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VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
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“Arrependo-me de havê-los feito”, teria reconhecido o próprio Deus, ao ver no que havia se transformado o homem e a humanidade. Pelo menos é o que relata o Livro de Genêsis 6,6. De lá para cá, muitos dilúvios e guerras depois, com aniquilamentos em massa da espécie, um fato é inconteste: os homens se multiplicaram em número e em iniquidades. Não surpreende que o Criador tenha se arrependido desse feito, ainda mais quando, em seu Nome, são cometidos todos os tipos de vilezas.
Em análise a acontecimentos históricos, sem o viés da credulidade cega, o fato é que ao longo de toda a existência das civilizações, os homens têm se utilizado da pretensa vontade divina para cometer crimes, ganhar fortunas e dominar reinos inteiros e subjugar os demais, sempre com o pretexto de cumprir ordens emanadas do céu.
Recorrer a esses subterfúgios celestes foi o meio encontrado por muitos governantes para justificar atos iníquos, dentro de uma lógica irracional e sobre humana. Foi assim no passado e tem sido assim agora em toda parte, inclusive no Brasil, onde membros da atual administração, inclusive o próprio presidente, vem invocando o nome de Deus, para justificar possíveis futuros atos de governo.
Por maior boa vontade que se queira ter sobre essas manifestações, a realidade é que, em todo o tempo e lugar, e a história está repleta desses exemplos, sempre que governantes invocam a vontade divina para realizar atos terrenos, essa associação nem sempre resultou em boa coisa. E isso se dá por razão simples, não existe em parte alguma procuração assinada pelo Criador, com firma reconhecida, outorgando, expressamente, poderes celestes a mandatários.
Por que se assim fosse, em seus Santos Nomes, estariam permitidos todos e quaisquer atos. Ensinamentos cristãos revelam que Deus fala por intermédios de profetas escolhidos e não por meio de governantes. Para aqueles crentes que entendem a Palavra e seguem seus preceitos, Deus se manifesta por seus próprios canais e não necessita de porta-vozes ou de ministros de Estado para esse feito.
Mesmo a população religiosa brasileira, por meio de seus diversos credos, inclusive de matriz africana, teme o amálgama entre fé e coisas do Estado. Basta seguir os que se aproveitaram das estruturas prontas das comunidades eclesiais de base. O que o povo brasileiro espera daqueles que compõe o governo é que professem a fé mais em ações do que em palavras. Porque “Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma”.
Nesse sentido, vale lembrar que o Estado é laico, justamente para abrigar em seu convívio todos os credos, sem distinção. A mistura entre religião e política, por maior boa vontade que se queira, nunca resultou em algo aceitável por todos. Mesmo para aqueles que se aproveitam do ateísmo, característico das esquerdas, para atacar governos passados, afirmando que Deus está de volta ao ceio da nação, agem de modo enviesado, pretendendo se apresentar como novos luminares da fé, prontos para catequizar os demais cidadãos, subjugando-os às suas crenças, que são postas acima das leis seculares. “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”
A frase que foi pronunciada:
“A convivência pacífica entre as diferentes religiões é beneficiada pela laicidade do Estado, que, sem assumir como própria nenhuma posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade.”
Papa Francisco
Gratidão
Todos, da equipe, que participaram dos primeiros socorros do presidente Jair Bolsonaro foram convidados para a posse. Veja a foto no blog do Ari Cunha.
Lixo
Comércio, principalmente onde há restaurantes, passa a depositar lixo em locais próprios onde são reciclados. Plástico, papel, metal, vidro e restos de comida, que viram adubo. Tudo devidamente reaproveitado, alimentando a cadeia social, ambiental e econômica.
Rememorando
Quase a Medida Provisória 685, publicada há 3 anos, foi aprovada na íntegra. Mas retiraram do texto as partes que davam poder à Receita Federal de combater a elisão fiscal. Pagar menos impostos não quer dizer sonegação. Não fossem tantas as regras tributárias, os empreendedores teriam mais liberdade para crescer.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os blocos 8 e 9 da Coréia (IAPI) não têm esgotos, e, agora, o Departamento de Águas e Esgotos está cobrando, dos moradores, a taxa do serviço que ele não presta aos inquilinos. (Publicado em 08.11.1961)
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Muitos concordam que, depois da economia, a pasta que seguramente terá a maior relevância no governo Bolsonaro será o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Isso não quer dizer que os outros ministérios venham a ter menor protagonismo até 2022, mas de todos os problemas nacionais, a questão da segurança pública é a que atualmente mais preocupa os brasileiros.
Por outro lado, é preciso destacar que tanto o combate ao crime organizado, que age em todo o território nacional e em alguns países da América Latina, como o combate à corrupção dentro dos limites do Estado, são prioridades que, se não debeladas a curto prazo, colocarão a perder quaisquer outras iniciativas em outras áreas. Ou seja, primeiro é preciso limpar do caminho os malfeitores para que o país possa seguir em frente com tranquilidade.
O combate à corrupção e ao crime organizado tem hoje tanto ou maior relevância para a segurança nacional do que as insurreições protagonizadas pelos chamados subversivos de orientação comunista durante os anos sessenta. Não por outra razão, a posse do novo titular da pasta, Sérgio Moro, só perdeu em importância e público para as posses do próprio presidente e do ministro da economia.
Tempos bons e tranquilos eram aqueles em que o maior inimigo do Brasil era a saúva, que ameaçava acabar com o Brasil. Não há uma única unidade da federação que não sofra as consequências da violência e do crime. Trata-se de uma calamidade pública que tem levado, inclusive, à intervenção pelas Forças Armadas.
No discurso de posse, o ministro Sérgio Moro lembrou que apesar dos imensos esforços obtidos por investigações feitas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, como é o caso da Lava Jato, o Brasil ainda permanece em uma posição muito ruim nos índices de percepção da corrupção da Transparência Internacional.
