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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Mudanças radicais já afetam o alicerce pedagógico e didático. A começar pela distância entre professor e aluno, no que tange à tecnologia. Nos últimos anos ficou patente que escolas públicas de qualidade, seguindo não o modelo de empresas do Estado, são criadas apenas para atender às demandas fisiológicas de seguidos governos, e não voltadas para uma missão de longo prazo em prol da educação.
Não se trata da constituição de mais uma empresa estatal obsoleta e dispendiosa, nos moldes do que já existe, mas de um conjunto de instituições voltadas, exclusivamente, para dar suporte ao ensino público de qualidade, num país, que todos sabemos, continental e com desigualdades enormes. Ocorre que, para atingir esse fim, não se pode, de modo algum, prescindir de tecnologia, além dos livros e, principalmente, do acesso a livros e edições de alto nível, englobando o que a literatura nacional e a mundial têm produzido de melhor.
Obviamente que, para uma tarefa tão gigantesca, essa nova instituição deveria reunir, em torno de si, um corpo formado por intelectuais da área de educação de reconhecida expertise, além de, educadores, empresários do ramo da editoração, escritores, professores, técnicos em TI e outros profissionais dedicados a um só objetivo: aplainar os caminhos para que todos os brasileiros entrem em contato e se aproximem cada vez mais da realidade.
Por certo, esse seria projeto de longo prazo, já que reverter esse quadro é uma realidade indiscutível. Ocorre também que, nos diversos certames onde a qualidade de nosso ensino, de forma geral, é posta à prova, o denominador comum que sempre surge indica que, por falta de uma maior familiaridade com a leitura, nossos alunos não sabem interpretar um texto simples ou indicar, com clareza, que assunto é ali abordado. A falta de hábito e de exemplos em casa cooperam para os tristes indicadores. Inegável também é que enquanto a educação se desenvolve cada vez mais mundo à fora, na nossa América, a escola ainda é a melhor opção para encher a barriga.
A internet e os livros (digitais ou não) são os degraus necessários para que a juventude brasileira acompanhe o progresso e a realidade mundial. Em países livres, os jovens são pensantes. Quando se vislumbra o tempo enorme que levaria para a educação brasileira ser reconhecida pela qualidade, surge o antropólogo Claude Levi-Strauss, em sua obra “Triste Trópicos”, de 1955, onde chegou a notar que estávamos destinados a passar da barbárie à decadência, sem, ao menos, conhecer a civilização.
É desse salto no escuro que temos que nos precaver, precisamos criar bases sólidas para adentrarmos o futuro com segurança, ainda mais quando verificamos a imensa disparidade existente hoje entre alunos com acesso efetivo a redes de informática e uma imensa maioria formada por brasileiros off-line ou fora das redes.
O fechamento de escolas, teatros, bibliotecas, museus, galerias, livrarias e outros diversos centros de cultura, fenômeno que já vinha sendo observado antes da pandemia, apontava para uma situação calamitosa que estava por vir. Esse desmanche das culturas se acentuou ainda mais, empobrecendo a vida em cidades e forçando-nos a uma espécie de regresso ao tempo da barbárie. Temos que evitar esse retorno no tempo, dando, às novas gerações, o caminho das pedras escondido nos livros e os mapas do tesouro por traz das redes de conexão.
A frase que foi pronunciada:
“Se as crianças podem se envolver muito com os videogames, há uma maneira de elas também se envolverem muito com a educação.”
Elon Musk
Boa ideia
Professora Vivian Nogueira embarca na carreta-escola para aulas de gastronomia. São 900 vagas para profissionalização com o curso que começa nesta segunda e vai até o dia 20, totalmente gratuito. Pizza, salgadinhos, confeitaria e áreas de gerenciamento de pessoas, empreendimentos e até mídias sociais. Começa na Ceilândia, mas há a modalidade online para quem quiser participar. Veja os detalhes no link https://escolamoveldegastronomia.com.br/.
Política genocida
Vendo aqueles índios em situação de penúria, veio uma imagem publicada pela revista Istoé de 2007, que mostrava o antes e depois de uma criança desnutrida quando passou a consumir a Multimistura, que salvou muitas crianças da desnutrição, no Brasil e em outros países. O feito é da Dra. Clara Brandão, médica e nutróloga, formada pela Universidade de São
Paulo (USP), que tem especialização em pediatria e nutrologia. Segundo a revista, a médica foi trocada por enlatados da Nestlé e Procter & Gamble. À época, a médica declarou que essa troca era uma política genocida.
História de Brasília
Indústria chama indústria. Com a Disbrave construindo uma oficina de automóveis na W-2, em frente, numa invasão, já existe um barraco onde está instalada uma subsidiária de auto capa. (Publicada em 15.03.1962)
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Estudos publicados nesta semana por duas entidades independentes e distintas e que, há décadas, gozam de grande prestígio em todo o mundo, chamam a atenção para dois seríssimos problemas a afetar todo o arcabouço do Estado brasileiro e que, se não solucionados a tempo, levarão o Brasil a um colapso irreversível em suas estruturas, empurrando-nos todos para o abismo em que se encontram hoje outros países da América do Sul e Ásia. De um lado, temos o Index on Censorship — entidade sem fins lucrativos que promove a liberdade de expressão — que, há mais de 40 anos, analisa a situação da autonomia de pensamento em mais de 170 países.
Em outro estudo, divulgado pela ONG Transparência Internacional, vemos que o Brasil está mal posicionado também no ranking de distonia com a lei. Com relação ao Index, elaborado pela John Mores University, o Brasil foi empurrado para sexto nível, no qual se encontram países ditos “mais fechados” e com maior rigor fiscalizatório e onde o governo controla mais de perto o que é divulgado.
