Sem escolas e sem futuro

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Ilustração: profissaoatitude.com.br

 

Manter a população de adolescentes brasileiros dentro das escolas tem sido um esforço cada vez mais penoso. De fato, nossas escolas públicas, com raríssimas exceções, possuem condições de manterem aceso o interesse dos jovens pelo ensino, sobretudo aquele praticado nos moldes de sempre, com professores ditando ou copiando deveres na lousa, com os alunos escrevendo de forma mecânica em cadernos. A garantia de que os alunos, nessa fase etária, venham a permanecer nas escolas, a fim de que o governo cumpra a programação prevista dentro do Plano Nacional de Educação de 2014, vem se mostrando um objetivo cada vez mais inatingível para a consecução da chamada universalização do acesso à educação básica. A evasão escolar em todo o país é ainda um dado de nossa realidade atual.

Números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística dão conta de que 4 em cada 10 jovens de até 19 anos não concluíram ainda o ensino médio. Muitos, inclusive, estão fora da escola (62%) e outros (55%) simplesmente abandonaram a escola. Trata-se de um dado deveras preocupante, quando se sabe que esse será o contingente de cidadãos de aproximadamente 1,1 milhão de pessoas que não terão acesso a empregos de qualidade ou quaisquer perspectivas de melhoria nas condições socioeconômicas. É justamente nesse ciclo fechado de infortúnios que milhões de brasileiros passam a engrossar, a cada ano, o número de pessoas de baixa ou baixíssima renda. O mais preocupante é que esses números têm repercussões diretas e nocivas na desigualdade social, o que acaba por refletir ainda na elevação da violência e em outros dados prejudiciais ao Brasil.

Mesmo sendo direito previsto na Constituição de 1988, que obriga o Estado a prover o ensino fundamental e médio a todos os brasileiros, as disparidades regionais e pouco interesse de muitas autoridades em implementar esses avanços prejudicam qualquer plano nesse sentido, principalmente a médio e longo prazo. Economistas estimam que essa população que vai ficando, a cada ano, à margem do ensino médio, cause um desperdício da ordem de R$ 35 bilhões ao ano para o país por não integrarem efetivamente no mercado de trabalho. Essa preocupação é ainda acrescida pelo fato de que, a cada novo ciclo de aproximadamente 5 anos, esse mesmo mercado de trabalho passe a exigir maior especialização da mão de obra, dentro de uma renovação tecnológica que não para de se sofisticar. Essa é, segundo especialistas no problema, uma tragédia silenciosa que vem ocorrendo a cada ano em todo o país e que explica boa parte de nosso subdesenvolvimento sempre adiado e que, fundamentalmente, está na raiz de todos os nossos problemas, de ontem, de hoje e de amanhã.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

Isso é um ataque às instituições. É uma invasão criminosa por um grupo criminoso organizado, que tem, por objetivo, ou invalidar condenações por corrupção e lavagem de dinheiro, ou obstaculizar investigações que ainda estão em andamento e que ainda podem atingir pessoas poderosas, ou simples ataques às instituições brasileiras.”

Ministro Sergio Moro em depoimento no Senado

 

Triscaidecafobia

O número 13 quebra a perfeição dos 12 meses, 12 tribos de Israel ou 12 constelações do Zodíaco. Foi no dia 13 que a bolsa de NY quebrou. Não existe carro 13 na Fórmula 1, a Air France dispensou a fileira 13 em alguns voos, e 80% dos prédios em Nova York do 12° andar passa para o 14° sem maiores explicações. Isso porque eles não viveram os tempos do partido 13! Se a moda pega no Brasil… Veja um exemplo a seguir.

Foto: reprodução da internet

 

Quanta diferença!

Difícil compreender o Decreto Presidencial 9.731 que dá ao norte-americano o direito de isenção do visto para entrar no Brasil. Bem singelo o objetivo. Que essa facilidade aumente o fluxo de turistas no país. Fica o flanco aberto para a biopirataria e outras estripulias. Enquanto isso, o brasileiro pode ser obrigado a fornecer senha do e-mail, Facebook e outras redes sociais se quiser entrar nos Estados Unidos.

Foto: Alan Santos/PR

 

Mais dificuldades

Por falar nisso, o atraso no Serviço de Imigração dos Estados Unidos para liberar o trabalho a estudantes estrangeiros está prejudicando centenas de jovens. Formandos da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, ou mesmo de Yale, que já receberam oferta de emprego tiveram que declinar pela falta de documentação.

 

 

Perigo à vista

Na Pista de atletismo entre o Paranoá e o Itapuã, a CEB colocou um transformador muito mal protegido.

Foto: portalvarada.com

 

Sem educação

Há a necessidade de começar pelas escolas, já que as famílias não receberam instrução suficiente. No Paranoá é bastante comum ver crianças e adultos jogarem lixo displicentemente no chão. O resultado é uma cidade imunda.

