Marcha da insensatez

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

Cartaz: twitter.com/mst_oficial
Cartaz: twitter.com/mst_oficial

     Levada até as últimas consequências, a pantomima protagonizada pelas lideranças do Partido dos Trabalhadores, para obrigar a justiça eleitoral a registrar a chapa da legenda encabeçada pelo ex-presidente Lula, que segue preso, numa cela da Polícia Federal em Curitiba, vai chegando ao seu grand finale.

  Comandando a movimentação do partido e da militância, diretamente de dentro da cadeia, Lula, aos poucos, começa a copiar a mesma prática que tem sido corrente aos grandes chefões do crime organizado, que por meio de pombos correios, envia ordens aos seus comandados que estão fora dos presídios.

    Com o auxílio das mídias, toda a nação acompanha, par i passo, essas articulações surreais, que visam, basicamente e de forma desesperada, construir uma narrativa para o público interno e principalmente para a parcela da imprensa internacional de que Lula, assim como Dilma, são vítimas de um golpe de Estado, perpetrado por forças da direita.

        O que à primeira vista pode parecer estratégia ingênua, visando esticar, ao máximo, o registro do ex-presidente como cabeça de chapa, visando iludir os eleitores, embute uma tática sinistra de desacreditar da própria justiça, e outras instituições que não rezem pela cartilha do partido e, por tabela, melar as próximas eleições pelo açular dos movimentos sociais controlados pela legenda.

          Nesse sentido, a marcha do Movimento Sem Terra (MST), que ruma para o centro da capital em três colunas de 1,5 mil integrantes cada, irá, num primeiro momento, se concentrar no próximo dia 15 em frente ao Superior Tribunal Eleitoral, forçando a corte a aceitar a inscrição de Lula, desprezando o que diz a Lei da Ficha Limpa, endereçada e aprovada em 2010 pelos próprios petistas.

         Em outro flanco, o partido segue com a greve de fome, repassada obviamente para a militância do baixo clero, a quem cabe sempre os esforços físicos extremos, no intuito de forçar o Supremo a reconsiderar a prisão em 2ª instância. O problema com a mentira, ensinou uma vez o próprio Lula, é que quando você conta uma, nunca mais se livra dela, tendo que emendá-la sempre com novas versões. Busca o PT, em mais esse ato farsesco, a tentativa de produzir um mártir para sua causa, criando um factoide junto à opinião pública.

        A marcha da insensatez que se arrasta rumo a capital traduz, como nenhuma outra, as movimentações de um partido que nesses últimos anos reluta em ter seu encontro inexorável com o ocaso, vitimado pela total falta de ética e que, desde abril passado, foi encarcerado também junto com sua maior liderança.

A frase que foi pronunciada:

“Essa elite está acabando com o Brasil!!! Mas dona Adalgisa, essa elite recebeu o voto do povo para acabar com o Brasil!”

Conversa no ônibus da linha 171, da W3.

Foto: pt.org.br
Foto: pt.org.br

Locomoção

A falta de opção para o brasiliense é geral. Ou o carro próprio é utilizado diariamente para enfrentar os engarrafamentos na cidade ou o transporte público, com horários flexíveis, lotados, em péssima condição de manutenção e sujeitos à ação de criminosos. Ano passado foram registrados 8 assaltos a ônibus por dia.

Reconhecimento

De volta ao Ministério da Saúde, a criadora da MULTIMISTURA, que salvou muitas crianças da desnutrição, no Brasil e em outros países. Dra. Clara Brandão, médica e nutróloga, formada pela USP, tem especialização em pediatria e nutrologia. Palestras são agendadas por todos os estados brasileiros.

Incrível

Foi preciso um Projeto de Lei para mudar a regra da tornozeleira eletrônica. A partir da aprovação, o preso que fizer uso do aparelho de monitoramento e não obedecer às regras do perímetro de circulação poderá ter revogada a prisão domiciliar, voltando ao regime fechado. O que seria óbvio não era ululante.

Charge do Laerte.
Charge do Laerte.

Lei Maria da Penha

Algumas modificações à vista. O prazo de 48 horas é muito longo para informar ao juiz sobre a agressão. A demora pode levar a vítima a mais agressão ou até mesmo a morte. Outra mudança prevista é a criação de um banco de vítimas beneficiadas com medidas protetivas com o apoio do Conselho Nacional de Justiça. Isso facilita a busca e captura de agressores fugitivos. As informações foram publicadas no Jornal da Câmara.

Fest Rádio

Trata-se de um concurso universitário que irá premiar a melhor campanha publicitária contra a corrupção. Uma conversa com a promotora de Justiça Luciana Asper e com os alunos de Comunicação do Uniceub e do IESB sobre o programa “Cidadão contra a corrupção”, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios foi o início do programa. A iniciativa é da rádio Transamérica em parceria com o MPDFT e com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Cartaz: facebook.com/transamericabsb/
Cartaz: facebook.com/transamericabsb/

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os jornalistas credenciados no Planalto estão muito malsatisfeitos com as atitudes do sr. Raulf Ryff. A viagem dos jornalistas a Belém, acompanhando o presidente, entornou o caldo. (Publicado em 27.10.1961)

Cerrado: cuide com carinho enquanto ainda é tempo

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ARI CUNHA

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Foto: Integrantes da Missão Cruls em cachoeira do Rio Cassu/ Foto de Henrique Charles Moriz (blogs2.correiobraziliense.com.br/candangando)
Integrantes da Missão Cruls em cachoeira do Rio Cassu/ Foto de Henrique Charles Moriz (blogs2.correiobraziliense.com.br/candangando)

         Depois do exaustivo trabalho de mapeamento da região central do Brasil, feito pela Missão exploradora Cruls, entre os anos 1892 a 1894, e que, ao final, resultaria na demarcação dos 14,4 mil quilômetros quadrados onde seria fixada a nova capital, um aspecto naquelas paragens chamou muito a atenção desses desbravadores: a exuberância e diversidade da fauna e flora da região e a abundância de águas límpidas que corriam pelos inúmeros rios e riachos do Planalto Central.

       Esse aspecto natural foi decisivo para a recomendação e o aceite para estabelecer-se, naquele sítio, o quadrilátero do futuro Distrito Federal. Passados cento e trinta anos dessa epopeia e quase sessenta anos da construção da capital, o ambiente visto por aqueles pioneiros científicos naquela época se mostra hoje totalmente diverso do encontrado em nossos dias.

        É possível afirmar, inclusive, que se pudessem regressar hoje pelos mesmos caminhos percorridos, a Missão Cruls já não reconheceria esses sítios. Possivelmente, a visão que teriam dessa região na atualidade causaria espanto e decepção em todos, dada a enorme degradação ambiental sofrida ao longo do tempo, principalmente após a expansão agrícola e pecuária caracterizada pelo intenso processo do chamado agronegócio.

       De lá para cá, extensas regiões de mata e flora foram totalmente dizimadas para dar lugar à monocultura de exportação e à criação extensiva de gado. Como resultado desse avanço do progresso, feito a qualquer custo, de forma indiscriminada em toda a região, o Cerrado exibe hoje, uma pálida imagem do que foi num passado recente.

