Salvem Brasília!

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: André Borges/Agência Brasília

 

Inaugurado em março de 2001, depois de anos de hesitações, o Metrô-DF foi pensado para resolver, de forma rápida, o problema gerado pelo acelerado crescimento populacional de Brasília a partir da década de 90, quando a capital foi impelida a adotar a maioridade política. Com isso, o que era uma cidade planejada, dentro de parâmetros dos mais elevados conceitos urbanos, se transformou, da noite para o dia, em reduto de políticos afoitos que passaram a interferir de modo inescrupuloso no complexo ordenamento da moderna capital.

Da intromissão política atabalhoada, feita apenas para garantir redutos e nichos eleitorais, resultou uma cidade com suas áreas públicas invadidas, onde foram erguidos bairros inteiros e outros assentamentos improvisados. Com a explosão populacional, todos os serviços e infraestruturas da capital ficaram sobrecarregados ao máximo. Principalmente suas vias de ligação, dentro e fora do Plano Piloto.  Congestionamentos, acidentes e engarrafamentos passaram a acontecer inclusive fora da hora de pico. A precariedade da malha rodoviária se somou à deficiência dos transportes, feitos geralmente por ônibus velhos e em péssimas condições de uso. Dessa forma, a capital moderna passou a ocupar um dos primeiros lugares, no nada honroso ranking da cidade com um dos piores meios de transporte do planeta. Como tem sido recorrente na maioria das grandes obras realizadas, desse período em diante, logo surgiram as denúncias de formação de cartel sobre preços, pagamentos de propina e outros descaminhos que acabaram por elevar os custos da construção do Metrô-DF.

Consultas aos jornais da época, estampando manchetes e notícias sobre esses episódios, dão a dimensão desses crimes já caídos no esquecimento e mesmo prescritos pela morosidade costumeira da justiça. Construído a duras penas graças aos recursos oriundos dos pagadores de impostos, essa que seria a primeira etapa do Metro, com aproximadamente 42 quilômetros, com 24 estações, ficaria como está, dada a crise nas finanças do GDF que se seguiu.

Uma vez em operação, o Metrô-DF, por algum tempo, atendeu a uma parte significativa dos brasilienses, que descobriu, nesse meio de transporte, a solução para chegar ao Plano Piloto em tempo razoável. Infelizmente, como tem ocorrido na maioria dos serviços, sob a responsabilidade do Estado, mesmo os mais essenciais, o Metrô-DF acabou por ser abduzido pelo sistema sindical. Para tanto, providenciou-se de imediato a criação de um SindMetrô-DF para organizar, contra a realidade do país, benefícios e outras diversas regalias, elevando os ganhos dos metroviários muito acima, inclusive, de outras classes profissionais, como os professores.

Hoje, depois de 77 dias de paralisação e de uma visível precariedade no atendimento aos usuários, o que se tem, na falta de investimentos que certamente não virão, é a certeza de que o governo local já se convenceu, a exemplo do que ocorreu com o Estádio Nacional, que é melhor que a iniciativa privada, por meio das PPP’s, assuma mais esse abacaxi, seviciado por administrações que nunca tiveram compromisso com a população nem com a cidade.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A palavra é prata, e o silêncio, ouro.”
Provérbio árabe

 

 

Urbanidade

Desavenças entre vizinhos são mais comuns do que se imagina. Grande parte dos casos acabam no Projeto Justiça Comunitária, do MPDFT. Quem referenda os acordos é o Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Comunidade – PROCIDADÃ. Os casos vão desde poda de árvores, cachorros que incomodam, barulho além do tempo e por aí vai.

Charge do Daniel (chargebrasil.com)

 

 

Só respeito

Seria o ideal, mas não é o que acontece. Idosos devem ter atendimento prioritário e escalonado por idade. Enquanto as famílias e escolas não trabalharem a importância de se respeitar os mais velhos, e estarem convencidas disso, o ajuste ao Estatuto do Idoso será inócuo ou funcionará apenas por causa das penalidades.

Cartaz: mdh.gov.br

 

 

Interessante

Desde maio desse ano, o Jornal da Câmara dos Deputados parou de ser feito. Não para economizar papel, já que o formato online, apesar de estar disponível, não foi atualizado desde então. Em compensação, o internauta pode ler as notícias da Casa de uma forma menos organizada que um jornal, mas com uma grande vantagem difícil de se ver na imprensa oficial. As matérias trazem os nomes dos repórteres.