Nesse estudo o Brasil aparece classificado como não tendo a capacidade plena de autonomia de pensamento e expressão. É preciso destacar aqui que se trata de um dos principais itens a qualificar tanto as democracias sólidas quanto os países com altos índices de desenvolvimento humano e econômico. Com relação à percepção da distonia com as leis, a Transparência Internacional, afirma categoricamente, que o Brasil entrou, a partir de 2010, num ciclo misto de estagnação e retrocesso, perdendo, com isso, uma década, vindo afinal a cair da 69ª posição para a 94ª, ficando abaixo tanto da média global, como da média dos Brics e da América Latina.
Manobras de filigranas jurídicas foram detectadas pelos observadores internacionais. Interessante notar aqui que as manifestações do pensamento e as leis desobedecidas andam lado a lado. Quanto mais se perde a uma, mais avança a outra, formando assim um binômio perverso e ao mesmo tempo biunívoco.
A frase que foi pronunciada:
“Muitos momentos felizes da vida chegam com a mentira.”
O feitiço de Áquila
RG
Foi-se o tempo em que tirar uma carteira de identidade era fácil. Hoje nem agendamento está sendo possível fazer. Sendo assim, o atendimento é impossível. O caso é de uma nubente que quer registrar o novo nome. Casou em dezembro e até hoje não conseguiu mudar a documentação.
Inteligência artificial
Mudanças aconteceram em todo o mundo com a chegada da internet. Muitas profissões foram extintas e outras, criadas. Agora, o mundo conhecerá a tecnologia GPT — Transformador e gerador pré-treinado. É um impacto tão grande na realidade que está chegando paulatinamente para evitar pânico. A plataforma pode ser usada para criar música, filme, livro, aula, texto, voz, programação em TI. Muita coisa vai mudar. E o mais importante: muitos desenvolvedores estão sendo patrocinados por milionários com perfil ideológico.
Mais essa
Será esse um tempo em que a palavra “Sistema” passará a ganhar um status de grande irmão onipresente, sendo que todo aquele que for apontado como suspeito ou estranho a essa nova ordem, sofrerá as penalidades draconianas previstas, sendo literalmente deletado do “sistema”, ou como se dizia nos velhos tempos: virará adubo de planta?
Outros tempos
Hoje, a foto que tiramos no Catetinho com o Juscelino Kubitschek despertou uma observação. A simplicidade daquele homem era diretamente proporcional à competência. Coisa tão rara de ser ver hoje em dia.
Ver para crer
Em breve, a reforma tributária deverá ser enviada ao Congresso pelo Executivo. Essa é a manchete de vários jornais desde a década de 1990.
Exemplar
Um assunto bastante comentado nas redes sociais foi o interessante fato de o voto para a Presidência do Senado ser secreto e impresso.
Expectativa
Depois da Caneta Azul, Azul Caneta, a produção musical brasileira parou. Vamos ver o que vai render a ajuda de custo liberada aos nossos artistas
História de Brasília
Os blocos de nossas superquadras, principalmente os do IAPB, atenderam a esse dispositivo legal, mas a entrega de correspondência não funciona. O carteiro tem, mesmo, que subir os diversos andares, e entregar a correspondência em casa. (Publicada em 15.03.1962)
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Estamos a caminho de vir a lamentar por dez anos o fechamento do mais importante e icônico espaço cultural da capital do país. Pensar que Brasília, com toda a importância que possa ter para o país e para o mundo, mantem fechado, a mais de uma centena de meses, o Teatro Nacional, obra fincada bem no coração da cidade, é algo assustador e ao mesmo tempo motivo de desalento e frustração para toda uma classe de artistas, dentro e fora da cidade.
Eis aqui um modelo acabado do descaso com a cultura. Pensar também que, a pouco mais de dois quilômetros desse teatro magnífico, e que hoje serve como uma espécie de almoxarifado para o governo local, ergue-se imponente, desajeitado e inútil o mastodonte Estádio Mané Garrincha, onde caminhões de dinheiro dos contribuintes foram criminosa e desnecessariamente despejados, dói na alma dos brasilienses de bem.
Não é por outra razão, que muitos consideram a bagagem cultural de um governante, um dos principais requisitos para todo e qualquer gestor público. De fato, nosso principal e mais belo palco para artes continua fechado porque as autoridades que tinham obrigação de cuidar desse patrimônio cultural de todos não entendem o significado do que venha a ser arte ou cultura.
Quando um cartão de visita, do porte do Teatro Nacional, permanece por tanto tempo esquecido e fechado, cheio de lixo e tralhas, o que se depreende é que estamos todos entregues em mãos despreparadas para tal missão ou sob a gestão de gente primitiva e tosca que despreza o universo da cultura. Gente, para quem artes e artistas de toda espécie devem ser deixados à própria sorte ou ao relento.
Não são poucos os brasilienses que se envergonham quando são perguntados, pelos visitantes, sobre o destino atual do Teatro Nacional e as salas Villa-Lobos, Martins Penna e Alberto Nepomuceno. O que teria ocorrido nos bastidores do governo local e da própria Câmara Legislativa para que esse Teatro tenha sido esquecido por tanto tempo? Não é normal, em país algum, só aos que estão mergulhados em guerra, deixarem-se ao abandono e à ruína, teatros dessa importância. Meninos e meninas que hoje andam por volta dos 10 anos de vida, desconhecem o Teatro Nacional seus espaços e sua importância. E isso é grave.
Muitos outros moradores locais, que poderiam ter a oportunidade de conhecer a arte nesse espaço espetacular, talvez nunca venham a ter essa experiência. Escolas, que antes organizavam caravanas de alunos para visitar e vivenciar esse espaço e suas apresentações, perderam essa oportunidade. O que acontece no interior desse monumento esquecido se reflete em seu entorno próximo. Entregue ao abandono e ao esquecimento duradouro, toda essa área belíssima, com seu paisagismo bem elaborado, transformou-se hoje em área de valhacouto de delinquentes e drogados, colocando, em grande perigo, quem ousa transitar na região.