Foto: canalsustentavel.com.br
Foto: canalsustentavel.com.br

         Quem se der ao trabalho de ler o livro “O piar da Juriti Pepena – Narrativa da Ocupação Humana no Cerrado”, do arqueólogo Altair Sales Barbosa, publicado pela Editora PUC- Goiás em 2014, pode ter uma visão mais abrangente e com base científica sobre o futuro dessa imensa e complexa região, responsável direta pelo abastecimento das mais importantes bacias hidrográficas do país.

     Em alguns trechos dessa obra, um futuro sombrio é apresentado, caso persista a degradação da região pela ação humana. “Com o desaparecimento do lençol freático, seguido da diminuição drástica da reserva dos aquíferos, afirma o pesquisador, os rios iniciarão um processo de diminuição da perenidade, oscilando sempre para menos, entre uma estação chuvosa e outra, e desaparecendo quase que por completo na estação seca. Este fato afetará primeiro os pequenos cursos d’água, depois os de médio porte e, em seguida, os grandes rios.”

            Esses efeitos, ocorridos nos chapadões, diz, afetarão várias partes do Continente, tocando inclusive a calha do rio Amazonas. Mesmo a floresta equatorial deixará de existir, sendo substituída por uma vegetação do tipo caatinga. O Vale do Parnaíba será invadido por dunas arenosas secas. Mesmo o grande rio São Francisco, com a ausência de alimentação constante, irá desaparecer. Com isso, a Caatinga avançará em direção ao Norte. O mesmo ocorrerá com a Bacia Hidrográfica do Paraná, que será invadida pela areia e por erosões colossais, desfigurando toda a região. Efeitos semelhantes ocorrerão na Sub-bacia do rio Paraguai, onde a pouca alimentação do aquífero Guarani irá transformar o Pantanal Mato-Grossense numa extensa área de deserto arenoso, conforme já foi no período Pleistoceno Superior.

           Com isso, a agroindústria irá paulatinamente perder seus níveis de produção.  Efeitos parecidos ocorrerão com os núcleos urbanos formados por essa atividade. Com a diminuição da produtividade, ondas de carência se seguirão. Não haverá água suficiente nem para a agricultura nem para o abastecimento da população.

        A redução do plantio e dos rebanhos, provocados pelo ressecamento das terras, afetarão sobremaneira os núcleos urbanos, com o racionamento de água e de energia elétrica. O aumento de pessoas ociosas, vivendo na periferia das grandes cidades, irá provocar a intensificação da criminalidade, trazendo a decadência dessas cidades, inclusive da capital. Diz o cientista: “Grande parte dos campos agrícolas abandonados, sem a cobertura vegetal necessária para fixar o solo, passará durante algumas épocas do ano a ser assolada por ventos e tempestades fortes, em extensões quilométricas, que criarão uma atmosfera escura carregada de grãos finos de poeira, restos de adubos e outros produtos insalubres e nocivos à saúde.”

      Altair Sales Barbosa alerta ainda que todo esse ambiente distópico irá sofrer com diversas epidemias que provocarão índices alarmantes de mortalidade. Trata-se aqui de uma visão científica do problema. Não de mera ficção.

A frase que foi pronunciada:

“Nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado.” 

Nicolas Behr

Tirinha do cartunista Evandro Alves.
Tirinha do cartunista Evandro Alves

Em 42 anos

Maria Liz Cunha, gerontóloga, diz que em 2060 serão dois idosos para cada jovem no DF. A diferença entre a vida do idoso em Brasília e no Rio de Janeiro é gritante. Por lá, na beira da praia, senhoras e senhores fazem exercícios diários. Nas padarias e lanchonetes, grupos se reúnem com alegria. Pela necessidade de carro para locomoção em Brasília, os idosos se isolam. Faltam políticas públicas.

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outra coisa, é o serviço. O restaurante tem uma péssima cozinha, e cobra preços altíssimos. O que salva são os garçons, que são muito atenciosos. Uma talhada de mamão ou um sorvete, custa 80 cruzeiros, mais dez por cento, e o couvert é de 50 cruzeiros. Um prato de massas custa 350, e uma cerveja custa cem. Como fez mal, a Prudência! (Publicado em 27.10.1961)

LUOS necessita da aprovação tácita de todos os brasilienses

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ARI CUNHA

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Imagem: lagosul.com.br
Imagem: lagosul.com.br

       Todo o cuidado é pouco com a votação da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) que agora retorna para uma apreciação de afogadilho na Câmara Legislativa. Interesses específicos de políticos e empresários na aprovação dessa Lei, há pouco menos de dois meses para as eleições, inspiram cuidados, e principalmente, em meio ao andamento das investigações do Ministério Público e da Polícia Civil na “Operação 12:26”.

         Leis com essa abrangência, capazes de modificar e deturpar o desenho urbano da capital e das áreas adjacentes, não podem, de modo algum, ficar ao arbítrio de pressões de qualquer tipo, muito menos de políticos astutos e de empresários gananciosos, que não medem esforços para expandir seus negócios, sob o falso pretexto de engessamento da cidade. Nesse sentido, não causa nenhuma estranheza que, à frente desse movimento pela aprovação ligeira da LUOS, esteja a presidente da Comissão de Assuntos Fundiários da Câmara Legislativa (CAF), tornada ré junto ao Ministério Público no âmbito da Operação Trick, deflagrada em abril de 2015, que investiga os crimes de falsificação de documentos e fraudes em instituições bancárias. Além desse processo a presidente do CAF, responde também, na primeira instância, a crimes de grilagem de terras e corrupção. Há muito tempo essa coluna vem alertando para as suspeitíssimas relações envolvendo membros da Câmara Legislativa e conhecidos empresários, muitos deles também respondendo inquéritos policiais e sempre de olho grande nas projeções e outras áreas espalhadas pela cidade e pelo entorno.

         Há dois meses das eleições, época em que comumente os políticos buscam patrocínio e todo o tipo de apoio para suas campanhas, aumentam muito os movimentos de aproximação entre políticos e empresários, cada um com sua respectiva moeda de troca. Movimentos dessa natureza, por sua repetição, já se transformaram em algo comum ou mesmo numa tradição corrente. Ocorre que esse tipo de associação é sempre feito contra os interesses soberanos da população, que só toma conhecimento dos resultados dessa união quando ela é levada às barras do tribunal ou quando a imprensa publica.

       A importância do LUOS para o futuro da cidade e dos seus cidadãos não pode, pois, ser deixada ao alvitre de meia dúzia de personagens, principalmente quando eles se tornam suspeitos de estarem confeccionando um projeto que vai atender objetivamente aos seus interesses particulares. O uso político de projetos dessa magnitude, por si só, já induz e torna necessário sua imediata paralisação até que sejam esgotadas, exaustivamente, todas as discussões em torno dessa proposta e até que sejam pesadas e medidas, com rigor, todas as consequências que poderão advir para as próximas gerações de brasilienses, mantendo a capital como eterno patrimônio cultural da humanidade, com suas áreas verdes e espaços abertos, conforme proposta revolucionária e sempre atual de seu idealizador.

A frase que foi pronunciada:

“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.”

Lúcio Costa

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010. (evblogaleria.blogspot.com)

Urnas

Graças às execuções fiscais aplicadas por juízes, a Justiça eleitoral teria a chance de promover uma democracia palpável nessas eleições, adaptando as urnas ao voto impresso.