Reprodução: globoplay.globo.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Por sua vez, o TCB, cujos ônibus mal dão para a população normal, não pôde transportar a criançada, como o rádio anunciara. Os automóveis particulares é que concorreram com as caronas. (Publicado em 23/11/1961)

Neste mês vence o prazo para aprovação do PPA

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Ilustração: brasil.gov.br

 

O que os governos que chegam ao poder a cada quatro anos não conseguem entender é que o Plano Nacional de Educação é uma política pública que ultrapassa governos, com metas de médio e longo prazo e com responsabilidades compartilhadas por todos igualmente.

Muitos educadores concordam que, para o Brasil avançar no sentido de diminuir as desigualdades sociais, é por meio do cumprimento de todas as metas previstas pelo PNE, reduzindo o analfabetismo funcional, avançando na educação de jovens e adultos de forma a integrá-los a um mercado de trabalho cada vez mais especializado. Trata-se, na opinião de muitos, de uma dívida histórica, capaz de reverter a imensa desigualdade social e econômica e que já devia ter sido paga há muito tempo, mas que ainda está longe de ser quitada plenamente.

Especialistas não só no Brasil, mas em todo o mundo concordam que os investimentos feitos na primeira infância têm se revelado como uma tática eficaz para o crescimento econômico, uma vez que, para cada dólar investido em educação, há sempre um enorme retorno desse financiamento de forma segura e contínua.

Experimentos diversos comprovam que o acesso à uma educação de qualidade, aumenta as probabilidades de as pessoas adquirirem bons empregos, ao mesmo tempo em que diminuem as chances desses indivíduos cometerem crimes. Não precisa ser um grande entendedor do problema para aferir que uma boa educação está na base de uma sociedade sadia.

Os investimentos feitos nos primeiros cinco anos de vida de uma pessoa são a garantia de que haverá no futuro menos gastos com segurança, menos gastos em saúde e uma maior produção, beneficiando à toda a sociedade igualmente e garantindo maior desenvolvimento para o próprio país. A educação de qualidade é fator indispensável para deter a evasão escolar e repetência, que em nosso país continuam altos.

O problema é que, a cada governo, mudam-se as prioridades e muitos planos, como é o caso do PNE, ficam de lado. Qualquer país bem-sucedido, na área de educação, soube, desde o início, que essa é uma área estratégica e fundamental para a nação, sendo que os resultados só são verdadeiramente comprovados depois de décadas de esforço contínuo e persistente. Afinal, cuida-se do preparo das novas gerações que irão assumir os postos chaves do Estado nos próximos anos.

Por essa razão não há país algum no mundo que tenha alcançado o pleno desenvolvimento econômico e social e que não tenha investido de forma constante e massiva em educação. Principalmente nos primeiros anos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem.”

Karl Kraus foi jornalista, ensaísta, aforista e poeta austríaco.

Foto: bbc.co.uk

 

 

Novos tempos

Sem julgamentos. É só uma constatação e um registro para o futuro. No Multiuso da UnB, eram 3 banheiros. Numa ponta o feminino, na outra o masculino e no meio escrito “Neutro”.

Foto: noticias.unb.br

 

 

A carne

Inevitável o efeito cascata depois da denúncia contra João de Deus. Abadiânia e mais especificamente a casa Santo Inácio de Loyola tiveram uma queda vertiginosa no movimento. Toda a crença que trazia gente do mundo todo foi jogada por terra.

Foto: liberal.com.br

 

 

O verbo

Em breve, algumas mudanças, já autorizadas pelo Papa, em orações católicas tradicionais serão apresentadas ao redor do mundo na 3ª edição do Messale.

Foto: w2.vatican.va

 

 

Parceria

Cândido Teles, presidente da Novacap, esteve com o reitor do UniCeub, Getúlio Américo Moreira Lopes, em evento na universidade para assinar um termo de cooperação técnico-científico e acadêmico. Pelo acordo, alunos de engenharia farão inspeção em pontes e viadutos do Distrito Federal, acompanhados de professores da instituição de ensino e engenheiros da Companhia.

Foto: novacap.df.gov.br

 

 

Pobreza extrema

Continuam barracos espalhados a caminho da UnB pela L4. São famílias que sobrevivem do lixo descartado nas quadras. Veja algumas fotos a seguir.

Foto: globoplay.globo.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O ministério da Aeronáutica pôs na mesma classificação, para efeito de tarifas, os aviões DC-8, Boeing, Caravelle, Convair e Constelation. (Publicado em 22/11/1961)

Plano Nacional de Educação aplicado a passos de tartaruga

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Foto: estrategiaods.org.br

 

Previsto pela Lei 13.005 de 2014, o Plano Nacional de Educação está completando cinco anos de vigência e ainda não decolou, conforme previam todos aqueles que participaram ativamente de sua elaboração.

Na verdade, das 20 metas estipuladas, visando aperfeiçoar o modelo de educação no país, apenas 4 experimentaram avanços tímidos. Diante dessa realidade, os objetivos traçados para a efetivação total do PNE, previstos para fins de 2024, vão ficando cada vez mais distantes e incertos.