Para os que se contentam com pouco ou se satisfazem com as promessas vãs de que aquele espaço vai voltar a vida em breve, resta admirar, de longe a arquitetura desse prédio monumental. Como uma casca de concreto a exibir, talvez, o período mais fértil de criação do arquiteto Oscar Niemeyer, o Teatro Nacional, por qualquer ângulo que se aviste, é uma obra e uma escultura de arte por si só, a iluminar as tardes e a noite da capital, sinalizando no horizonte a promessa de que seu interior e sua alma ainda hão de voltar a vida, renascendo das ruínas do abandono.
A frase que foi pronunciada:
“O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia.”
Jean Barrault
Pelo DF
Em toda essa festa da posse dos novos senadores, o comentário no cafezinho é a falta que o representante do DF, Reguffe, vai fazer. Como exemplo de parlamentar que abriu mão de todas as regalias, inclusive plano de saúde, mostrando a perfeita harmonia e ritmo entre discurso e prática.
IFB
Uma herança recebida pela capital do país é o Instituto Federal de Brasília. Com campus em várias regiões administrativas, é lá que o estudante que quer crescer profissionalmente encontra os primeiros caminhos. São centenas de vagas gratuitas de formação inicial e continuada, desde moda à robótica.
Dez anos
Quem está feliz da vida com a mudança na rotina é Claudia Lyra. Hoje, é gerente de Relações Institucionais da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, CNseg.
Boas vindas
Segunda-feira será o grande dia para a Saúde do DF. Dentistas (125), Médicos (447), Especialistas (454), Enfermeiros (220) serão nomeados para reforçar o atendimento à população.
História de Brasília
Há uma lei no Brasil, segundo a qual todos os prédios de mais de três andares, devem ter caixa coletora de correspondência para cada apartamento, separadamente, no térreo. (Publicada em 15.03.1962)
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Novos tempos se aproximam, enquanto crises se aprofundam de todos os lados. Um mundo mais imediatista, onde guerras se instalam com diferentes tipos de armas. Quando a humanidade, por suas escolhas, vê-se, mais um vez em sua história, imersa nos campos áridos da disputa e da luta fratricida, é sempre necessário e vital buscar, nas pausas da reflexão, a luz e a sabedoria daqueles que, por sua experiência e bom senso, podem indicar os caminhos de volta à vida.
É em encruzilhadas e abismos, como agora se anunciam no Leste da Europa, que, mais do que nunca, é preciso convocar a presença dos verdadeiros construtores de pontes, a restabelecer laços e vínculos perdidos. “É na viagem que fiz à Romênia e à Eslováquia, quando passava pelas aldeias havia pessoas que me cumprimentavam, rapazes, garotas, jovens casais, homens jovens, mulheres jovens, mas de uma certa idade só havia mulheres; quase não havia homens idosos: a guerra! Tudo isso é muito duro. Acredito que temos que reagir, a guerra é terrível. E temos que fazer algo novo sobre esse fracasso, encontrar uma lição de vida nisso,” disse o papa Francisco à Delegação do Instituto de Estudos Internacionais de Salamanca (Espanha), na quinta-feira, 26 de janeiro de 2023.
Nesse momento, a Educação parece ganhar uma dimensão toda especial e urgente, uma vez que se observa que, é justamente por se afastar de uma educação que induza à fraternidade e à partilha que, mais uma vez, ouve-se falar em guerras e destruições.
A educação, nos moldes em que ela é ativamente desenvolvida em vários países do globo, estimula, sobremaneira, o espírito da competição entre o alunado, para que sobreviva numa sociedade cada vez mais competitiva e excludente. Essa é a raiz da maioria das guerras.
Para a educadora italiana, construtora de pontes, Maria Montessori (1870-1952), na educação estruturada para a competição, está o princípio da maioria das guerras que temos assistido ao longo da história humana. “A paz – dizia ela – não escraviza o homem, pelo contrário, ela o exalta. Não o humilha, muito ao contrário, ela o torna consciente de seu poder no universo. E porque está baseada na natureza humana, ela é um princípio universal e constante que vale para todo ser humano.”
É esse princípio que deve ser nosso guia na elaboração de uma ciência da paz e na educação dos homens para a paz. Tivessem os generais e políticos que hoje estão envolvidos direta e indiretamente nesse conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia recebido, em tempo de escola, uma educação próxima daqueles conceitos Montessorianos, por certo, não estaríamos assistindo agora ao espetáculo horrendo da dança da morte nos campos de batalha.
O que os soldados fazem agora nas frentes de batalha, a mando de seus superiores, é repetir o modelo de competição que recebiam em suas escolas. Com uma diferença: agora os jogos e as disputas saíram das salas de aula e estão sendo praticadas de arma em punho, numa autêntica caça humana.
Sempre que possível, é preciso aprofundar o tema educação, incentivando a reflexão pelo pacto Educativo Global, conforme convocado pelo próprio Papa. Entre os objetivos, estão: Analisar o contexto da educação na cultura atual, e seus desafios potencializados pela pandemia. Verificar o impacto das políticas públicas na educação. Identificar valores e referências em vista de uma educação humanizadora na perspectiva da solidariedade. Pensar o papel da família, da comunidade e da sociedade no processo educativo, com a colaboração dos educadores e das instituições de ensino. Incentivar propostas educativas que promovam a dignidade humana, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum. Promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, pelo trabalho.
A frase que foi pronunciada:
“Não há necessidade de provar que a educação é o maior bem para o homem. Sem educação, as pessoas são rudes, pobres e infelizes.”
Chernyshevsky
Água
Em tempos de chuva é que se vê a qualidade das obras da cidade. Algumas se destacam pelo serviço bem feito com material consistente. É preciso mais atenção na contratação de empresas de terraplanagem e pavimentação asfáltica. As reclamações estão por todos os lados.
