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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Muito deve o mundo e as populações a figuras luminares que, na história humana, sempre colocaram sua sabedoria e ilustração a serviço de conduzir as massas em momentos de incertezas e crises. Não fosse pela atuação intelectual desses sábios e filósofos, considerados verdadeiros faróis vivos, há muito a civilização teria naufragado, entre tormentas e guerras sangrentas. Um desses indivíduos que merecem ser revisitados é o filósofo, ensaísta, historiador e matemático Bertrand Russell (1872-1970). Tendo experienciado momentos liberal, socialista e pacifista, Russell soube não se apegar a nenhuma dessas ideologias, como bem cabe a quem entende a filosofia como a única estrada a seguir.
Russell foi um filósofo muito respeitado no seu tempo, a tal ponto que muitos o viam como uma espécie de profeta ou guru. Por sua atuação enérgica contra as injustiças, chegou a ser preso durante a Primeira Grande Guerra (1914-1918). Foi também um crítico ferrenho de déspotas como Hitler e Stalin. Sua inteligência e clarividência podem ter sido adquiridas milagrosamente pela água de batismo, uma vez que seu padrinho era ninguém menos do que John Stuart Mill. Outro filósofo de ponta, adepto da lógica e das ciências econômicas.
Como pacifista que era, Bertrand escreveu, com Albert Einstein, o Manifesto Russell-Einstein de 1955, no qual alertava para as catástrofes que as armas de destruição em massa poderiam causar à humanidade. Foi ele também um dos responsáveis pela mediação no caso do conflito dos mísseis de Cuba, evitando assim que o mundo viesse a sofrer os horrores de uma guerra nuclear sem vencidos nem vencedores. Foi também um crítico duro contra a Guerra do Vietnã.
Mas foi contra Karl Marx (1818-1883) que Russell mais encontrou motivos para críticas. Para ele, uma filosofia deve ser sempre inspirada por sentimentos gentis e nunca hostis. Marx, em sua opinião, não apresentava em seu manifesto e em suas propostas filosóficas nenhuma inspiração movida por sentimentos nobres e gentis. Ao contrário, para Russell, Marx fingia pretender a felicidade do proletariado. O que ele queria, segundo Bertrand Russell, era a infelicidade tanto dos trabalhadores quanto da própria burguesia, a quem dizia desprezar, mas da qual vivia de todos os tipos de favores.
Marx, segundo Russell, queria usar o proletariado como instrumento de vingança contra a burguesia. Foi justamente por esse sentimento negativo, que misturava vingança e elementos de hostilidade, que Marx conseguiu incentivar em sua filosofia, todo um sentimento de ódio contra a burguesia. Com tantos elementos ruins sintetizados num só manifesto, o que Marx conseguiu produzir foi, na visão de Russell, um verdadeiro desastre. “Três paixões simples, porém intensas, têm governado minha vida: a ânsia pelo amor, a busca do conhecimento e uma insuportável piedade pelo sofrimento da humanidade”, disse Russell
As doutrinas, como a história humana tem demonstrado, não são nem verdadeiras nem falsas, mas apenas complemento e instrumento de predições. Russell acreditava que Marx focava muito, em seus escritos, na questão econômica para decifrar os movimentos da história. Dessa forma, o novo materialismo científico, apresentado por Marx. encerrava seus objetivos e tinha como motor propulsor da história apenas a prática e as relações econômicas, e não uma série de outras variáveis de igual importância, como a relação dos homens entre si, independentemente da produção ou de algo ligado a bens.
Observem, finalmente, que, para Marx, a filosofia era, assim como as religiões, uma forma de alienação que entorpece a razão, não havendo que perder tempo com coisas dessa natureza, principalmente se elas não lidam com coisas concretas. Marx sustentava que o ser humano é todo dotado de ação transformadora, trabalho, e não de passividade e contemplação de ideias. Mesmo negando a filosofia como um ato passivo, Marx, na visão de Bertrand Russel, não foi capaz de ver na prática a materialização de seu pensamento, pelo menos com relação à tão pretendida felicidade humana, uma vez que, em todos os lugares onde tentaram implantar suas ideias ou parte delas, o que os homens acabaram encontrando foi uma sucessão de fracassos, em que a classe proletária passou a sofrer todo o tipo de repressão e empobrecimento ao se ver escravizada pela elite dirigente do partido socialista. Eis aí uma verdade incontestável.
A frase que não foi pronunciada:
“O toma lá dá cá não começa entre empresários e políticos, começa com os eleitores. É preciso cortar o mal pela raiz.”
Dona Dita
Erro médico?
O caso chama a atenção do leitor acostumado a acompanhar a página de óbitos no jornal. O número de mortes de crianças com menos de um ano começa a acender a luz de alerta.
História de Brasília
A reunião foi na Câmara. Logo depois, mais de 300 “reservas” eram efetivadas sem concurso, enquanto os que haviam prestado essa exigência ainda aguardam nomeação. (Publicada em 29/4/1962)
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Não tenham tanta pressa em saber quem será o próximo presidente do nosso país ou o governo deste ou doutro estado da Federação. Muito menos que bancada virá com mais força dentro do Congresso. Talvez nenhuma dessas forças, amparadas por modelos políticos desenhados nos séculos passados, terão maior protagonismo num futuro próximo. Isso, caso estejamos mesmo indo na direção do que os pesquisadores denominam de hiper-história, com uma nova filosofia da natureza, uma nova antropologia filosófica ou uma nova filosofia da política. Junto com esse novo tempo que desponta, virá sobretudo uma nova filosofia da informação e, com ela, novos atores da política.
Quando essas mudanças acontecerem, nem mesmo o Estado terá papel principal na vida das pessoas, justamente porque ele corre o risco de perder também o poder informacional sobre os diversos grupos de cidadãos. O que se acredita é que, talvez, estejamos prestes a assistir ao advento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) — ou seja, um conjunto diversificado de práticas, saberes e ferramentas, ligadas diretamente ao consumo e à transmissão de informação, todas elas desenvolvidas a partir da revolução, como a internet e as redes sociais. Vamos, de fato, ao encontro da sociedade da informação, com todas as mudanças de paradigmas que isso representa. A forma como consumimos agora essa massa de informação sem precedentes mudou em relação ao passado, e isso determinará mudanças, quer queiram ou não os políticos do passado.