Charge do Bello
Charge do Bello

TRE

Por falar em eleição, no site do TRE-DF, há um pedido aos mesários para que fiquem atentos à correspondência porque o processo de convocação para as eleições de 2018 já foi iniciado. Houve erros na confecção dos documentos enviados pelos Correios. Para quem for receber a convocação por e-mail, o TER-DF pede que sempre olhe a caixa de spam. Mais de 31 mil eleitores estão sendo intimados para trabalhar nas eleições. Desses, 78% são voluntários.

Imagem: tre-df.jus.br
Imagem: tre-df.jus.br

Obediência à lei

A Coordenação do Movimento Cidadão entregou à Associação Comunitária do Park Way uma missiva que vale a pena registrar. Em relação à ocupação da área pública, na quadra 14 do Park Way, a manifestação de Maria Luiza Nogueira e Maristella Tokarski foi veementemente contra. “A condescendência na flexibilização da legislação só traz desordem e anos à população e, certamente, a conta chegará aos responsáveis”, termina a correspondência.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Abandono, no Palace Hotel. A grama fronteira ao bar da piscina, para o lado da residência dos empregados, está coberta de mato e papéis sujos. Desolação e falta de cuidado. (Publicado em 27.10.1961)

Proteção aos professores

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ARI CUNHA

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Charge: Latuff
Charge: Latuff

         Escolas, pelo importante papel que desempenham no acompanhamento e na formação de seguidas gerações, sempre foram as instituições que mais verdadeiramente espelharam não só a família, mas a sociedade em todas as suas etapas de transformação ao longo do tempo.

       Isso não quer dizer, necessariamente, que as escolas tenham acompanhado e evoluído na mesma rapidez verificada na sociedade. As transformações sociais, provocadas pelo processo contínuo na deterioração dos núcleos familiares tradicionais, têm surpreendido as escolas, colocando em xeque o modelo atual de ensino e, pior, entrado em linha direta de colisão contra os professores. Pais com preguiça de ensinar e medo de educar. Professores sem estímulo e cada vez mais sobrecarregados. Essa situação, por sua gravidade, ganhou dimensões que chegam a superar questões como os baixos salários, a falta de equipamentos adequados e de incentivos para categoria.

        De fato, a falta de educação nas famílias representa hoje o maior problema a afligir a quase totalidade dos professores. Ao inchaço populacional sem paralelo em outras unidades da federação, vieram se juntar a formação de bairros sem infraestrutura e improvisados, onde o desemprego e a falta de equipamentos públicos formam um conjunto de degradação social sem paralelo a outros momentos da nossa história.

        A esse quadro caótico somam-se os casos constantes de violência induzidos pelo consumo de drogas e de bebidas alcoólicas. É em meio a esse ambiente deteriorado que se situam grande parte das escolas públicas hoje, principalmente aquelas situadas nas periferias das capitais, onde os antagonismos e as desigualdades têm gerado um tipo novo de aluno. Não mais aquele rebelde que desejava mudar o mundo nos anos sessenta em diante, mais um público totalmente diverso, criado agora num ambiente em que a sobrevivência pertence aos mais aguerridos.

        Não há escolas e professores hoje que não tenham experimentado esse mundo novo, selvagem e perigoso. A esses ingredientes explosivos vieram se juntar os antagonismos políticos, insuflados por políticos e mesmo professores irresponsáveis que ainda acreditam que as contradições sociais podem ser resolvidas com coquetéis molotovs e arruaças.

       Transformadas de centros de ensino em verdadeiros reformatórios, muitas escolas vivem situações em que professores e funcionários são agredidos e ameaçados diariamente. Sendo que a maioria dos casos ficam circunscritos dentro dos muros escolares para não alarmar a população e não provocar ira maior dos infratores.

       Essa situação surreal já chegou ao conhecimento de instituições internacionais como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo essa entidade, que reúne a maioria dos países do Ocidente, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de agressões, físicas ou verbais, contra professores no ambiente escolar.

       Ciente desse problema, o GDF chegou a editar a Lei 5.531 de 2015, garantindo proteção ao professor e ao empregado da educação, estabelecendo, entre outras providências, que em casos de ameaça ou prática de violência contra o professor, a instituição deve afastar esse trabalhador enquanto perdurar a situação de risco.

       Em outros estados, como em Mato Grosso, a lei 10.473 passou a estabelecer uma política de prevenção à violência contra profissionais da educação, responsabilizando, inclusive, os pais de alunos por essas ocorrências. Quando professores necessitam de proteção legal para trabalhar é sinal de que a situação já chegou ao limite do tolerável.

A frase que foi pronunciada:

“Boas maneiras abrirão portas que a melhor instrução não consegue.”

Clarence Thomas

Charge: Benett
Charge: Benett

Alternativa

Em uma discussão na Câmara dos Deputados, Osmar Guerra sugeriu que a escola que funciona bem deveria ser premiada, para estimular as outras. Hoje quem não trabalha e quem trabalha têm o mesmo resultado. Então, para que se esforçar? Isso é da condição humana, instintiva. Bons professores e boa prática educacional merecem o reconhecimento do Ministério da Educação.

Foto: Paula Resende/ G1 (g1.globo.com)
Foto: Paula Resende/ G1 (g1.globo.com)

Reciprocidade

Não há um rastreamento possível nos portais de transparência, onde o contribuinte possa acompanhar o uso das verbas do orçamento repassadas para a União, Estados e Municípios, principalmente para a Educação. Se voltássemos ao tempo em que a população era fiscal do governo, talvez as quase 2 mil crianças do Recife não estariam fora da escola. Há dinheiro, mas as obras paradas e atrasadas tiram a oportunidade das crianças. Até quando as falhas de governos serão toleradas?

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

Outros tempos

Ninguém mais fala na PEC da Felicidade. O senador Cristovam, autor da PEC, está na frente na corrida para o Senado. Professor, o parlamentar pelo DF conhece a realidade educacional do país. Com tanta violência nas escolas, essa geração está fadada a se distanciar da felicidade. Seja ela obrigada a ser alcançada por uma Proposta de Emenda à Constituição ou não.

Foto: Agência Senado
Foto: Agência Senado

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O almirante Pena Boto foi fazer propaganda do comunismo nos Estados Unidos, e, antes de sair, falou mal do presidente, como se fosse seu parceiro. Aliás, esse almirante é responsável pelo grande número de adesões ao PC, que se verificaram ultimamente.  (Publicado em 27.10.1961)

Somos todos culpados

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ARI CUNHA

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Charge: cicero.art.br
Charge: cicero.art.br

             Interferências políticas na máquina pública têm sido uma constante ao longo de toda a nossa história e, pelas experiências resultantes dessas práticas, torna-se mais do que evidente que esse imiscuir é totalmente nocivo para a sociedade. Esse fato decorre de que a influência política é sempre feita para benefício do próprio autor e de seu grupo, desprezando, portanto, o interesse público.

           Além dessa distorção, trazer malefícios diretos ao conjunto da sociedade, ela produz uma casta de pseudos funcionários que passa a agir sob o comando de grupos alheios ao serviço público. Os exemplos dessa prática malsã se repetem às centenas a cada novo governo.