Marimbondos e abelhas
Momento de discussão de preservação de flora e fauna merece um tempo de reflexão. O Corpo de Bombeiros não é capacitado pra o tratamento de invasão de abelhas. Por isso, quando é chamado, o protocolo é exterminar. É hora de a Embrapa disponibilizar um ramal para chamados de urgência quando for preciso tratar de marimbondos e abelhas.
História de Brasília
Os fiscais da NOVACAP, aproveitando a expulsão dos que estavam em situação irregular, vivem, agora, pressionando os que ficaram, e o suborno é um fato. É comum um fiscal chegar a um comerciante, insinuar-se o dono de tudo, fazer “compras” e não pagar. (Publicada em 15.03.1962)
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Feliz ano novo, mas com os velhos ideais de justiça e solidariedade. Ano novo sim, mas com os velhos e fiéis amigos que restaram, que não abandonaram o barco, mesmo diante das tempestades anunciadas no horizonte. Ano novo para todos que possuem fígado sadio, pronto para aguentar as torpezas da água ardente e para aqueles que creem ainda que novas jornadas e descobertas são possíveis com o uso de velhas e malfadadas fórmulas. Novo ano sim, mas apenas para os inocentes, crianças e idosos, que sonham e imaginam sempre um paraíso distante. Feliz ano novo para aqueles que seguem os mandamentos sagrados e, nem por um instante, acreditam nos homens, mesmo que não os desprezem. Feliz ano 2023, quando a Terra, mais uma vez, completa seu movimento de translação, viajando à 107.000 Km por hora, em torno de sua estrela, indiferente ao destino da humanidade.
Feliz ano novo com tudo de bom que o passado nos legou. Feliz ano ano novo com a velha e boa ética de sempre. Feliz ano novo com os velhos sonhos de juventude, dos jeans surrados, da cabeleira comprida e das apostas num mundo melhor. Feliz ano novo, com a esperança de que aqueles loucos anos de esperança e de simplicidade de vida venham a acontecer de verdade.
Um novo tempo chega com o desejo antigo de casas abertas, de ruas limpas e sem a violência moderna que nos aprisiona em celas fortificadas, sem as velhas carrancas a assombrar a todos, sem a velha censura e sem o renascimento dos ministérios da verdade. Feliz ano novo com juízes mergulhados em velhos alfarrábios de leis, que sequer eram vistos pela população. Feliz ano novo, com a volta das fofocas inocentes e não com o assassinato de reputações feitas agora por meio das chamadas fakes news. Que 2023 chegue com os novos computadores super potentes, mas sem esquecer das cartas e dos bilhetinhos, mais íntimos e mais realisticamente humanos. Feliz ano novo, mas com as velhas paixões do passado. Feliz ano novo, mas com a antiga saúde e ânimo de juventude, as boas lições do passado. Feliz ano novo, mais sempre na esperança de que, um dia, esse velho e cansado país encontre seu lugar entre as nações desenvolvidas do planeta.
Feliz ano novo, sem as velhas picuinhas e sem os novos mimimis. Feliz ano novo, mas com atenção renovada ao que sempre alertaram os mais vividos. Feliz ano novo, mas com o olhar focado no retrovisor do passado, para que a noção de direção não se perca.
Feliz ano novo e ouvidos atentos e ligados em velhas promessas dos vendedores de ilusão. Feliz ano novo a todos, mesmos para aqueles que apontam caminhos velhos e rotas para o precipício. Quem sabe aprendam com erros do passado e tomem tenência e se aprumem. Feliz ano velho para todos os que acreditam que ideologias são como ficção. Existem apenas dois lados: o do bem e do mal. Essa é uma lição antiga que vale também para cada ano novo.
Feliz ano novo para aqueles que não acreditam em nada, inclusive na existência de votos de um feliz ano novo. Feliz ano novo apesar de tudo. Feliz e novo ano!
A frase que foi pronunciada:
“Todo novo começo vem do fim de algum outro começo.”
Sêneca
Curiosidade
Foi em 2006 que, na cidade de Tann, na Alemanha, uma cervejaria criou a Pabstbier, ou “cerveja do Papa”. No rótulo, está escrito: “Dedicada ao grande filho de nossa pátria, Bento XVI”.
Crime
Depois de vários comentários em uma postagem fake, onde usaram o nome do jornalista Alexandre Garcia como autor, é possível atestar como nesse mar da Internet navegam tantos piratas.
Ad aeternum
Desde 2009, anuncia-se que o país terá mais de 15 mil telecentros. Por onde estão?
Guardião
Existe uma pessoa do PMDB que nunca escondeu a animação com o novo tempo de Simone Tebet. Seu fã é Pedro Simon, ex-senador, que acompanha passo a passo da futura ministra.
Piadas alheias
Bombam informações na Internet sobre porta dos fundos, saídas, merecimento, é do feitio. Por outro lado, fala-se em grades. Estar atrás de uma porta é sempre melhor.
História de Brasília
Os japoneses saíram, os mercadinhos não foram reformados, as mesmas portas que estavam caindo já caíram ou vão cair, e nenhuma providência foi tomada. Como resultado, a frequência aos mercadinhos diminuiu demais, e os que ficaram, estão ameaçados de grande redução no volume de vendas. (Publicada em 15.03.1962)
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Sendo o Brasil o país dos paradoxos, não é de se estranhar que os reajustes na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), medida que, à primeira vista, tem como objetivo reduzir a carga tributária para os contribuintes de baixa renda, acaba, por malabarismos contábeis, produzindo um efeito negativo sobre a desigualdade de renda.
A situação que faz com que os brasileiros suportem uma das maiores cargas tributárias do planeta criou, entre a população, uma espécie de cultura do escapismo e do drible, levando os pagadores de imposto a criarem as mais inventivas formas de escapar da mordida do leão.
Alguém tem que pagar essa conta que vai aumentar muito. Essa questão ganha ainda mais um complicador, quando se verifica que os gastos governamentais, a cada ano que passa, ganham mais e mais opacidade, mesmo com as leis de transparência exigindo o contrário.