Print: camara.leg.br

 

 

Brasília teimosa

Motorista amigo parou na invasão a caminho da UnB e ofereceu caixas de limão da chácara para que os pedintes pudessem vender. A resposta veio com uma espécie de teimosia por trás. “Não vendemos nada aqui, não senhor. Mas se quiser trazer comida ou roupa a gente aceita.”

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Caso lamentável, a concordata da Sousenge. É uma história típica de Brasília. Todo o dinheiro que ganhou, a firma empregou na construção de um edifício. Era o tempo do dr. Juscelino. Todo o mundo fazia todos os negócios. Havia otimismo geral. (Publicado em 25/11/1961)

Desmonte ou enxugamento

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Foto: agenciabrasilia.df.gov.br

 

Todo bom gestor sabe muito bem que o inchaço da máquina pública, provocado geralmente por indicações políticas de apoiadores para cargos estratégicos sem a devida qualificação, está na raiz do problema que gera a má prestação de serviços à população. Com isso, fica comprovado que não é quantidade de pessoas, lotadas num determinado órgão, que necessariamente produz bons serviços ao contribuinte. A qualidade e o pronto atendimento às demandas da comunidade dependem basicamente da qualificação técnica e profissional desses servidores e não de seu número.

A população em geral também já percebeu esse detalhe e tem apoiado, de pronto, medidas que visem conferir melhor atendimento, com o máximo de racionalidade nesses serviços; e é ela quem mais sofre os efeitos diretos dessa superlotação nas repartições públicas, principalmente com o aumento de gastos que acaba recaindo sobre os pagadores de impostos.

Há, no entanto, que saber distinguir bem o que vem a ser o enxugamento da máquina pública, visando a melhoria do atendimento com o mínimo de gastos, com desmonte dessa máquina, objetivando atingir determinados fins políticos e eleitorais mais ao agrado do nicho de determinados eleitores. Uma coisa é fazer promessas de campanhas, tendo como horizonte apenas as próximas eleições. Outra, bem diferente, é tomar pé dos problemas e das necessidades enfrentadas por determinados órgãos para adequá-los às exigências da realidade do dia a dia dos cidadãos.

Nesse sentido, passados mais de dois meses da extinção da Agência de Fiscalização (Agefis) e sua substituição pelo órgão DF Legal, conforme promessa de campanha do atual governador, ainda não foi possível saber, ao certo, se essa proposta foi realmente compensadora para os brasilienses do ponto de vista da melhoria dos serviços e da redução de gastos.

De fato, as denúncias sobre invasões e de ocupações irregulares de terras públicas seguem acontecendo, o que fez com que alguns analistas se convencessem de que essa mudança veio mais para pacificar a Câmara Legislativa, principalmente aqueles distritais que sempre tiveram nessas ocupações ilegais uma fórmula de angariar simpatizantes e votos.

Outra preocupação e dúvida é quanto ao enxugamento ou desmonte da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Habitação do GDF (Seduh-GDF). Recentemente, a exoneração sumária ocorrida no quadro de arquitetos dessa pasta vem chamando a atenção para o que o sindicato da categoria chama de desmonte. Temem os profissionais do setor que a substituição desses técnicos gabaritados e concursados por pessoas sem competência profissional na área possa comprometer os serviços do órgão, responsável pelo planejamento urbano, meio ambiente, paisagismo e arquitetura.

Numa cidade planejada e construída nos mínimos detalhes e que é patrimônio cultural da humanidade, o esvaziamento de uma das suas principais pastas, causa perplexidade e deixa, em aberto, a proteção dessa valiosa riqueza cultural e arquitetônica, admirada em todo o mundo.

 

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“Essa linguagem Chacal nos desliga da vida. A violência nos torna agradável. Vejam as notícias, os desenhos animados. Fomos condicionados a isso.”

Marshall Rosenberg, em Princípios da Comunicação Não Violenta, 20 anos atrás.