O que de mais extraordinário pode acontecer com essas mudanças é que o Estado, como o conhecemos até aqui, está vivendo o que podem ser seus últimos momentos. Estamos imersos no que os cientistas políticos chamam de apoptose política. Ou seja, instituições de porte global estão assumindo o protagonismo da informação. Todo esse processo é ainda potencializado pelas chamadas inteligências artificiais (IAs). Não é por outra razão que as maiores potências do planeta estão numa corrida alucinada para o desenvolvimento de novas e poderosas IAs. De fato, a informação neste século 21 vai se constituindo, cada vez mais, numa referência de riqueza ou numa espécie de capital, capaz de determinar não apenas trocas, mas até mesmo soberanias.
Toda essa nova revolução parece ir contra o modelo padrão de Estado, justamente porque as próprias fronteiras parecem ter perdido o sentido em abrigar a soberania. O que valerá daqui para frente será a infocracia. Antes que isso possa acontecer, porém, poderemos assistir a múltiplas tensões no campo da geopolítica. Assim como nas células, que são programadas para deixar de existir num dado momento, a apoptose política (a apoptose é um processo de morte celular programada, que é fundamental para o desenvolvimento e a manutenção dos seres vivos) está sendo gerida com o intuito de acabar não só com o Estado, mas de substituir a democracia por uma sociedade da informação extraterritorial.
A infocracia irá acabar com o sentido das soberanias e das fronteiras. Nesse mundo que se anuncia, o poder passa para as mãos de empresas de informação, que passarão a determinar quem tem ou não o poder de fato. Nesse novo ambiente, o Estado passará de protagonista a figurante, uma vez que passa a perder sua centralidade. Poderes como o Legislativo, fazendo leis, o Judiciário, aplicando-as, e o Executivo, pondo o Estado para rodar, por total incapacidade de deter a informação e usá-la como querem, perderão progressivamente sua importância.
O que as seguidas crises políticas vividas pelo Brasil ao longo desses últimos séculos apontam é que há no horizonte um conjunto de mudanças a decretar o declínio, ou mesmo a eliminação de figuras do mundo político. Com eles, terá fim também um conjunto de ideologias, de movimentos políticos, com os partidos perdendo relevância, ou mesmo deixando de existir. Essa apoptose política virá ainda favorecida pela falta de apoio popular, por mudanças no seio da sociedade e por diversos outros fatores de ordem econômica.
A frase que foi pronunciada:
“Nosso desejo é o da nação: que este plenário não abrigue outra Assembleia Nacional Constituinte. Porque, antes da Constituinte, a ditadura já teria trancado as portas desta Casa. Autoridades, constituintes, senhoras e senhores, a sociedade sempre acaba vencendo, mesmo ante a inércia ou antagonismo do Estado.”
Ulysses Guimarães
Haja paciência
Pacientes do Hospital do Paranoá pedem socorro. São horas de espera tanto para crianças quanto para adultos. Um deputado distrital poderia fazer a experiência de se passar por um paciente normal para sentir o drama. Certamente, alguma coisa iria mudar.
Referência
Enquanto isso, o Hospital de Apoio de Brasília recebe equipe técnica da Finlândia que veio conhecer a triagem neonatal. O hospital é referência internacional.
História de Brasília
O primeiro-ministro reuniu-se com os líderes de todos os partidos para estudar diversos assuntos e ficou resolvido inclusive, combater o empreguismo. (Publicada em 29/4/1962)
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Por maioria de votos, o Supremo Tribunal Federal (STF), mais uma vez, ampliou o alcance do chamado foro privilegiado, ao aceitar que autoridades que ocuparam cargos com essa prerrogativa mantivessem esse instituto e, portanto, possam ser ainda julgados, originalmente, por cortes superiores. A manobra, feita para adequar dentro de certos parâmetros legais os acusados por golpe de Estado e outros crimes, vem sendo duramente criticada por juristas e mesmo por constitucionalistas, que enxergam, nessa ampliação do foro, apenas uma manobra visando dar sustentação legal ao que a própria Constituição ignora. O foro privilegiado, segundo reza a Constituição, prevê que certas autoridades no exercício de cargos públicos só podem ser julgados e processados por tribunais previamente estabelecidos.
Essa medida visa, tão somente, proteger, pessoalmente, o pleno exercício da função, sem interferências indevidas. Trata-se de uma legislação que vem desde o Brasil Colônia, mas que não encontrou guarida nas Constituições posteriores, sendo incorporada apenas na Carta de 1988. Mesmo sendo criada para garantir o bom funcionamento das instituições, essa prerrogativa acaba sendo prejudicial aos contemplados, pois restringe o direito à ampla defesa, aos processos recursais e às revisões, o que vai contra o princípio do duplo grau de jurisdição. Em seu artigo 5º, a Constituição diz claramente: “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
Recorrer de decisão jurídica faz parte do devido processo legal. Mesmo o Pacto de São José, do qual o Brasil é signatário, garante que qualquer indivíduo condenado por um delito tem o direito de recorrer da sentença para um juiz ou tribunal superior. Quando o julgamento é realizado pela última instância, aquela que não tem o direito de errar, os processos recursais e revisões ficam impossibilitadas. Numa situação como essa, a insegurança jurídica e as arbitrariedades se sucedem, o que acaba por macular até mesmo o que diz a lei e os estatutos de proteção dos direitos humanos. Não por outra razão, a própria Corte Interamericana de Direitos Humanos tem reafirmado que o duplo grau de jurisdição deve ser aplicado a todos os processos penais.