           Um exemplo dessa distorção é observado na rotineira prática das indicações políticas, feitas por parlamentares da base de apoio ao governo nos legislativos federal e local. A persistência desse modelo, que se enquadra no conhecido toma lá dá cá, vem, ano após ano, produzindo todo o tipo de escândalos, alimentando as páginas do noticiário policial e, como acontece quase sempre, sem a devida punição aos envolvidos.

              Nesses casos, o prejuízo acaba recaindo sobre os contribuintes, uma vez que a justiça não consegue chegar à bom termo quando o assunto é o binômino imunidade versus impunidade. O arrastar molenga das ações envolvendo as más ações políticas encontra nos tribunais superiores um campo ideal.

            Sabedores dessa situação, a cada ano novas e repetidas investidas políticas são feitas sobre a máquina pública, com resultados sempre ruins para os pagadores de impostos. Aqui no Distrito Federal, essas distorções ganharam vulto exatamente após a instalação da Câmara Distrital.

               Seguindo um costume que já virou tradição no Brasil, os deputados distritais passaram, desde o primeiro dia da primeira legislatura, a adotarem os mesmos mecanismos, indicando prepostos para postos chaves para a máquina administrativa do DF, no intuito claro de formar um grupo, dentro do governo, que passa a agir sob o comando exclusivo do padrinho político, obedecendo ordens e executando missões, muitas vezes contrárias e lesivas ao interesse da população.

              Não surpreende, pois, o tamanho da folha de pagamento e o tamanho dos escândalos que se sucedem num ritmo constante. Leitura diária nos jornais locais dão conta desse mecanismo disfuncional que onera o cidadão, provocando reflexos no bom atendimento nos hospitais, nas muitas carências observadas nas escolas públicas, na segurança pública e por aí vai.

              Curioso e preocupante que esse fenômeno conta, além da rendição obrigatória do Executivo aos interesses políticos de sua bancada, dentro de um governo de coalizão, ele é fruto também da vontade do eleitorado, que a cada quatro anos, se dirige as sessões de votação como gado marcado para morrer, alheio as próprias necessidades, como se votar fosse apenas uma festa da democracia em que ele não tivesse participação decisiva. Para eleitores assim, todo o castigo é pouco.

A frase que não foi pronunciada:

“Vendam o voto. Mas não entreguem a mercadoria!”

Gerson, querendo levar vantagem em tudo

 

Charge: chargesdoedra.blogspot.com
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Celular

Ontem foi o dia do pedestre. O uso de celular é responsável por 80% dos acidentes causados em transeuntes. Na Alemanha, em Ausburg, a prefeitura estendeu o sinal dos semáforos para o chão. Assim, o aficionado por celular consegue captar o sinal enquanto estiver lendo ou teclando.

Charge: radarnacional.com.br
Foto: radarnacional.com.br

Despenca

O mercado está em baixa. Uma sala onde o dono oferece 6 meses de carência, onde o inquilino economizaria R$1.200 mensais, pagando apenas o condomínio e IPTU, não consegue ser alugada. Faixas de vende-se por todos os lados em empresas de Brasília.

Dada a largada

O TRE começa a dar posse aos voluntários que trabalharão nas eleições. A comunicação continua a chegar pelos Correios e há possibilidade de o tribunal se comunicar também por e-mail. A expectativa dos mesários é que os fiscais de partido aumentem, já que apenas os partidos de esquerda estão preocupados em acompanhar os trabalhos nas seções.

Foto: Reprodução TSE
Foto: Reprodução TSE

Outros tempos

Na última sequência das histórias de Brasília, foi publicado, em outubro de 1961, uma declaração do deputado Amaral Furlan ao então ministro Ulisses Guimarães. Era um voo ministerial onde a reclamação se resumia em protestar contra os ministros, que apesar de não pagarem as passagens, eram os primeiros a entrar no avião da Panair. Naquele tempo, a aeronave servia uísque escocês para os passageiros ilustres. Já em terra, em Brasília, as autoridades dividiam espaço tranquilamente com os passageiros.

Registro

Joaquim Pinheiro, jornalista com mais de 30 anos de atuação, lança o livro “Relatos, notícias e memórias”. Será no shopping Midway, em Natal, dia 15.

Imagem: rodrigoloureiro.com.br
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HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Em Brasília, entretanto, os ministros ficam em contato com os passageiros sem aborrecimentos. É praxe da cidade, quebrada apenas por poucos indivíduos inconvenientes. (Publicado em 26.10.1961)

Segurança pública na agenda

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Charge: segurancamonitoramento.org
Charge: segurancamonitoramento.org

         Seja lá quem for candidato ungido com a maioria dos votos nas próximas eleições para presidente da República, uma coisa é certa: terá, já no primeiro dia de trabalho, que se haver com a questão da segurança pública, tornada hoje um assunto premente e que pode facilmente ser colocado como um problema de vida ou morte.

        O status alcançado por esse tema, num país onde não faltam problemas sérios de toda a ordem, se deve ao fato de que estão morrendo mais brasileiros hoje, de forma violenta, do que nas mais cruéis guerras espalhadas pelo mundo afora.

         Considerado por outro prisma, é possível constatar, sem maiores alarmes, que o que assistimos hoje, na maioria das ruas de nossas cidades, é um verdadeiro clima de guerra civil. Os constantes tiroteios, como estamos acostumados a acompanhar diariamente, ao vivo e a cores na antiga capital do país, com o uso de armamentos de guerra, falam por si. Mesmo o uso das Forças Armadas nesses conflitos, comprovam, de modo enviesado, que há muito adentramos para o labirinto sinistro da guerra interna.

      Colocada sob o ponto de vista histórico, podemos afirmar, sem exagero, que a grande ameaça que o regime militar via nos anos sessenta, com a guerrilha urbana, e que levou ao endurecimento do regime e a perda completa dos direitos civis, nem de longe se compara com a situação atual de nossas cidades, capturadas por organizações criminosas que agem com táticas típicas de guerra e que, aos poucos, estão se espalhando por todo o continente, crescendo em poderio e internacionalizando-se.

      Questões que antes poderiam ocupar a agenda do governo como o endurecimento das penas ou a certeza de punição, perdem importância e passam a segundo plano. Mesmo assuntos como a superlotação dos presídios ou a liberalização das drogas, nessa altura dos acontecimentos, já não são de sumo interesse.

        O que parece importar agora é quando agir. De preferência o mais urgente possível e, ainda por cima, contando com o auxílio de todo o aparato de segurança do continente, numa ação conjunta e coordenada. Em casos dessa natureza é preciso, à semelhança do que ocorreu com a ideologia de segurança nacional dos anos sessenta, decretar o fim das salvaguardas legais com que o crime conta atualmente, pondo fim a livre comunicação entre os chefes de quadrilha e o mundo exterior.

        Diante da amplitude do problema, a confecção de leis, do tipo populista, feita apenas para agradar ao eleitor, de nada adianta. É preciso entender que a criminalidade hoje adota modelos copiados em outras partes do mundo.

       A internet, ensina a fabricação de bombas. O poderio da bandidagem já é capaz de aliciar policiais, juízes e outros agentes da lei; estão infiltrados inclusive no legislativo.

       Obviamente, que nenhuma medida ou ação terá o condão de reestabelecer a segurança pública sem que antes se adote as chamadas prevenções primárias, que consistem basicamente nas reformas socioeconômicas que têm na educação, seu carro chefe.