Foto: facebook.com/Marshall-Rosenberg

 

 

Fenearte

Se as crianças não conhecem as opções de brinquedos para substituir a tela de TV ou tablet, continuam sem brincar como crianças. Em Olinda, a Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), está vendendo brinquedos artesanais como água. Com preço justo. Veja a seguir alguns deles.

Foto: sescsp.org.br

 

 

 

Agetop

Depois de aplicar uma multa por guiar com o farol apagado, os guardas posam para um self registrando a satisfação. O problema é que, a poucos quilômetros da chegada a Pirenópolis, dois buracos enormes recepcionam os turistas que antes das férias são obrigados a trocar o pneu. Difícil imaginar o governador Caiado satisfeito com essa informação.

 

 

Luta à vista

A medida provisória da “Liberdade Econômica” para autuações trabalhistas promete um batalhão protestando nas casas legislativas. O Ministério Público do Trabalho reage mostrando o lado obscuro do Carf Trabalhista. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o procurador Márcio Amazonas, secretário jurídico da Procuradoria-Geral do Trabalho, disse que a MP não estende normas trabalhistas, mas enfraquece a estrutura da fiscalização, tirando poderes dos auditores fiscais. Além disso a decisão que deveria ser técnica será passada para autoridades políticas.

 

 

Eu livre

Enquanto o estrangeiro Glenn Greenwald bota banca no país exigindo liberdade de imprensa, seus amigos, como Jean Wyllys, já avisaram que vão processar quem compartilhar notícias do Pavão Misterioso.

Imagem: jornaldacidadeonline.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Cabe, agora, à Câmara dos Deputados, confirmar a decisão do Senado, e dar a Brasília mais hospitais e mais escolas. (Publicado em 24/11/1961)

Rodoviária

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

Praticamente todos os governos que vieram a assumir o comando do Distrito Federal, depois da chamada maioridade política, trataram, a seu modo, de realizar algum tipo de reforma na Rodoviária do Plano Piloto. Algumas dessas reformas, na verdade, não foram muito além da maquiagem superficial do local, com a realização de pintura, limpeza dos azulejos, modernização de banheiros e outras remodelações para conferir um mínimo de apresentação desse que é o ponto central da cidade, visto por todos que aqui residem ou estão de passagem.

Dentro do projeto de concepção de Brasília, a Rodoviária ocupou, desde logo, o ponto central para onde convergiriam todos os eixos traçados no desenho original e de onde partiriam essas mesmas linhas que formariam o desenho característico do “pássaro” de asas abertas no sentido Norte Sul. Nesse sentido, a Rodoviária seria, na concepção do urbanista Lucio Costa, o ponto inicial ou marco zero da capital ou, como afirmou em sua biografia, “o gesto primário de quem assinala um lugar e dele toma posse.”

No início dos anos sessenta, era o local de peregrinação e de passeio para os primeiros moradores das Asas Sul e Norte. No mezanino que corta em sentido transversal toda essa estação, havia, naqueles longínquos tempos, uma agência dos Correios e Telégrafos, uma estação telefônica de onde eram realizadas todas as chamadas interurbanas para os mais distantes pontos do país, uma pequena lojinha de suvenir e um charmoso restaurante, frequentado pela gente elegante aos domingos. Era o ponto central da capital nos fins de semana.

Com o crescimento da cidade, a Rodoviária, embora tenha pedido um pouco dessa freguesia candanga para a W3 Sul, ainda mantinha seu charme e era ponto de encontro das pessoas na cidade. Infelizmente, o inchaço populacional, provocado diretamente pelo processo de emancipação política da capital nos fins dos anos oitenta, desfigurou completamente essa estação, que passou a ser sobrecarregada de veículos e pessoas.

Com isso, as plataformas inferiores foram invadidas por dezenas de instalações comerciais improvisadas, transformando-se numa verdadeira feira ao ar livre, onde se vende e compra de tudo, de comida a vestuário. Hoje o local é o retrato do descaso, sujo, com maus odores frequentes, perigoso e extremamente decadente.

Quando a noite cai, seus arredores são tomados por viciados, mendigos e menores de rua, o que faz do local um risco para qualquer um. Seis décadas depois de sua construção, a Rodoviária do Plano Piloto é tudo o que seu criador sonhou que não existiria na nova capital, um local pensado para ser a casa do homem novo, de um novo país, mas que ainda reflete os problemas de um velho Brasil, triste e desigual.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Talvez por isso, tão poucos se dediquem a ele.””