A avalição preliminar foi feita pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, uma ONG criada em 1999, pela sociedade civil, a partir do Fórum Mundial de Educação e que luta para que todo o brasileiro tenha educação pública de qualidade, inclusiva e laica.

Esse atraso ocorre em decorrência dos que acreditam ser uma clara limitação econômica que obstrui a realização do PNE e que teve início justamente em 2014, devido à forte recessão deflagrada nesse ano e nos anos seguintes. Os dados, apresentados recentemente por essa ONG, dão conta de que a execução das metas, artigos e estratégias contidas no Plano estão perigosamente em vias de nunca virem a ser descumpridos, principalmente devido aos seguidos desinvestimentos de recursos públicos para a educação e também em virtude do pouco caso demonstrado pelas autoridades que sistematicamente têm lançado para escanteio as metas previstas na agenda. Depois de três anos de um longo debate, o PNE aprovado em 2014 teve apenas algumas etapas preliminares cumpridas, o que pode ser aferido pelos avanços observados tanto nas notas das crianças matriculadas nos primeiros anos do ensino fundamental, como na melhoria, ainda tímida, na formação de docentes.

Na opinião de muitos especialistas no problema, pelo ritmo atual de desenvolvimento das metas, dificilmente o PNE poderá ser concluído ainda em 2024. Até mesmo os chamados Custo Aluno-Qualidade Inicial e Custo Aluno-Qualidade (CAQI/CAQ) vêm sofrendo com seguidos descumprimentos, ao mesmo tempo em que vêm sendo atacados por todos aqueles que defendem a lógica da privatização dos recursos para a educação.

Nesse sentido, os integrantes da ONG apontam a Emenda Constitucional 95/2016, do governo Temer e seguida pelo atual governo, prevendo fortes cortes na economia, como o principal fator que tem impedido o pleno prosseguimento do PNE, dificultando a universalização do acesso à educação de qualidade em todo o país e que, com certeza, irá impactar também um possível Plano subsequente, previsto para o período de 2024 e 2034.

O item mais prejudicado, afirmam esses especialistas, são as metas 1, 2 e 3, referentes à universalização do acesso à educação básica. Com isso, todos os anos milhares de crianças continuam fora das creches, da pré-escola e dos ensinos fundamentais e básicos.

Com relação à necessidade de diminuição das desigualdades regionais e de classes sociais, conforme previstas pela meta 8 do Plano, os avanços também têm sido medíocres. Com relação à educação superior e que foi tema dos protestos estudantis nos dias 15 e 30 de maio, apesar de alguns avanços, como no caso de atingir a meta de 60 mil brasileiros com mestrado, a formação específica de professores na área em que atuam ainda é uma realidade distante.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”

Immanuel Kant, filósofo prussiano do século XVIII.

Imagem: reprodução / internet

 

 

Tech

Amanhã é dia de Feira de Tecnologia da UnB. No Eixão do Lazer, na altura da 402 Sul. Veja todos os detalhes a seguir.

 

 

Com ou sem

De um lado, alguns pais acham um absurdo o presidente Bolsonaro afrouxar a punição para os pais que não usam nos automóveis as cadeirinhas para os filhos, de outro, pais preferem que o estado não interfira nas decisões da família. Palmada, cadeirinha, educação, sexualidade. Para essa corrente, isso é problema particular.

Foto: g1.globo.com

 

 

Uma pena

Calçadas desiguais, buracos por toda a parte, marquises sem manutenção. A W3, que já foi a queridinha de Brasília, passa por total desleixo, sujeira e falta de conservação.

Foto: mobilize.org.br

 

 

Realidade

Parece que o governador Ibaneis quer mesmo melhorar o atendimento da Saúde à população. Hora de criar um “disque Saúde denúncia” para mapear com precisão os problemas enfrentados pelos pacientes no DF.

Foto: jornaldebrasilia.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Dr. Quintanilha disse à imprensa que o Brasil sem Jânio é um Santos sem Pelé. O Arapuã respondeu em cima da bucha: Há uma pequena diferença: Pelé nunca tentou golpe sujo, e jamais fugiu à luta. (Publicado em 22/11/1961)

 

Dançando sobre o caos

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Reprodução/Twitter

 

Todo mundo sabia que qualquer candidato que viesse a ocupar a Presidência da República, depois de mais de treze anos seguidos da gestão desastrosa petista, não teria vida fácil.  À exceção, é claro, do próprio pessoal de esquerda, caso viesse a vencer o pleito de 2018.  Arruinado política, econômica e socialmente, o país passou a requerer dos novos gestores eleitos um esforço extra para desfazer as asneiras perpetradas por mais de uma década, desmontando armadilhas, afastando sabotadores, alocados em milhares de posições estratégicas dentro da máquina pública e com missões específicas determinadas diretamente pelo partido então no poder.

Com isso, restabelecer um mínimo de governança passou a consumir grande parte na agenda do governo. A abdução profunda das universidades públicas, de parte da imprensa interesseira e de nichos da população mais desinformada, assim como de outros setores do país, não poderia resultar em outra coisa que não fosse o que todos vemos agora. Receoso, titubeante e sem saber onde pisar, o atual governo vai consumindo seus dias entre avanços e recuos, temeroso de que o caldo entorne de vez.