As pedaladas nas contas públicas mostram que a manipulação das contas do governo indica que a realidade dos gastos e do quantitativo de numerários dentro dos cofres da Nação não coincidem. Gasta-se mais e por isso tributa-se mais ainda, num ciclo sem fim e que, no final do frigir dos ovos, provoca um retraimento no desenvolvimento do país. Gasta-se e gasta-se mal, o que é pior.
Imposto, que as gramáticas definem como sendo o particípio passado do verbo impor, nunca, em tempo algum e em nenhum lugar do planeta, foi aceito de bom grado e entendido como minimamente razoável por quem quer que seja. Não é por outra razão que, ao longo de toda a história da humanidade, muitas injustiças e crimes e mesmo guerras foram praticadas contra a imposição desses encargos financeiros sobre os ombros da população.
Do ponto de vista do governo e daqueles que defendem essa cobrança, essa é a única forma disponível, até o presente, para financiar as ações do Estado dentro de uma sociedade. Essa visão, contudo, não possui sustentação duradoura quando se observa que, por se tratar de um tributo que não está diretamente vinculado a uma prestação de serviço de interesse do cidadão, pode ser utilizado para infinitas outras atividades, muitas delas de interesse imediato e direto apenas daqueles que compõem o governo e de grupos de interesse que orbitam ao redor do poder.
Assim sendo, o contribuinte, mesmo esclarecido de que não há nada e nenhum contrato que lhe assegure que haverá uma contrapartida na prestação de serviços é instado a entregar, ao governo, todo o ano, grande parte do que produziu. A não observância desse preceito acarreta severas sanções ao infrator, principalmente se ele estiver locado na base da pirâmide social, onde a realidade só possui dois matizes: preto e branco.
Cálculos diversos têm demonstrado que o Imposto de Renda no Brasil tem incidência bem menor sobre os rendimentos dos mais ricos, que abrigam suas riquezas em fontes não tributáveis, como é o caso de lucros e dividendos distribuídos aos sócios de empresas. Para cada R$1 de rendimento taxado pelo IR dos mais ricos, outros R$ 2 ficaram isentos de tributação. Inversamente para aqueles que percebem entre um e dois salários mínimos, para cada R$ 1 de renda isenta, outros R$ 7,60 foram tributados, na fonte ou na declaração do IR. Mesmo quanto às contrapartidas advindas de uma das maiores cargas tributárias do planeta, no Brasil, essa questão adquire contornos surrealistas, quando se verificam as péssimas condições em que se encontram hoje hospitais, escolas, segurança pública e outros quesitos necessários a uma vida digna.
O brasileiro, cumpridor de seus deveres, paga, religiosamente, seus tributos, embora saiba, no seu íntimo, que esses recursos jamais lhes serão restituídos com a devida justeza na forma de serviços públicos.
A frase que foi pronunciada:
“O homem não é como os outros animais nos aspectos realmente significativos: os animais têm instintos, nós temos impostos.”
Erving Goffman
No ar
Regras mais rígidas para as empresas aéreas que venderem duas passagens para o mesmo acento. Os direitos dos consumidores, nesse caso, garantem desde o direito de não aceitar outra passagem, mas o dinheiro de volta, à possibilidade de acionar a justiça por danos morais.
Prática recorrente
Bancos que enviam cartão de crédito, mesmo que bloqueado, sem que tenha sido solicitado cometem prática abusiva e também podem ser processados por dano moral.
Merecido
Grande destaque nas leis aprovadas pela Câmara dos Deputados foi dado pela Agência Câmara para a habitação para policiais civil, militar, federal, rodoviário federal, penal; bombeiros, agentes penitenciários, peritos e guardas municipais. O próximo passo deve ser um plano de saúde mais abrangente.
História de Brasília
A NOVACAP botou para fora dos mercadinhos os japoneses que estavam explorando. Disse, depois, que os boxes estavam imprestáveis, tal a falta de conservação. Afirmou, então, que faria a reforma, entregaria a produtores. (Publicada em 15.03.1962)
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Nas muitas praças públicas, espalhadas por todo esse imenso país, rodeadas por muitas árvores e sombras, é comum, quando a tarde se aproxima, notar a presença de muitos idosos, que se reúnem em pequenos grupos, matando o tempo com conversas saudosas ou, simplesmente, envolvidos em jogos como dama, xadrez, carteado e outras modalidades de disputa.
Nesses lugares, como ocorre em toda a vida, há aqueles que se destacam nesse ou em outros jogos, ganhando com isso certa fama no local. Não raro, alguns desses jogos inocentes são turbinados por apostas, feitas por debaixo do pano, em dinheiro vivo, talvez para conferir maior suspense às disputas. Não é muito dinheiro, pois os aposentados, neste nosso país, vivem, ou melhor, sobrevivem no limbo, entre as necessidades vitais e algum pequeno prazer momentâneo, nem que seja a conquista de cinco ou dez reais a mais, suficiente para a compra de alguns pães ou uma lata de cerveja; mas que, no íntimo, produz aquela sensação prazerosa de vitória, numa fase da vida em que as derrotas se avolumam sem cessar.
Aqueles que cruzam esses espaços, apressados e envolvidos nos afazeres infindáveis do dia, sequer notam que, por todo lado, nessas praças reais, ali estão, como num holograma gigante projetado no espaço, a imagem exata do que serão ou estarão fazendo num futuro breve. A convivência com os semelhantes, nessa fase da vida, em que a solidão vem cobrar seu alto preço pela decrepitude, ajuda a dissipar as dores e os maus presságios.
