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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Num mundo em que as tecnologias e as ciências se converteram no mais importante capital de um país, fica evidente que quanto mais desenvolvida for uma nação, mais e mais cientistas e pesquisadores ela necessita para manter alto seu padrão de desenvolvimento humano.
Só para se ter uma ideia da importância das ciências para o desenvolvimento de um país, os Estados Unidos investiram aproximadamente R$ 500 bilhões em pesquisas no ano de 2021 e vêm aumentando gradativamente esses valores a cada ano. Lá, a maioria das centenas de universidades investem em pesquisa, pois sabem que esse é o modelo de ensino que mais atrai investimentos, além, é claro, de conferir prestígio a essas instituições.
O governo federal americano investe pesado em pesquisas acadêmicas por meio de agências como o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, Departamento de Defesa; Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço; Departamento de Energia; e o Departamento de Agricultura. Os governos estaduais também investem em pesquisas, bem como os fundos próprios das instituições, organizações sem fins lucrativos ou apoiadores privados entre outros negócios. Esses investimentos em pesquisas são avaliados de forma séria e servem para medir o grau de atividade de pesquisa de uma universidade. Essas instituições são avaliadas ainda por indicadores como publicações, citações, comercialização de descobertas, além de prêmios acadêmicos recebidos. Apenas no ano de 2022, 21 universidades ultrapassaram a marca de U$ 1 bilhão em pesquisas e desenvolvimento. Somente a Universidade de Johns Hopkins investiu U$ 3,18 bilhões em pesquisas e desenvolvimento.
Com relação ao Brasil, no mesmo ano de 2021, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, foram investidos em pesquisa algo como 1,2% do PIB, mas esse valor vem diminuindo ano a ano. Também o setor empresarial, que no passado chegou a investir grandes somas em pesquisas, passou a reduzir esse tipo de investimento, em decorrência das más condições econômicas do país, agravada pela elevação sem precedentes da carga tributária e de outros encargos.
O Brasil segue na contramão dos países desenvolvidos quando o assunto é investimento em pesquisas. Não por outra razão, os cientistas e pesquisadores brasileiros, assim que alcançam um patamar de conhecimento respeitável, tratam logo de sair do país em busca de outras instituições e empresas estrangeiras, dispostas a bancar, o quanto for, por pesquisas que levem a descobertas valiosas. O fato é que, sem dinheiro, não há ciência, nem coisa alguma. A cada novo corte nos gastos do governo, as áreas das ciências e educação são as mais penalizadas. Desde sempre, nosso país assiste calado a uma verdadeira diáspora científica, com milhares de pesquisadores abandonando o Brasil, quer por vontade própria, quer por motivo de convite de empresas e universidades interessadas em seus trabalhos. Em termos de financiamento em pesquisa, não há como competir com países como os Estados Unidos, Alemanha ou China. Por outro lado, também não existe, por parte do governo, uma crença ou convicção sedimentada na importância das pesquisas para o progresso do país.
No último mês de julho, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), por pressão dos próprios acadêmicos do país, anunciou que fará a abertura de um processo de seleção para o Programa de Repatriação de Talentos – Conhecimento Brasil. Pelo edital do Programa haverá a escolha de até mil projetos de pesquisadores que trabalham hoje no exterior e que, porventura, desejam retornar ao Brasil. A ideia é oferecer uma bolsa mensal, mais verbas para pesquisa, viagens e outros benefícios, como contratação de plano de saúde para a família e previdência.
Um dos empecilhos, além do dinheiro oferecido lá fora, é que as ciências hoje experimentam um novo modelo, em que a mobilidade é parte integrante da própria ciência, já que os pesquisadores precisam trocar informações, conhecer novos métodos de pesquisa, novos equipamentos e um mundo de outros meios para a realização de pesquisas.
Atualmente, há aproximadamente 1.200 pesquisadores brasileiros espalhados por cerca de 42 países, embora o número exato de cientistas que deixaram o Brasil ainda seja desconhecido e pode ser ainda muito maior. A fuga de cérebros em nosso país é antiga e persiste ainda hoje, sendo um indicativo de que estamos distantes ainda do ideal de pesquisa e portanto do ideal de desenvolvimento.
A frase que foi pronunciada:
“O mercado de ações está cheio de indivíduos que sabem o preço de tudo, mas o valor de nada.”
Philip Fisher
Desrespeito
O marketing agressivo das operadoras de celular não permite que o cliente manifeste sua vontade. Até permite. Mas não há treinamento para aceitá-la. Depois de responder que não há interesse na promoção, é apresentada outra oferta. A seguir uma negativa e outra promoção. E a conversa se desenrola presa em um script lido por alguém desprovido de respeito e empatia. Os idosos são os que mais sofrem.