Sendo assim, todos aqueles que são julgados pelo STF não possuem direito a apelação, pois, nesse caso, não cabe recurso, o que de certa forma contraria o próprio sentido de Democracia. Nesse sentido, o foro privilegiado acaba por se transformar num instrumento prejudicial a todos aqueles que o possuem, por impedir, sobretudo, a ampla defesa. A mudança de jurisdição do Supremo, no caso da ampliação do foro privilegiado, foge ao que está disposto na Constituição e não poderia ser interpretado de outra forma pelos juízes do STF. O que ocorreu nesse caso foi, segundo o jurista Ives Gandra Martins, uma interpretação extensiva dessa Corte, que, ao mudar decisão já proferida anteriormente, incluiu, em seu julgamento de golpe de Estado, pessoas que, definitivamente, não deveriam estar sendo julgadas nesse foro.
Para Ives Gandra, os ministros togados precisam entender que quem escreve e elabora a Constituição são os representantes do povo, que foram eleitos para esse fim. A Constituição deve ser defendida com base no entendimento original do texto no momento de sua adoção. Nesse caso, ensina o jurista, o Supremo só pode decidir sobre o que os constituintes escreveram e incorporaram no texto, pois esse reflete o desejo do povo. “O Supremo, eleito por um homem só, com todo o respeito que tenho por todos os Ministros, não poderia alargar, como fez agora, sua competência para estender o foro privilegiado, até exteriorizando uma visão política bem acentuada, a fim de incluir pessoas que deveriam ser julgadas pelo juiz natural”, diz Ives Gandra, ao lembrar que o Supremo é o intérprete da Constituição e não um constituinte derivado.
A frase que foi pronunciada:
“Político, sou caçador de nuvens. Já fui caçado por tempestades. Uma delas, benfazeja, me colocou no topo desta montanha de sonho e de glória. Tive mais do que pedi, cheguei mais longe do que mereço.Que o bem que os Constituintes me fizeram frutifique em paz, êxito e alegria para cada um deles. Adeus, meus irmãos. É despedida definitiva, sem o desejo de retorno. Nosso desejo é o da Nação: que este Plenário não abrigue outra Assembléia Nacional Constituinte. Porque, antes da Constituinte, a ditadura já teria trancado as portas desta Casa. Autoridades, Constituintes, senhoras e senhores, A sociedade sempre acaba vencendo, mesmo ante a inércia ou antagonismo do Estado.”
Ulysses Guimarães
História de Brasília
O primeiro ministro reuniu-se com os líderes de todos os partidos para estudar diversoso assuntos, e ficou resolvido, invlusive, combater o empreguismo. (Publicada em 29.04.1962)
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Boa parte da sociedade está com a memória viva em relação à longa crise social, econômica e política dos últimos anos. As redes sociais tiveram o condão de mudar a percepção de grande parte das pessoas não somente para os problemas do país, mas, sobretudo, para aumentar o desejo e a atitude de muitos em direção aos valores próprios, fazendo brotar, nos brasileiros, um sentimento mais individualista e voltado, exclusivamente, para as necessidades imediatas e a longo prazo. Parece resultar da noção de que o Estado pouco ou nada faz pelos brasileiros. Muitos consideram hoje que a melhor estratégia é partir para a luta individual, ao invés de esperar por qualquer amparo.
É preciso salientar que esse individualismo, cada vez mais presente na mentalidade do brasileiro, pode inverter a própria lógica do Estado, fazendo com que o governo passe a depender, cada vez mais, da vontade de uma população indiferente e distante, propiciando, inclusive, a considerar a hipótese da desobediência civil.
Com o passar do tempo, parece que, ao aumentar a descrença na política, a consolidação plena da democracia se assemelha com a gelatina na geladeira. Revelações verdadeiras para o distinto público apontam para uma elite disposta a tudo para enriquecer rapidamente e sem esforço.
Para um país que conta com quase um milhão de presos, em condições sub-humanas de cárcere, essas revelações serviram muito mais como que um simples incentivo para a ação continuada no mundo do crime. Deu a essa parcela da população a certeza de que a cadeia ainda é lugar para pretos e pobres.
Entender a deterioração social como algo moldado pela herança histórica ibérica mostra apenas as raízes ancestrais do problema que fazia parte inerente do sistema mercantilista e colonialista da época. Se antes a exploração e os desvios tinham origem em vontades vindas do exterior, com o desenvolvimento do capitalismo de compadrio, é muito mais rentável a uma empresa cooptar políticos e agentes públicos buscando negócios fabulosos com o Estado em troca de propinas e outros meios ilícitos.
Transformadas em moedas de troca, dentro do toma lá dá cá generalizado, as nomeações políticas têm um peso crucial. Torna-se compreensível o discurso de muitos dirigentes políticos.
Obviamente que não se trata de nacionalismos ou protecionismo da economia nacional, mas, tão somente, de reservar esse nicho de mercado à sanha desmedida de partidos. Por aí se vê a razão da redução do tamanho do Estado, que incomoda tanta gente. Se por um lado, os muitos casos revelados serviram para mostrar como é fácil desviar dinheiro público, por outro, mostrou que impondo um fim a institutos como o foro privilegiado, a possibilidade de nomeações políticas para cargos técnicos e maior agilidade e presteza nas decisões da justiça trazem a fórmula mágica para reduzir, da noite para o dia, tão imenso volume de caos de malversação dos recursos públicos.
É, contudo, muito dinheiro, para os padrões de um país como o Brasil, onde, historicamente, a impunidade é tratada de forma parcimoniosa pelas autoridades, sempre constrangidas em punir pessoas e grupos do mesmo estamento social, político e econômico.
A frase que foi pronunciada:
“Nunca esqueçamos esta verdade fundamental: o Estado não tem outra fonte de dinheiro além do dinheiro que as pessoas ganham. Se o Estado deseja gastar mais, só pode fazê-lo tomando emprestado suas economias ou tributando-o mais. Não adianta pensar que outra pessoa vai pagar – que “outra pessoa” é você. Não existe dinheiro público; só existe dinheiro dos contribuintes.”