É preciso repartir tanto o longo passado como o futuro breve. Ainda mais num país como o nosso, em eterno e turbulento processo de vir a ser desenvolvido, essa aproximação sorrateira da terceira ou quarta idade é sempre um tempo de apreensões. É de notar que o avanço da medicina, mesmo apesar das carências existentes na saúde pública de nosso país, tem ajudado a aumentar o número de idosos; com isso os jogos e as disputas ganham até plateias e torcedores. O problema é que essas praças, muitas delas, construídas num passado longínquo, quando a cidade era menor e com menos carências, já não oferecem espaços suficientes para essas novas levas de idosos que chegam.
Curioso é notar que, nessa parte urbana e específica em cada canto de nosso país, estão concentradas amostras reais de cidadãos que, por sorte ou azar, chegaram à velhice. A questão aqui é o que fazer com essa massa específica de brasileiros, que cresce a cada dia, de modo a tornar essa fase da vida, para todos eles, a mais prazerosa possível ou, quem sabe, a menos sofrida. A verdade é que a sociedade, no geral, não possui olhos adequados para essa realidade que é de cada um e de todos.
Dessa forma, é comum que praças como essas, que existem aos milhares em nosso país, tornem-se espaços invisíveis à população e ao próprio governo. As praças são apenas um ponto geográfico e material, que servem de cenário ou pano de fundo para o que interessa realmente: que é a massa humana que nela se encontra.
É essa paisagem humana que importa. São pessoas tornadas, com o tempo, árvores frondosas, de profundas raízes e que merecem ser cuidadas. São, portanto, nossos jardins, plenos de vida.
A frase que foi pronunciada:
“Desejo que toda vida humana seja pura liberdade transparente.”
Simone de Beauvoir
Transição
Frei Benedito, do Santuário São Francisco de Assis, explicava, durante a missa, que o poder não nos pertence. O poder é a oportunidade que se tem de prestar serviço ao semelhante.
Na linha
Por falar em poder, os seguranças dos órgãos públicos de Brasília são os que mais penam. Apesar de a capital federal ser criticada por ter moradores arrogantes, geralmente estes, vêm de outros estados. Agora mesmo, no burburinho de equipe de transição, seguranças são orientados para uma prática, mas, depois de reclamações dos poderosos, são desautorizados e orientados à mais flexibilidade. Bem diferente daquele oficial norte americano, interpelado por um diplomata brasileiro, que queria passar pela barreira instalada no trânsito. Nosso compatriota perguntou ao funcionário do estado americano se ele sabia com quem estava falando. A resposta foi curta e grossa: “Não sei quem é o senhor, mas eu sou a lei!”
Assefaz
O Plano de Saúde da Assefaz tem um projeto que funciona como grupo de apoio aos familiares de pacientes hospitalizados. A intenção é fortalecer a família para poder cuidar bem do doente. São reuniões presenciais, onde as experiências são compartilhadas e os familiares acolhidos.
Social
Saiu o resultado da campanha “Leia com uma criança”, que alcançou, nesta edição, 1 milhão de crianças em 659 municípios, sendo que 74% deles (487) estão entre os mais vulneráveis do país. No total, 2 milhões de livros foram distribuídos por meio de Secretarias Municipais de Educação e organizações da sociedade civil (bibliotecas comunitárias, associações de bairro, dentre outras). Destes, 8.964 são em formato acessível ou braile.
História de Brasília
Em tudo, registre-se a atitude apática do sr. Willy, que de braços cruzados, assistiu à demolição de sua casa, à evacuação de seus móveis, qual o samba de Adoniram Barbosa, relembrando “Maloca Querida”. (Publicada em 14.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Como bem observaram alguns internautas: o advento da internet, no século XX, assim como a invenção do microscópio feita quatro séculos antes, pelos holandeses Hans e Zacarias Janssen, possuem certa semelhança, quando se verifica que tanto um avanço científico como o outro mostraram que as “criaturinhas” invisíveis, a olho nu, estavam o tempo todo ali naquele espaço, vibrando e emitindo seus sinais de vida. Dizer, pois, que a Internet deu voz aos imbecis é um erro. Navegar pela rede mundial de computadores deu voz e vez àqueles que não tinham nem uma coisa nem outra. A amplificação da voz do povo, propiciada por esse avanço tecnológico, aproximou-a, ainda mais, da voz de Deus, conferindo-lhe potência de transmissão, capacidade de capilaridade, criando uma ponte entre dois abismos formados por uma elite, que se diz dona plenipotenciária do Estado, e uma maioria, que simplesmente não acredita nessa lenda.
Por isso mesmo, aqueles que pretendem sua regulação ou, mais objetivamente, sua censura ou retirada do ar, como fazem ainda alguns países de crenças muçulmanas e/ou comunistas, mostram que não podem tolerar o retumbar e o eco das vozes livres.
Acreditar que apenas o lado da força tem razão nessa disputa equivaleria a dizer que não existem os seres microscópicos, e que é tudo uma invenção desses aparelhos que ampliam as imagens. Portanto, caminham para um campo perigoso, todos aqueles que pensam decretar leis banindo a existência desses microrganismos. Melhor seria dizer logo que nada no mundo fantástico da física quântica existe de fato, sendo tudo uma mera criação fictícia. Serão, pois, os ditos “imbecis”, assim como os agentes patogênicos microscópios, que irão, por sua capacidade de resiliência e sempiterna potência, provocar o adoecimento e o colapso desses macrocorpos.
Talvez, esteja mesmo nessa característica microscópica e transformadora desses “imbecis” e diminutos, todo o potencial que necessitam, para liquidar, de uma vez por toda, com esse novo leviatã gigante, que acredita estar só no controle do Estado. Banir os microscópios, não possui o condão de banir os micróbios que estão por todos os lados. Decretar, por meio de leis coercitivas, o acesso livre às redes sociais ou à Internet, criando uma espécie de antibiótico para cessar o poder de multiplicação desses seres invisíveis, no máximo, irá criar ainda mais resistência a esses remédios, forçando o aparecimento de uma nova cepa de superbactérias, com mais voz e mais poder de ação. A Internet, esse infindável oceano onde flutuam imensidões de microplânctons, não pode ser represada por uma caneta. É muita pretensão! É uma ousadia pueril! Melhor reconhecer antes: “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.
