Difícil encontrar, numa guerra fratricida, quem verdadeiramente odeie, de morte, seu semelhante. Há um ódio sim, contido e até inexplicável, que todo soldado alimenta contra os políticos e generais que os empurraram, ainda na flor da idade, para dentro do barco de Caronte, numa viagem sem volta.

        A oeste do planeta, nada de novo. A leste também. Todos ensaiam a coreografia do que pode ser peça derradeira. Os estrategistas, os generais e os políticos, que por seu protagonismo a catalisar a dores, observam do camarote o desenrolar dos acontecimentos, quando, por dever moral, deveriam ser os primeiros a marcharem nas frentes de batalhas. Essa e todas as guerras não possuem ligação ou parceria qualquer com a juventude. São, por sua essência, uma questão íntima pertencente somente àqueles que brindam a morte. É a covardia velhaca, transmutada em ciúmes, a empurrar os jovens para o fim da vida na Terra.

        Obviamente que todo esse espetáculo, erguido com carne e ossos, conta, como em todo show business de monta, com o patrocínio bilionário das empresas de armamentos tanto do ocidente, como do oriente. São esses empresários da morte os principais mecenas a dar suporte à arte da guerra. Também eles se alimentam do sangue dos mais jovens. Seus produtos, de última geração tecnológica, são concebidos exclusivamente para serem usados por soldados de tenra idade. São esses recrutas que azeitam suas engrenagens com sangue vivo.

        Pudessem as taças de vinhos, com que esses magnatas, essa elite da guerra, brindam o sucesso de seus empreendimentos malignos, serem transmutadas de vinho para sangue, por certo, não notariam a diferença no paladar. Quantos soldados, em suas trincheiras, nas noites gélidas de inverno, entre a vigília e o sonho, não imaginaram a possibilidade de uma união entre jovens de todo o mundo, para lutar, isso sim, contra essa horda de decrépitos assassinos? Quantos daqueles que, de arma em punho, não desejaram estar em casa, longe do conflito, beijando sua amada, seu filho, sua mãe? Quantos desses mesmos soldados, de um lado e de outro, não sonham com um acordo, breve e definitivo, de paz?

        Estranho pensar que os que estão em luta querem, no íntimo da alma, trégua e paz. Sendo que aqueles que anunciam com estardalhaço aos quatro ventos, que desejam a paz, são justamente aqueles que alimentam o desejo por mais mortes e escombros. Os degraus da glória, de um pequeno punhado de homens solitários e vazios, e que mais tarde serão os únicos a serem citados nos livros de história, são montados sobre cadáveres, principalmente daqueles conhecidos como os soldados desconhecidos, a quem prestam homenagens sem sentido, com coroas de flores sem perfume.

A frase que foi pronunciada:

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais… que vos desprezam… que vos escravizam… que arregimentam as vossas vidas… que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!”

Parte do discurso final de ‘O Grande Ditador’, de Charlie Chaplin (1940)

 

Leitor

Renato Prestes reclama da falta de comunicação entre a Administração de Águas Claras e a população. Segundo o leitor, há um único celular, porém, o mesmo raramente é atendido. É preciso maior divulgação sobre as formas de contato.

Foto: Ed Alves/CB/DA Press

AD

Dia 2 de abril, Lulu Santos se apresenta em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses. O show celebra os 40 anos de muito sucesso do cantor e promete fazer o público dançar e cantar ao som de vários hits que fizeram e fazem parte das nossas vidas. Os ingressos já estão à venda no site da Bilheteria Digital. Garanta o seu porque os mesmos são limitados!

Foto: brasilia.deboa.com

História de Brasília

Os motoristas do aeroporto estão recebendo propinas para levarem hóspedes para o Hotel Imperial. Há, na portaria no Hotel Nacional, a reclamação de diversos hóspedes fazendo essa denúncia. (Publicada em 20.02.1962)

OTAN e o protagonismo da guerra

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Foto: REUTERS/Pascal Rossignol

 

         Tão perigoso quanto os estrondos provocados pelas bombas que não param de cair sobre as cidades na Ucrânia, é o silêncio com que vem se desenvolvendo as tratativas para uma possível arregimentação de tropas do ocidente, liderados pela OTAN, para fazer frente ao exército de Putin. Perigoso também é observar a entrada sorrateira da China nesse conflito, através do fornecimento, por debaixo dos panos, de suplementos bélicos para os russos. Há no ar, apesar da guerra declarada e ao vivo da Rússia contra a Ucrânia, toda uma movimentação de bastidores, ou rearrumação do tabuleiro estratégico, para o início de um grande conflito, capaz de envolver, nesse cenário, outros protagonistas, o que pode, facilmente, levar a todos para o ambiente de areia movediça impensável.

        E o que esse conflito tem haver conosco? Essa é uma questão que, pelas proporções que o evento pode adquirir e já provoca no caso dos fertilizantes e no aumento nos preços do petróleo, já fala por si. No caso de um conflito generalizado, acreditem, não existirá lugar seguro para se proteger de seus efeitos. Ainda mais quando se sabe que o Brasil, além de não possuir um poderio armado, necessário para suprir as exigências de um país continental como o nosso, não conta também com abrigos subterrâneos em concreto armado, necessários para uma eventual guerra dessa magnitude. Estamos a pé e descalços nessa tempestade que se anuncia.