Não seria exagero dizer que, nos próximos meses, o atual governo terá que continuar agindo para remontar, peça por peça e com um mínimo de eficiência, a máquina pública depauperada. O problema é que a nação tem pressa. No caso específico do setor educacional e mais propriamente nas universidades públicas irá requerer do atual governo uma atenção ainda mais redobrada.

Nessa altura dos acontecimentos todos já suspeitaram que o Ministério da Educação e principalmente seu titular no momento não possuem qualquer poder sobre as universidades, tornadas autônomas, são só pelo o que manda a lei, mas, principalmente, devido à forte influência exercida pelas ideologias de esquerda que dominam o campus e abominam tudo o que venha da parte desse governo. De fato, parece não existir, sequer, um canal de comunicação entre o MEC e as universidades públicas, descoladas das orientações do governo e ainda ligadas às pautas ditadas pelos partidos de esquerda. O pior é que o atual ocupante da pasta parece se esforçar para manter essa comunicação ainda mais precária.

A dança do ministro, com guarda-chuva, fazendo uma referência ao filme de 1952, “Dançando na Chuva”, reforçou as evidências de que o que existe entre o MEC e as universidades é uma animosidade que não irá resultar em boa coisa, principalmente para o cidadão contribuinte que tem que arcar com essa despesa e assistir cenas de completa decadência e falta de noção da responsabilidade do posto.

A ideia marqueteira, que fez o ministro “dançar” diante das câmeras, se enquadra no mesmo rol das infâmias públicas que fizeram o então senador Eduardo Suplicy vestir uma cueca vermelha em pleno Congresso, ou a dança da então deputada Ângela Guadagnin entre outras performances de igual bizarrice. Imagens como essas, ganham o mundo em instantes e mostram um país que insiste em se mostrar sem seriedade.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Por que os papas não envelhecem tão rápido como os políticos?”

Joãozinho, sempre filosofando.

Foto: a12.com

 

 

Momento histórico

De graça, no dia 4 de junho, o IDP receberá os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, o ministro Gilmar Mendes, do STF, e Paulo Guedes, ministro da Economia. O tema da mesa redonda será a Agenda de Reformas e a Volta do Crescimento. Veja a seguir mais detalhes sobre a inscrição.

 

Link para mais informações: www.idp.edu.br

 

 

2,4D

Comprometida, a produção de vinho no Rio Grande do Sul sofre com o agrotóxico aplicado na soja. Pela terra, pela água e pelo ar, o veneno está matando as parreiras.

Gráfico: gauchazh.clicrbs.com.br

 

 

Boa música

Hamilton Ruggieri lembrou bem. Ontem o Cantus Firmus comemorou 27 anos desde a primeira apresentação sob a batuta de Isabela Sekeff. Próxima parada: Alemanha.

 

 

Sem fiscalização

Depois de buscar lotes vazios, casas abandonadas e moradores acumuladores, focos da dengue foram identificados e eliminados. O problema é que o hospital do Paranoá continua sem atender pacientes, inclusive com dengue. Um hospital que demora mais de 15 horas para atender na emergência, realmente deve estar desativado.

Foto: blogdoguilhermepontes.com.br

 

 

Inoperância

Leitora informa que os quiosques no aeroporto continuam. Está agora na área de embarque. Dizem que o consumidor irá ganhar uma maleta de bordo. Logo depois pedem para escolher duas revistas de sua preferência. Por fim, preenchem um formulário com dados do desavisado e número de cartão.

Foto: bsb.aero

 

 

Desde 2006

Briga de grandes sobre a Quadra 500 do Sudoeste: de um lado o Ministério Público do DF, que quer suspender licença para construções no local. De outro, o setor imobiliário, que não para de crescer na capital.

Foto: Reprodução/TV Globo

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O IAPI não funcionou ontem. Ou melhor, funcionou mal, porque os funcionários só foram trabalhar depois que souberam da aprovação do Plano de Reclassificação. (Publicado em 22/11/1961)

Problemas à frente

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Foto: Abraham Weintrab e Ricardo Vélez-Rodriguez, ao fundo (Divulgação/MEC)

 

Caso não venha a perder tempo com discussões vazias e sem resultados práticos, num país em que a educação é ainda uma área carente do mais básico, o novo ministro da pasta tem pela frente um conjunto, nada desprezível, de questões que requerem atenção urgente apenas para dar andamento normal ao trabalho desse ministério, paralisado e abalado por frequentes crises.

Ultrapassado recentemente pela Colômbia no quesito qualidade educacional do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil continua amargando os últimos lugares nesse tipo de ranking, mesmo gastando por aluno quase o mesmo que países desenvolvidos ou algo em torno de R$ 3.824 per capta. Nesse sentido, nosso país não tem mais tempo a perder.