       Em nosso caso, a situação de caos experimentada pela segurança pública encontra ainda um forte complicador que é representado pela dimensão tomada pelos casos de corrupção que parecem enferrujar e paralisar os mecanismos da máquina pública, tornando qualquer ação inútil do ponto de vista prático.

        De fato, há um abismo a ser transposto e só é possível vencê-lo com a participação conjunta de toda a sociedade, afinal esse é um problema de todos nós.

A frase que foi pronunciada:

“A segurança pública está ruindo.”

José Mariano Beltrame, ex-secretário de segurança do Rio de Janeiro.

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

Vale a visita

Uma beleza ver o Centro de Convenções lotado de jovens estudantes animados. Alunos do IFB de todo o país se encontram em Brasília, no Centro de Convenções. Trata-se do Conecta IF, um encontro de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. São vários stands onde os alunos transmitem aos visitantes o conhecimento em sua área. Além disso, palestras, shows, workshops, tudo é aberto à comunidade.

Super valorizada

Está certo que a água se tornou um produto de valor. Mas daí a se pagar uma passagem de avião pela Latam Brasília-Rio e ter só água servida no voo, é um disparate. Quem te viu e quem te vê.

Logo: latam.com
Logo: latam.com

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Revolta total dos motoristas que estão dirigindo com a carteira provisória. Depois de pagar autoescola e várias taxas do Detran, nossa leitora informa que o Departamento de Trânsito está cobrando mais uma taxa de R$ 138,00 para ter a carteira de motorista definitiva.

Aborto

Bruna Ribeiro colheu por toda a Internet estudos científicos contra o aborto. Depoimentos, fotos, filmes. Vale a pena ver no Blog do Ari Cunha, do dia 5 de agosto. Não é possível ficarmos calados diante dessa matança cheia de interesses escusos por trás.

Foto: Minervino Junior/CB/DA Press
Foto: Minervino Junior/CB/DA Press

HISTORIA DE BRASILIA

Em Brasília, entretanto. Os ministros ficam em contato com os passageiros sem aborrecimentos. É praxa da cidade, quebrada apenas por poucos indivíduos inconvenientes. (Publicado em 26.10,2018).

Defensores de homens e da natureza

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: Feliciano
Charge: Feliciano

               No Brasil, quem ousa defender a vida, seja dos cidadãos ou do meio ambiente em geral, é logo tornado alvo e morto, impiedosamente, por bandidos que integram organizações ou a mando de empresas legais, muitas delas tornadas poderosas, graças aos incentivos e isenções que recebem dos cofres públicos e graças à proteção e ao lobby que recebem de numerosas bancadas, com assento no Congresso Nacional.

                 Por ano, uma média de mais de 500 policiais são assassinados em todo o país. Trata-se de um número assustador e que demonstra, com clareza, que aqueles profissionais que são treinados pelo Estado, muitos deles jovens, para dar proteção à sociedade, contra a criminalidade crescente, estão, às centenas, tombando em combate, deixando um flanco aberto para a escalada da criminalidade entre nós.

           Utilizando, muitas vezes, armas obsoletas e de baixo calibre, sem opção de fogo contra o armamento sofisticado exibidos pelos bandidos, nossos policiais são presas fáceis do crime. A cada ano, tem crescido o número desses profissionais mortos por delinquentes. Em 2018, as estatísticas se repetem, como um policial morto a cada 54 horas, apenas no estado do Rio de Janeiro. Aqui em Brasília, a situação se repete. Em 2017, 20 policiais foram mortos e outras dezenas feridos com gravidade em todo o Distrito Federal e nas regiões do entorno.  O problema é que estatísticas são elaboradas apenas para preencher formulários com uma aritmética fria que logo são deixadas de lado e parecem não possuir influência ou impactos maiores quer sobre as autoridades, quer sobre os próprios cidadãos, bombardeados com dados e gráficos todos os dias.     Se a situação daqueles que defendem a sociedade contra o avanço da criminalidade nas cidades é de calamidade, o mesmo ocorre em relação àqueles que defendem o meio ambiente.

Charge:
Charge: Lute

             Relatório apresentado há pouco pela ONG britânica Global Witness (GW) acusa o Brasil de ser o país com o maior índice de ativistas ambientais assassinados. O relatório, com dados do ano de 2017, mostra que das 207 vítimas identificadas em 22 países naquele ano, 57 mortes foram contabilizadas em nosso país. Desse total, 60% ocorreram na América Latina.

         De acordo com a GW, 2017 foi um dos anos mais violentos para aquelas pessoas que defendem o meio ambiente. “A comida em nossos pratos, os anéis em nossos dedos e os móveis de madeira em nossas casas: muitas vezes há uma realidade violenta por trás dos utensílios domésticos do nosso cotidiano. À medida que o agronegócio cresce, as florestas tropicais são derrubadas e a mineração continua a gerar enormes receitas para as grandes corporações globais, ocorrem ataques cada vez mais brutais aos defensores da terra e do meio ambiente”, diz o relatório da GW.

            De acordo com essa ONG, o agronegócio, a mineração e o extrativismo têm sido apontados como os setores mais perigosos para todos aqueles que querem a Terra partilhada por todos.

A frase que foi pronunciada:

“Esqueça-se. Seja eterno. Torne-se parte do seu ambiente.”

Yayoi Kusama, artista plástica e escritora japonesa

Imagem: profluizeduardo.com.br
Imagem: profluizeduardo.com.br

Aborto

Veja no blog do Ari Cunha de ontem, depoimentos, filmes, fotos e frases sobre o aborto. Participe nos comentários!

Foto: hojeemdia.com.br
Foto: hojeemdia.com.br

Será?

Álvaro Dias, candidato à Presidência, declarou que não aceitará indicações políticas para ministérios nem para agência reguladoras, dando a entender que o conhecimento técnico será prioridade. Como isso irá refletir na candidatura ninguém sabe. Às vezes o apoio da população pode ter o peso para a aceitação no Congresso. Será que podemos acabar com o toma lá, dá cá?

Foto: jornalivre.com
Foto: jornalivre.com

Energia

Recebemos uma carta de Rangel Ferreira, presidente da Associação Brasiliense de Energia Solar Fotovoltaica expondo a preocupação quanto alguns esclarecimentos necessários aos leitores. Acompanhando o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica, o Brasil percebe o impacto ambiental no uso de combustíveis fósseis e começa a rever a política energética a longo prazo, dinamizando o uso de novas fontes renováveis de energia. No blog do Ari Cunha, a íntegra do artigo.

Imagem: portalsolar.com.br
Imagem: portalsolar.com.br

–> A energia solar fotovoltaica como vetor de desenvolvimento sustentável

          Na medida em que os principais países do mundo partem cada vez mais para a utilização de energias renováveis em suas matrizes elétricas é de se esperar que novas tecnologias se desenvolvam e contribuam para o desenvolvimento dos setores elétricos mundo afora, como é o caso da energia solar fotovoltaica. Países desenvolvidos, que reconhecidamente utilizaram durante décadas combustíveis fósseis como carvão e petróleo como fonte de energia, recentemente revisaram suas políticas energéticas, avaliaram os impactos ambientais causados ao meio ambiente ao longo do tempo e como consequência decidiram atualizar suas matrizes energéticas ampliando e incentivando o emprego de fontes renováveis de energia.