        Das milhares de análises feitas por especialistas que realmente têm a dizer sobre o conflito na Ucrânia, poucos ou quase nenhum trouxeram uma clareza luminar e realista como a que foi disponibilizada agora, nas mídias mundiais, pelo professor John Maersheimer, da Universidade de Chicago. Em sua avaliação, a Ucrânia já perdeu, definitivamente, a Crimeia e o Donbass, sendo que a questão que importa agora é saber se aquele país vai perder ainda mais território para a Rússia, principalmente as terras à leste do país. Por outro lado, todos já sabem que a economia ucraniana está destruída, com suas principais cidades em processo de vir a se tornar ruínas.

        Com isso, a economia mundial será também afetada e isso trará consequências para todas as democracias ao redor do globo. Esses eventos também irão diminuir a influência americana tanto na Europa como em relação à China, onde, segundo o professor Maersheimer, deveriam se concentrar todas as atenções do governo dos EUA. Além de todo esse cenário de crise, as movimentações políticas do Ocidente estão a empurrar a Rússia diretamente para o colo dos chineses. Como se não bastasse, a OTAN, junto com os Estados Unidos e a Europa Ocidental, está, sem saber, transformando o leste do continente europeu numa região de instabilidades perigosas, o que força a presença do ocidente nessas áreas, antes sob influência da Rússia.

        Trata-se, como afirma, de uma situação desastrosa para todos. Aqui entra a questão básica: quem provocou toda essa instabilidade, desde o início. Ao contrário da voz corrente no Ocidente, que debita toda a responsabilidade por essa guerra aos russos e diretamente a Putin, o professor da Universidade de Chicago ressalta que a principal responsabilidade por toda essa crise armada cabe, principalmente, ao Ocidente e ao seu modelo de política internacional.

        A crise, segundo ele, teria começado ainda em abril de 2006, de fazer a Ucrânia e a Geórgia membros efetivos da OTAN, “a todo o custo.” Na ocasião, os russos já tinham alertado o mundo que essa seria uma situação inaceitável e que esses países não seriam, jamais, parte da OTAN. Outra análise a ser levada em consideração é a do linguista e filósofo americano Noam Chomsky, para quem os acontecimentos na Ucrânia se devem à expansão e ao avanço da OTAN sobre aquelas que seriam áreas de influência da Rússia.

        Segundo ele, mesmo que Putin fosse uma espécie de Ghandi russo, a situação de guerra seria a mesma. Para Chomsky, a OTAN não deveria continuar a existir depois de 1990, quando o império soviético deixou de existir. A guerra fria estava sepultada e a OTAN havia perdido seu sentido estratégico. Contrariando o bom senso, a OTAN não só continuou a existir, como se expandiu para próximo de Moscou, agora mudando seu objetivo de defesa para o de controle da energia do mundo, através do monitoramento das rotas e dos dutos de óleo e gás marítimos.

        Nesse sentido, a OTAN passou a ser uma espécie de força interventora americana. Diante de visões realistas como estas, o que é preciso agora é focar a atenção na movimentação feita pela OTAN, junto com os EUA, torcendo para que o ocidente siga os caminhos da razão e do bom senso, pois não há, nessa contenda, um lado a quem se possa debitar o papel de mocinho da história.

 

A frase que foi pronunciada:

Nunca houve uma guerra boa nem uma paz ruim.”

Benjamin Franklin

Benjamin Franklin. Imagem: Joseph Siffrein Duplessis, en.wikipedia.org

 

Descaso

Com a alta da gasolina, os pagadores de impostos esperam que o governo do DF invista em transporte público. É difícil para o contribuinte ver parte do metrô na Asa Sul já apresentar sinais de decadência por descaso dos responsáveis pela manutenção. Ontem pela manhã, na estação em frente ao Cine Brasília, apenas a escada rolante para descida estava funcionando. Na estação seguinte, em frente ao Clube Unidade de Vizinhança, nenhuma escada rolante do acesso funcionava.

Foto: metro.df.gov

 

UnB

Duas notícias de cães. A UnB está fazendo uma pesquisa com cães que estejam com problemas nos olhos. Desde vermelhidão a secreção. A outra novidade é que o Hospital Veterinário da UnB está com ótimos preços para castração de cães e gatos. Veja no a seguir.

–> Bom dia! Estamos iniciando as castrações eletivas de gatos, cães e gatas nas aulas de Técnica Cirúrgica da FVV/UnB. Informações http://hospitalveterinario.unb.br/servicos/castracao.