Henry Ford empreendedor e engenheiro mecânico estadunidense.

Foto: Getty Images

 

 

Volta

Foram os próprios alunos da 5ª série do Colégio Marista da Asa Sul que conseguiram reduzir em 80% o uso de copos descartáveis. A escola espalhou mais bebedouros e o resultado foi mais que positivo. As crianças voltam a usar os antigos copos retráteis.

Foto: brasiliainfoconews.com.br

 

 

Voto já

Talvez os ouvidos moucos da Câmara Legislativa deem mais força ao Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE. A Mesa da Câmara retirou da pauta o Projeto de Resolução nº61 de 2018, que permite a coleta de subscrições digitais ou eletrônicas em projetos de lei de iniciativa popular. A cobrança é do MCCE, o mesmo que conquistou, pela vontade dos assinantes, a Lei Contra a Compra de Votos (Lei no 9840 de 1999) e a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar no 135 de 2010).

Banner: mcce.org.br

 

 

Não se procura emprego

É preciso saber se a taxa de desemprego alcança a população que não quer trabalhar porque vive às custas do Bolsa Família. Uma observação importante se dá no Paranoá, Santa Maria, Ceilândia. Basta dar uma volta no dia de semana à tarde pelas principais avenidas. Adolescentes e mulheres passeando, no parque, nas praças.

Charge do Sizar, reproduzida do Arquivo Google

 

 

Para meditar

Por falar nisso, esses projetos tidos como sociais que dão imóveis precisam ser revistos com urgência. Os imóveis, apesar da proibição, são vendidos. Correto seria o governo cobrar um aluguel de valor proporcional à renda da família. Assim a propriedade seria do governo. Arruaças, drogas, ou qualquer prática ilícita seria motivo para ser declarado despejo imediato.

Foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press

 

 

Casa da mãe Joana

De repente, deputados federais resolveram colocar placas nos corredores da Casa marcando o gabinete como “Rua Marielle”, “Lula Livre”, “Marginal Lula”, “Tá preso babaca”, “Avenida Operação Lava Jato”. A diretoria geral explicou que apenas a Comunicação Social da Casa autoriza a fixação de placas. Algumas já foram retiradas.

 

Divas

Gloria Menezes e Fernanda Montenegro estão internadas.

Foto: divulgação

 

 

História de Brasília
Uma coisa é certa, presidente: um médico sanitarista para a presidência de um banco é uma pena, porque o nosso lago está infestado de borrachudos, e não há nenhum economista que venha resolver o assunto. (Publicado em 23/11/1961)

Aventureirismos urbanos

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Foto: veja.com/VEJA

 

No livro  “Morte e Vida  de Cidades”, de Jane Jacobs,  lançado em  1961, e que viria a ser, imediatamente, um best-seller na área de desenvolvimento do planejamento urbano das grandes cidades,  sua autora ousou, em pleno apogeu do movimento modernista na arquitetura, época marcada principalmente pela construção de Brasília, criticar o modelo funcional dessas novas cidades, sobretudo, a falta de consideração de muitas delas em relação ao indivíduo, à escala humana e ao desprezo das necessidades sociais das populações que residem nesse espaço.

Obviamente que esses pontos fundamentais foram meticulosamente pensados pelo idealizador da nova capital, Lúcio Costa, que, de certa forma, conseguiu contornar esses problemas, graças, a sua ampla formação humanista e ao alto conhecimento técnico e inovador de seu projeto. Dessa forma, por exemplo, projetou e ordenou os espaços em quatro grandes escalas, de forma a dar mais racionalidade à vida de seus ocupantes, dando o mesmo nível de importância a todas as necessidades básicas. Essa era, na sua visão, uma questão de suma importância, já que, em suas próprias palavras “é o jogo de escalas que vai caracterizar e dar sentido à Brasília(…) a escala residencial ou quotidiana(…) a dita escala monumental, em que o homem adquire dimensão coletiva; a expressão urbanística desse novo conceito de nobreza(…) e finalmente a escala gregária, onde as dimensões e o espaço são deliberadamente reduzidos e concentrados, a fim de criar clima propício ao agrupamento. Podemos ainda acrescentar mais uma quarta escala, a escala bucólica das áreas abertas destinadas a fins-de-semana lacustres ou campestres.” É claro que, nesse sentido, a crítica de Jacobs aos processos de reurbanizações que ocorriam por todo o mundo não se encaixavam plenamente no conceito elaborado para a nova capital.