História de Brasília
Em vista dos últimos acontecimentos o prefeito Sette Câmara mandará publicar no “Diário Oficial” todos os pagamentos efetuados pela Novacap. A Comissão entrará em funcionamento imediatamente não se sabendo, entretanto, do afastamento ou não do dr. Laranja Filho. (Publicada em 18.04.1962)
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Avaliação feita nas escolas públicas, em mais de 50 cidades do país, mostra que todas, com nota 10, estão situadas no Nordeste. O levantamento foi feito pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O destaque é o Ceará, onde 20 cidades saíram na frente. Nesse estado, graças à criação de um sistema de repasse de recursos e apoio pedagógico aos municípios, naquilo que os especialistas chamam de incentivos às boas práticas de ensino, foi possível ao Ceará se tornar modelo para todo o país. Há, inclusive, aqueles que acreditam que essas boas práticas políticas em prol da escola pública chamaram a atenção para a gestão do então governador, Camilo Santana, que, hoje, está à frente do Ministério da Educação.
No Centro-Oeste, o destaque ficou com as cidades goianas de Estrela do Norte e Rio Verde. Para os especialistas em educação pública, a aferição feita pelo Ideb, que leva em conta as notas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), bem como a quantidade de alunos aprovados, traduz, com certa exatidão, o principal indicador de qualidade da educação do país. A avaliação do Ideb é feita numa escala de 0 a 10 e é calculada a cada dois anos.
Com esse método, o primeiro lugar ficou com a cidade de Santana do Mundaú, em Alagoas, com nota 9,3, seguida de Pires Ferreira, no Ceará, com nota 9,2. Apenas na vigésima colocação aparece a cidade de Iporã do Oeste, em Santa Catarina. É preciso destacar, nesse ranking, que 21 unidades de ensino público — todas elas no Nordeste — tiraram nota 10 nos anos iniciais do ensino fundamental na avaliação feita pelo Ideb em 2023. Dessas 21, 15 estão no Ceará e cinco em Alagoas.
Outra avaliação foi na Escola Municipal de Inajá, no sertão pernambucano. Segundo o Ideb, esse centro de ensino, mantido, hoje, pela ONG Amigos do Bem, conseguiu elevar sua nota anterior, que era de 3,5, para 9,2, superando a média nacional do ensino público, que é de 6 e superando a própria média do ensino privado que teve nota 7. Esse sucesso possivelmente se deve à entrada dessa ONG em 2017, e não, propriamente, à atuação de órgãos do governo.
De qualquer forma, os resultados positivos, numa região que, historicamente, sempre manteve notas inferiores ao Sudeste e ao Sul, demonstra de modo cristalino que, independentemente, de ser uma região com muitos problemas econômicos, a participação de instituições sérias, distantes do governo, é capaz de fazer a diferença, mesmo que essas vitórias se tornem capital eleitoral aos políticos locais. “Eu sempre digo, ressalta a presidente da ONG Amigos do Bem, Alcione Albanesi, que quem tem fome não é livre, e quem não sabe ler e escrever também não. Sabemos que a única forma de romper o ciclo de miséria secular no sertão é por meio da educação e do trabalho, promovendo a geração de renda e levando oportunidades, vidas”.
Outro dado de suma importância mostra que as escolas que conseguem manter um tempo maior de aulas são também aquelas que alcançaram as melhores notas no Ideb. Nas escolas de tempo integral, com mais de sete horas de aula diária, os alunos apresentam melhores notas em matemática e em outras disciplinas. A maior carga horária ampliada chega a equivaler a um ano de ensino a mais em muitas disciplinas. Notem que a ideia de escolas de tempo integral não é nova, remonta à década de 1950, com o educador Anísio Teixeira, idealizador das escolas parques. Naquela época, há mais de 70 anos, sabia-se que somente escolas com horários corridos de sete ou oito horas diárias atenderiam ao problema secular da má-formação dos alunos brasileiros e da precariedade do ensino público em nosso país. Por diversas vezes, a implantação, em todo o país, de escolas em tempo integral foi tentada. Mas, por motivos diversos, não teve sequência efetiva. Hoje, calcula-se que apenas 33% das escolas públicas em todo o país funcionam em tempo integral. O Paraná é um exemplo de estado que triplicou o número de escolas em tempo integral, o que valeu ao estado um aumento de 0,5 na nota do Ideb. Esse modelo representa um verdadeiro projeto de aprendizado na vida do estudante, beneficiando sobretudo os mais pobres.
Alguns governadores puderam perceber que a melhoria apresentada pelas escolas públicas nos certames do Ideb representa uma excelente vitrine política para suas gestões e passaram a dar maior atenção a esse fato. Não por coincidência, os governadores mais bem avaliados e possíveis puxadores de votos nas próximas eleições são justamente aqueles que dedicaram mais esforços à melhoria do ensino em suas cidades.
A frase que foi pronunciada:
“O essencial, com efeito, na educação não é a doutrina ensinada, é o despertar.”
Ernest Renan (filósofo francês)
História de Brasília
O deputado Neiva Moreira, que, na época, foi quem transferiu o Legislativo para Brasília, escreveu uma carta ao dr. Juscelino pedindo para ele ficar mais tempo na cidade que construiu. (Publicada em 15/4/1962)
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Sendo o quinto país em número de habitantes e em extensão territorial, o Brasil, por suas características continentais e diversidades regionais apresenta desafios imensos para a implementação de quaisquer políticas públicas, sobretudo quando se trata de assunto tão melindroso como a gestão de políticas educacionais.