História de Brasília

Doutor Ataulpa, há a informação de que a TCB vai suspender os ônibus do Gaminha, por falta de estrada. A conservação das molas está cara, e a companhia está estudando uma maneira de suprimir a linha, se não houver melhora da pavimentação. (Publicada em 20.02.1962)

Imagens e sentimentos da guerra

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Maternidade bombardeada na Ucrânia. Foto: MFA Ucrânia / Twitter

 

Com algumas das milhares de imagens e instantâneos captados da guerra de defesa cruenta que a Ucrânia trava contra a invasora de seu território, a Rússia, é possível fazer um exercício de reflexão, mesmo à distância, do sentimento misto de aflição, tristeza, incapacidade de parar os acontecimentos, medo, incerteza e toda uma gama de maus presságios e maus pensamentos que esses cidadãos estão experienciando ante a possibilidade real da morte que se avizinha.
Como seres humanos que ainda somos, apesar das dúvidas de que, em momentos como estes que nos assaltam, sabemos, de antemão, que possuímos os mesmos mecanismos mentais, disparados por nosso cérebro diante de situações diversas. Somos, neste planeta, irmãos siameses, quando nos vemos diante de sentimentos como o medo, a raiva, a impotência diante de um fato, a aflição e o sentido de defesa de nós e de nossos entes queridos.
A aproximação da guerra e do inimigo, anunciada pelo estrondo, cada vez mais forte, das bombas e crescendo a voz de morte e destruição nas vizinhanças, aciona nos nossos irmãos distantes os mesmos sentimentos que teríamos diante de um fato dessa natureza. Correr e deixar tudo para trás, apagando nossas lembranças e pertences, despidos de tudo e até da dignidade, tão cara a muitos seres humanos, arde por dentro.
Que sentimentos e pesadelos estariam experimentando neste exato momento os idosos, impossibilitados de caminhar, os doentes acamados, as crianças nos leitos dos hospitais e todos que padecem em suas casas, mesmo aqueles que perderam a capacidade de entender direito o que se passa ao redor.
Pensar que todos esses augúrios estão vindo com um inverno rigoroso, quando o céu busca mais cedo a escuridão para se esconder do frio intenso. Por imagens captadas diretamente por trás de uma cortina, instalada num desses apartamentos familiares, é possível presenciar o momento exato em que uma bomba cai na vizinhança defronte. Ou vem-se gritos e choros aflitos. As pessoas cerram as cortinas, como se isso pudesse deter a força e a aproximação dos bombardeios cegos e correm para um outro cômodo da casa para se protegerem. Não sabem para onde se dirigir.
As notícias sobre a existência de corredores humanitários que se transformaram numa verdadeira armadilha para os refugiados, todos eles expostos à artilharia inimiga, correm em toda a parte. Imagens de prédios aparentemente abandonados, em destroços, contra a paisagem árida e inóspita, mostrando um céu escuro e frio ao fundo, iluminado, algumas vezes, pelo estouro das bombas, dizem a todos que é preciso ficar escondido dentro de casa.
O que fazer com o avô e a avó deitados inertes em suas camas, debaixo de grossas cobertas? Abandoná-los e fugir? Para onde? A morte saiu às ruas numa noite gélida e espreita. As luzes da artilharia incessante lembram relâmpagos anunciando a chuva, mas todos sabem: anunciam a chegada da ceifadora de vidas.
E pensar que, protegidos a milhares de quilômetros desse palco de horrores, estão os políticos que apoiam, por medo do carniceiro que preside a Rússia, todo esse massacre. Estão todos eles são e salvos, traçando, em suas estratégias, melhores formas de eliminar pessoas com mais eficiência e rapidez, sem despertar a atenção da imprensa mundial que a tudo observa in loco.
O coração dispara como uma metralhadora. A síndrome de pânico adormecida, desperta e também massacra como uma batalha de vida e morte. A depressão, o inverno, as bombas, a morte dos amigos, vizinhos e parentes dão a certeza de que estamos todos perdidos na mesma batalha, mesmo à distância.
A frase que foi pronunciada:
“Na guerra, os políticos dão munição, os ricos dão comida e os pobres dão os filhos. Quando a guerra acaba, os políticos pegam as munições que sobram e entregam uns aos outros. Os ricos aumentam o preço dos alimentos, enquanto os pobres procuram covas para os filhos.”
Ditado sérvio
Mais cordel
Concorre à cadeira do jornalista João Brígido, na Academia Cearense de Letras, o poeta popular Geraldo Amâncio Pereira, respeitado repentista cearense. Caso seja eleito, será a primeira vez que um cantador de viola terá assento na tradicional academia, cujas cadeiras sempre foram ocupadas por escritores e poetas eruditos. Geraldo Amâncio estudou história na Universidade Vale do Acaraú e é autor de dezenas de livros, entre eles, romances de cordel. Ouça no link: Oliveira de Panelas & Geraldo Amâncio – Galope beira mar.
Geraldo Amâncio. Foto: mapacultural.secult.ce.gov
Dúvidas de Luzia
Será que uma administração com sete milhões de associados é eficaz? A pergunta feita pela leitora traz outras indagações sobre os planos de saúde. Até que ponto a lei permite que a saúde humana seja tratada como negócio? É possível fiscalizar e punir os aumentos abusivos de poderosos lobistas? Até quando os consumidores precisam aceitar tudo?
Charge do Jarbas
História de Brasília
Não se nega que há falta de diversão, e como as pessoas aqui residentes ainda estão ligadas a laços de parentescos em outras terras, estão sujeitas a depressões, que são, também, comuns nas grandes cidades de movimento intenso, ao contrário da nossa portanto. (Publicada em 18/2/1962)

A morte do bom senso

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Foto: Sergei Supinsky/AFP/Metsul

 

        Já no segundo dia da guerra entre Rússia e Ucrânia, este espaço alertava para a urgência de providências no sentido de conter a poderosa máquina bélica de Putin, primeiro, através de uma possível declaração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estabelecendo a neutralidade de seu país nas questões entre Moscou e OTAN, a exemplo da Finlândia durante a guerra fria; por uma razão simples e imposta pelo pragmatismo político: a impossibilidade real da Ucrânia em conter um possível avanço da máquina de guerra russa. Segundo, para preservar a vida de cidadãos ucranianos, homens, mulheres, crianças e idosos, que seriam necessariamente alvos dos ataques russos. Conhecendo a belicosidade de Putin, essas seriam as melhores estratégias de um governante sensato, pois desmanchariam os argumentos do ditador para invadir o país vizinho.