Brasília, no modelo pensado por Lúcio Costa, possuía uma escala humana bem marcada e disposta em todas as superquadras.  Mas há que notar que, da mesma que forma que experimentam os seres humanos, também as cidades parecem cumprir um ciclo natural que vai da sua fundação, passando por sua expansão máxima, até a sua decadência e, em muitos casos, a sua própria morte.

Brasília, apesar de sua tenra idade, em relação a outras pelo mundo afora com milênios de existência, passa por um tipo peculiar de envelhecimento precoce. Isso decorre não por culpa de seu projeto de concepção original, mas, tão somente, por causa dos seguidos descaminhos tomados pela capital, principalmente, a partir da introdução da chamada maioridade política, quando a cidade passou a ser modificada pelos caprichos e incúria de cada um de seus novos governantes, juntamente com o auxílio do nefasto pragmatismo político de sua câmara de representantes.

É a esse ciclo perverso que faz com que a cada quatro anos a cidade vá inchando e adquirindo novos problemas, que tornam precoce nosso processo de envelhecimento. É nesse sentido também que se insere a nova polêmica de transformar a área do Setor Comercial Sul, vocacionada a esse setor, em área residencial, sem que, contudo, as autoridades entendam que esse não é um problema apenas pontual que diz respeito ao SCS, mas, e sobremaneira, integra um problema muito maior, que começa justamente pela renovação total de todo o eixo que compreende as W3 Norte e Sul e englobam os setores comerciais dessas duas asas. O mais correto e preliminar seria obrigar os governantes a lerem o livro do autor da cidade, intitulado “Registro de uma Vivência”, de Lucio Costa, antes de quererem, “cometer” e pôr em prática, qualquer alteração momentânea numa cidade pensada para ser um exemplo para o mundo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não é função do Estado proteger o cidadão do mal que causa a si mesmo, mas é seu dever defendê-lo do que possam fazer contra ele.”

Drauzio Varella, médico sanitarista.

Foto: istoe.com.br

 

 

Mais uma

Sem o menor respeito ao consumidor, empresas aéreas continuam articulando para administrar overbooking.  A impressão que há é de parceria pronta com hotéis baratos, para compensar o dano. A Copa, empresa com vários prêmios de pontualidade, começa a sujar a própria imagem adotando a mesma prática.

Foto: passagenspromo.com

 

 

Espirro

Pesquisa divulgada pelo Journal of the Royal Society Interface da Virginia Polytechnic Institute and State University, dos Estados Unidos informa que um ambiente fechado pode passar horas infectado por um espirro.  O ar chega a ser deslocado até 160 Km/h. Os germes podem alcançar até 9 metros de distância. Em tempo de secura, o GDF e até mesmo o governo federal precisam investir em campanhas publicitárias para educar a população a espirar na parte de dentro do antebraço. Veja, a seguir, o resultado de diversas formas de proteção do espirro e deles possui maior eficiência.

Assista mais em: What Is the Best Way to Sneeze?

 

Ilustração: Marcelo Barbosa (saude.mg.gov.br/sus)

 

Ilustração: facebook.com/pg/PictolineBrasil

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Bloco 7 da 208 não vai no melhor dos mundos. No térreo, jogo a dinheiro, e em cima, boate aos sábados. Os moradores estão reclamando. (Publicado em 23/11/1961)

O preço do improviso

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Foto: Reprodução / Google Earth

Entra governo, sai governo e a questão fundiária do Distrito Federal prossegue no mesmo impasse e com um agravante: a cada ano, o problema vai sendo acrescentado por uma série de novas ocupações irregulares que vão se sobrepondo a outras mais antigas e também enroladas juridicamente, tornando o processo de regularização urbana numa espécie de novela que se arrasta indefinidamente e sem solução adequada e racional à vista. Por outro lado, as regularizações feitas até agora têm sido feitas a toque de caixa, com o respaldo da Câmara Legislativa.