              O conceito de Desenvolvimento Sustentável foi apresentado, em 1987, no Relatório Brundtland. A definição predominante e comumente empregada de desenvolvimento sustentável consiste no desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. Grandes reuniões se sucederam, como foi o caso da RIO 92, sediada no Brasil, contribuindo para despertar e trazer ao conhecimento popular as observações e constatações de que o clima estava sendo afetado pelo desenvolvimento humano, em especial, o aquecimento global.

             Com isso, foram adotadas políticas mundiais no tocante a combater especialmente as mudanças climáticas, como foi o caso do Protocolo de Quioto, em 1997. O protocolo tinha como objetivo principal evitar o aumento das emissões de CO2 na atmosfera contribuindo assim para a estabilidade climática. Os prejuízos do aquecimento global além de afetar a existência de populações residentes em ilhas com o aumento do nível do mar, acarretariam em mudança climáticas significantes que poderiam impactar profundamente a forma do ser humano produzir e atender suas necessidades. O protocolo evoluiu recebeu críticas, apoios, esteve a ponto de ser extinto, porém foi resgatado, evoluiu e se transformou no Acordo de Paris, assinado pelo Brasil em 2015 e ratificado e promulgado em 2016 e 2017, respectivamente.

               Entre as metas assumidas pelo Brasil para contribuir com o acordo estão a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para isso, o país deverá aumentar a participação da bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, além de garantir a participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.

            No tocante ao financiamento, o Acordo de Paris determinou que os países desenvolvidos investirão 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança do clima e adaptação, em países em desenvolvimento. Para garantir que mais países pudessem financiar projetos com objetivos de contribuir para os objetivos do acordo foram autorizados financiamentos entre países em desenvolvimento. Abriu-se, portanto, uma vasta gama de oportunidades para todos os países em desenvolvimento. O Brasil desponta como um dos países com maior atratividade de projetos e ações de apoio às mudanças climáticas.

           A matriz elétrica brasileira é composta atualmente por 0,78% de energia solar, 7,81% de eólica, 8,72% de biomassa e 60,76% de hídrica. Ao todo, 78,07% da matriz elétrica brasileira é renovável. Porém, para fins de cálculos e validação do Acordo de Paris, a matriz hidráulica não é computada como energia renovável, o que reduz significativamente a participação das energias renováveis na matriz elétrica nacional, para 17,31%. Ou seja, para o país atingir os compromissos determinados será necessário praticamente triplicar a matriz energética renovável do país. A composição final da participação de cada fonte de energia na matriz energética ainda não está clara, mas sem dúvidas os investimentos mais significativos estarão na energia solar, que não corresponde a 1%.

              Os desafios para atingir as metas propostas para a energia solar são incontáveis, porém não faltam estímulos e oportunidades num país tropical de proporções continentais e que apresenta uma das melhores radiações solares do planeta. Além disso, a democratização por parte dessa iniciativa, através da publicação da Resolução Normativa 482/12 (REN 482/12) publicada pela ANEEL e sua posterior atualização, através da REN 687/15, permitiu a popularização de sistemas de energia solar fotovoltaica no Brasil através da Geração Distribuída. Os consumidores passaram a ter oportunidade direta de contribuir para a diversificação da matriz elétrica nacional, o que possibilitou a instalação de mais de 30 mil de sistemas no Brasil, nos últimos dois anos, o que contribuiu para inserção de mais de 300 MW de energia solar na matriz elétrica nacional.

          E, é com essa participação popular, que o Brasil deve esperar atingir suas contribuições e voltar a ser visto como referência internacional no tocante ao uso de energias renováveis. Retomar o protagonismo mundial nas discussões e acordos mundiais sobre mudanças climáticas, bem como voltar a ser considerado um defensor do desenvolvimento sustentável. É imperioso que o país avance ainda mais nas regulações normativas evitando qualquer intervenção indevida no setor energético, em especial, na Geração Distribuída. Ampliar, dentro do possível, a potência instalada dos minigeradores de energia de 5 MW para 10 MW e, futuramente, numa próxima revisão das resoluções normativas, a possibilidade de comercialização dos créditos gerados na geração distribuída, tal qual ocorre no mercado livre de energia.

RANGEL FERREIRA

Presidente da Associação Brasiliense de Energia Solar Fotovoltaica

Eles e Elas

Sem críticas ou julgamentos, a sociedade brasileira, com o empurrão de inúmeros estabelecimentos de ensino, começa a evitar o tratamento dos alunos por gênero. Meninos ou meninas agora são crianças, aluno ou aluna agora são estudantes. Não ficou bem claro a razão disso. Mas parece que é o futuro chegando.

Imagem: raciociniocristao.com.br
Imagem: raciociniocristao.com.br

 Agenda positiva

Hospital do Paranoá, madrugada de domingo para segunda-feira. Atendimento aos moradores do Itapuã e Paranoá tranquilo. Dr. Marcelo Martins muito atencioso com os pacientes.

Foto: blogdoguilhermepontes.com.br
Foto: blogdoguilhermepontes.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outra particularidade do vôo ministerial: no Rio, os ministros são levados para uma sala da Panair, com portas à prova de “curiosos”, com porteiro e tudo. (Publicado em 26.10.1961)

Pela vida. Sempre.

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

–> A ARTE contra o aborto:

Esta escultura é obra do artista tcheco Martin Hudáček e se chama “Memorial a Criança Não Nascida”.

A criança perdoa a mãe pelo crime do aborto.

A mãe é mármore: o peso e a dor do arrependimento.

A criança é translúcida: como o perdão.

Esta escultura é obra do artista tcheco Martin Hudáček e se chama "Memorial a Criança Não Nascida". A criança perdoa a mãe pelo crime do aborto. A mãe é mármore: o peso e a dor do arrependimento. A criança é translúcida: como o perdão.

Escultura  de Timothy Schmalz.

Mostra a desolação de um Anjo da Guarda diante do berço vazio da alma que lhe foi confiada:

um bebê abortado pela mãe.

–> AS CIÊNCIAS DA SAÚDE contra o aborto:

         “Uma forma de se colocar esse questionamento é se podemos valorar a dignidade da pessoa humana. Porque se começamos a valorar esta dignidade de tudo o que é humano e relativizamos isso, começamos a definir quem fica e quem sai, quem morre e quem vive, quem é útil para a sociedade e quem é inútil.

          Por exemplo: podemos dizer que um idoso com estágio avançado de alguma tipo de demência seja inútil? Por sua funcionalidade ao Estado, talvez. Mas e pela dignidade da pessoa humana? Podemos dizer que um réu confesso de um crime deixa de ser humano e por isso perde a sua dignidade enquanto pessoa? Também não; apesar de sabermos da necessidade de punição. 

         Então por que quando falamos de fetos (que são vidas, biologicamente falando), não nos damos ao trabalho de fazer esta discussão? O que está em jogo é a dignidade da pessoa humana em todo e qualquer contexto! Do nascituro ao idoso, do vulnerável ao excluído.”

Angela Ferreira, Psicóloga.

 

 

–> As CIÊNCIAS HUMANAS contra o aborto:

 

–> As MULHERES contra o aborto:

 

–> Os CRISTÃOS contra o aborto:

Foto: Paul Haring/CNS.
Foto: Paul Haring/CNS.