Qualquer indivíduo que venha se sentar na cadeira de ministro da Educação, por mais preparado que esteja para o cargo, encontrará, diante de si, ao examinar de perto essa missão, uma tarefa muito complexa e de proporções gigantescas.
Com 5.570 municípios, espalhados numa vasta área de 8,5 quilômetros quadrados, e com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, qualquer política pública eficaz e justa tem necessariamente que lidar com essa realidade concreta, e ainda obedecer ao fato de que cada ente federativo é autônomo e com atribuições múltiplas e descentralizadas conforme estabelecidas pela Constituição atual.
Implementar serviços públicos de qualidade, num país tão complexo como o Brasil, onde existem diferenças fiscais de toda a ordem e onde variam também a capacidade de gestão de cada uma dessas unidades, não é, definitivamente, um trabalho para principiantes ou indivíduos sem o devido preparo e ânimo; por mais complicada e difícil que seja a tarefa de educar.
Todo o esforço se esvai se o trabalho de implantar uma educação de qualidade e inclusiva no Brasil não se iniciar pela qualificação e melhoria nos planos de carreira daqueles que atuam nesse setor, melhorando salários, incentivando cursos de aperfeiçoamento, além, é claro, de construir e equipar as escolas com tudo que seja necessário para o pleno desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.
Diagnósticos feitos recentemente, adiantam ainda que nenhum esforço, por mais bem-intencionado que seja, terá o poder de melhorar nossos índices educacionais, se não contar com a mobilização em massa da sociedade e sobretudo com o apoio e presença de pais de alunos e da comunidade no entorno de cada escola. Sem o envolvimento da população em peso, dificilmente uma tarefa dessas proporções terá êxito, ainda mais quando se sabe que, pela Constituição, a educação é posicionada como sendo um esforço de natureza nacional e com sistemas de ensino organizados em regime de colaboração.
Note-se que essa união da sociedade em torno desse objetivo, apesar de extremamente necessária, não pode ser feita no período de um ou dois governos, mas terá que ser rigorosamente cumprida no longo prazo, durante gerações. Para tornar essa missão ainda mais complicada, é preciso ver que, dentro de cada questão relativa aos problemas da educação, existe ainda uma espécie de subproblemas que parecem embaralhar ainda mais essa tarefa.
De nada adianta universalizar o acesso à educação, se os alunos não forem mantidos nas escolas até a conclusão, ao menos, do ciclo básico, com o acompanhamento dos pais. Da mesma forma, tornam-se inócuos manter os alunos nas escolas se, ao final desse primeiro ciclo, eles não forem capazes de resolver as questões inerentes a essa etapa, como compreensão de textos e resoluções de operações simples matemáticas, entre outras habilidades próprias para a idade.
Para dar início a esse verdadeiro trabalho de Hércules é preciso antes resolver o problema das profundas e persistentes desigualdades regionais, consideradas, por especialistas no assunto, como uma das maiores do planeta. Somos um país imenso territorialmente e imensamente desigual na distribuição e concentração de rendas. Nesse ponto, é próprio considerar que, em nossa desigualdade e concentração de renda, está uma das principais raízes de nosso subdesenvolvimento prolongado e, enquanto esse problema não for solucionado, todos os outros também não o serão.
Dessa forma, políticas públicas desenvolvidas sobre um país tão desigual estão fadadas ao fracasso ou a um sucesso pífio e momentâneo. Infelizmente, até aqui, e diante desse quadro, o Brasil não tem sido capaz de desenvolver programas e modelos capazes de enfrentar e superar essa dura realidade histórica.
Por outro lado, é preciso atentar também para o gigantismo da estrutura educacional pública do país. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira-Inep apontam que, no ano de 2023, registraram‐se 47,3 milhões de matrículas nas 178,5 mil escolas de educação básica no Brasil, cerca de 77 mil matrículas a menos em comparação com o ano de 2022, o que corresponde a uma queda de 0,2% no total. Essa leve queda é reflexo do recuo de 1,3% observado no último ano na matrícula da rede pública, que passou de 38,4 milhões em 2022 para 37,9 milhões em 2023, e o aumento de 4,7% das matrículas da rede privada, que passou de 9 milhões para 9,4 milhões, com números absolutos menores que a queda observada na matrícula da rede pública. Leia a pesquisa completa no link CENSO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO BÁSICA 2023.
Trata-se, portanto, de um desafio imenso que precisa ser feito por milhões de brasileiros ao longo de muitas décadas. Falta apenas o primeiro passo.
A frase que foi pronunciada:
“A aprendizagem resultante do processo educativo não tem outro fim, senão o de habilitar a viver melhor, senão o de melhor ajustar o homem as condições do meio.”