O novo ministro reconheceu que o combate à corrupção não se faz apenas com investigações e condenações eficazes. Para Moro, uma espécie de Eliot Ness dos tempos atuais, é preciso ir mais além. Na sua avaliação, “São necessárias políticas mais gerais contra a corrupção, com leis que tornem o sistema de Justiça mais eficaz e uma legislação que diminua incentivos e oportunidades contra a corrupção.”
Moro destacou ser necessário enfrentar o crime com leis mais eficazes, com inteligência e operações coordenadas para o crime organizado, sobretudo os 3 maiores que dominam as principais penitenciárias do país. Para esses bandos de criminosos o ministro sugeriu enfrentá-los com o remédio universal, ou seja, prisão dos membros, isolamento carcerário das lideranças, identificação da estrutura e confisco de seus bens.
Outro objetivo traçado para o Ministério da Justiça nessa nova gestão será contra a violência urbana, as altas taxas de homicídios, os elevados números de roubos armados, estupros e outros crimes violentos que vêm infestando o país. Para Sérgio Moro, as diversas formas de criminalidades que assustam o país, além de gerarem uma atmosfera de insegurança geral, prejudicam o ambiente de negócios e o desenvolvimento do país. “Pior do que isso, afirma Moro, geram desconfiança e medo, afetando a credibilidade das instituições e, em certo nível, a própria qualidade da democracia e da vida cotidiana.” Essas mazelas, segundo disse, acabam por afetar ainda a credibilidade das instituições e a própria qualidade da democracia e da vida cotidiana.
A frase que foi pronunciada:
“Eu nunca considerei uma diferença de opinião na política, na religião, na filosofia, como causa de afastamento de um amigo.”
Thomas Jefferson
Avanço
Câmara e Senado vêm, paulatinamente, desde 2015, estabelecendo normas, critérios e fazendo a publicidade necessária para que todos os servidores das Casas tenham as informações corretas sobre assédio sexual e moral. Já são dezenas de encontros com grupos de trabalho sobre a prevenção e combate do assédio na administração pública.
Improbidade
A Comissão de Legislação Participativa acatou a proposta da Federação Nacional dos Policiais Federais que define o assédio moral praticado por agente público como um ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Para a Procuradoria Geral, que está despejando apartamentos ocupados por estranhos: todos os oficiais de Justiça de Brasília conhecem pelo menos um deputado e um senador, que alugam os apartamentos, e quando vêm à Brasília “ficam num quarto de um amigo”. (Publicado em 08.11.1961)
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Ao tomar posse nessa terça-feira, no primeiro dia de janeiro, o novo presidente da Ordem dos Advogados Seccional do Distrito Federal, Délio Lins e Silva Júnior, prometeu, entre outras realizações futuras, trabalhar em um portal de transparência nessa instituição. Não se sabe exatamente a que se referia o novo presidente da OAB-DF, mas, se conseguir cumprir apenas essa promessa de modo eficiente e completo, já terá pela frente enorme trabalho que poderá ocupar todo o tempo de sua gestão.
Para qualquer leigo, transparência é um requisito fundamental a toda e qualquer instituição ou empresa desse país, sobretudo àquelas que cuidam da boa aplicação das leis e que reúnem em seus quadros os profissionais gabaritados para dar andamento à justiça. Nunca é demais lembrar aqui que os advogados formam um dos principais pilares da justiça, sendo suas atuações fundamentais ao processo jurisdicional e a garantia da plena justiça. Ocorre, no entanto que, nessas duas últimas décadas, o papel desses profissionais, principalmente aqueles ligados aos grandes escritórios de advocacia, começou a chamar a atenção da sociedade e da imprensa, não propriamente por suas atuações ou performances, mas sobretudo pelos clientes que passaram a defender, todos, invariavelmente, envolvidos com casos bilionários de corrupção praticados contra os cofres públicos.
O desfile cotidiano desses poderosos clientes, ladeados pelos mais caros advogados desse país, nas televisões e nos jornais, acabou por despertar na população um misto de desconfiança e desaprovação sobre essa associação, até então inédita. Mais intrigante ainda, para os brasileiros, era verificar que a maioria desses envolvidos em escandalosos casos de desvio de dinheiro público eram defendidos pelos mesmos escritórios ou por outros de igual importância e preço.
De saída, essa associação entre renomados advogados e seus clientes poderosos levantou a suspeita sobre a origem desses milionários honorários recebidos. Para muitos, os recursos usados para pagar a esses caros profissionais provinham, em sua grande maioria, de fontes já contaminadas. Para o cidadão médio, essa relação, por seus procedimentos obscuros, já configurava algo muito distante não só das leis, mas do próprio Código de Ética desses profissionais.
Utilizar dinheiro oriundo da corrupção para se defender de acusações de corrupção tornara-se um contrassenso e um afronta à população, que nesses casos passou a associar esses escritórios à prática de lavandeira de dinheiro ilícito.
Obviamente, até que se prove o contrário, não há como levar essas suspeitas a diante. Em todo o caso, o melhor método para clarificar essas relações será por meio da transparência total e da adoção de aperfeiçoamentos da Lei 9.613/98, tornando mais rigorosos o cerco a lavagem e ocultação de dinheiro.
Vale destacar que, nos Estados Unidos, os advogados são passíveis de condenação por lavagem de dinheiro, por receptação e por associação criminosa caso se comprove que a origem de seus honorários deriva de atos ilícitos. Mais do que necessário, um esclarecimento sobre essas suspeitas precisa vir a público com urgência e o melhor jeito é por meio da transparência total, que obrigue não só os advogados a prestar todas as informações às autoridades, mas, e principalmente, a OAB com relação às suas contas e gastos ao Tribunal de Contas da União.