Margaret Thatcher
Alegria, alegria
Era a iniciativa que a cidade precisava. Abrir o zoológico aos domingos e feriados sem a cobrança de ingressos é a alegria da criançada e das famílias que têm contado o dinheiro para chegar ao fim do mês, agora com diversão. O final do Candangão também valeu com as passagens de metrô e ônibus e ingresso ao Mané Garrincha liberados hoje, Gama e Capital se enfrentam às 16h.
História de Brasília
Entrando ou saindo de uma superquadra, ponha seu carro em segunda. A todo o instante pode surgir uma criança, e o senhor estará a salvo de qualquer acidente. Se o senhor tem motorista chapa branca avise a êle. (Publicada em 27.04.1962)
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Como dizia o filósofo de Mondubim: o progresso é o avanço da poeira. No caso atual, onde o plástico já é dado como o maior problema mundial do meio ambiente, poderíamos parafrasear essa afirmativa, dizendo: o progresso é o avanço do plástico. Não restam dúvidas de que esse material, criado por volta de 1930 de um subproduto do petróleo, tornou-se um perigo ao colocar em risco todo o ecossistema do planeta, poluindo e destruindo a atmosfera, os rios, os mares, o solo, os animais e o próprio homem. Vivemos literalmente imersos na era do plástico, a tal ponto que encontrar hoje um substituto para esse material nos parece quase impossível.
O fato é que, a cada ano, mais de 13 milhões de toneladas de plásticos acabam indo para os oceanos. A situação é de calamidade e pode ser conferida a olho nu por qualquer pessoa. Existe uma enorme ilha, três vezes maior do que o território da França, que flutua entre a Califórnia e o Havaí, formada com mais de 1,8 trilhão de pedaços de plástico e que pode ser vista do espaço. É o símbolo de um modelo de progresso a apontar para a destruição do planeta. O mais preocupante é que essa ilha, com mais de 1,6 milhões de Km² e 80 mil toneladas de plástico, não para de crescer. Os ambientalistas já advertiram que, em breve, cada cm² de todas as praias do mundo serão invadidas por plásticos.
Charles Moore foi o primeiro que fez soar o alarme. O capitão e oceanógrafo norte-americano ficou horrorizado quando, em 1997, voltando com seu veleiro de uma famosa regata náutica se deparou com um verdadeiro mar de plástico, tão extenso que precisou de sete dias inteiros para atravessá-lo por completo, diz o relato do próprio Moore. Aos poucos, a situação de poluição causada pelo uso do plástico vai escalando para um patamar de extremo alarme.
Hoje, a maioria dos animais marinhos já apresentam, em seus organismos, quantidades preocupantes de plásticos e de micro plásticos, dissolvidos por todo o corpo. Também, nos seres humanos, já é possível encontrar quantidades preocupantes de micro plásticos dissolvidos por todo o corpo. Cientistas têm alertado que essa situação já chegou inclusive na atmosfera. Além da chamada chuva ácida, os pesquisadores já identificam que em gotas de chuva é comum encontrar também a contaminação por micro plástico. Esse material se infiltra no solo, contaminando a terra e atingindo os lençóis freáticos.
Ao contrário da chuva ácida que pode ser mitigada com a redução nas emissões de SO2 e Nox, os micro plásticos são extremamente difíceis de ser eliminados. O perigo é que eles podem ser não apenas ingeridos, como inalados também, acumulando-se em regiões sensíveis do corpo humano como o pulmão e o cérebro, afetando inclusive a placenta de bebês em desenvolvimento. Os impactos na saúde humana e dos animais e plantas são inúmeros e ainda difícil de serem avaliados em sua extensão, provocando desde inflamações recorrentes, estresse celular e interferência no sistema endócrino. O pior é que as correntes marítimas e atmosféricas ajudam a espalhar o micro plástico por todo o planeta, inclusive para os Polos Norte e Sul do planeta.
Até 1970 a produção de plástico se manteve relativamente dentro dos parâmetros. A partir daquela data a produção explodiu e continua a crescer de forma exponencial por vários motivos. Alguns pesquisadores alertam que se a produção mundial de plásticos continuar a crescer no mesmo ritmo, em 2-50 teremos acumulado em todo o planeta na forma de micro plástico mais de 1,1 bilhão de toneladas desse produto. Anualmente estima-se que mais de 430 milhões de toneladas são produzidas em todo o mundo. É uma produção que daria para envolver parte do planeta numa película plástica. E pensar que a maioria dos resíduos plásticos levam mais de 400 anos para se decompor na natureza. Nosso país produz cerca de 11 milhões de toneladas de plásticos por ano, sendo o 4º maior produtor mundial. Isso nos colocaria, pelo menos, em quarto lugar com relação a responsabilidade desse problema, que é de todos. Não se conhece por parte das autoridades do governo e da iniciativa privada, medidas eficazes para resolver esse que é também um dos maiores problemas de nosso tempo a exigir medidas sérias e urgentes.
Frase que foi pronunciada:
“Durante a maior parte da história, o homem teve que lutar contra a natureza para sobreviver; neste século, ele está começando a perceber que, para sobreviver, ele deve protegê-la.”
Jacques Cousteau
Zen
Teste sua paciência entrando no portal que dá acesso aos ingressos para fazer parte da audiência dos concertos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. A mídia não é amigável. Mas depois da vitória, ao chegar no momento de adquirir o ingresso, no lugar da emoção, a surpresa. Esgotado.
Fome de cultura
Brasília tem um público enorme ávido pelos concertos regidos por Cláudio Cohen e convidados. A sugestão dos apreciadores da boa música é que a orquestra se apresente mais vezes no teatro.
Baldes no chão
Veja, no link Canal VistoLidoEOuvido, a situação da sala Martins Penna quando chove. Inacreditável que nossos impostos não tenham sido suficientes para um bom trabalho.