Anísio Teixeira
História de Brasília
Meu conterrâneo Gregório Mourão manda uma carta elogiando a Varig pelo cuidado dispensado pela emprêsa, no transporte de uma lata de doces vinda da nossa terra. (Publicada em 04.04.1962)
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Em janeiro próximo, uma conferência convocada pela Presidência da República poderá alterar, significativamente, os rumos da educação no Brasil, caso as chamadas pautas progressistas, propostas por entidades como a CUT e o MST, venham, de fato, a ser implementadas dentro do Plano Nacional de Educação 2024-2034.
Para alguns poucos educadores, que estão de olho nesse absurdo e discordam frontalmente da possibilidade de pautas ideológicas comporem as diretrizes desse e de quaisquer outros Planos de Educação, essa iniciativa pode prejudicar a educação no país, empurrando os alunos para as piores classificações nos certames internacionais de ensino aprendizagem, se é que isso seja possível, e transformar as escolas públicas brasileiras numa espécie de puxadinhos do partido no poder, submetendo os alunos a uma lavagem cerebral perigosa e desnecessária. Caso essas propostas venham a ser aprovadas no Conselho Nacional de Educação (CONAE), a quem cabe decidir sobre os rumos do PNE, nos próximos dez anos, será decretado o fim da educação no Brasil, como a conhecemos, e o começo de um processo estratégico, que fará das escolas do país, não ambientes democráticos e voltados para o crescimento humano, mas em centros de doutrinação e de formação de verdadeiros militantes de esquerda, prontos para agirem sob o comando do partido instalado no poder.
O mais preocupante é que não se ouvem vozes balizadas, nem mesmo nas universidades, ou dos acadêmicos sobre esse absurdo. Até mesmo a mídia tem ficado calada sobre mais essa tentativa de arruinar a já tão combalida escola pública brasileira. Para tanto, caravanas de militantes, vindas de diversas partes do país, estarão em Brasília, sob o comando da CUT e do MST preparando e discutindo propostas e políticas públicas educacionais, que, posteriormente, serão absorvidas pelo Ministério da Educação e postas em prática para serem devidamente desenvolvidas em sala de aula nos quatro cantos do país.
Quaisquer outros atores, nesse processo de transformação da educação em doutrinação, e que não comungam com o ideário das esquerdas, foram convidados ou sequer avisados desse encontro. Pelo documento-base vazado dessa conferência, é possível ler que “se faz urgente a contraposição efetiva do Estado, nas suas diversas esferas federativas, às políticas e propostas ultraconservadoras.”
Na mira desses militantes, travestidos de educadores e democratas de um lado só, estão, além do fim das escolas militares, o chamado homeschooling ou a educação familiar. Aliás, as famílias e sua constituição natural e cultural também são alvo desses militantes.
Quem possa pensar que essas ações não irão longe, é preciso lembrar que os colégios cívico-militares estão sendo desconstituídos pelo governo em todo o país, mesmo contra o que deseja a população. Na Câmara dos Deputados, tramita o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 56/23 que revoga o decreto que criou, durante o governo de Jair Bolsonaro, o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim).Em entrevista ao jornal Câmara Notícias os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Fernando Mineiro (PT-RN) argumentam a revogação do Decreto defendendo que a gestão escolar deve ser feita por profissionais da educação. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação não prevê a possibilidade de que seja exercida por militares, cujas responsabilidades funcionais são distintas dos profissionais da educação”, pontuam.
Outro alvo predileto desses agitadores da educação é o agronegócio, apresentado para os alunos como um mal a ser erradicado. Para aqueles que estão antenados aos seguidos ardis da esquerda em nosso país, a ideologização do ensino, com conteúdo claramente doutrinário de esquerda, segue tática antiga, proposta pelo teórico italiano Antonio Gramsci (1891-1937), criador da chamada hegemonia cultural, que propunha a necessidade de educar os trabalhadores para formar uma base para as esquerdas. Para ele, a revolução comunista deveria ser iniciada nas escolas desde os primeiros anos de estudo. Trata-se de um caminho já percorrido e conhecido pela humanidade, que levou, durante o século XX, mais de 120 milhões de indivíduos ao encontro da morte e da miséria.
A frase que foi pronunciada:
“Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes, nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa”.
Frase do item 9 do “Decálogo de Lenin”, enviada por Joanir Serafim Weirich
Coco Verde
Um dos maiores desperdícios nacionais é o coco verde. Sem aproveitar a fibra inigualável, o Brasil perde divisas. As fibras do coco têm inúmeros usos. A Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica FortalMag, desenvolveu uma tecnologia de processamento das cascas de coco verde que pode ser implementada em todas as áreas produtoras de coco no território nacional. Além de reduzir a disposição inadequada de resíduos sólidos, proporciona uma nova opção de renda para as regiões produtoras.