        Não se trata aqui de pretensões em pousar de estrategista de guerra ou coisa parecida. A questão envolve o bom senso, um atributo que, em tempos de violência, desaparece como fumaça no vento. Agora, com o estabelecimento da guerra, ou mais precisamente, de um massacre sobre o povo ucraniano, principalmente sua parcela civil, parece tarde para recuar. Para complicar um problema que tende a crescer, o presidente ucraniano parece fazer o jogo que o Kremlin deseja, que é estender o conflito para toda a borda que margeia a Rússia, incluindo, nessa batalha, todos os países que faziam parte da antiga União Soviética.

        Ao apelar para que países como os Estados Unidos e a própria Otan entrem nesse conflito, o que o presidente Ucraniano está fazendo é acender o pavio para uma guerra generalizada em toda o continente Europeu, o que seria um prenúncio tenebroso para uma terceira e definitiva guerra mundial. É certo também que Putin e seus generais poderiam resolver a questão do cerco da Otan ao território russo estabelecendo um cordão de proteção armada ao longo apenas das fronteiras dos países limítrofes. Mas todas essas foram hipóteses lançadas na lata de lixo. De fato, ao açular os instintos bélicos de Putin, em nome de um patriotismo que sempre custa a vida da população local, Zelensky abriu as portas para o avanço dos russos sobre seu país.

        O mundo, que a tudo assistia e que também não acreditava numa guerra de fato, foi apanhado por um tipo de surpresa anunciada. O fato é que a Europa, que já enfrentou décadas de guerras sangrentas, teme a volta dos conflitos armados, que podem se espalhar para outros becos sem saída, preexistentes em seus territórios, como é o caso da questão das levas de imigrantes vindos da África e do Oriente, além da questão dos muçulmanos versos cristãos, ainda não resolvidas desde as Cruzadas.

        Mesmo as delicadas questões envolvendo os países Balcãs poderiam, em caso de uma guerra generalizada, voltar a incendiar todo o continente. Existe, de fato, um tênue equilíbrio político em toda a Europa que pode vir a ruir, caso haja uma escalada dos conflitos. O pavio de pólvora que poderia ser apagado nos dias que antecederam a invasão russa, não foi apagado a tempo.

        Agora, pelo desenrolar dos acontecimentos, a guerra parece que irá seguir seu curso natural, inflamando o continente e trazendo mais insegurança para todos os europeus, isso se as contendas ficarem restritas apenas à Europa. Caso outros protagonistas, como os Estados Unidos e a China, entrem nesse conflito, os rumos do planeta imbicam para um abismo sem fundo.

A frase que foi pronunciada:

O poder da palavra é ilimitado. Muitas vezes, uma boa palavra era suficiente para deter um exército em fuga, transformar a derrota em vitória e salvar o país.”

Emile de Girardin, Jornalista francês (1802-1881)

Emile de Girardin. Imagem: britannica.com

PNAD e IBGE

Nova pesquisa mostra que mais de 580 mil empresas do Brasil foram fechadas entre abril de 2019 e dezembro de 2021.

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Evento

Nos dias 12 e 13 de março, o repertório apresentado pela Orquestra Desarmônica de Brasília será John Williams. No CCBB, às 19h30, com entrada franqueada ao público.

Cartaz: ccbb.com

Equilíbrio e Contraste

Impedir o primeiro retorno das primeiras quadras pares do Lago Norte foi ótimo nos horários de pico, ou seja, no máximo por 4 horas por dia. Nas outras 20 horas, os moradores são obrigados a cumprir um percurso inútil.

Foto: comdono.com

Branda demais

Em breve, o Estatuto do Idoso será alterado pelo Projeto de Lei 154/22, que aumentará a punição para os crimes de negligência e apropriação indevida de bens, quando praticados contra pessoas com 60 anos de idade ou mais. A punição, que era de 2 meses a um ano de detenção e multa, passa para de 2 meses a 2 anos de detenção e multa. Muito pouco!

Autor — Foto: Marcelo Camargo/ABr (valor.globo.com)

Projeto Índia Amazônia

Nessa quinta-feira, o Centro de Ensino Médio 404 (CED 404), de Santa Maria, recebe o Projeto Índia Amazônia (PIAMA), em escolas e em unidades de Internação. A iniciativa incentiva a prática da leitura e debates sobre a Amazônia por meio de rodas de leitura poética e lúdicas com Chico de Aquino, escritor do texto “ÍNDIA AMAZÔNIA”. O Projeto será realizado por meio de um Termo de Fomento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), do GDF.