História de Brasília
Em Itabira, Minas Gerais, há um barbeiro que cobra cem cruzeiros pelo corte de cabelo para o público comum, mas cobra 150 para os funcionários da Vale do Rio Doce. (Publicada em 27.04.1962)
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Historiadores costumam considerar que a coletividade, comumente denominada povo, é, no mais das vezes, uma porção de ninguém, por sua pouca ou nenhuma influência no correr dos acontecimentos políticos dentro do Estado. Em países apontados como subdesenvolvidos, essa situação de passividade é mais visível e presente. É como dizem: a massa é mole. Não se movimenta por ação de ideologias. A única coisa capaz de levar o povo às ruas, com disposição para mudar o cenário cotidiano, são a fome e a carestia no preço dos alimentos. Só quando o incômodo chega ao estômago é que a coisa anda ou desanda de vez.
Isso explica por que a aprovação ou a desaprovação de um governo por parte do público só se dá quando a queda ou o aumento nos preços dos alimentos acontece. Fora dessa causa, o que se tem é o marasmo. Talvez por esse motivo, os preços dos alimentos expostos nos supermercados sejam o maior indicador para ruas vazias ou tomadas por manifestantes. Nesse sentido, qualquer déspota que deseje manter-se no poder indefinidamente deve, antes de tudo, fazer o possível ou o impossível para manter também o acesso fácil da população aos alimentos.
Para muitos pensadores liberais, isso explica porque a coletividade acaba sempre sendo também uma abstração. Qualquer indivíduo que tenha que escolher entre ser o protagonista da própria vida ou ser um salvador do planeta escolherá a primeira opção. Mesmo nos regimes socialistas mais extremados, o sonho de cada um nunca é, primordialmente, pelo crescimento do coletivo. Optamos sempre por escolher a nós mesmos em primeiro lugar. No mais das vezes, é a própria dignidade que empurra o indivíduo para essa escolha. O indivíduo dissolvido no meio da sociedade e que se vê impossibilitado de escolher o próprio caminho é sempre um alvo fácil para doenças como a depressão.
Por essa razão, os países de economia e política centralizadas jamais divulgam a quantidade de indivíduos acometidos de depressão ou tristeza profunda. Isso ocorre porque o mérito pessoal, que anteriormente era sempre celebrado como o motor do progresso pessoal e coletivo, foi sendo substituído gradativamente pelo esforço pessoal em prol da coletividade. A desmotivação do esforço e mérito pessoal é uma das causas do fracasso da quase totalidade dos regimes centralizados. Essa visão explica porque, em nosso país e em outros de igual orientação, os empresários bem sucedidos são transformados em alvo de todo o tipo de empecilhos burocráticos e de cobrança de altos impostos e taxas diversas.
Ao contrário, todos os projetos e empreendimentos sem sucesso são logo socorridos com incentivos, isenções e todo o tipo de ajuda do Estado. Punem os bons e gratificam os incapazes. Essa situação, nos regimes fechados, só persiste porque, no fim das contas, os mais capazes acabam carregando nas costas os menos esforçados, o que acaba resultando sempre em equação de soma zero.
Nos sistemas socializantes a meritocracia acaba sempre sendo socializada ou dissolvida no grupo, o que é sempre ruim e faz com que o progresso cesse de existir. Uma coisa puxa a outra, e acaba que o planejamento centralizado e o intervencionismo estatal se transformam em veneno fatal para a liberdade individual e para o mérito pessoal, vistos nesses regimes como algo burguês.
Desde sempre, a liberdade econômica deve seguir a liberdade política, e isso inclui o indivíduo como peça central. No centro de tudo, está a liberdade individual. Isso explica também porque, em sistemas socialistas, o indivíduo é sempre menos de zero e manietado em suas expectativas. A questão é simples: quanto mais centralizado o Estado, menos liberdade é dada aos indivíduos.
Experiências em várias partes do mundo ao longo da história da humanidade mostram que a liberdade econômica e política é essencial ao progresso, não sendo possível a existência de uma sem a outra. É nisso que se funda a chamada ilusão do coletivo. A busca pelo crescimento se difere da busca por privilégios e posições. Isso explica também porque, em governos centralizados, os medíocres estão sempre no entorno do governo, colhendo benesses sem esforço algum. O que surge quando o indivíduo e suas potencialidades são apagadas é sempre um coletivo formado por nulidades descompromissadas com o futuro.
A frase que foi pronunciada:
“A obstinação nas disputas é quase sempre efeito do nosso amor próprio: julgamo-nos humilhados se nos confessamos convencidos.”
Marquês de Maricá
História de Brasília
Ocorre que Taguatinga, com 70 mil habitantes, recebe 47 litros por segundo, e o Gama, com 22 mil habitantes, recebe 72 litros por segundo. Há injustiça para com Taguatinga. (Publicada em 27/4/1962)
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Pela atual Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 19, fica proibido, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios “estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles, ou com seus representantes, relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”. Quis a Magna Carta estabelecer, de forma legal e legítima a separação entre a Igreja e o Estado, conforme vinha sendo, inclusive, estabelecida desde o Decreto nº 119-A, depois inserido na Constituição de 1891.
O Estado, dessa forma, é caracterizado como laico. Embora seja facultada a liberdade religiosa, o poder público deve manter equidistância e independência com relação a todos os cultos religiosos e, igualmente, às igrejas de qualquer credo, sendo seu dever apenas proteger e garantir o livre exercício de todas as crenças. Essa separação, que de forma alguma significa uma cisão violenta, é garantida por uma espécie de muro legal e abstrato que é o interesse público. Em outras palavras, isso significa que, ao Estado, é vedado qualquer tipo de subvenção ou auxílio com dinheiro público a toda e qualquer Igreja, seja ela da preferência do presidente da República, dos governadores, prefeitos, deputados, senadores ou outro político no cargo ou função de Estado.
Na opinião de eminentes juristas, essa é uma medida essencial e básica para a manutenção da própria democracia e pluralidade de ideias e opiniões. Infelizmente e diversas vezes, esse importante quesito legal e constitucional vem sendo desrespeitado desde o primeiro dia da promulgação da Carta de 1988, não apenas pelos presidentes, mas por governadores, prefeitos e pela grande maioria de parlamentares. A leitura enviesada e marota do preâmbulo da Constituição que invoca a proteção de Deus não se refere a esse ou aquele Deus específico, seja de católico, seja protestantes, mas ao Deus de todos os crentes.