A frase que foi pronunciada:
“Quando você está numa campanha, no palanque, você só fala de pobre, de miséria, de mulher, de negro, de favelado. Mas quando você ganha, quem tem acesso a você é o banqueiro, o empresário, o agiota, o FMI, os deputados. E essa gente é que determina sua cabeça.”
Ex-presidente Lula em entrevista ao PASQUIM21, em 26 fevereiro de 2002, mostrando a fraqueza de caráter.
Pacto
Estados e municípios estão com esperança de um tratamento com mais atenção ao Pacto Federativo. O presidente Bolsonaro garantiu essa aproximação. Inclusive sobre a partilha dos royalties. Esse assunto volta à baila após quase uma década.
Crescimento
Por falar em municípios, as parcerias público-privadas e projetos de concessões cresceram pelo segundo ano. Segundo a consultoria Radar, PPP continuam os entraves técnicos que ainda atrapalham as propostas.
Marcos Pontes
Uma grande mesa no Mangai ocupada por várias pessoas enquanto alguém da cabeceira tentava tirar um self. Vendo o enquadramento impossível, me ofereci para ajudar. Não foi necessário. Era um astronauta que registraria o momento.
Corpo fala
O andar mais comedido, expressões faciais, o cair dos ombros e os joelhos flexionados em alguns momentos na posse foram claros para mostrar que o presidente Bolsonaro, apesar da alegria do momento, queria seu chinelo e sua confortável poltrona em casa. Talvez sentisse alguma dor.
Nova era
Na posse, profissionais da comunicação queria o mesmo tratamento dado ao vestido da primeira dama. Mas uma autoridade, eleita pela população, foi esfaqueada quando estava em campanha. A segurança não foi exagerada e deve ser a mesma por todos os anos de governo. A descortesia deve ser repensada. Nenhum conteúdo foi monitorado. Isso é ótimo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Há, de parte dos pais, reclamações contra a indisciplina dos alunos, inclusive durante as aulas. Quem conhece o sistema educacional de Brasília achará, efetivamente, ideal, mas as exceções criminosas devem ser aparadas a tempo. Uma ovelha má põe o rebanho a perder. (Publicado em 08.11.1961)
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Richard Davidson, PHD em neuropsicologia e pesquisador na área de neurociência afetiva, vem chamando a atenção de estudiosos e professores de todo o mundo com sua teoria de que a base de cérebro saudável é a bondade. Ideias desse tipo, que fogem ao padrão exigido pela racionalidade das pesquisas, desde sempre foram vistas pela ciência com certa desconfiança e não raro, viraram alvo de zombaria, colocando seus defensores em posição ridícula.
Com a popularização das noções de inteligência emocional e sua importância para o desenvolvimento integral do indivíduo, conceitos como bondade, empatia, gentileza, compaixão, ternura e mesmo amor e outros do gênero, que antes ficavam restritos ao mundo da poesia e da ficção romântica, vêm ganhando adeptos em todo o planeta, não apenas entre as pessoas comuns, mas sobretudo entre aqueles que se dedicam aos estudos da neurociência.
Na área de educação esses conceitos também têm despertado interesses e não seria exagero afirmar que, num futuro próximo, tais concepções poderão estar no núcleo de formação de muitas universidades. Foi seguindo um conselho dado, não por outro pesquisador, mas pelo próprio Dalai Lama, líder espiritual do Tibet, que Richard Davidson direcionou suas pesquisas em neurociências para os aspectos da gentileza, da ternura e da compaixão.
Umas das coisas mais importantes que descobri sobre a gentileza e a ternura, diz o pesquisador, é que se pode treiná-los em qualquer idade. Os estudos nos dizem que estimular a ternura em crianças e adolescentes melhora os resultados acadêmicos, o bem-estar emocional e a saúde deles. Com isso é possível não apenas reduzir sensivelmente os casos de bullying nas escolas, mas preparar o indivíduo para no sentido de torná-los mais solidários, compassivos, características fundamentais para as sociedades de um mundo superpopuloso e em vias de esgotamento de seus recursos naturais.
Ideias como essa encontram amparo também em muitas teses atuais de pedagogos de que já alertaram para o perigo da precariedade da educação atual. Sem educação, dizem os atuais pedagogos, os homens matarão uns aos outros. Estudos atuais sobre o comportamento comprovam que a inteligência sem a bondade é cega e desajeitada.
Para alguns cientistas mais radicais, a bondade é a forma mais aprimorada de inteligência, pois conduz o indivíduo à empatia com o mundo, com as pessoas e com os problemas que a cercam. Da mesma forma, alguns cientistas enxergam a indiferença para o mundo ao redor, como uma comprovação da falta de inteligência.
Nesse sentido, não pode haver inteligência, da forma que se entende hoje, onde faltam bondade e compaixão. Conceitos dessa natureza são cada vez mais perseguidos pelas mais modernas escolas do mundo, pois essa é a principal tarefa de toda a boa escola.
Educadores estão convencidos hoje de que a educação, concebida lá atrás e que visava a preparação de pessoas como força de trabalho, obedientes e mecanizadas, não mais tem lugar na atualidade e que educação como forma de seleção empresarial está com os dias contados, pelo menos nos países que já compreenderam a importância de trazer ao conhecimento aspectos essenciais a todos os seres humanos como é o caso da compaixão e da bondade.