Foto: Rondineli Borges/Divulgação

História de Brasília

Quanto aos candangos, mesmo vivendo em invasões e em barracos de madeira estão em melhor situação que em suas terras de origem, onde a fome rondava seus lares hoje abastecidos. (Publicada em 18.02.1962)

Ou é ele ou somos nós

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Na Ucrânia, maior usina nuclear da Europa é incendiada após ataque russo. Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

           Finalmente, as principais lideranças políticas do Ocidente resolveram tomar providências mais severas contra os oligarcas russos, na tentativa, entre outras medidas, de asfixiar as finanças desse pequeno, mas poderoso, grupo que, há décadas, orbita em torno do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

        Há décadas também, os serviços de investigação e combate a crimes econômicos, em vários países, principalmente na Europa, vêm fazendo um levantamento sobre a atividade desses magnatas russos, e há tempos, também, sabem do estreito envolvimento que o autocrata do Kremlin mantém com esse grupo, alguns, inclusive, apontados como testas de ferro de Putin. Dito em outras palavras, já faz tempo que os governantes europeus e americanos sabem das atividades ilícitas envolvendo esses oligarcas e o presidente Putin.

        Para alguns observadores dessas relações escusas, o que o presidente Putin tem feito, desde que assumiu o poder, foi afastar, prender e até eliminar todos aqueles milionários de seu país que não aderiram aos projetos de seu governo. Ao mesmo tempo em que cedia nacos importantes de setores econômicos de seu país, como petróleo, gás, mineração e outros, a grupos de empresários dispostos a tudo, desde que seguissem, à risca, os planos de Putin.

        Com o poder econômico russo, enfeixado, diretamente em suas mãos, Putin passou a controlar, pessoalmente, a circulação de riquezas, obviamente, retirando, desse poderio, parte significativa dos recursos da nação, para si e seu grupo. Com as forças armadas sob seu controle, além dos serviços de inteligência, do qual é oriundo, e de forças especiais de segurança e repressão, Putin passou a controlar, além do Poder Judiciário e Legislativo, a imprensa e toda a mídia do país, submetendo-os a mais estrita censura.

        Para a oposição, recorreu ainda as prisões em massa, tentativas de envenenamento e morte de todos aqueles que ousaram ir contra sua tirania. Em síntese, é bom lembrar que os principais líderes políticos do Ocidente, que passaram pelo poder nos últimos 20 anos, sabiam que Putin, juntamente com a maioria desses oligarcas que agora estão na mira da polícia, vem formando uma verdadeira máfia dentro do Estado Russo, impondo o terror, ameaçando países vizinhos e, agora, ameaçando todo o resto do mundo com suas armas nucleares.

        O que está ocorrendo agora, sob o olhar espantado de alguns governos, é a sequência natural de um longo projeto de dominação, em larga escala, há muito, preparado por Putin e do qual já sabiam as principais lideranças do planeta. A questão aqui é saber por que demoraram tanto a agir para impedir o crescimento e fortalecimento desse tipo de indivíduo. O que vemos aqui é o silêncio cúmplice de muitos presidentes mundo afora. Um silêncio e uma inanição que tem custado muitas vidas ao longo dos últimos vinte anos. Não há uma saída para o mundo que não seja a saída imediata de Putin do poder. A permanência desse tirano no poder pode custar a vida de bilhões de seres humanos. Ou é ele, ou seremos nós.

A frase que foi pronunciada:

Eu era uma garotinha na Segunda Guerra Mundial e estou acostumada a ser libertada pelos americanos.”

Madeleine Albright

Madeleina Albright. Foto: GREG KAHN

Helicóptero

Em Vicente Pires e no Lago Norte, duas crianças sofreram afogamento em piscina. Mais uma vez, a agilidade do Corpo de Bombeiros e o preparo da corporação trouxeram as duas vidas de volta. Não poupem elogios a esses heróis.

Atualizar

Por falar nisso, quem busca a ouvidoria do Corpo de Bombeiros cai em uma página geral do GDF que não é muito amigável. Inclusive, é necessário um pré-cadastro para a manifestação. Mas, indo com paciência, é possível finalizar a operação com sucesso.

Atendimento fake

Aconteceu na loja da Claro da Qi 11 do Lago Sul. Ao pegar a senha, o cliente aguarda a chamada no painel. A curiosidade é que isso não quer dizer que o atendimento vá ser feito naquele momento. Se a empresa controla o tempo de espera do consumidor, é bom que saiba que o resultado nessa loja em Brasília é fake. A espera é longa, apesar do chamado no painel.

Foto: divulgação

 

Notas de R$200

Por enquanto, só 18% das cédulas de R$200 reais estão em circulação. Segundo o Banco Central, os outros 369 milhões de cédulas produzidas e ainda não distribuídas estão guardadas na instituição.

Enfim

Secretário do DF Legal, Cristiano Mangueira, foi incisivo no anúncio pré-carnaval do que seria ou não seria permitido durante as festas de Momo. Dias depois, o governador Ibaneis liberou a máscara em lugares abertos, seguindo os passos de outros países. Estamos perto do fim em relação ao Covid.

Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

História de Brasília

Fala que a cidade tem favelas, desconforto, precariedade de transporte, vicissitudes de tôda ordem e é quase inabitável. É preciso muita distância do assunto, para dizer isto. (Publicada em 18.02.1962)

Educação sem competição

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Em tempos de crises profundas, quando a humanidade, por suas escolhas imediatistas, se vê, mais uma vez, em sua história, imersa nos campos áridos da disputa e da luta fratricida, é necessário e vital buscar, nas pausas da reflexão, a luz e a sabedoria daqueles que, por sua experiência e bom senso, podem indicar os caminhos de volta à vida.

É em encruzilhadas e abismos, como agora se anunciam no Leste da Europa, que se precisa convocar a presença dos verdadeiros construtores de pontes, para reestabelecer laços e vínculos perdidos. “Nunca, como agora”, diz um dos mais notáveis construtores de pontes da atualidade, o papa Francisco, “houve a necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes, e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”.

Refere-se o pontífice precisamente à Campanha da Fraternidade de 2022, cujo lema é “Fraternidade e Educação”, e que, neste momento, parece ganhar uma dimensão toda especial e urgente. Observa-se que, justamente por se afastar de uma educação que induza a fraternidade e a partilha é que, mais uma vez, se ouve falar em guerras e destruições. A educação, nos moldes em que ela é ativamente desenvolvida em vários países do globo, e que estimula, sobremaneira, o espírito de concorrência entre o alunado, para que sobreviva numa sociedade cada vez mais competitiva e excludente, está na raiz da maioria das guerras.

Para a então educadora italiana e também construtora de pontes Maria Montessori (1870-1952), na educação estruturada para a competição, está o princípio da maioria das guerras a que temos assistido ao longo da história humana. A paz, dizia ela, não escraviza o homem, pelo contrário, ela o exalta. Não o humilha, muito ao contrário, ela o torna consciente de seu poder no universo. E porque está baseada na natureza humana, ela é um princípio universal e constante que vale para todo ser humano. É esse princípio que deve ser nosso guia na elaboração de uma ciência da paz e na educação dos homens para a paz.

Tivessem os generais e políticos que hoje estão envolvidos direta e indiretamente nesse conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia recebido, em tempo de escola, uma educação próxima daqueles conceitos montessorianos, por certo não estaríamos assistindo ao espetáculo horrendo da dança da morte nos campos de batalha.

O que os soldados fazem nas frentes de batalha, a mando de seus superiores, é repetir o modelo de competição que recebiam em suas escolas. Com uma diferença: agora, os jogos e as disputas saíram das salas de aula e estão sendo praticados de arma em punho, numa autêntica caçada humana.

A Campanha da Fraternidade deste ano Fraternidade e Edu cação, com o subtítulo “fala com sabedoria e ensina com amor”, foi retirada de Provérbios 31:26-31, e teve início na quarta-feira de cinzas. A proposta dos idealizadores, com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) à frente, é aprofundar o tema educação, incentivando a reflexão pelo Pacto Educativo Global, conforme convocado pelo papa.

Entre os objetivos estão: analisar o contexto da educação na cultura atual e seus desafios potencializados pela pandemia; verificar o impacto das políticas públicas na educação; identificar valores e referências da palavra de Deus e da tradição cristã, em vista de uma educação humanizadora na perspectiva do reino de Deus; pensar o papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo, com a colaboração dos educadores e das instituições de ensino; incentivar propostas educativas que, enraizadas no Evangelho, promovam a dignidade humana, a experiência do transcendente, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum; estimular a organização do serviço pastoral em escolas, universidades, centros comunitários e em outros espaços educativos, em especial os das instituições católicas de ensino; e promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:
“É necessário que o professor oriente a criança sem que esta sinta muito a sua presença, de modo que possa estar sempre pronto para prestar a assistência necessária, mas nunca sendo um obstáculo entre a criança e a sua experiência.”
Maria Montessori

Maria Montessori. Foto: Wikimedia Commons

 

Expressão
Passeando no site da Embaixada da Alemanha, um internauta perguntou a razão de a instituição defender a Ucrânia e pagar pelo gás da Rússia. Foi bloqueado. Entrou com outra conta e perguntou se isso é saudade da DDR. Foi bloqueado novamente. Quem estava acompanhando viu tudo.

Foto: g7.news

 

Vagas
São raros os alunos do EJA que chegam animados para estudar. Ou o atrativo é o lanche, ou são os colegas que ficam fora da escola em reunião. O diploma é importante, mas como a reprovação é evitada pela direção, esse tipo de aula não tem validade. Basta imaginar uma instituição independente organizar uma prova e aplicar aos alunos que frequentam as aulas à noite. Seria um desastre.

Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

 

Produção
Apoiados pela Emater, os produtores rurais iniciam as feiras de agricultura familiar, que funcionam em março no DF. Veja a lista de datas e locais a seguir.