Levantamento feito por especialistas do próprio ministério da Educação mostra que, dentre os desafios dessa pasta, talvez o mais importante e que vai exigir grande esforço de articulação política é com relação ao Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Esse órgão é responsável direto pela injeção de recursos no setor, repassando cerca de R$ 150 bilhões por ano a estados e municípios, mas deverá ser encerrado em 2020 por um outro modelo qualquer de financiamento da educação pública que ainda não se sabe qual será.

No Congresso, essa discussão não tem sido debatida, o que complica sua substituição. São mais de 1,8 mil municípios mais carentes que necessitam desses repasses complementares para custear pagamento de pessoal, transportes escolares e outros gastos. Também a chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que indica os elementos de aprendizagem principais a serem desenvolvidos do ensino infantil ao fundamental, tanto das escolas públicas, como privadas, estão paradas e necessitando de maiores orientações do governo federal para introduzi-los nos currículos escolares, formar professores e produzir materiais adequados.

Esse assunto, contudo, não conta com o apoio da maioria dos professores, mais preocupados com a realidade prática de cada localidade. Para muitos deles, a BNCC interfere nessa realidade de cima para baixo e de fora para dentro, desprezando as características próprias de cada região. Outro problema dessa área é quanto à reforma do ensino médio que prevê que esses alunos terão um aumento na carga horária e uma possibilidade de escolher e optar por disciplinas que desejam estudar. Segundo os especialistas, o ensino médio tem sido uma etapa em que os projetos e ações do poder público têm obtido pouco ou nenhum resultado efetivo e representa hoje o principal gargalo da nossa educação com alta evasão escolar e reprovação.

De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a quase totalidade dos estados da federação não alcançou a meta prevista para 2017, sendo que em alguns estados houve uma sensível piora no desempenho apresentado pelos alunos.

O novo ministro deverá levar em consideração ainda que a formação dos professores ainda está longe da realidade vivida por eles em sala de aula. Esse é, segundo os especialistas, um grande problema, já que acaba se tornando em mais um grande empecilho para se estabelecer uma educação de qualidade. Outra questão premente é quanto à realização, a tempo, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Tanto esse exame como a Prova Brasil, que avalia a aprendizagem dos estudantes da 5ª a 9ª série, estão com seus cronogramas atrasados por conta de problemas na gestão do próprio ministério da Educação.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”

Paulo Freire, educador

Foto: novaescola.org.br

 

 

Inteligência e sensibilidade

Já dizia o filósofo de Mondubim: “Deus ajuda quem cedo madruga.” Até que enfim uma autoridade voltou os olhos para os milhões de brasileiros que acordam de madrugada para trabalhar. Em troca de uma economia pífia de energia, a saúde dos trabalhadores contrastava com a alegria de tomar uma cervejinha ainda com sol.

Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 9.abr.2019

 

 

Reforço

Reforma da Previdência recebe apoio do partido Novo. Além de Amoedo, estiveram com o presidente Bolsonaro: Marcel van Hattem, Paulo Ganime e Tiago Mitraud. “O NOVO põe o cidadão em primeiro lugar e por isso defendemos uma previdência mais justa, sem privilégios e sustentável”, disse o presidente do partido.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil – 10.abr.2019

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ainda na estaca zero, a iluminação da Praça dos Três Poderes, que de tão estonteante passou a não existir. Provavelmente teremos posse do novo presidente às escuras, à noite, no lugar que outrora tinha uma iluminação ideal. (Publicado em 17.11.1961)

 

Despertar o aluno para ler o mundo

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Nesses tempos politicamente conturbados em que o país vai atravessando, um fato merece a atenção, a dedicação e o zelo de todos os brasileiros: a única maneira de salvaguardar nossa sociedade e nossa democracia é pela via da educação. Não existe outra alternativa. Não só aqui no Brasil, mas em qualquer outra parte do planeta. Disso as nações mais desenvolvidas já sabem muito bem e há tempos vêm fazendo a lição de casa, preparando adequadamente as próximas gerações para os desafios do futuro.

Infelizmente, parece que o Brasil ainda não atinou para essa realidade e, se atinou, não se interessou pelo investimento. A crise persistente no Ministério da Educação fala por si. A chamada Escola sem Partido também. Nesse sentido, é preciso observar que absolutamente nenhuma ideologia política serve aos reais propósitos da educação, principalmente de uma boa educação, muito embora se saiba que o ato de educar seja uma manifestação política que busca a capacitação plena para o exercício da cidadania

É bom que a sociedade fique atenta e desconfie das manifestações que têm surgido em várias partes do país, principalmente nas redes sociais, visando fazer da metodologia construída pelo educador pernambucano, Paulo Freire, uma espécie de bode expiatório, culpando seu método pelo atraso verificado na educação brasileira. Antes de tudo, é preciso considerar que o chamado método Paulo Freire, segundo seu amigo e pesquisador José Eustáquio Romão, fundador também do Instituto que leva o nome desse famoso pedagogo, jamais foi aplicado e plenamente desenvolvido na educação brasileira.