“A cultura do relativismo é a mesma patologia que impele uma pessoa a aproveitar-se de outra e a tratá-la como mero objecto, obrigando-a a trabalhos forçados, ou reduzindo-a à escravidão por causa duma dívida. É a mesma lógica que leva à exploração sexual das crianças, ou ao abandono dos idosos que não servem os interesses próprios. É também a lógica interna daqueles que dizem: «Deixemos que as forças invisíveis do mercado regulem a economia, porque os seus efeitos sobre a sociedade e a natureza são danos inevitáveis». Se não há verdades objectivas nem princípios estáveis, fora da satisfação das aspirações próprias e das necessidades imediatas, que limites pode haver para o tráfico de seres humanos, a criminalidade organizada, o narcotráfico, o comércio de diamantes ensanguentados e de peles de animais em vias de extinção? Não é a mesma lógica relativista a que justifica a compra de órgãos dos pobres com a finalidade de os vender ou utilizar para experimentação, ou o descarte de crianças porque não correspondem ao desejo de seus pais? É a mesma lógica do «usa e joga fora» que produz tantos resíduos, só pelo desejo desordenado de consumir mais do que realmente se tem necessidade. Portanto, não podemos pensar que os programas políticos ou a força da lei sejam suficientes para evitar os comportamentos que afetam o meio ambiente, porque, quando é a cultura que se corrompe deixando de reconhecer qualquer verdade objectiva ou quaisquer princípios universalmente válidos, as leis só se poderão entender como imposições arbitrárias e obstáculos a evitar.”

(Papa Francisco, Laudato si, parágrafo 123)

Foto: chastityproject.com
Foto: chastityproject.com

“Separe o ato sexual da geração de filhos e você também separará o sexo do contexto matrimonial – tanto em princípio quanto na prática. Enquanto a conexão natural entre o ato sexual e os bebês for mantida, percebemos intuitivamente que a relação sexual é o contexto adequado para aqueles que se comprometeram a criar filhos: esse compromisso é chamado casamento. Insira a contracepção nesse nó apertado do vínculo casamento-sexo-bebês e tudo começa a se desmanchar.” 

(Christopher West)

Logo: pt.churchpop.com
Logo: pt.churchpop.com

“Em todas essas ocasiões, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, fiel à sua missão evangelizadora, reiterou a “sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil”

(CNBB, Nota Pela vida, contra o aborto, 11 de abril de 2017)

 

–> O que NÃO te falam sobre o aborto (pessoas que descobriram a verdade da pior forma):

Leia sobre em: Casos reais de abortos “mal” sucedidos.

 

 

–> O aborto em NÚMEROS:

 

–> O ATO (obs.: vídeos e imagens fortes; imagens reproduzidas da internet):

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–> Eles QUASE nos foram tirados:

Imagem: reproduzida do Instagram
Imagem: reproduzida do Instagram

 

–> Somos MAIORIA SIM e somos a favor da VIDA. SEMPRE!!!

Está rodando no WhatsApp a seguinte campanha:

Os abortistas dizem que o Brasil é a favor da descriminalização do aborto. Será? Que tal informá-los que estão errados? Mande uma mensagem para a imprensa: “Eu sou contra o aborto.” Vamos inundar as caixas de mensagens dos jornalistas! (Abaixo, segue a lista com os números de WhatsApp de alguns noticiários).

  • RJ TV: +55 21 99424-2523
  • CBN São Paulo: +55 11 99911-9981
  • CBN Vitória: +55 27 99299-4297
  • EP TV: +55 19 99992-0000
  • Band News: +55 21 99623-6060
Foto: catedraldepalmas.com.br
Foto: catedraldepalmas.com.br

“ESCOLHE POIS A VIDA.”

Deuteronômio 30, 12-19

Taquari

Foto: brasiliadefato.com.br
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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Foto: Construção do Trevo de Triagem Norte (brasiliadefato.com.br).

            Estabelecer hoje parcelamentos de expansão urbana em áreas onde há a presença de importantes aquíferos, além de discutível, coloca o futuro de milhões de pessoas sob um sério risco. Sem água, não há vida e muito menos condições de fixação de populações.

           Construtores, empreendedores e muitos políticos não se sensibilizam com questões dessa natureza. Aliás, a natureza, na visão dessa gente, tem que oferecer lucros, não importando de que maneira. Há um consenso geral que considera ser impossível, hoje em dia, a construção de Brasília, nos moldes em que foi erguida naquele período. A razão é que as imensas movimentações de terras para aplainar as grandes áreas, onde seriam implantados todo o Plano Piloto, ocasionaram o assoreamento e aterramento de muitos córregos e matas ciliares que existiam nessas áreas, provocando um verdadeiro extermínio de plantas, animais e de nascentes.

          Ainda hoje, não se sabe, ao certo, a extensão desses estragos. O que se vê é que jazem sob ruas, avenidas e quadras residenciais da cidade, um grande número de cursos d’água que cederam lugar ao avanço poeirento do progresso. Justificar essa imensa destruição da natureza, numa época, em que não se discutiam assuntos dessa ordem, é tempo perdido. O fato é que os homens parecem não aprender com o passado. A construção do Trevo de Triagem Norte (TTN), considerada fundamental para o pesado escoamento viário daquela região, aterrou, sem dó, nem piedade, importante nascente de água que existia de um lado e outro da Ponte do Braguetto, assoreando, de morte também, o grande espelho de água que recebe as águas do córrego Bananal.

             Ninguém protestou. As construtoras e os empreendedores aplaudiram. Parte da população ficou inerte tendo as reclamações abafadas pelo barulho das máquinas. Segue a passagem das estações assinalando ameaçadoramente, para todos, que os períodos de estiagem vão ficando cada vez mais prolongados e os reservatórios que abastecem a cidade com índices de cotas cada vez menores.

            O que seria impensável no passado, no caso a utilização das águas do Lago Paranoá, que coleta grande parte do esgoto da cidade, para o consumo humano, hoje é uma realidade que, ainda por cima, é comemorada como trunfo para alguns. Aos poucos, vamos deixando para trás a certeza de que só a preservação do meio ambiente tornará possível o estabelecimento de pessoas na região, em troca de um futuro incerto, debitado na conta das gerações vindouras. Indiferentes a essa realidade que nos ameaça, prosseguimos erguendo bairros sobre o que restou de natureza, apenas para atender à uma demanda criada pelos especuladores e umas poucas autoridades públicas.

          Num ciclo que parece não ter fim, a cada ano, os brasilienses de boa índole assistem, sem meios de agir, ao estabelecimento de novas expansões urbanas. Norte, Sul, Leste e Oeste, vamos cercando toda a capital com assentamentos mal planejados, favelas, invasões disfarçadas em condomínios, com áreas rurais tendo sua destinação primária mudada ao sabor dos ventos.

          O caso em pauta, nesse momento, é a expansão do Setor Habitacional Taquari, numa região que abriga os córregos do Urubu e Jerivá, considerado importante sítio de recarga de aquífero. Para se ter uma ideia da importância dessa região, basta dizer que mais de 50% da água pura, que ainda chega a bacia do Paranoá, provém dessa região, conhecida como Serrinha.