Foto: Emater-DF

Feira Rural no Parque
Quando: dias 13 e 27 (domingos)
Horário: 8h às 14h
Local: Estacionamento 10 do Parque da Cidade (antigo pedalinho)

Feira Rural no CABV – Sobradinho
Quando: dias 8, 15, 22 e 29 (terças-feiras)
Horário: 17h às 21h
Local: Área multiúso do Condomínio Alto da Boa Vista

Feira Rural do Palácio do Planalto
Quando: dias 3, 10, 17, 24, 31 (quintas-feiras)
Horário: 10h às 15h
Local: Anexo IV da Presidência da República (próximo aos restaurantes)

Feira Rural de Multiprodutos do Barreiros
Quando: 4, 11, 18 e 25 de (sextas-feiras)
Horário: 16h às 21h
Local: DF-140, km 11, Núcleo Rural Barreiros (Jardim Botânico)

Feira Rural do Produtor da Vargem Bonita
Quando: dias 5, 13, 19 e 26 (sábados)
Horário: 7h às 15h
Local: Em frente ao comércio local, ao lado da quadra de futebol

*Com informações da Emater-DF

*Agência Brasília

 

História de Brasília
O Globo publica um comentário do “Republicain Lorrain”, de Metz, contra Brasília e termina por perguntar se valeu mesmo a pena empreender a construção colossal de Brasília. (Publicada em 18/02/1962)

Indústria bélica patrocina a guerra

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Deutsche Presse-Agentur GmbH

 

Tecer comentários sobre qualquer outro assunto que não seja esta famigerada guerra que o czar da Rússia, ou seja, o Napoleão de hospício, pôs em marcha contra a vizinha Ucrânia, parece embaralhar a prioridade das coisas, pondo uma crise humanitária, sem precedentes no mundo atual, a reboque de outros problemas menores e até menos urgentes.

Mesmo sabendo que o mundo, por sua configuração no cosmos, não pode parar, as consequências para a população civil local, provocadas por esse conflito, são imensas e devem concentrar a atenção do planeta, sob pena de nos tornarmos insensíveis ao que ocorre com nossa própria espécie.

Quer queiram, ou não, somos uma mesma família, abrigada neste planeta que vai sendo, irremediavelmente, exaurido, sob nossos pés, e essa é a mais importante tarefa que cabem aos líderes mundiais atualmente, e não a perpetuação de guerras, uma atividade que estamos empenhados desde o surgimento das primeiras civilizações sobre a Terra.

Pudessem essas querelas armadas serem arbitradas num tribunal internacional isento e peremptório, por certo, o veredito final apontaria a existência de um conjunto de culpabilidades, distribuído para os dois lados, tanto para o Ocidente quanto para o Oriente, em iguais proporções e com iguais penalidades.

De fato, para aqueles que se dispuserem a buscar mocinhos nessa guerra, em ambos os lados, não os encontrará com facilidade. Os únicos que, em todo esse conflito, podem ser aponta dos como totalmente isentos de culpa são as populações, com postas por homens, mulheres, crianças, idosos e enfermos, que nada fizeram para serem triturados no maquinário bélico que promove essa carnificina.

A rigor, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o Kremlin deveriam se sentar no banco de réus, assim como todos os países, que, direta ou indiretamente, açularam o conflito armado. Quem azeitou a máquina de guerra de Putin, pondo-a em marcha contra seus conterrâneos, foram os generais do Ocidente, em conluio com a classe política dirigente de vários países, tendo, na retaguarda o enorme complexo industrial de armamento.

A produção recorde de armamentos, cada vez mais letais e cirúrgicos, necessita ser posta para funcionar na prática. Pudessem ser exibidos à luz do dia, veríamos que os principais patrocinadores dessa guerra fratricida é a indústria bélica, de ambos os lados das trincheiras. E pensar que a macabra tecnologia que fabrica esses moedores de carne humana é desenvolvida por ex-alunos das melhores universidades do planeta, sendo que muitas dessas máquinas da morte são financiadas graças aos impostos pagos pela população civil.

Nas mãos de celerados, essas tecnologias mortíferas acabam promovendo o show de horrores que as emissoras de TV transmitem ao vivo e a cores. Ironia tétrica é observar que os alvos dispostos para receber os tiros certeiros dos mísseis de última tecnologia, orgulho da capacidade bélica de um povo, são justamente casas de civis, escolas, hospitais, praças, igrejas e outros monumentos construídos para celebrarem a vida em comunidade e a paz entre as pessoas. O que o mundo assiste agora em tempo real é ao show da morte, um oferecimento dos coveiros de sempre.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma das coisas agridoces de envelhecer é perceber o quanto você estava enganado quando era jovem. Como jovem esquerdista político, eu via a esquerda como a voz do homem comum. Nada poderia estar mais longe da verdade.”

Thomas Sowell

Thomas Sowell. Foto: Divulgação

 

Aproveitamento

Mesa Brasil é um programa patrocinado pelo Sesc, que ensina as donas de casa a aproveitar toda a comida, frutas e cascas. Em tempos de guerra, é uma dica preciosa. Veja no link: O MESA BRASIL SESC.

 

Juntos

Num esforço concentrado, desta vez, pela Liga do Bem, o Senado arrecadou 35 toneladas de doações para Petrópolis. Clique aqui para acessar a matéria elaborada pela Casa.

 

Imundice

Está na hora de a Vigilância Sanitária dar uma volta pelas asas Norte e Sul. Vai ter muito trabalho.

 

Inodora, incolor e insípida?

Mais uma vez, as imagens registram o descaso da Caesb com os moradores do Setor de Mansões do Lago Norte. Moradores gravaram a cor da água servida, sem concorrência, pela companhia.