Também, não poderia haver outra maneira de se contornar um problema que já nasceu de forma enviesada, feito apenas para dar sustento a determinados grupos de políticos e de empreendedores, ávidos por lucros e benefícios a qualquer custo. Só que nesse caso o custo é de todos e vai se avolumando, conduzindo-nos à quase inviabilização da vida urbana de toda a capital, submetida a medidas impostas de afogadilho e sem qualquer planejamento de longo prazo, como é exigido em qualquer cidade que se preze. Bem sabemos quando isso teve início. O que não se pode imaginar é onde isso tudo vai nos levar. Basta ver que lotes doados foram vendidos, o que deveria ser expressamente e efetivamente ilegal, com consequências a se impor.

O problema com os políticos de plantão e mesmo com empreendedores locais é que o horizonte deles se estende por apenas quatro anos. O nascimento e vida das cidades, principalmente aquelas de grande porte e importância, se medem por séculos e mesmo por milênios. O que se pode saber sobre esse longo ciclo de muitas metrópoles nos é dado pelas inúmeras experiências históricas.

É comum as cidades mais longevas respeitarem um planejamento urbano metódico que, em sua fórmula, perpetua-se no tempo. Nenhuma cidade desse planeta logrou sobreviver à custa de improvisos e de medidas aleatórias e imediatistas adotadas por seus governantes. Soa como quase surreal que justamente a primeira cidade modernista do mundo, planejada nos mínimos detalhes por um dos maiores urbanistas de todos os tempos e que maravilhou a todos, continue sofrendo ataques diários, tendo seus espaços vitais ocupados de forma caótica e sem estudos de possíveis impactos a médio e longo prazos.

Pior que, a esse desenvolvimento desordenado e sem critérios técnicos, vão se sobrepondo lei e regulamentações feitas às pressas para dar algum arremedo legal ao que, em sua origem, é flagrantemente irregular e prejudicial à cidade. Não surpreende que noventa por cento dos processos de regularização e legalização de terras tenham sido efetivados de forma conclusivas nesses últimos dez anos.

O volume de áreas a serem regulamentadas se somam a centenas e o número de loteamentos já ultrapassa a casa de dezenas de milhares. Esse é o resultado claro da ação contínua dos agentes de grilagens de terras, muitos incentivados por políticos inescrupulosos e pela ação displicente das autoridades por décadas.

O que vai se sucedendo com essa cidade é exatamente a história de uma agonia anunciada há tempos, por Ari Cunha, nesse mesmo espaço desde a entrada em dos políticos locais, facilitada pela independência malsã da capital a partir dos anos noventa.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Diziam que eu era antidemocrata porque sempre me posicionei contra a instalação de um poder legislativo na capital da República. Havia maior independência e melhor uso da verba recebida pela cidade.”

Ari Cunha, in memoriam, criador da coluna Visto, lido e ouvido

Foto: arquivo pessoal

 

 

Trabalho

Por falar nisso, foi aprovada na Câmara Legislativa a ideia de tornar obrigatória a exibição, em ônibus de transporte público, de filmetes contra a violência. É um bom veículo para transmitir dicas de urbanidade. Salas de cinema comerciais também serão obrigadas a divulgar os filmetes. Bastava ser uma contrapartida a concessão e um acordo com as salas de cinema. Não precisaria ser lei.

 

 

 

Assinado

Institutos de pesquisa publicaram verdadeiros absurdos nas eleições passadas. Visivelmente trabalhos encomendados para esse ou aquele candidato. Parece que essa orgia informativa vai acabar. Já nas próximas eleições, as pesquisas de opinião terão o nome dos estatísticos responsáveis publicado. O projeto do ex-deputado federal Joaquim Francisco dará ao estatístico profissional a responsabilidade técnica do trabalho.