Para o educador Cláudio Naranjo, “quando há amor na forma de ensinar, o aluno aprende mais facilmente qualquer conteúdo”. Obviamente que no caso brasileiro, onde a educação vive ainda com carências básicas, como teto para cobrir escolas, carteiras para os alunos sentarem, banheiros e outras necessidades primárias, conceitos como esse soam tão estranho e bizarro como outros que pregam a escola sem partido e outros temas. Pesquisas atuais nas bases neurais da emoção que têm como centro novos modelos para o florescimento humano, são o que existe de mais promissor nas áreas de educação em alguns lugares do mundo e anunciam uma nova revolução nos métodos de ensino. Esse tema é, para muitos, o caminho mais prático e seguro para mudar o mundo futuro, livrando os seres humanos da escravidão política, militar, religiosa, libertando os espíritos do fanatismo, do materialismo, revivendo o humano adormecido em cada um. Trata-se de uma tarefa e tanto.
A frase que foi pronunciada:
“A função da educação é ensinar a pessoa a pensar intensamente e a pensar criticamente. Inteligência mais caráter – esse é o objetivo da verdadeira educação.”
Martin Luther King
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Ontem, ouvi a pior. Uma ameaça de curra contra meninas de 12 e 13 anos. É melhor evitar quanto antes um novo caso como o de Aida Cury, de triste lembrança para a sociedade de todo o país. (Publicado em 08.11.1961)
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Não falar ou discutir determinados assuntos, por qualquer razão, longe de ser uma solução racional, resolve apenas o problema daqueles que acreditam que o que não é exposto e mantido longe da luz simplesmente passa a inexistir. Durante muito tempo essa foi a estratégia utilizada para manter certos temas na caverna escura dos tabus, longe do olhar inquisidor da multidão.
Com o advento do liberalismo e principalmente de sua filha dileta, a liberdade de expressão, aos poucos, as caixas-fortes que mantinham certos assuntos segregados no porão foram sendo arrombadas uma a uma. No entanto, o que foi revelado em seu interior, muito mais do os segredos inomináveis, eram apenas as idiossincrasias humanas, tão cheias de contradições, compostas por luz e sombra, amor e ódio.
Na verdade, o maior dos tabus é justamente o segredo em torno dos tabus. Exemplos desse comportamento típico de nossa espécie, em exibir o que nos orgulha e ocultar o que nos constrange, estão por toda parte e revela nosso modo dúbio de ser e agir. Durante muito tempo, as famílias que tinham entre seus membros indivíduos com problemas mentais escondiam como podiam esse fato da sociedade, mantendo o doente preso e acorrentado, num quarto bem fechado, ou mandando-o para longe, onde seriam internados, como um condenado, numa espécie de hospício, prisão ou outra instituição do gênero.
Com isso, colocavam sobre o episódio uma lápide pesada e o assunto era sepultado para todo o sempre, deixando de existir. Do mesmo modo eram tirados de circulação os leprosos, os homossexuais, os hereges, os revolucionários e todos os diferentes. Incluíam-se nesse imenso rol de degredados do paraíso, todos os que, seja por questão racial, de cultura, de crenças religiosas ou políticas, isso sem falar naqueles que foram condenados pela justiça, cumpriram suas penas, mas, jamais, conseguiram se reintegrar aos demais.
Párias de uma sociedade, que se quer homogênea e em busca da eterna perfeição, esses excluídos, pela quantidade, dariam para povoar todo um novo planeta. Surpreende que, em pleno século XXI, às vésperas do desembarque humano em Marte, a humanidade ainda não tenha superado esses traços selvagens que ainda nos ligam aos nossos primos símios.
O ódio parece ser a marca desse século, desde o seu rompimento. A derrubada das torres gêmeas em Nova Iorque marcou a entrada da humanidade numa nova era, marcada pelos atentados terroristas, pelos massacres de inocentes, pela intolerância a tudo e a todos.
A misandria, que é o ódio ao homem machista, veio se compor com a misoginia que é seu oposto, mas que, ao fim, ao cabo, são as duas faces de uma mesma patologia que renega o diferente. Na religião, na política, no futebol e em quaisquer outras atividades, edificadas para o entendimento e regalo humano, o que parece prevalecer também, e cada vez mais, é a violência passional, fútil e despropositada. Com isso, o melhor lugar do mundo, o menos hostil e relativamente mais seguro, passa a ser a nossa própria casa, onde nos fechamos, como uma tartaruga dentro do próprio casco, alheios a tudo.
Mesmo a liberdade de expressão, tão cara aos liberais de todo o planeta, sofre os ataques das notícias falsas, implantadas para disseminar o ódio e desconfiança. A imprensa mente, os governos mentem, os pastores mentem, os pais de família mentem, os professores mentem, e assim vamos criando novos tabus, aprisionando-os em quartos seguros, protegidos pela escuridão.
O mundo repetia o filósofo de Mondubim, é a expressão do que somos, e o que somos e demonstramos na atualidade não é grande coisa.
A frase que foi pronunciada:
“Perseverança é o trabalho árduo que você faz depois de se cansar de fazer o trabalho duro que já fez.”
Newt Gingrich, hoje analista político.
Conservação
Chegou o momento de destacar equipe para conservar as passagens dos viadutos entre quadras da cidade tanto da Asa Norte como da Asa Sul. Estão com buracos, ferros expostos, paredes sem acabamentos, tetos arranhados por caminhões, lama. Sabe-se lá como anda a infraestrutura.
Transporte
Voltam os piratas com toda a força. Transportes ilegais param nos pontos de ônibus da capital com total liberdade. Passageiros prejudicados pela demora do transporte público escolhem colocar a segurança em risco.
Versão
Turistas não escondem, à primeira vista, a decepção com a iluminação natalina da cidade. Mas ao ouvirem o argumento de que isso não é prioridade em momento de crise, onde a economia nacional foi estraçalhada pela corrupção, acabam elogiando o esforço.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Para a diretoria da CASEB: muita gente, muita mesmo, tem reclamado contra os transviados alunos daquele estabelecimento, em número reduzido, mas perigoso. (Publicado em 08.11.1961)
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James Heckman, professor da Universidade de Chicago e Prêmio Nobel de Economia no ano 2000, vem defendendo o incremento de estímulos a crianças na primeira infância desde cedo. Quanto mais cedo melhor, inclusive quando o bebê ainda está na barriga da mãe. Embora essa seja uma evidência que vem se provando cada vez mais ao longo dos últimos anos, essa é ainda uma fase negligenciada por muitos governos, principalmente nos países pobres, onde inexistem boas creches e pré-escolas adequadas a esse trabalho.