História de Brasília
A ausência do governo é total. Os jornalistas chineses iam embarcar para a Bahia ontem de manhã. Receberam a informação de que o presidente João Goulart os receberia, mas no rio. (Publicada em 28.03.1962)
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Na falta de especialistas realmente comprometidos com a grave questão da educação no país, melhor mesmo seria encurtar o caminho e os debates improdutivos e pueris sobre o tal do Novo Ensino Médio e passar a colher, mundo afora, experiências exitosas e, simplesmente, implementá-las por aqui. O que não se pode é deixar ao alvitre aleatório de governos, que vêm e vão, a decisão de mudar e de “reformular reformas” nessa importante etapa do ensino, tornando o que já é instável e precário em algo que jamais se realiza. O pior é atrelar a reforma do ensino médio a diretrizes de cunho político ideológico, forçando o ensino público e privado a tornarem-se escolas de doutrinações partidárias, preparando os alunos não para andarem sobre as próprias pernas, mas para seguirem marchando ao som e ao comando das orquestras desafinadas das legendas partidárias.
A política, no ensino, deve ser apenas aquela ligada a políticas educacionais, como é feita no resto do mundo civilizado, e não aquela orientada segundo a visão obtusa de partidos políticos. Há que diferenciar, portanto, política educacional de educação política, como pretende agora o governo de plantão. Não bastasse a destruição que tem sido feita nas universidades públicas, com o banimento da pluralidade e de outras discussões, que não aquela que incensa as esquerdas, temos agora o anúncio do governo suspendendo a definição de prazos para que alterações sejam implementadas no ensino médio em todo o país.
Por meio de portaria, o Ministério da Educação (MEC) atendeu a pressões vindas de entidades estudantis e de associações educacionais, todas elas de orientação esquerdista e, simplesmente, de uma canetada, irá atrasar e, quiçá, alterar as reformas do Novo Ensino Médio, que já vinham sendo desenvolvidas nas escolas de todo o país desde o ano passado. Carece a educação, assim como toda a infraestrutura básica de nosso país, de políticas, no sentido de ação, de longo prazo de permanência e maturação. O que temos são reformas feitas em cima de reformas a cada governo que chega, não importando se essas alterações continuadas terão ou não resultados no que é realmente necessário, que é a elevação na qualidade do ensino.
Mesmo que o MEC garanta que não haverá mudanças do modelo, a simples decisão em suspender, por noventa dias, os cronogramas de implantação da reforma previstos no Novo Ensino Médio, já provoca reações e alimentam as incertezas de que o novo modelo de ensino pode não ter vida longa nesse governo ou mesmo ser abolido, apenas para atender o que deseja as hostes ligadas à disseminação da ideologização do Estado. É disso que se trata e não de outras pretensas intenções em melhorar um modelo que, sequer, teve tempo de dizer ao que veio.
Com isso, o Novo Ensino Médio, que tinha como um dos objetivos minorar o grave problema da evasão escolar, dando aos alunos a oportunidade de escolher, entre as opções oferecidas pela grade curricular, aquelas disciplinas que melhor se adaptam à sua realidade imediata, fica suspenso no ar, pendurado no teto apenas pela brocha do pintor em atenção ao que deseja o presidente, que já adiantou que o atual modelo não irá ficar do jeito como está.
A situação vergonhosa do ensino no país, e que é vista mais claramente nos certames de avaliações internacionais, fica como está, na rabeira do mundo, o que adia também a superação do Brasil da situação de país em eterno desenvolvimento.
A frase que foi pronunciada:
“É necessário que o professor oriente a criança sem que esta sinta muito a sua presença, de modo que possa estar sempre pronto para prestar a assistência necessária, mas nunca sendo um obstáculo entre a criança e a sua experiência.”
Maria Montessori
TCC
Por falar em Educação, soubemos que Juarez José Tuchinski dos Anjos fez um estudo sobre o colunista Ari Cunha e as críticas ao sistema de ensino de Brasília. O material em questão foi publicado nesta coluna entre os anos 1960-1965. Veja a seguir.
De olho
Um requerimento do senador Confúcio Moura coloca a Política Nacional de Saneamento Básico como assunto a ser monitorado por todo o ano de 2023 pelo colegiado da Comissão de Meio Ambiente.
24h
Agora é lei. Todas as Delegacias da Mulher deverão estar prontas para o atendimento 24h por dia, inclusive fim de semana e feriado. O assunto foi publicado no Diário Oficial.
História de Brasília
A Escola Classe da superquadra 107, tôda vez que chove, fica completamente ilhada. Algumas telhas de alumínio foram dobradas pela velocidade do vento, e já merecem reparos. (Publicada em 18.03.1962)
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Qualquer indivíduo que venha se sentar na cadeira de ministro da Educação, por mais preparado que esteja para o cargo, encontrará, diante de si, ao examinar de perto essa missão, uma tarefa muito complexa e de proporções gigantescas. Sendo o quinto país em número de habitantes e em extensão territorial, o Brasil, por suas características continentais e diversidades regionais, apresenta desafios imensos para a implementação de quaisquer políticas públicas, sobretudo quando se trata de assunto tão melindroso como a gestão de políticas educacionais.