A experiência, ao longo da história da humanidade, tem mostrado que as teocracias — nas quais os governos são operados sob o argumento de que essa é a vontade divina, e, portanto, indiscutível no plano terrestre, e que os chefes de Estado foram, ou são, representantes diretos da divindade — são estados ditatoriais e opressores. Nesses países, Estado e religião formam um único corpo institucional. A cúpula do governo nesses estados é formada por clérigos, que conduzem, com mão de ferro, a sociedade, impondo todo o tipo de opressão e sacrifícios, exceto para a alta cúpula, blindada por uma espécie de manto sagrado.
No dizer de Marx Weber, esse tipo de governo utilizam a chamada “ética da convicção” da verdade. Contrariamente, as sociedades democráticas são orientadas pela “ética da responsabilidade”, em que toda e qualquer consequência dos atos, das pessoas e das autoridades deve ser considerada e julgada.
Dizer que o apoio a essa igreja não passa de estratégia política para garantir governabilidade, em nada diminui essa transgressão. O poderio que algumas igrejas de orientação neopentecostais vêm ganhando no Brasil, principalmente dentro da máquina do Estado, na atualidade, por si só, deveria ter acendido a luz vermelha dentro do Supremo, ou dentro do Congresso, não fosse ele hoje dominado por essas correntes religiosas.
Mais do que fé, no seu sentido estrito, é preciso atenção e reflexão ao que vem acontecendo no mundo em nossa volta. Na Europa, a entrada de grandes massas de refugiados muçulmanos vem acarretando sérios problemas de ordem religiosa, com os forasteiros impondo sua fé pela violência, numa espécie de cruzada às avessas. Muitas mesquitas têm sido apontadas pelos órgãos de inteligência daquele continente como sendo centros de treinamento e doutrinação anti-Ocidente.
Repetia o filósofo Mondubim, “um olho no padre e outro na missa” — ou seja, ver e entender as coisas de Deus, mas com um olho no mundo dos homens, suas fraquezas e vícios. O próprio Jesus ensinava, de forma didática e até profética, percebendo a grande tribulação que era confundir o céu com a Terra: a Deus o que é de Deus, e a César o que é de César.
A frase que foi pronunciada:
“Poucos homens pensam; mas todos têm opiniões.”
George Berkeley
História de Brasília
O relatório da Novacap diz que os serviços de abastecimento d’água tiveram andamento normal, “dando-se preferência às áreas de maior densidade de população do Plano Piloto e nas Cidades Satélites.” (Publicada em 27/4/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido
É certo que as universidades, sobretudo as públicas, mantidas graças aos impostos cobrados de todos os cidadãos do país, inclusive os analfabetos, deveriam, como o próprio nome indica, oferecer uma gama de oportunidades do mundo do saber. As universidades, portanto, devem estar abertas ao conhecimento e ao que ele primordialmente necessita para existir, que é o debate de ideias. Não há conhecimento verdadeiro pela metade ou sem debates e o exercício da razão. O fenômeno da dominação intelectual da esquerda dentro dos espaços universitários, seguindo o que propunha o filósofo italiano Antonio Gramsci (1891-1937) e, posteriormente, os professores da Escola de Frankfurt, fundada em 1924, não apenas serviu para sequestrar a autonomia do pensamento, como acabou por contribuir para o estreitamento do saber humano ao conduzir os alunos pelos caminhos de mão única da hegemonia ideológica.
A situação alcançou um ponto tal de surrealismo, que hoje praticamente não existe uma universidade pública sequer, dentro e fora do Brasil que não esteja abduzida por apenas teorias de esquerda. É um universo dividido ao meio, onde apenas uma parte da maçã, dessa árvore do conhecimento, é apresentada aos estudantes. Não há debates fora do campo da esquerda. Os que insistem são perseguidos ou evitados como se leprosos fossem. Nesse espaço, onde se busca o conhecimento, deveria haver, além da pluralidade intelectual de ideias, um total modelo de convivência harmônica, pois só assim será possível estimular o crescimento e a evolução do pensamento.
Estacionadas na esquina do lado esquerdo da existência, as universidades, hoje, caíram na mesma armadilha que busca enfraquecer parte das igrejas cristãs com a Teologia da libertação. De fato, o pensamento conservador é dado pela postura de intransigência das universidades, ao não admitir que outros discursos venham a se somar ao universo do saber. Lembre-se sempre de que a meia verdade nunca é uma verdade, portanto não satisfaz ao conhecimento.
Quando uma situação dessa natureza, que busca esconder o outro lado do saber, passa a ocorrer, o que se tem ou se pode alcançar, fica sempre aquém das necessidades dos indivíduos e distante da realidade que o cerca. Por isso, não chega a ser surpresa que os enfoques nas áreas de humanidades, sobre temas como a família, religião, pátria, propriedade privada, livre concorrência, liberdade de pensamento e outros não são apenas barrados e taxados de conservador, mas também incluídos numa espécie de index prohibitorum.
O que se assiste nas universidades hoje é uma verdadeira caça às bruxas e aos bruxos do pensamento de direita. Com isso, o que vemos e assistimos hoje é a decadência, até moral, de muitas universidades, onde circular pelado pelos corredores é uma mostra de liberdade do corpo, mas ler a Bíblia durante o intervalo das aulas, é um crime. São em ambientes assim onde fumar maconha é permitido. O que não se tolera é aluno enrolado numa bandeira do Brasil, ou com uma camiseta com motivos religiosos. É em ambientes assim que o capitalismo é massacrado e o socialismo elevado à condição de modelo a ser alcançado a todo custo. Não há revisionismo histórico de qualquer natureza sobre o fracasso do comunismo pelo mundo ao longo das últimas décadas. A romantização de um movimento, que alguns dizem ter riscado do mapa, algo como 100 milhões de indivíduos, considerados como inimigos do partido, contrapõe-se à demonização do conservadorismo responsável. Pelo o que se sabe, pelo progresso humano e material do mundo ocidental, é feito, em sua maioria, por professores que, anteriormente, receberam o mesmo tipo de formação. Deve-se, sobretudo, às teorias críticas contra o capitalismo, desenvolvidas pelos filósofos da Escola de Frankfurt, bem como a releituras sobre as potencialidades do marxismo, ao estágio atual de decadência moral e acadêmica de muitas universidades pelo mundo.