Quando muito, afirma, tem servido como frase de efeito, título de biblioteca ou nome de salão. A perseguição à Paulo Freire e ao seu método de alfabetização se insere no mesmo e insano movimento de caça às bruxas promovido contra educadores, professores, pesquisadores e cientistas logo após o março de 64.

O valor pedagógico da obra de Paulo Freire vai muito além dessas querelas internas momentâneas. Freire é ainda, depois de quase meio século, da publicação de suas obras, o autor mais citado e respeitado em todo o mundo quando o assunto é educação. Países como a Finlândia, Estados Unidos, França, Inglaterra, África do Sul, Coreia do Sul e muitos outros empregam e citam com regularidade os métodos de educação e a obra desse pedagogo brasileiro. De fato, Paulo Freire, por sua inteligência e pelo caráter revolucionário de sua obra, tem sido um autor pouco compreendido em seu próprio país, o que prova o dito que ninguém é profeta em sua própria terra.

Acusado injustamente pela direita política de pregar o marxismo, Paulo Freire foi também usado inadequadamente pela esquerda brasileira para alcançar seus propósitos políticos, enquanto o alcance e significado de sua obra e de suas ideias permanecem ainda totalmente desconhecidas por um e por outro desses matizes ideológicos.

Nem um lado, nem outro, desse mundo bipolar político e obtuso compreendeu, até hoje, o significado do que queria Paulo Freire quando dizia que seu objetivo era despertar o aluno para ler o mundo, de forma a despertar a consciência de quem ele é e seu papel no meio em que ele vive, tornando-o protagonista de sua vida e de sua história.

Fato é que a pedagogia desenvolvida por Paulo Freire parece existir apenas para quem pensa e pratica educação no dia a dia, justamente pelo caráter prático dessa metodologia que vai buscar no mundo de cada aluno o conhecimento que vai integrá-lo ao mundo, o que permite a ele uma crítica da realidade a sua volta.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O educador se eterniza em cada ser que educa.”

Paulo Freire

Foto: novaescola.org.br

 

 

Procura-se

Disse Ari Cunha nessa coluna, nos anos 60, que o primeiro busto inaugurado em Brasília foi o do maestro Villa Lobos, em frente ao Ministério da Educação.

Foto: biografiaresumida.com.br

 

Contrapartida

De 15 em 15 anos, é necessário que as emissoras de televisão tenham o aval para prorrogar a concessão. O que nenhuma instituição conseguiu mudar desde o movimento contra a baixaria na TV, o governo dá sinais de que é preciso um freio nas cenas desnecessárias e apelativas.

Foto: bastidoresdatv.com.br

 

Política Pública

Dos jovens abandonados pelas ruas do DF, o maior problema é o alcoolismo, na maioria das vezes, dos pais.  Segundo a pesquisa de Iza Beatriz Barreto Abdala, 62% dos jovens com problemas têm dificuldades de relacionamento com o pai. Bêbados, chegam em casa tirando a paz da família. É preciso apoiar os AAs e criar uma política pública para manter esses jovens seguros na própria casa.

Charge: bancariosce.org.br

 

Saúde

Tratamento com canabinoides melhora a qualidade de vida e aspectos comportamentais de crianças com transtorno do espectro autista-TEA. Após tratamento com canabinoides, índice de pacientes que afirmavam ter boa qualidade de vida dobrou; segundo a OMS, 1 em 160 crianças no mundo apresenta o transtorno. Dois de abril será o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Depois do trevo de triagem norte, na mão da Península para a cidade, pouco antes do viaduto, há um RN em pleno asfalto, que poderá provocar acidentes. A companhia que asfaltou o trecho não comunicou ao dr. Lúcio, e o resultado está lá, desafiando pneus. (Publicado em15.11.1961)

Agricultura e Meio Ambiente. Parceiros ou inimigos?

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ARI CUNHA – In memoriam

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Manifestação: representantes da sociedade civil, servidores públicos da área ambiental, ativistas e movimentos indígenas realizam ato contra possíveis futuras políticas anti ambientais (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O aumento do desmatamento para o avanço sem fim da agricultura e para a criação de gado irá atingir o Brasil de duas maneiras certeiras: de um lado, irá impactar negativamente no prestígio do país, levando os consumidores externos ao boicote dos nossos produtos e trará ainda desequilíbrios permanentes ao país como secas e desertificação de grandes extensões de terras, acabando com a fertilidade do solo, com a biodiversidade e afetando diretamente o clima do país.

Para se ter uma ideia desse problema, os cientistas já comprovaram que o desmatamento no Cerrado tem provocado uma diminuição em cerca de 10% das chuvas nessa região. Questões outras como a fusão do Ministério do Meio Ambiente, como propostas pela campanha de Bolsonaro, que preocupavam os ambientalistas já foram resolvidas.

Já que cada um desses órgãos possui uma pauta extensa e própria e essa junção prejudicaria tanto o setor agrário como do meio ambiente, o que afetaria a sustentabilidade ambiental. “Um dos grandes beneficiados desta sustentabilidade é a própria agricultura, devido ao aumento de produtividade ao se mesclar ambientes naturais com ambientes agrícolas, afirmam dos especialistas.