De acordo com as pesquisas que o cientista vem empreendendo, está comprovado que deixar de lado esse período particular na vida das crianças, sem fazer investimentos adequados na primeira infância, traz prejuízos altíssimos para todo mundo. “Países que não investem na primeira infância apresentam índices de criminalidade mais elevados, maiores taxas de gravidez na adolescência e de evasão no ensino médio e níveis menores de produtividade no mercado de trabalho”, afirma o Nobel de economia, para quem a cada real gasto na primeira infância, trará um retorno para a sociedade de aproximadamente R$ 0,15 centavos durante toda a vida dessa pessoa, o que, na sua avaliação, é o melhor e mais seguro dos investimentos.
James Heckman lamenta, contudo, que ainda exista uma total ignorância sobre esse assunto na maior parte do planeta, e o Brasil, onde vem frequentemente, a coisa não é diferente. Nesse sentido, o cientista faz um alerta para os novos governantes, ressaltando que não investir nesses primeiros anos de vida dos cidadãos, além de uma decisão pouco inteligente, trará consequências seríssimas e negativas não só no plano social, mas terá repercussões na própria economia do país.
Um exemplo claro desses efeitos pode ser visto na questão da segurança pública. Diz o cientista: “Existem dois caminhos para resolver a questão da segurança pública. Um é contratar bons policiais para zelar pelo cumprimento das leis. O outro é investir, desde cedo, nas crianças, para que adquiram habilidades, como um bom poder de julgamento e autocontrole, que as ajudarão a integrar-se à sociedade, mantendo-as longe da violência e das drogas. A opção pela primeira infância custa até um décimo da opção por mais policiais”.
A frase que foi pronunciada:
“Uma mente bem educada terá sempre mais perguntas que respostas.”
Helen Keller
Manejo do lixo
Importante trabalho desenvolvido por Izabel Cristina Bruno Bacellar Zaneti intitulado “Concepção de gestão dos resíduos sólidos domiciliares e na preservação do meio ambiente” poderia transformar Brasília em exemplo a outros estados no manejo do lixo.
Limongi
Coisa boa são os amigos que nos advertem nos erros. Cometemos dois. 1) Lei Rouanet é do governo Collor; 2) “A matemática do comércio…” deveria ser “A aritmética do comércio.” Obrigada amigo, um 2019 cheio de sabedoria!
Lei
Depois da CPI das próteses, o senador Humberto Costa foi o relator de uma lei sobre o assunto. No artigo das vedações, sanções e penalidades, o Art. 11 rege sobre obter ou receber vantagem de qualquer espécie em razão da compra, utilização, emprego, indicação ou prescrição de dispositivos médicos. Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Aviso
Para aqueles que vieram para essa capital, não em busca de lugar para si a para sua família, mas para fazer fortuna fácil e rápida, respeitar o planejamento urbano da cidade deve ser prioridade.
Meta
Assim como uma empresa, os partidos políticos devem aprender que na atual conjuntura, com a série de denúncias que tem pesado sobre as legendas e seus membros na malversação do dinheiro público, a valorização da marca, simbolizada pela sigla partidária, deve ser a primeira e mais importante preocupação para seguir rumo ao futuro.
Sem parar
Aviso da Caesb. Dia 31 de dezembro, as Agências de Atendimento da CEB Distribuição funcionarão pela manhã, das 8h às 14h. A central de teleatendimento (116) e os serviços de emergência funcionarão normalmente, 24h.
Novidade
Duas terapias para o tratamento das mucopolissacaridoses do tipo IV A e VI foram incorporados pela CONITEC e passarão a ser ofertados no Sistema Único de Saúde. Esse avanço representa uma vitória para milhares de pacientes com a doença rara que não mais precisarão entrar com o processo de judicialização e estarão menos suscetíveis a sofrer com a falta de medicamento.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Em caso de superstição, tome a coisa pelo lado otimista, porque desde janeiro, Brasília não tem sofrido outra coisa, senão campanha contra a mudança. (Publicado em 08.11.1961)
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Uma observação nos 22 ministérios que darão assessoria ao próximo presidente mostra que, nessa relação, pelo menos por enquanto, não existe uma pasta com esse status para cuidar do problema mais fundamental do país, um possível ministério da primeira infância. Não que a constituição de uma pasta com essa missão específica vá, por si só, resolver, como um passe de mágica, essa que é a mais urgente e delicada questão do Brasil atual.
Nos países desenvolvidos, onde a educação é prioridade máxima, acima de qualquer outro assunto, há tempos seus governos despertaram para a importância da máquina do Estado dedicar todos os esforços e atenções sobre os jovens cidadãos, sobretudo na fase da primeira infância. É nesse período curto da vida humana que as janelas de oportunidade estão escancaradas para a apreensão do mundo. O assunto não tem nada de romântico ou idealista. Renomados estudiosos não só da área da educação, mas de diversos ramos da ciência em todo o mundo, vêm dedicando suas pesquisas sobre a importância e os efeitos de se investir pesado na aprendizagem durante a primeira infância.