Com 5.570 municípios, espalhados numa vasta área de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, e com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, qualquer política pública eficaz e justa tem, necessariamente, que lidar com essa realidade concreta, e ainda obedecer ao fato de que cada ente federativo é autônomo e com atribuições múltiplas e descentralizadas, conforme estabelecidas pela Constituição atual.
Implementar serviços públicos de qualidade, num país tão complexo como o Brasil, onde existem diferenças fiscais de toda a ordem e onde variam também a capacidade de gestão de cada uma dessas unidades, não é, definitivamente, um trabalho para principiantes ou indivíduos sem o devido preparo e ânimo. Por mais complicada e difícil que seja a tarefa de implantar uma educação de qualidade e inclusiva no Brasil, todo o esforço se esvai se esse trabalho não se iniciar pela qualificação e melhoria nos planos de carreira daqueles que atuam nesse setor, melhorando salários, incentivando cursos de aperfeiçoamento, além, é claro, de construir e equipar as escolas com tudo que seja necessário para o pleno desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.
Nenhum esforço, por mais bem intencionado que seja, terá o poder de melhorar nossos índices educacionais, se não contar com a mobilização em massa da sociedade e, sobretudo, com o apoio e presença de pais de alunos e da comunidade no entorno de cada escola. Sem o envolvimento da população em peso, dificilmente uma tarefa dessas proporções terá êxito, ainda mais quando se sabe que, pela Constituição, a educação é posicionada como sendo um esforço de natureza nacional e com sistemas de ensino organizados em regime de colaboração.
Essa união da sociedade em torno desse objetivo, apesar de extremamente necessária, não pode ser feita no período de um ou dois governos, mas terá que ser rigorosamente cumprido no longo prazo, durante gerações. Para tornar essa missão ainda mais complicada, é preciso ver que, dentro de cada questão relativa aos problemas da educação, existe ainda uma espécie de subproblemas que parecem embaralhar, ainda mais, essa tarefa.
Dessa forma, de nada adianta universalizar o acesso à educação, se os alunos não forem mantidos nas escolas até a conclusão, ao menos, do ciclo básico. Por outro lado, torna-se inócuo manter os alunos nas escolas, se, ao final desse primeiro ciclo, eles não forem capazes de resolver as questões inerentes a essa etapa, como compreensão de textos e resoluções de operações simples matemáticas, entre outras habilidades próprias para a idade.
Mas, para dar início a esse verdadeiro trabalho de Hércules, é preciso antes resolver o problema das profundas e persistentes desigualdades regionais, consideradas, por especialistas no assunto, como as maiores do planeta. Somos um país imenso territorialmente e imensamente desigual na distribuição e concentração de rendas. Nesse ponto, é próprio considerar que nossa desigualdade e concentração de renda são as principais raízes de nosso subdesenvolvimento prolongado e, enquanto esses problemas não forem solucionados, todos os outros também não o serão.
Políticas públicas desenvolvidas sobre um país tão desigual estão fadadas ao fracasso ou a um sucesso pífio e momentâneo. Infelizmente, até aqui e diante desse quadro, o Brasil não tem sido capaz de desenvolver programas e modelos capazes de enfrentar e superar essa dura realidade histórica.
É preciso atentar para o gigantismo da estrutura educacional pública do país. São quase 50 milhões de alunos matriculados na educação básica, principalmente na rede pública; quase 2 milhões e meio de professores, a maior categoria profissional do país, além de 178,4 mil estabelecimentos escolares; o que faz, do Brasil, um gigante mundial também no setor educacional. Trata-se, portanto, de um desafio imenso que precisa ser feito por milhões de brasileiros ao longo de muitas décadas e que precisa ser iniciado o quanto antes.
A frase que foi pronunciada:
“A educação é simplesmente a alma de uma sociedade a passar de uma geração para a outra.”
G. K. Chesterton
Atitude
Corre, pelas redes sociais, o vídeo do Adolfo Sachsida (Minas e Energia), comemorando a redução no preço da gasolina. No Noroeste, estava a R$5,99. O ministro aproveitou a oportunidade para registrar a nova fase dos combustíveis.
História de Brasília
Já está em pleno funcionamento, a pista do aeroporto de Brasília, e graças a Deus não houve nenhum desastre fatal. (Publicada em 02.03.1962)
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Existe razão de sobra para que apenas uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instalada no Congresso, justamente a que investigará o Ministério da Educação. A outra, relativa à Petrobras, ficará para o dia de “São Nunca”. Os motivos são óbvios. Ao pretender investigar a Pasta da Educação, o alvo pode ser, diretamente, o atual Presidente da República. Investigar a Petrobras, mesmo que tenha como objetivo os elevados preços dos combustíveis, poderá, no decorrer dos trabalhos e dado o clima de intensa polarização política, descambar para questões relativas ao Petrolão e à gestão petista no comando da estatal.
De qualquer forma, experiências passadas demonstram que CPIs, sejam quais forem, começam numa toada lenta e acabam em desabalada agitação, indiciando até o porteiro. De qualquer forma, caso a CPI da Educação aconteça de fato, nesses poucos meses que antecedem as eleições gerais, os prognósticos, embora impossíveis de serem previstos, apontam para desgastes profundos, tanto da situação como da oposição.