 

História de Brasília

Não sei o que dirão depois disso, os senhores Mauricio Joperte Gustavo Corção, mas já era hora de dar a mão à palmatória. (Publicada em 18/02/1962)

Todos possuem razão nenhuma

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Tropas russas próximas à fronteira com a Ucrânia. Foto: Reuters

 

         Manchetes dos principais jornais nacionais e do mundo amanheceram estampando destaques que alertam para o perigo de uma guerra, de sérias proporções, envolvendo a Rússia e a Ucrânia, no Leste da Europa. Num mundo absolutamente globalizado como temos nesses tempos, possíveis conflitos dessas proporções ameaçam a todos, tanto pelas consequências econômicas, humanitárias e políticas geradas, como pelos efeitos em cadeia que as guerras acabam gerando.

        Caso venha a acontecer, de uma forma ou de outra, sentiremos os efeitos desse embate. Não bastassem os efeitos danosos da pandemia mundial do Covid-19 e dos efeitos, cada vez mais sentidos, das mudanças climáticas e de uma previsível recessão econômica que muitos analistas veem apontando no horizonte, uma guerra de grandes proporções, neste momento, abalando boa parte do Leste europeu, pode, com facilidade, levar-nos a uma situação de grande perigo, com ameaça, inclusive, à sobrevivência da espécie humana.

        Esforços têm sido feitos, por lideranças europeias, para distensionar o ambiente e, ao que parece, não tem dado resultados. É sabido que, em guerras, a primeira vítima sempre é a verdade, o que explica a multiplicação de versões, de lado a lado, sobre o desenrolar dos fatos. Em casos de conflito, a tendência do ser humano é sempre buscar informações que levem não apenas à compreensão dos fatos, mas, sobretudo, a uma tomada de posição contra ou a favor de um dos lados.

        A situação ganha um complicador quando se entende que, nesse caso específico, ambos os lados possuem suas razões, sendo que a nenhum deles é garantida a razão plena. Como dizia o filósofo austríaco Karl Popper (1902-1994), “Se são dois que estão errados. Isso não quer dizer que os dois tenham razão, pois admitir que o outro possa ter razão não nos protege contra um outro perigo: de acreditar que todos talvez tenham razão”.

        O fato aqui é que, mais uma vez, em sua longa história, a Ucrânia vê seu território sendo espremido e invadido por potências estrangeiras. No caso atual, o povo ucraniano está no meio do tiroteio entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), com os Estados Unidos à frente, e a belicosa Rússia de outro. Correndo por fora desse conflito estão as grandes indústrias de armamento que fornecem, para esse cenário, os meios materiais para que tudo ocorra.

        A OTAN que deveria deixar de existir, tão logo teve fim o império soviético, vem sobrevivendo ao término do Pacto de Varsóvia, embora tenha perdido sua razão de ser. Há ainda aqui o tal do determinismo geográfico, que faz com que a Ucrânia, por sua proximidade física com a Rússia, seu passado histórico e cultural comum, encontre dificuldades enormes em se libertar de Moscou.

        O razoável, se é que se pode falar em razoabilidade em conflitos armados, seria a transformação da Ucrânia em área neutra, a exemplo do que ocorre com a Suíça, livre da influência das duas grandes potências atômicas. Mas essa é uma medida que parece não interessar nem a Putin, nem aos Estados Unidos, muito menos às indústrias de armamento, que estão na expectativa de grandes lucros com a eclosão dessa guerra.

        No meio desses verdadeiros senhores da guerra, está a sociedade civil ucraniana, constituída por mais 40 milhões de homens, mulheres, crianças e idosos, que terão que partir para outras partes ou morrer debaixo das bombas. Os únicos que parecem possuir razão nesse conflito são aqueles que não desejam esse conflito, mas que, por isso mesmo, não são levados em conta.

 

A frase que foi pronunciada:

Toda a história do mundo pode ser resumida pelo fato de que, quando as nações são fortes, nem sempre são justas, e quando elas querem ser justas já não são mais fortes.”

Winston Churchill

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

Sala de aula

Lado a lado, a história do Brasil e dos Correios andam juntas há 359 anos. Nos canais da empresa, mídias sociais, professores podem explorar o assunto em sala de aula com riquíssimos detalhes de como evoluiu a entrega de correspondências. Além de curioso, o assunto certamente despertará o interesse da garotada.

Imagem: correios.com

Haters que matam

Hoje, com ultrassom em 3D, a família pode conhecer o bebê ainda no útero da mãe. Todo formado, reage a estímulos, dorme, soluça, troca de posição, seja menina ou menino. Em 1973, a Suprema Corte Norte-Americana não tinha ferramentas para reconhecer a vida intrauterina com tanta perfeição. Hoje, a mulher tem o direito de mandar no próprio corpo, não no corpo da criança recém-formada, que também é um ser humano. Quem é a favor do aborto deve encarar os vídeos mostrando o que acontece com o embrião, feto ou criança durante o procedimento. Lastimável a decisão da Colômbia que descriminaliza o aborto.

Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

História de Brasília

Novas passagens de nível das tesourinhas estão sendo revestidas. Já foram aprovados os esquemas de iluminação, que será dos mais perfeitos. (Publicada em 17.02.1962)