          A expansão das etapas II e III desse bairro irá afetar, segundo ambientalistas, mais de cinquenta pequenos cursos de água limpa que ainda insistem em correr por essa região. Há inclusive estudos do Prodema que atestam que a diluição de esgoto no Lago Paranoá chegou ao limite. Dejetos de toda a natureza, produzidos por bairros programados para receber milhares de famílias, nunca é devidamente estipulado.

            É corrente a constatação de que a maioria dos projetos de amenização dos impactos ambientais gerados por projeto de assentamento, na sua grande maioria, não são implementados ou, quando o são, ficam muito aquém do necessário.

         Vivemos tempos contraditórios. Engatinhamos a caminho do desenvolvimento. Ainda não aprendemos a erguer, sem destruir ao mesmo tempo. A questão aqui é que, objetivamente, vamos alargando desertos áridos em nossa volta. Não bastassem os enormes latifúndios de monocultura que derrubam o cerrado para benefício apenas dos donos dessas áreas, vamos também destruindo o que ainda resta do verde e da água, contidos nesse pequenino quadrilátero chamado Distrito Federal.

A frase que foi pronunciada:

“Não se pode fazer voltar a água que passou nem a hora que transcorreu.”

Ovídio

Charge: NEF. (homolog.jornaldebrasilia.com.br)
Charge: NEF. (homolog.jornaldebrasilia.com.br)

Dados

Há um caso de subnotificação em relação a crimes cometidos nas regiões onde delegacias estão desativadas. As estatísticas não correspondem com a realidade. Rodrigo Franco, presidente do Sinpol, dá o exemplo da área rural do Paranoá, como a comunidade Café Sem Troco, que fica a 43 quilômetros do Paranoá.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Aliás, nesse vôo, os ministros tomam uísque escocês, e os passageiros comuns saboreiam o nacional. (Publicado em 26.10.1961)

A difícil arte de ensinar

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

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Charge: chargesdodenny.blogspot.com
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       Basta uma observação superficial para constatar que alguma coisa em nosso modelo de ensino não vai bem. Análises exaustivas, das mais diversas, sob diferentes focos, têm sido feitas e os resultados parecem apontar para lugar nenhum. O que acontece hoje em nossas salas de aula, principalmente no ensino público, demonstra de fato que prosseguimos por caminhos incertos.

       Fossem instaladas câmeras em algumas dessas escolas, de Norte a Sul do país, para registrar o dia a dia de alunos e professores em sala de aula, o resultado mostraria, de forma inconteste, uma realidade que, em muitos casos, gostaríamos de não assistir. Violência, em todos os seus graus, opondo aluno contra aluno, brigas de gangues, consumo de drogas, agressões contra professores, ao pessoal de apoio, e uma infinidade de ações absolutamente fora de controle parecem ter tomado conta de nossas escolas.

          Na verdade, as escolas espelham a sociedade tal como ela é. Somente com a questão da indisciplina, que vem se alastrando por boa parte das instituições públicas de ensino, perde-se um tempo precioso para o bom desenvolvimento do conteúdo programático.

     A indisciplina amedronta também os próprios alunos e tem atingido, sobremaneira, muitos professores, obrigando-os, inclusive, a se afastarem do magistério. A violência, que tem tomado as ruas de nossas cidades, vem também se repetindo com mais intensidade dentro das nossas escolas. O que fazer?

        Sem mudar a sociedade, pouco pode ser feito dentro das escolas. Essa questão, vista de outra maneira, indica que é preciso e urgente empreender mudanças dentro das escolas, para depois ver como essa nova postura prática pode influenciar no comportamento da própria sociedade.

          A afirmação de Lévi-Strauss de que “passamos da barbárie à decadência, sem conhecer a civilização”, pode vir a ser confirmada em nosso país, caso deixemos as coisas como estão. Países como é o caso da Suécia, distante em quilômetros e progresso social da gente, começa a perceber e a encarar as chamadas novas pedagogias como erro histórico.

        Métodos adotados atualmente, dando mais iniciativa e liberdade aos alunos em sala de aula, têm se mostrado incapazes de conduzir a educação à um bom termo, ao mesmo tempo em que retiram do professor a condução básica de dirigir o processo de ensino. Pelo menos é o que tem constatado a pedagoga e catedrática sueca, Inger Enkvist.

         A autora de vários livros sobre educação e atual assessora do governo sueco para assuntos de pedagogia acredita e defende que as escolas hoje, mesmo num momento em que pais e filhos parecem estabelecer relações diferente daquelas do passado, necessitam estar conscientes de que sua tarefa principal é ainda de formar, intelectualmente, os jovens das diversas idades. Para ela, a escola não pode ser uma creche e nem o professor ser transformado em um psicólogo ou assistente social. A formação intelectual, fornecida pelas escolas, visa, em sua opinião, prepará-los para o mercado de trabalho, transmitindo-lhes cultura, ao mesmo tempo em que irá proporcionar a todos uma ideia de ordem social. Esses conceitos devem ser reforçados ainda mais, já que as escolas constituem a primeira instituição com a qual as crianças se deparam na vida.

        Nesse sentido, a pedagoga reforça que os professores devem mostrar que existem regras, dentro e fora da escola, que precisam ser seguidas. Para tanto, diz, é preciso mostrar que o professor é a autoridade local e deve ser respeitado, assim como seus colegas de classe.

         Para Inger Enkvist, é impossível aprender bem sem disciplina. “Não se é bom professor apenas pelo que se sabe sobre a matéria, nem só porque sabe conquistar os alunos. É preciso combinar ambos os elementos: atrair os alunos para a matéria para ensiná-la adequadamente. É preciso recrutar professores excelentes em que alunos, pais e autoridades possam confiar. E a menos que haja uma situação grave, devemos deixá-los trabalhar”, afirma a pedagoga. É um assunto a ser pensado com seriedade por aqui.

A frase que foi pronunciada:

“As ditaduras são sempre corruptas, porque roubaram o que pertence a todos: a liberdade de participar do poder “. 

Inger Enkvist

Charge: dukechargista.com.br
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Quermesse

Leve seu copo para o templo budista nesse final de semana. A edição 2018 da Quermesse é ecológica. Os copinhos serão cobrados.

Imagem: facebook.com/events
Imagem: facebook.com/events

Agências

Algumas mudanças previstas pelo Senado Federal para as agências reguladoras. A mais importante é a obrigatoriedade de apresentar um plano de gestão anual ao Congresso.  A Lei Geral das Agências Reguladoras, do senador Eunício Oliveira, também prevê o serviço de ouvidoria à disposição dos usuários. A sugestão da senadora Rose de Freitas é que seja programada uma consulta pública para qualquer edição de atos normativos das agências.

Detran

Mais cedo ou mais tarde, o Detran vai precisar ceder em relação ao estacionamento pago nas entrequadras. A arrecadação das multas é grande nessa área. Mais uma razão para poupar o contribuinte e dar maior conforto aos motoristas, além de aumentar giro no comércio local.

Foto: pt.foursquare.com/gavlinski
Foto: pt.foursquare.com/gavlinski

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Do deputado Amaral Furlan, ao ministro Ulisses Guimarães, no vôo ministerial da Panair: “Os ministros, que não pagam, são os primeiros a entrar”. (Publicado em 26.10.1961)