Uma das razões é que, no que diz respeito à gestão petista, de modo geral, onde quer que a enxada prospectora atinja o solo, dali sairá grande quantidade de minhocas, todas elas dispostas a contar o que viram. É bom os parlamentares que apoiam o governo irem logo providenciando o material que poderão usar para desvendar o desastre que foi a área de educação, durante a era petista, com o sucateamento das universidades, violência nas escolas, o conto do vigário do caso do Fundeb e até com relação ao aumento do analfabetismo no país.
Há material de sobra relatando a era petista na educação, que fala da grande evasão escolar, dos números fictícios apresentados naquele período, da criação de universidades fantasmas, dos cabides de emprego nessa pasta. Em 2010, pouco antes de Lula deixar a presidência, jornais de todo o país davam conta de que 21 estados deixaram de aplicar mais de R$ 1,2 bilhão no ensino básico. O dinheiro, que iria para o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), foi desviado e acabou sendo destinado para outras atividades distantes da educação.
Durante aquele governo,as universidades públicas foram invadidas, ou como eles diziam na época, “ocupadas”, 176 vezes. Nessas invasões, dezenas de reitorias, por todo o país, foram tomadas de assalto, com estudantes pressionando pela demissão de reitores, com aulas paralisadas, planfetarismos, pichações de instalações, ameaças de professores que se recusavam a seguir a cartilha gramsciana pregada pelo PT e outras barbaridades.
Nesse período, os funcionários de mais de 40 universidades entraram em greve por tempo indefinido. As paralisações de aulas eram uma constante, com semestres inteiros sendo perdidos, tudo isso, sem contar nessa fase que centenas de professores entraram com pedido de aposentadoria ou de afastamento da cátedra, por medo das incertezas quanto ao futuro.
Ensino, pesquisa e extensão, que são atividades fundamentais nas universidades, tiveram, nessa fase conturbada em que as greves de professores, de funcionários e outros eram uma constante, seu menor índice de aproveitamento. Muitos educadores falam desse período como a era perdida.
Que venha a CPI que vier, o material é farto para testemunhar o caos experienciado tanto na estatal do petróleo, como na educação em outras eras.
A frase que foi pronunciada:
“Se você pega um cão faminto e lhe dá um bom trato, ele não morderá você. Essa é a principal diferença entre os homens e os cachorros.”
Mark Twain
Ponto cego
Faixas de pedestres e lombadas estão completamente invisíveis pela cidade. Nas N2 e S2, é um susto atrás do outro pela falta de visibilidade. Em tempos secos, vale o investimento no visual da cidade.
Perigo constante
Os setores hospitalares da cidade deveriam ser exemplo de limpeza e acessibilidade. Não é o caso.
Uma pena
Caiu muito a qualidade de serviço e produtos da Casa do Pão, na 506 sul. Um comércio antigo em Brasília que está definhando.
De graça na feira
Querido de toda a gente, Geraldo Vasconcelos, pioneiro da cidade, chegou na Feira do Livro para doar exemplares do seu último livro “Transformando o Impossível em Possível”, escrito a quatro mãos com Sueli Navarro Vasconcelos. O resultado foi o esperado. A primeira banca pegou todos. Afinal, o livro é uma inspiração para quem quer enriquecer trabalhando.
Informe
Em 2022, o 45º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação será organizado pela Universidade Federal da Paraiba – UFPB, de Joao Pessoa/PB, de 5 a 9 de setembro de 2022, e terá como tema “Ciências da Comunicação contra a Desinformação”.
História de Brasília
Falta chegar, quanto antes, ao setor residencial HP3 e HP5, que são os grandes prejudicados no Plano Pilôto. AC. (Publicada em 01.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Agito
O tempo dos shoppings parece, com a informatização e com as compras online, ter chegado a um limite e a uma exaustão. Por isso o renascimento das avenidas W3 Norte e Sul podem representar uma nova era de prosperidade para a cidade em que todos sairão ganhando, não só os comerciantes, mas os consumidores, incluindo aí os amantes da noite, os artistas, os galeristas, os boêmios, os turistas e uma infinidade de outros brasilienses, carentes de um lugar que não tenha hora para fechar.
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Em meio a uma pandemia, que daqui a pouco estará completando dois anos, muitos brasileiros confessam estar não só cansados da clausura forçada, mas também se sentem alienados da realidade do mundo à sua volta. Para muitos, o mundo que conheciam, antes da pandemia do Covid-19, está definitivamente morto. É em meio a esse sentimento que mistura a síndrome da caverna, provocada pelo isolamento social, que pais, alunos e professores pressentem que o futuro que planejavam para si e para os seus começou a ruir, sem que algo novo e seguro tenha sido colocado em seu lugar.