CIENTISTA ALERTA QUE AUMENTAR A ÁREA DA AGROPECUÁRIA E DESTRUIR FLORESTAS CAUSARÁ PREJUÍZOS À ECONOMIA

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OS ACADÊMICOS | 25 de outubro de 2018

 

Carlos Afonso Nobre , cientista brasileiro, destacado principalmente na área dos estudos sobre o aquecimento global Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Enfraquecer a conservação do meio ambiente prejudicará a economia e as ambições de política internacional do Brasil, alerta o climatologista Carlos Nobre. Nos últimos meses, a campanha eleitoral trouxe à tona assuntos polêmicos como a saída do Brasil do Acordo de Paris (o tratado mundial do clima), a forma de atuação dos fiscais do Ibama no combate aos desmatadores e os prazos para o licenciamento ambiental. Outro tema controverso, levantado pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL), é a fusão do Ministério do Meio Ambiente com o da Agricultura. Para Nobre, membro das academias de Ciências do Brasil e dos Estados Unidos, ex-diretor da Capes e do Inpe e um dos mais renomados especialistas em mudanças climáticas do mundo, a condução desses temas de forma errada pode impactar negativamente a economia brasileira.

O que representa a declaração de Jair Bolsonaro sobre tirar o Brasil do Acordo de Paris?

Me parece uma cópia barata e inconsequente do ato de um presidente estrangeiro. A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, teve repercussão mais retórica do que prática. Apesar do discurso anticlimático de Trump, dos incentivos à indústria do carvão, as emissões americanas continuam a cair. Isso porque a economia americana fez um movimento sem volta em direção à energia renovável. Além disso, nos EUA os estados têm independência maior. A Califórnia tem metas de redução de emissão ambiciosas como as de países escandinavos, de zerar emissões até 2045, goste Trump ou não.

Qual seria o impacto econômico para o Brasil?

Após caminhar para a energia renovável, a economia global se move para a produção responsável de alimentos, com foco no uso do solo. Nos últimos dez anos, os fundos de investimento têm se distanciado do mercado de carvão. O mesmo começa a ocorrer com alimentos oriundos de desmatamento. Os princípios do investimento responsável se voltaram para o uso da terra. A pressão maior vem de grandes redes de varejo internacionais em resposta ao mercado consumidor e vai aumentar. Estaremos sujeitos a restrições à carne e à soja brasileiras por parte de compradores europeus, japoneses e mesmo chineses. Nossas emissões de CO2 estão atreladas à agropecuária e ao desmatamento associado a ela. É um equívoco político pensar que sair do Acordo de Paris trará tranquilidade econômica para o agronegócio. Ao contrário, tornará o país vulnerável a restrições internacionais. A tendência mundial é não comprar produtos oriundos de desmatamento. Mais de 150 dos maiores fundos do mundo, que investem no setor de produção de alimentos, já se comprometeram com inciativas de princípios éticos. Facilitar a expansão agrícola com desmatamento é atacar a economia.

E as consequências políticas?

Teremos perda de prestígio e da liderança internacional consolidada do Brasil nesta área. O país seguia como o líder natural da economia de baixo carbono. Será ir pela contramão e desistir das ambições de política internacional. Se o Brasil aumentar o desmatamento, as pressões políticas e econômicas crescerão junto.

Qual a consequência de acenar com a facilitação do desmatamento?

É estimulá-lo. E ele já tem aumentado. Tanto os dados do Inpe quanto do Imazon, que devem ser apresentados em breve, mostram tendência de aumento de 30% a 35%. Se o Brasil sair do Acordo de Paris, o impacto será maior.

E o Brasil precisa desmatar para produzir mais?

Não. Temos terra desmatada e abandonada suficiente para continuar a aumentar a produção (a Embrapa estima em 50 milhões de hectares de pastagens degradadas). Além disso, nossa pecuária é extremamente ineficiente. A produtividade da pecuária na Amazônia equivale a um quarto da de São Paulo, com menos de um boi por hectare. Só com o manejo simples, nada moderno, você pode ter três. Por que precisamos de florestas?

Porque é comprovadamente a forma mais barata e simples de assegurar os recursos hídricos, manter o equilíbrio do clima, a fertilidade do solo, a biodiversidade e capturar o CO2 na atmosfera.

Por que o movimento contra o meio ambiente ganhou força no setor rural?

O discurso antiflorestas nunca desapareceu do setor agrícola, que julga não haver uso mais nobre para a terra do que produzir comida. É uma questão filosófica e social. Proteger a terra para salvaguardar o equilíbrio ambiental em prol da sociedade jamais foi um conceito incorporado. Essa visão emergiu com a polarização, mas não foi inventada por um candidato. É o Brasil arcaico que sempre esteve presente e o pensamento dominante do setor, que acaba por se refletir em desmatamento e grilagem.

Não pesa o fato de estar provado ser preciso áreas preservadas para ter, por exemplo, água?