Esse é o caso de James Heckman, professor da Universidade de Chicago e Prêmio Nobel de Economia no ano 2000. Para esse pesquisador e criador de métodos científicos que avaliam a eficácia de programas sociais, principalmente voltados para a primeira infância, é na fase que vai de zero a seis anos, período em que o cérebro se desenvolve de forma rápida, que há um enorme poder de absorção e de aprendizado da vida. É nesse período particular que estão concentrados, segundo Heckman, todas as possibilidades de captação do conhecimento e das emoções, que irão preparar o terreno futuro e farão toda a diferença para o resto da vida de um indivíduo. É nessa fase que estão reunidas as grandes chances de sucesso de uma pessoa.
A frase que foi pronunciada:
“A vida é um eco! Se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está emitindo…”
Fernanda Braga, no Pensador
Só ele
Desastre quase total em uma visita na Boulangerie, da 306 Sul. A atendente não presta atenção no pedido fazendo com que preparem errado e levem o que não era o desejado. Mais espera para a correção. Quando chove, a parte de trás do puxadinho, em área imprópria, exala um cheiro insuportável de esgoto misturado com chorume. Na hora da conta, mais surpresas. Todos os itens não foram consumidos. Conta da mesa errada. O padeiro está de parabéns.
No limite
É preciso uma vistoria séria nos comércios da cidade. Pessoas com dificuldades de mobilidade estão privadas de andar pelo DF por causa das calçadas em diversos níveis, buracos no meio do caminho, postes mal localizados, marquises em franco perigo.
Lembrete
Já é possível deduzir do Imposto de Renda gastos com cuidadores, casas de repouso, aparelhos auditivos, remédios, óculos e próteses auditivas.
Céu, terra e lago
Essa será a primeira vez no Brasil em que a posse do presidente terá vigilância constante pela terra, lago e pelo ar. A FAB está autorizada a abater aviões depois que a Inteligência apontou alguns movimentos suspeitos, ainda não descritos pelo Comandante de Operações Aeroespaciais da Aeronáutica, o major-brigadeiro do Ar Ricardo Cesar Mangrich. Drones também serão abatidos. Além disso, movimento de barcos no lago também será restrito pela Marinha durante a posse.
Terrível
Dificuldades para troca dos presentes. Na Sapato da Corte, por exemplo, mesmo tendo diversas lojas na cidade, se houver diferença do preço no produto não devolvem o dinheiro, nem trabalham com crédito. O comércio não tem o menor interesse em ver o cliente satisfeito com a troca. Dificulta de todas as maneiras possíveis sempre deixando parecer que qualquer solução deve ser absorvida pelo cliente como um grande favor. A experiência nos foi passada por uma leitora.
Viagem
Em fevereiro de 2019, a nova Constituição cubana será referendada mantendo o desejo registrado na opinião unânime dos deputados na sessão ordinária da IX Assembleia Nacional do Poder Popular pela continuidade do socialismo. Socialistas brasileiros serão bem-vindos por lá.
Urbanidade
Condomínios prediais têm enfrentado problemas com moradores que não respeitam as vagas dos vizinhos demarcadas na garagem. Há cláusulas previstas nos contratos condominiais prevendo punição para esse tipo de comportamento.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O sr. Sette Câmara, sétimo prefeito de Brasília (inclusive os interinos) tomou posse ontem, dia sete, trazendo grandes esperanças para a cidade. (Publicado em 08.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
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Uma checagem na lista dos maiores incentivadores (pessoa jurídica) dá conta de que a Lei Rouanet tem por detrás empresas públicas como BNDES, Banco do Brasil, Correios, Petrobrás e outras grandes estatais que se utilizam do dinheiro público para incentivar núcleos privilegiados e, em muitos casos, de renome nacional.
O mesmo se sucede com a distribuição desigual desses recursos, contados aos bilhões de reais, por regiões. Em 2015 os recursos aprovados em mecenato por região mostram o Sudeste com o quádruplo desses financiamentos em relação ao restante do país. Essa concentração regional é alvo de muitas críticas e de discussões entre os próprios artistas que criticam o apoio da Lei a projetos meramente lucrativos e a artistas de renome.
Muitos entendidos no assunto costumam afirmar que, pelo formato atual da Lei Rouanet, em que é estabelecida uma parceria público-privada, o dinheiro é público, mas a decisão em apoiar e selecionar os projetos ficam no âmbito particular, ao alvitre das empresas dentro de uma estratégia de lucro imediato. Diante dessa degeneração da Lei, sobretudo durante os governos petistas, a Lei Rouanet perdeu seu espírito original, transmutando-se numa porta escancarada para desvios e para a corrupção.
A frase que foi pronunciada:
“O planejamento é essencial, mas o plano é inútil.”
Einsehower
Mãos à obra
Se 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos por consequência do uso do álcool no mundo, como averiguou a OMS, está na hora de o Brasil tomar medidas similares ao tabaco como forma de proteger principalmente os jovens. Por aqui, o consumo do álcool por pessoa em 2016 foi de 8,9 litros, maior do que a média internacional, que chegou a 6,4 litros.
Mudanças
Não é só a imprensa que passa por uma transformação depois do advento da Internet. As próprias notícias postadas na Internet sofrem modificações de acordo com interesses, de forma parcial e irresponsável.
Imbróglio da intolerância
O recente caso do Fernando Silva Bispo, mais conhecido como Fernando Holiday, é um exemplo. Para quem não o conhece, trata-se de um político brasileiro, novo, filiado ao Democratas e vereador da cidade de São Paulo. Foi eleito com 48.055 votos nas eleições de 2016, sendo o primeiro homossexual assumido a ocupar tal cargo.
Tristeza
Holiday é bem incisivo em seus discursos e incomoda bastante os partidos de “esquerda”. Onde há incoerências do PT, Holiday as aponta tirando todas as máscaras, mostrando que aqueles rostos nunca ficam vermelhos.