Na política, as universidades escolheram de que lado estão. Estão a favor de grupos terroristas como o Hamas e Hezbollah, que lutam contra o Estado capitalista e “opressor”, representado por Israel. Na América Latina, as universidades se colocam ao lado de governos como o da Nicarágua, Venezuela ou Cuba, considerados modelos de socialismo. Se existe hoje uma utopia com relação às universidades, é a de que elas irão dar um espaço democrático, de voz, fala e pensamento, àqueles que não querem aceitar esse tipo de visão obtusa do mundo. Como vem ocorrendo desde 1961, quando os padres da Cáritas, no Brasil, idealizaram a Campanha da Fraternidade com o objetivo de levantar recursos para financiar a assistência aos mais pobres, este ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escolheu como tema da Campanha “Fraternidade e Ecologia Integral”, seguido do lema bíblico “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).
De acordo com os organizadores, o objetivo da Campanha para este ano de 2025 busca conscientizar e promover sobre a importância da fraternidade e da ecologia integral na construção de um mundo mais justo e sustentável. Além disso, a CNBB espera mobilizar a sociedade na reflexão sobre a crise ambiental e a necessidade de um compromisso coletivo com a sustentabilidade e a justiça social. Para os bispos reunidos nessa entidade, é preciso cuidar da nossa Casa Comum, promovendo a justiça socioambiental em busca de uma verdadeira conversão ecológica. Na avaliação desses clérigos, é preciso ouvir o “grito dos povos e da Terra”.
A frase que foi pronunciada:
“Poucos homens pensam; mas todos têm opiniões.”
George Berkeley
História de Brasília
O relatório da Novacap diz que os serviços de abastecimento d’água tiveram andamento normal, “dando-se preferência às áreas de maior densidade de população do Plano Piloto e nas Cidades Satélites.” (Publicada em 27.04.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
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Com o tempo, a Embrapa ganhou respeito no país e no exterior, sendo seu modelo copiado em diversos outros lugares pelo mundo. Alguns exemplos de inovações desenvolvidas pela Embrapa podem ser conferidas, como a soja tropical resistente a pragas. Ao longo de todo esse tempo, foram sendo introduzidas também, entre os produtores, a noção e a importância da sustentabilidade ambiental e social como modelos para tornar a produção de alimentos compatível com o meio ambiente.
A Embrapa desenvolveu variedades de soja adaptadas ao clima tropical brasileiro e resistentes a pragas como a lagarta-da-soja, o que aumentou, significativamente, a produtividade e a sustentabilidade das lavouras de soja no país. Milho resistente a insetos: A Embrapa desenvolveu variedades de milho transgênico resistentes a insetos, como a lagarta-do-cartucho, o que reduziu a necessidade de aplicação de pesticidas e melhorou a produtividade das lavouras de milho. Feijão de alta produtividade: A Embrapa desenvolveu variedades de feijão mais produtivas e resistentes a doenças, o que possibilitou o aumento da produção e a melhoria da segurança alimentar em regiões de cultivo desse importante alimento na dieta brasileira. Cultivares de frutas: A Embrapa desenvolveu diversas cultivares de frutas, como a uva BRS Vitória e a maçã BRS Gala, que apresentam características melhoradas de sabor, aparência e resistência a doenças, contribuindo para a expansão e diversificação da fruticultura brasileira. Manejo integrado de pragas e doenças: A Embrapa desenvolveu técnicas de manejo integrado de pragas e doenças, que visam reduzir o uso de agrotóxicos e promover o controle biológico de pragas, tornando a produção agrícola mais sustentável e ambientalmente amigável. Sistemas agroflorestais: A Embrapa tem trabalhado na promoção de sistemas agroflorestais, que integram a produção agrícola com o cultivo de árvores, proporcionando benefícios econômicos, sociais e ambientais, como a conservação do solo, a proteção de recursos hídricos e a diversificação da produção. Biotecnologia aplicada à pecuária: A Embrapa desenvolveu técnicas de melhoramento genético para a pecuária, como a seleção de animais resistentes a doenças, aprimorando a produtividade e a qualidade dos rebanhos brasileiros.
A despeito de todo esse sucesso e da importância estratégica que tem para o nosso país, a Embrapa vem, nesses últimos, anos atravessando um período de crise sem precedente, que vai desde o clientelismo político aos obstáculos para desenvolver suas atividades, e tem levado essa empresa e seus técnicos e pesquisadores a um estado de total frustração e desânimo.
De fato, após esses mais de 50 anos de êxitos, a empresa vem perdendo sua capacidade de resposta diante dos novos cenários da agricultura nacional e mundial. A pressão política obrigou a Embrapa a criar dezenas de centros de pesquisas que passaram a atuar de forma não integrada, gerando sobreposição de pesquisas, criando infraestruturas ociosas e, consequentemente, um elevadíssimo custo de manutenção. A cada governo que chega, criam-se mais e mais programas, centros de pesquisas e outros aparatos que vão se acumulando e gerando despesas.
É necessário, na visão daqueles que entendem o trabalho desse centro de pesquisa, implementar uma forte descentralização na estrutura de governança, desburocratização nos processos decisórios e atenção aos recursos humanos da empresa. Existe ainda uma crise financeira, com as polêmicas contratações que colocam a Embrapa numa posição de risco como líder em pesquisa agrícola tropical.