Parte do agronegócio sabe disso. Mas a grande maioria despreza a ciência e está preocupada em expandir a posse da terra. Pode até usar tecnologia no maquinário mas isso não significa que entenda de ciência. Só uma pequena fração entende isso. Já fui a encontros de agrônomos que trabalham para produtores do Mato Grosso e pensam que a soja gosta de calor e riem das mudanças climáticas. É triste, mas ignoram a realidade. Acima de 35 °C, a produtividade despenca e perto de 40°C chega a zero, segundo estudos da Embrapa. Além disso, no Cerrado já houve uma redução de chuva de 10% nas áreas desmatadas, o que é muito. Temos um cenário nada promissor para uma agricultura produtiva e sustentável na maior parte do Cerrado.

O que representaria incorporar o Ministério do Meio Ambiente (MMA) ao da Agricultura?

Sinalizaria um inaceitável retrocesso e um sinal verde para o aumento dos desmatamentos e da poluição do ar, dos rios, dos oceanos. O MMA trata de uma extensa pauta, não somente relacionada à agricultura. Não faz sentido subjugar o desenvolvimento sustentável ao viés de ganhos de curto prazo do agronegócio com uma quase completa desregulamentação do setor. Ter órgãos especializados e com missão própria de conservação do patrimônio natural é, no caso brasileiro, uma garantia de sustentabilidade ambiental e bem-estar. E é, no mínimo, uma indevida simplificação imaginar que setores do agronegócio iriam se beneficiar a longo prazo. Um dos grandes beneficiados desta sustentabilidade é a própria agricultura, devido ao aumento de produtividade ao se mesclar ambientes naturais com ambientes agrícolas.

O licenciamento ambiental prejudica a economia?

O Brasil é reconhecido internacionalmente por ter uma moderna e adequada legislação ambiental, equilibrada e que não atrapalha o desenvolvimento econômico. A eficiência de processos burocráticos pode ser aprimorada, mas isso não se aplica só ao licenciamento ambiental, mas a toda máquina governamental. Melhorar a eficiência de ações governamentais é obviamente necessário. Porém, devemos lembrar que muitos atrasos em licenciamentos ambientais se dão devido à baixa qualidade dos projetos de avaliação de impactos enviados pelas empresas.

Há uma indústria de multas?

Não, até porque a taxa de pagamento de multas ambientais não chega a 5%. Os valores arrecadados não são a mola propulsora do sistema de fiscalização ou de volume significativo para outras ações de órgãos ambientais.

(Ana Lucia Azevedo para o jornal O Globo, 21/10)

 

A frase que foi pronunciada:

“Agricultura e Meio Ambiente precisam trabalhar juntos. Não há planeta B!”

Na Internet

Ilustração: aambiental1.blogspot.com

Leitor

Recebemos as seguintes observações de Ademar Aranha, Engenheiro Civil, formado na UnB, na década de 80. “Nos dedicávamos mais aos estudos, preocupados com a nossa formação. Naquela época não existia essa formação ideológica por parte dos professores.  Sempre aconteceram conflitos, greves, mas nunca atingiu esse grau de cegueira. Estou atônito com os rumos dos acontecimentos de uma boa parte desses alunos não só da UnB, como outras Universidades do país, especificamente UFRJ, UFRMG, USP, UNICAMP. Na verdade estão compactuando com a corrupção e com todas as mazelas que o governo do PT e anteriores a este deixaram como herança maldita, interferindo em todos os setores da nossa sociedade.”

E finaliza

Continua o leitor: Quem tem que trabalhar com a capacidade de pensar dos alunos são os pais. Temos essa responsabilidade e não queremos a interferência de terceiros nessa questão que é sagrada. Meus pais não tiveram a mesma formação que eu, mas nos ensinaram o respeito aos professores, aos mais velhos, o valor da ética, e outras virtudes além do caminho da escola.

 

Será?

Se o juiz Moro não deu a resposta imediatamente ao presidente Bolsonaro quer dizer que ele pensa na possibilidade de sair da pressão em que vive.

Foto: br.blastingnews.com

Estrela

Vir à tona com o nome do Advogado Miguel Nagib para compor o Ministério da Educação é uma boa campanha. Nagib é presidente da Associação Escola Sem Partido. Na verdade, o que ele combate é a escola que todos conhecemos: a de um partido só.

Fog

Respirar ares europeus renovou também os ataques de Ciro Gomes ao PT e dirigentes. A estratégia é clara: Ciro quis sair do barco durante a tempestade para voltar forte.

Foto: brasil.elpais.com

Sobrevivência

Correspondências do GDF a empresários que lutam para sobreviver, estimulam a informalidade. O assunto gira em torno de Livro Fiscal Eletrônico. Uma diversidade de códigos e siglas. Mas a missiva é amigável. Explica a situação, dá as diretrizes para a consulta.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Estão no final de obras, as casas dos engenheiros que não estão trabalhando, porque o IAPFESP está parado. Enquanto isto, os funcionários continuam morando em casebres de madeira; e a autarquia não faz o mínimo esforço para dar-lhes apartamentos. (Publicado em 04.11.1961)