Movimentos
Na última audiência pública na Câmara de Vereadores de SP para tratar da reforma da Previdência, depois de uma reunião conturbada, com muita briga, empurrões, discussões acirradas, o pior aconteceu. Dia 26, no encerramento das atividades, manifestantes petistas tentaram derrubar o portão para invadir a câmara municipal. Foi preciso a polícia dispersar os manifestantes com água e bala de borracha.
Atentado
Acabada a votação da Reforma da Presidência, o relator Holiday apareceu na janela para ver os manifestantes, que o reconheceram de imediato, e gritavam palavras de baixo calão. Logo depois, um projétil atingiu a janela do gabinete. Feito o boletim de ocorrência, baseado no perigo de vida experimentado pelo parlamentar paulista e pela característica da perfuração feito por arma de fogo.
Troca
Interessante o aplicativo que une duas realidades. Dos mais abastados em doar e dos mais necessitados em receber. Trata-se do Cataki. Depois de fazer um breve cadastro há possibilidade de chamar uma equipe para recolher as doações que podem ser vidros, plásticos, eletrônicos, entulhos, móveis, baterias, óleos entre outros. O que está em desuso pode ser muito importante para alguém.
Curiosidade
Uma pesquisa interessante feita por curiosidade mostrou que nenhuma escola de inglês em Brasília tem uma telefonista que atenda o telefone e seja capaz de compreender o interlocutor norte-americano. Em compensação, todas tinham alguém por perto para socorrer a funcionária.
Necessidade
Antenado nas mídias sociais, o GDF de Rollemberg tem vários canais para manter contato com a população. Resta saber se o novo governador tem uma equipe para cuidar do assunto, que é fundamental se tiver interesse em interagir com os brasilienses.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Este, doutor Sette, é um pequeno balanço. Não mostro o mapa da mina, como fez o senhor, porque não sei onde ele está. (Publicado em 07.11.1961)
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Criada em 1991, dentro do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), a Lei 8.313/91, mais conhecida pelo nome de seu idealizador, o diplomata, filósofo e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet, é, de todos os instrumentos legais pensados para o incentivo à cultura, aquele que parece ter sido desenhado com o verdadeiro intuito de promover as manifestações artísticas brasileiras por meio de uma parceria público – privada.
Prestes a completar três décadas de existência, a Lei Rouanet necessita, como tudo que é público nesse país, de uma profunda revisão, capaz de reinseri-la novamente dentro de sua proposta originária, afastando, para bem longe, as nefastas influências políticas, sobretudo aquelas que condicionavam suas exequibilidades às simpatias ideológicas aos últimos governos de plantão. Foi justamente a intenção de libertar das amarras do governo, tanto financeiras como ideológicas, que levou seu criador a optar pelo modelo inovador que transformava parte da sociedade civil em apoiadores formais da produção cultural nacional, concedendo, a todo aquele que investisse em projetos culturais, incentivos de tributos. Dessa forma, era concebida uma lei ideal que incentivava no meio social o renascimento do espírito do mecenato, chamando aqueles que possuíam recursos para contribuir efetivamente com a cultura nacional.
Nessas quase três décadas de existência, a Lei Rouanet passou de salvação para o setor cultural do país a alvo de suspeitas de toda a ordem, inclusive se transformando em alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que passou a investigar inúmeras denúncias de malversação desses incentivos, inclusive sua concessão a pessoas e grupos que, na realidade, não necessitavam desses recursos e que acabavam obtendo-os graças às ligações providenciais com a cúpula política do governo. Particularmente, nos últimos dez anos, a Lei Rouanet passou de instrumento ao incentivo à cultura em instrumento de ação política, sendo utilizado largamente e preferencialmente para projetos que, de alguma forma iam ao encontro do desejo de marketing do governo ou que eram confeccionados por pessoas com alguma ligação ideológica com o governo.
Com isso, perdeu-se o foco da Lei e os escândalos, tão abundantes nesse período, fizeram a sociedade perder o interesse pelo projeto. Uma simples conferência na relação dos maiores captadores de verba, em qualquer ano, é o suficiente para entender que a Lei 8.313/91 perdeu seu alcance popular, se transformando num projeto mais elitista, longe do alcance do grande público, principalmente aqueles de baixa renda.
A frase que foi pronunciada:
“Os países da América Latina não precisam criar uma civilização. Ela já foi criada pela Europa nos últimos quatro séculos. Cabe-nos assimilar essa civilização.”
Eugenio Gudin
Turismo
Essa matemática do comércio de Brasília é espantosa. Triplicar os preços da hospedagem em hotéis para a posse do novo presidente parece uma medida desesperada de quem passa o ano entregue às moscas, o que não é verdade. Mas os portais de aluguéis por temporada estão realmente derrubando esse tipo de negociação frente à demanda por estadia.
Acomodações
Segue a dica de diferentes portais, além do famoso Airbnb, para quem quiser tratamento vip, respeito nos preços e lugares bem aconchegantes. É só buscar na Internet. São eles: AlugueTemporada, Onefinestay, Oasis, Tripping, GuestToGuest, TrocaCasa, Misterb&b (especializado em casal gay) e Wimdu.
Passo a passo
Cauteloso, o presidente Bolsonaro ponderou sobre o novo pacote de medidas: “Não vamos apresentar nada sem conversar com os parlamentares. Para ter certeza que essas reformas serão aprovadas de forma racional pelo Parlamento.” Isso faz lembrar JK, quando conseguiu convencer o Congresso pela transferência da capital do país. Foi uma estratégia espetacular.
Inoperância
Continua insustentável a proliferação de carrapatos na orla do lago, oferecendo sérios riscos à saúde da população. Falta aos órgãos do governo agir como administradores da crise e não como coadjuvantes. A nota da Secretaria da Saúde sobre o assunto é uma afronta aos moradores da capital. Emitir diagnóstico e expedir recomendação não significa acabar com o problema, que é a função da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival).