A incerteza quanto ao porvir tem trazido insegurança e desconfiança a essa parcela da sociedade, tornando ainda mais incerto que caminhos a educação de seus filhos irá tomar daqui para frente, num mundo em acelerada e tumultuada transformação. É nesse cenário em que as dúvidas sobram, que vai sendo implantado, em todo o país, a toque de caixa, os currículos do Novo Ensino Médio (ENEM), proposto pela Medida Provisória nº 746 de 2016.
É preciso lembrar que a prolongada pandemia e as incertezas quanto ao real calendário de retorno às aulas ocasionaram um outro fenômeno físico nas escolas públicas. Muitos desses estabelecimentos, ou ficaram abandonados, ou entraram num processo indefinido de reformas, sendo que boa parte desses edifícios, simplesmente, não estão preparados para receberem os alunos.
Quanto à implantação nessas escolas do novo material didático exigido pelo ENEM, como é o caso de computadores e rede de informática, nada ainda foi feito. É nesse ambiente de incertezas e improvisações que os alunos, quando retornarem, de fato, às escolas, terão que conviver. De cara, terão que aceitar que a tal reformulação do ensino médio, no que pesem as possíveis boas intenções do legislador, excluiu universidades, docentes, escolas, pais e alunos de todo esse processo de renovação, o que pode conduzir toda essa estratégia a um ponto de inflexão, forçando toda as mudanças ao ponto original de partida.
Alheios à toda essa transformação dos currículos, pais e alunos poderão se ver em meio a um novo modelo, elaborado para funcionar na prática, sobretudo, quando se verifica que a ausência de protagonismo dos professores é o que mais tem pesado para fazer, dessas mudanças, algo que vá de encontro à realidade do ensino público e acabe atropelando toda a política educacional proposta pelo ENEM.
Apenas para se ter uma ideia sobre o assunto, a página do Congresso Nacional que trata sobre essa questão apurou que, por meio de consulta pública já encerrada, dentre os cidadãos que foram ouvidos pela pesquisa, 73.554 disseram não ao ENEM. Somente 4.551 aprovaram as novas propostas para o ensino médio. Trata-se de um retrato pequeno para o universo nacional, mas diz muito sobre essas inovações relâmpagos. Também a exclusão dos alunos de todo esse processo tem pesado sobre sua aceitação e contradiz o que prega o próprio eixo do ENEM que afirma serem os alunos os principais protagonistas dessas alterações.
Com relação aos professores, a situação é ainda mais incerta. Para muitos deles, o ENEM deveria ser precedido de formação de professores, que ainda é feita por áreas de conhecimento e não, como prega o novo currículo, por competências e habilidades. Muitos professores alertam ainda para o perigo do aumento do distanciamento entre as escolas públicas e privadas, já que essas continuaram a oferecer itinerários formadores com vistas ao ensino superior, ao passo que as escolas públicas correm o risco de, por falta de recursos, transformarem-se em estabelecimentos voltados para a formação de mão de obra, para o mercado de trabalho e para o ensino profissionalizante. É a tal história mal contada pelo atual ministro da educação de que as universidades são para poucos brasileiros. Há inda muito chão pela frente a ser percorrido por essa proposta, caso queira, o governo, que ela tenha um mínimo de aceitação e longevidade.
S.O.S – S.U.S
Hoje é dia de as clínicas de hemodiálise apagarem as luzes em protesto relacionado ao baixo valor pago pelo SUS aos serviços prestados. Enaltecer o SUS é, de fato, uma ação meritória. Mas hospitais e clínicas que se desdobram para que tudo funcione a contento não são devidamente reconhecidos.
Sem neura
Difícil não estranhar o vermelho compartilhado nas bandeiras verde e amarelo espalhadas pela Esplanada dos Ministérios. Quem lê jornal logo pensa que a esquerda resolveu aprontar alguma antes de 07 de Setembro. Nada disso! Agora todos conhecemos a bandeira de Guiné Bissau, mesmo que a estrela não esteja visível. Até o dia 28, Umaro Sissoco Embaló, presidente daquele país, estará em visita na capital.
Duas vias
Bela matéria no Globo Rural mostrava uma fazenda com um cultivo diferente: água. Depois de muitos anos, resolveram estimular a volta das águas que secaram pelo mau uso da terra. E a natureza respondeu de braços abertos. No DF, um projeto incentiva produtores rurais a reflorestar áreas e criar cobertura vegetal que aumente a infiltração da água na terra. Também está dando certo.
Valores
Financiado pelo Governo Federal, o Consultório de Rua é uma boa ideia. Andarilhos, pedintes e pessoas vulneráveis podem ser assistidas pelo programa. Cabe, aos governos, a inscrição para acesso à verba. Dona Maria do Barro, se estivesse viva, ficaria feliz com a iniciativa. Estava sempre pensando em uma forma de tornar a vida dos moradores de rua menos sofrida. Foi uma pessoa que Brasília nunca deverá esquecer.
História de Brasília
Como já faz muito tempo que foi inaugurada, e ninguém se lembra mais, é tempo de inaugurar novamente a Creche da 108, desta vez acrescida de mais oito portas. (Publicada em 07/02/1962)