A frase que foi pronunciada:
“Onde termina o telescópio começa o microscópio, e quem tem a visão mais ampla?”
Victor Hugo
2017
Dizia o então senador Cristovam Buarque, por Brasília: “Hoje, toda relação é pública. Acabou a privacidade nas relações políticas e isso é bom. Precisamos retomar a decência, a inteligência e a credibilidade da política.” Depois de quase sete anos desse discurso, parece que o Brasil dá um passo para frente e cinco para trás.
Papai Noel
Diz a lei que pelo menos 5% dos parquinhos infantis devem ter brinquedos adaptados para crianças com deficiência. Ou a lei é ineficaz ou os brinquedos já são adaptados.
Inabalável
É preciso reconhecer a humildade do senador Paulo Paim. Trabalha conciliando, agregando e recebendo a opinião de líderes por todos os lados. Nunca deixou seus eleitores para ocupar cargo no governo. Sempre sensato entre o discurso e a prática. Paim pode andar pelas ruas tranquilamente, porque é querido de toda a gente.
Desoprimir
Resumindo a situação mundial, inclusive cibernética, o internauta anônimo postou: “Se correr Wikipedia, se ficar o Google Chrome.”
Crer para ver
Quando estiver passando em frente ao Teatro Nacional, observe os tapumes que escondem a sala Martins Penna. Eles guardam a esperança dos apreciadores da arte de Brasília. Enfim, o governador Ibaneis garante que poderá entregar, ao público, em dois anos aproximadamente, as duas salas de espetáculos mais importantes da capital do país.
História de Brasília
Mas façamos justiça. O Chez Willy foi a história da Cidade Livre no setor de restaurantes. Enquanto toda a cidade possuía apenas lojas improvisadas, com mascates estabelecidos, um restaurante dava ao ambiente o destaque internacional, o toque de cozinha de bom gosto. (Publicada em 14.03.1962)
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Como bem observaram alguns internautas: o advento da internet, no século XX, assim como a invenção do microscópio feita quatro séculos antes, pelos holandeses Hans e Zacarias Janssen, possuem certa semelhança, quando se verifica que tanto um avanço científico como o outro mostraram que as “criaturinhas” invisíveis, a olho nu, estavam o tempo todo ali naquele espaço, vibrando e emitindo seus sinais de vida. Dizer, pois, que a Internet deu voz aos imbecis é um erro. Navegar pela rede mundial de computadores deu voz e vez àqueles que não tinham nem uma coisa nem outra. A amplificação da voz do povo, propiciada por esse avanço tecnológico, aproximou-a, ainda mais, da voz de Deus, conferindo-lhe potência de transmissão, capacidade de capilaridade, criando uma ponte entre dois abismos formados por uma elite, que se diz dona plenipotenciária do Estado, e uma maioria, que simplesmente não acredita nessa lenda.
Por isso mesmo, aqueles que pretendem sua regulação ou, mais objetivamente, sua censura ou retirada do ar, como fazem ainda alguns países de crenças muçulmanas e/ou comunistas, mostram que não podem tolerar o retumbar e o eco das vozes livres.
Acreditar que apenas o lado da força tem razão nessa disputa equivaleria a dizer que não existem os seres microscópicos, e que é tudo uma invenção desses aparelhos que ampliam as imagens. Portanto, caminham para um campo perigoso, todos aqueles que pensam decretar leis banindo a existência desses microrganismos. Melhor seria dizer logo que nada no mundo fantástico da física quântica existe de fato, sendo tudo uma mera criação fictícia. Serão, pois, os ditos “imbecis”, assim como os agentes patogênicos microscópios, que irão, por sua capacidade de resiliência e sempiterna potência, provocar o adoecimento e o colapso desses macrocorpos.
Talvez, esteja mesmo nessa característica microscópica e transformadora desses “imbecis” e diminutos, todo o potencial que necessitam, para liquidar, de uma vez por toda, com esse novo leviatã gigante, que acredita estar só no controle do Estado. Banir os microscópios, não possui o condão de banir os micróbios que estão por todos os lados. Decretar, por meio de leis coercitivas, o acesso livre às redes sociais ou à Internet, criando uma espécie de antibiótico para cessar o poder de multiplicação desses seres invisíveis, no máximo, irá criar ainda mais resistência a esses remédios, forçando o aparecimento de uma nova cepa de superbactérias, com mais voz e mais poder de ação. A Internet, esse infindável oceano onde flutuam imensidões de microplânctons, não pode ser represada por uma caneta. É muita pretensão! É uma ousadia pueril! Melhor reconhecer antes: “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.
A frase que foi pronunciada:
“Onde termina o telescópio começa o microscópio, e quem tem a visão mais ampla?”
Victor Hugo
2017
Dizia o então senador Cristovam Buarque, por Brasília: “Hoje, toda relação é pública. Acabou a privacidade nas relações políticas e isso é bom. Precisamos retomar a decência, a inteligência e a credibilidade da política.” Depois de quase sete anos desse discurso, parece que o Brasil dá um passo para frente e cinco para trás.
Papai Noel
Diz a lei que pelo menos 5% dos parquinhos infantis devem ter brinquedos adaptados para crianças com deficiência. Ou a lei é ineficaz ou os brinquedos já são adaptados.
Inabalável
É preciso reconhecer a humildade do senador Paulo Paim. Trabalha conciliando, agregando e recebendo a opinião de líderes por todos os lados. Nunca deixou seus eleitores para ocupar cargo no governo. Sempre sensato entre o discurso e a prática. Paim pode andar pelas ruas tranquilamente, porque é querido de toda a gente.
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Resumindo a situação mundial, inclusive cibernética, o internauta anônimo postou: “Se correr Wikipedia, se ficar o Google Chrome.”