Afrouxaram
Por falar em aprovações de leis, o deputado Expedito Neto não teve força para impedir a aprovação da Lei 2960/15. Até o Ministério Público deu o seguinte parecer sobre a blindagem aos sonegadores: “A proposta vai na contramão dos anseios da sociedade e das medidas contra a corrupção e prevê uma janela de impunidade que poderá ser uma verdadeira blindagem a favor dos criminosos e investigados nas grandes operações contra a corrupção em andamento no Brasil”. A Lei foi aprovada e a pergunta sem resposta do deputado foi: “O Executivo planeja regularizar os recursos enviados por brasileiros ao exterior. Agora me diga, você cidadão de bem, se atrasar ou sonegar imposto, terá o perdão do governo?
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
As superquadras não construídas estão sendo invadidas por uma nuvem de barracos que numa noite apenas, pousa secretamente numa área, que amanhece invadida. (Publicado em 07.11.1961)
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Tivesse que escolher que obstáculos remover primeiro para livrar o país das correntes do atraso e do subdesenvolvimento e, entre esses entraves, as opções fossem a corrupção endêmica ou a burocracia kafkiana, com certeza o próximo presidente da República se veria diante de uma dúvida sobre humana. A multiplicidade de males gerados por essas duas anomalias da vida nacional é incontável e seu prejuízo vai de uma geração a outra, comprometendo o futuro do país e dos cidadãos, desde que os portugueses tropeçaram no Brasil em 1500.
Entre nós, a convivência entre a burocracia e corrupção, num mesmo espaço e por tanto tempo, provocou, nesses dois vícios de nosso dia a dia, uma certa interpenetração de objetivos e propósitos a tal ponto que dificilmente sabemos ao certo onde começa um e acaba o outro. Na verdade, corrupção e burocracia, por seus efeitos deletérios e tóxicos, deveriam ser enquadrados na mesma alínea penal, como crimes de lesa-pátria.
A cada instante o que se vê, são milhares de brasileiros atingidos em sua dignidade e cidadania pelas repercussões nefastas dessas velhas pragas nacionais. Há inclusive quem aponte corrupção e burocracia como sendo dois males originados de uma mesma fonte, localizada bem no coração do Estado, cujo o objetivo é a manutenção do status quo por meio de uma intrincada rede operada pelas elites dirigentes.
Para alguns, inclusive, tanto a corrupção como a burocracia são fenômenos que, de certa forma, vivem em simbiose, alimentando um ao outro. Para transformar o cidadão comum em elemento suspeito e até de certa periculosidade, o Estado usa dos labirintos da burocracia para exaurir qualquer tentativa ou esforço individual, fazendo do empreendedor e do empresário um elemento a ser posto sob vigilância. Mesmo para aqueles brasileiros, conformados com o tratamento surreal oferecido pelo Estado, a burocracia cuida de minar as forças, extraindo, de forma direta ou indireta, até o último centavo. Fato que atesta essa irmandade entre burocracia e corrupção é que para aqueles que sentam confortavelmente no topo da pirâmide, os efeitos da burocracia praticamente inexistem.
Nos últimos anos, toda a população tem assistido as denúncias dando conta de centenas de milhões de reais que voam de um lado para outro, abastecendo negociatas de todo o tipo, sem qualquer embaraço e com as facilidades de praxe. Para esses, os trâmites lentos da burocracia não operam seus efeitos ou são neutralizados pela mecânica vil e ágil da corrupção, disfarçada de “jeitinho”. Cada um desse males tem propósitos muito específicos embora concorram para um mesmo fim.
Enquanto a burocracia trata de encostar o cidadão contra a parede, exigindo dele provas incontestes de suas boas intenções, fazendo-lhe ver o quanto pode um Estado onipotente, a corrupção se ocupa em produzir facilidades e vantagens de toda a ordem, justamente para conferir sempre mais poderes a esses operadores do Estado para que tudo continue como sempre foi, na paz profunda e eterna dos cemitérios.
A frase que foi pronunciada:
“Se eu fosse prefeito/ Ficarias satisfeito/ Se o povo errasse a grafia/ Me tratando por perfeito.”
Do livro de Sonilton Campos, 100 Trovas
IPB
Bons tempos para passear pelo portal institutopianobrasileiro.com.br. Quem se sensibilizou com o trabalho hercúleo de Alexandre Dias em resgatar músicas brasileiras perdidas no tempo foi Nelson Freire. Em janeiro, certamente haverá o encontro dos dois talentos, quando Freire fará única apresentação na cidade.
Gigante
Sem dar a devida importância aos meios, os descontos incríveis dos fins são suficientes para animar o mercado. A China anuncia tarifas reduzidas, onde será impossível competir. Assim, os tentáculos do gigante alcançam mais espaço pelo mundo tirando qualquer possibilidade de competição.
40%
Corre a notícia de que há possibilidade de reaver todo centavo cobrado a mais nas contas de luz. Barganhas feitas naquele tempo levaram os consumidores a economizar e, no final das contas, o valor sempre era maior.
Domésticos
Pelo menos um em quatro brasilienses tem um cachorro ou gato. Os dados são do IBGE. No DF, são pelo menos 507.170 cães e 122.097 gatos. Outro dado importante mostrado pela pesquisa, feita em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, é que o Brasil tem a segunda maior população de pets do mundo.
Punidas
Antes de deixar o governo, a equipe de Rollemberg puniu a CMT e Tiisa, integrantes do consórcio que foram multadas por não cumprirem o contrato durante a construção da papuda. Além da multa, um ano sem contratos no DF.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O plano de Brasília está sendo burlado, e burlado por uma repartição pública. O IAPFESP está construindo casas de alvenaria no meio da superquadra, o que representa um desrespeito, um desaforo, e um atrevimento. (Publicado em 07.11.1961)