Em 2024, a empresa encerrou o ano com um déficit superior a R$ 200 milhões, o que colocou em risco a capacidade da Embrapa conduzir pesquisas futuras. Também a falta de fundos para despesas gerais tem colocado, em xeque, o futuro da pesquisa agropecuária em nosso país. É preciso entender que as mudanças climáticas irão exigir ainda mais das pesquisas na área de produção de alimentos. Não se pode aceitar que uma empresa dessa importância vital passe agora por constrangimentos de não possuir em caixa dinheiro sequer para pagar contas de luz, água, telefone, internet, segurança e restaurante. Tudo isso sem falar em pesquisas, que levam anos de estudo e custam muito dinheiro.
A frase que foi pronunciada:
“Decidi ser cientista, estudar microbiologia, algo incomum para uma criança do sexo feminino nascida no final da década de 1950, na pequena cidade onde eu morava”.
Mariângela Hungria
História de Brasília
Hoje, os senhores passarão a ser procurados por uma comissao de pais dos alunos da escola classe da superquadra 108. Receba bem a comissão. Ela está incumbida de angariar fundos para a merenda escolar. (Publicada em 27.04.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido
Como vem ocorrendo desde 1961, quando os padres da Cáritas no Brasil idealizaram a Campanha da Fraternidade, com o objetivo de levantar recursos para financiar a assistência aos mais pobres, este ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escolheu como tema da campanha “Fraternidade e Ecologia Integral”, seguido do lema bíblico “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).
De acordo com os organizadores, a campanha de 2025 busca conscientizar e promover a importância da fraternidade e da ecologia integral na construção de um mundo mais justo e sustentável. Além disso, a CNBB espera mobilizar a sociedade na reflexão sobre a crise ambiental e a necessidade de um compromisso coletivo com a sustentabilidade e a justiça social. Para os bispos reunidos nessa entidade, é preciso cuidar da nossa casa comum, promovendo a justiça socioambiental em busca de uma verdadeira conversão ecológica. Na avaliação desses clérigos, é preciso ouvir o “grito dos povos e da Terra”.
No cartaz que anuncia a Campanha da Fraternidade de 2025, aparece um São Francisco, o santo tornado pela Igreja Católica, o padroeiro da ecologia. Na imagem, vê-se o santo de braços abertos, tendo ao fundo recortes de uma favela contrapondo-se a enormes edifícios de moradias, mostrando a profunda desigualdade social e econômica ainda reinante em nosso país. “Novamente, Deus nos chama a vivenciar a Quaresma. Desta vez, porém, com o apelo especial a louvá-lo pela beleza da criação, a fazer um caminho decidido de conversão ecológica e a vivenciar a ecologia integral”, reafirmam os bispos, lembrando que este ano é especial porque são celebrados, além dos 800 anos da composição do Cântico das Criaturas, composto por São Francisco, os 10 anos de publicação da Carta Encíclica Laudato Si, pela Exortação Apostólica Laudate Deum, pelos 10 anos de criação da Rede Eclesial PanAmazônica (Repam) e pela realização da COP30 em Belém (PA).
Os bispos lembram que, desde 1961, a questão da ecologia vem sendo tratada como tema central. É certo que a Campanha da Fraternidade pode ser citada como sendo um dos rebentos advindos da Teologia da Libertação (TL), que, no início dos anos 1960, se irradiou por toda a América Latina e por alguns países pelo mundo. A própria linguagem dessa campanha, ao longo de todos esses anos, muito se assemelha na sua abordagem com a filosofia pregada pela TL.
Isso ocorre porque, talvez, a Igreja Católica ou parte dela nunca tenha se separado totalmente da TL. Apenas por ocasião do papado de João Paulo II (1978-2005), graças à atuação do então cardeal Joseph Ratzinger à frente da Congregação para a Doutrina da fé, a TL se viu encurralada na estreita passagem que separa o que é da Igreja do que é do marxismo. A partir desse julgamento, houve um certo declínio da TL nos anos posteriores, sendo esse rompimento suavizado agora com o papa Francisco, que tem sido mais reconciliador com os temas abordados por essa pregação.
Essa reinterpretação analítica e antropológica da fé cristã, que busca trazer a práxis política marxista para dentro da Igreja, tem sido mais duramente criticada hoje por dar ênfase exclusiva ao pecado institucionalizado, coletivo, desvalorizando o magistério (catecismo), além de incentivar a luta de classe. É por essa e outras razões que tem sido comum ouvir de padres, em suas homilias, críticas tanto à atuação da CNBB quanto em relação à temática anunciada nas campanhas da Fraternidade.
Existe, sim, uma diferença entre o que a Igreja prega e a Teologia da Libertação defende — ou seja, a ideia de que a Igreja, assim como o próprio Estado, deve superar seus atuais modelos estruturais, acabando, por exemplo, com o clericalismo e outros comportamentos distantes da realidade das populações mais pobres. A TL quer, em outras palavras, trazer o céu para a Terra. Para muitos conservadores, esse comportamento favoreceu a debandada dos fiéis para outros credos.
De fato, a Igreja não tem o dom e o poder de mudar as estruturas injustas do mundo secular. Mas pode mudar o coração dos homens, mostrando-lhes o caminho do espírito e da luz. Jesus, ao contrário do que muitos pregam, não era um ideólogo ou líder político. O Evangelho mostra um outro caminho, que não é deste mundo ou de outros mundos desenhados pelo materialismo humano.
A frase que foi pronunciada:
“Com caridade, o pobre é rico; sem caridade, o rico é pobre.”
Santo Agostinho
Toque
Incrível como tanto os setores hospitalar norte e sul, quanto o setor hoteleiro, não têm calçadas suficientes para que o pedestre possa fazer seu trajeto com segurança. Em setores estratégicos como esses, faltou sensibilidade.
Semear
Regina Lopes, que mora na 707 Sul, observa que os pequenos tratores que cortam as gramas da área carregam, na pá, parte de cupinzeiros atingidos pela lâmina. O resultado é que o gramado ao longo das quadras está semeado desses insetos indesejados.
História de Brasília
O meio-fio da Epia está sendo feito com montes de terra na pista sem nenhum aviso. À noite constitui um perigo para o trânsito. (Publicada em 27/4/1962)