Crer para ver
Quando estiver passando em frente ao Teatro Nacional, observe os tapumes que escondem a sala Martins Penna. Eles guardam a esperança dos apreciadores da arte de Brasília. Enfim, o governador Ibaneis garante que poderá entregar, ao público, em dois anos aproximadamente, as duas salas de espetáculos mais importantes da capital do país.
História de Brasília
Mas façamos justiça. O Chez Willy foi a história da Cidade Livre no setor de restaurantes. Enquanto toda a cidade possuía apenas lojas improvisadas, com mascates estabelecidos, um restaurante dava ao ambiente o destaque internacional, o toque de cozinha de bom gosto. (Publicada em 14.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
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Novos tempos requerem novas formas de pensar. É com esse mote que muitos países desenvolvidos estão hoje direcionando suas economias, buscando otimizar, ao máximo, o uso de seus recursos naturais, reduzindo o consumo de matéria-prima virgem e conferindo prioridade aos insumos duráveis, recicláveis e renováveis.
Esse pensamento se estende também à produção de energia, matéria-prima fundamental para qualquer projeto de desenvolvimento. De fato, o mundo se acha hoje numa encruzilhada que coloca, num mesmo ponto, a superpopulação do planeta, frente ao esgotamento cada vez maior dos recursos naturais da Terra. A questão aqui é como compatibilizar crescimento geométrico demográfico e escassez de alimentos e outros itens necessários e vitais à sobrevivência da espécie humana. Cabe aos seres humanos resolverem, o quanto antes, os problemas criados por eles mesmos, sobretudo no que diz respeito às velhas relações econômicas, baseadas, desde sempre, na produção e no consumo em larguíssima escala. Trata-se de um problema de dimensões planetárias e que agora está a exigir mudanças do tipo revolucionárias, a começar pela reeducação de cada indivíduo, colocando-o realisticamente diante da dupla opção: ou mudar a forma e sua relação com o mundo, ou buscar viver em outro planeta distante.
O esgotamento dos recursos naturais é uma realidade inconteste e da qual não há fuga ou plano B, pelo menos por enquanto. O consumo diário e crescente de mais de sete bilhões de indivíduos tem exigido, cada vez mais, o uso de recursos naturais que vão muito além da capacidade do planeta em prover. O resultado dessa descompensação pode ser evidenciado não apenas no grande número de conflitos armados e nas grandes levas de pessoas que migram em busca de oportunidade e alimentos, mas, sobremaneira, pela transformação paulatina do equilíbrio ecológico, com a advento do aquecimento global, escassez de água e poluição em níveis alarmantes de todo o ecossistema.
Mais do que em qualquer outra época na história da humanidade, estamos postos agora diante de uma grande encruzilhada. Essa é, por exemplo, a questão dos lixões a céu aberto e os aterros sanitários e que, recentemente, vêm preocupando autoridades e a comunidade aqui no Distrito Federal. Na busca de uma solução adequada para o descarte de tamanha quantidade de lixo e outros dejetos, temos que reformular o problema em sua origem, mudando nossa forma de produzir e de consumi-los. Dentro dos modelos que temos atualmente de consumismo desenfreado, feitos a qualquer preço, é óbvio que não poderá existir solução definitiva para as montanhas de lixo produzidas diariamente. Algum dia, toda essa sobra acabará por engolir a todos nós.
Com a economia compartilhada, em que o indivíduo divide o uso dos bens econômicos duráveis, dispondo para todos o que antes pertencia apenas a uma só pessoa, surgiu também, e vem ganhando cada vez mais adeptos, a chamada economia circular. Inscrita dentro do desenvolvimento sustentável, é também conhecida como ecologia industrial e propõe, basicamente, que os resíduos da indústria sirvam para o desenvolvimento de novos produtos, dentro de um ciclo de reaproveitamento dinâmico e constante, mantendo esses resíduos dentro de um modelo circular positivo ou quase infinito.
Em seu aspecto prático a economia circular propõe o prolongamento máximo da vida útil dos produtos, objetivando “manter componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor o tempo todo”. Dentro desse novo modelo, são privilegiados a mobilidade sustentável e o transporte público, entre outras medidas racionais de uso e desuso. Seus princípios são basicamente a preservação e o aumento do capital natural, a otimização na produção de recursos, o fechamento dos ciclos da economia, onde o desperdício não mais existe, os bens são reparados e reutilizados, com as matérias-primas vindas da reciclagem e não mais da extração direta da terra.
Além desses princípios, contam também a promoção de um novo paradigma social, em que as relações sociais entram, transformando o consumidor em utilizador do produto, partilhando em vez de acumulando bens. Dentro dessa nova forma de pensar a economia e o planeta, será importante também, na eficácia do sistema, reduzindo danos a produtos e serviços necessários aos humanos como alimentos e habitação.
Da economia compartilhada poderá nascer um homem novo ciente de suas responsabilidades com a preservação do planeta e da espécie. Existe ainda uma saída para esse impasse, que é o uso inteligente daquilo que a Terra provê a todos. Mas uma revolução como essa exigirá também um novo relacionamento com o planeta, por meio de longo processo de educação da sociedade, capacitando os novos habitantes da Terra a utilizarem, com parcimônia científica e metódica, os bens naturais que são de todos.
A frase que foi pronunciada:
“A reciclagem é mais do que uma resposta à crise ambiental e assumiu um papel simbólico no início da mudança da natureza das sociedades ocidentais e da cultura do consumo. De fato, muitos ambientalistas supõem que haverá uma mudança inevitável de nossa sociedade “descartável” para uma sociedade pós-industrial de “reciclagem” do futuro.”
Matthew Gandy
História de Brasília
Uma pessoa nossa conhecida pediu a substituição de um fusível, e o DFL cobrou 130 do fusível, 45 de mãe de obra, e 700 cruzeiros de transporte. Nem de taxi, meu Deus. (Publicada em 14.03.1962)