Foto: joaquimfrancisco.blog.br

 

 

Boas novas

Depois que Plínio Mósca mudou para Porto Alegre, muita coisa mudou na terra de Mário Quintana. Como membro do Conselho de Cultura do RS, ele ocupa uma das vagas pertencentes às Ciências Humanas e traz o seguinte convite, que pode inclusive ser inspiração para Brasília. O Instituto Federal do RS, Campus Porto Alegre, e o Conselho Estadual de Cultura do RS convidam para o ato de conclusão do Curso de Extensão de Gestão em Artes Circenses, o 1º curso do gênero oferecido por uma instituição pública de ensino no Brasil. Todos os artistas de circo gaúchos, de agora em diante, poderão conhecer técnicas de segurança profissional, seus direitos e deveres com as próximas turmas que serão oferecidas. Desde já se prevê, inclusive, o nascimento de um sindicato especializado para a área do circo, a mais antiga das formas de arte e até então visto como o primo pobre das artes cênicas. Mais informações a seguir.

–> A cerimônia acontecerá em 18 de junho no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, no Campus de Porto Alegre (Rua Coronel Vicente 281), às 19h.

Plínio Mósca

 

 

Divulgação

A Fundação Itaú Social acaba de abrir as inscrições para edital que destinará recursos para financiar projetos sociais que trabalhem pela garantia de direitos de crianças e adolescentes por meio da educação. Atualmente, as organizações sociais estão tendo ainda mais dificuldade em manter o atendimento, devido à escassez de recursos. Em 2018 foram destinados R$ 11,7 milhões para 51 projetos.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Já que o assunto é Aeronáutica, os postes de iluminação do pátio de manobras do aeroporto de Brasília já estão prontos para entrar em funcionamento. Basta apenas uma ordem do gabinete do ministro. (Publicado em 22/11/1961)

Políticos não se importam com planejamento

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Foto: Wallace Martins/Esp.Cb/D.A Press

 

Ainda é cedo para avaliar as consequências da extinção da Agência de Fiscalização (Agefis) e a substituição desses serviços de monitoramento e combate à indústria das invasões em todo o Distrito Federal e sua substituição pela Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DFLegal). Sabe-se, à priori, que essa foi uma promessa de campanha do atual governador Ibanez Rocha, contrariado com a ação de derrubadas de invasões e o modus operante da antiga pasta, que vinham realizando para coibir o grande número de ocupações irregulares que aconteciam diuturnamente em toda a cidade.

Contudo, a sinalização emitida tanto pelo GDF como pela Câmara Legislativa, que aprovou o projeto para a mudança de padrão dessa antiga secretaria, chama a atenção, principalmente, quando se antevê o sério risco dessa nova orientação que será dada à questão das invasões de terras públicas. Primeiro porque a partidarização política desse problema, que ganhou ímpeto justamente a partir da emancipação do Distrito Federal, aponta, obviamente, para a permanência e a institucionalização desse mesmo padrão de incentivos dados pelos políticos locais às invasões.

O velho modelo de transformar áreas públicas em capital político, dentro do sistema “um voto, um lote”, parece ter ganhado mais fôlego, quando se observa que, dentro dessa nova reformulação da Agefis, estão embutidas medidas que visam o “crescimento ordenado”, a “mediação e conciliação de conflitos” e outros termos como a “humanização” do processo, que não se sabe, com exatidão, do que se trata, mas que sinaliza um abrandamento ao combate à grilagem de terras.

O temor é que a nova pasta venha para estabelecer uma ponte, do tipo política, entre o Legislativo local e a persistente onda de invasões, conferindo a um problema dessa natureza, que afeta milhões de brasilienses por suas consequências nefastas, um tom demagógico e sem eficácia. Quando o assunto é invasão e grilagem de terras no DF, um problema antigo e que tem afetado o próprio processo de planejamento urbano da capital, comprometendo o futuro de Brasília, não se pode tratar desse ponto tendo como horizonte apenas as próximas eleições ou mesmo promessas de abrandamento a essas práticas criminosas que têm enriquecido muita gente em detrimento da cidade.

Trata-se de um problema vital para o funcionamento e continuidade de uma cidade planejada. Não se discute a necessidade de políticas habitacionais para a população, conforme já foi dito nesse espaço inúmeras vezes, mas a criação, per si, do DFLegal, que terá, entre as muitas tarefas atribuídas, que “criar novas áreas de habitação”, não inspira confiança e remete um problema dessa magnitude aos mesmos políticos que, por anos, foram os grandes incentivadores desse processo.

Para se ter uma ideia de como essa mudança pode acarretar novas ondas de invasões, estão circulando pelas redes sociais mensagens afirmando que com a chegada do DFLegal, as invasões vão receber um tratamento mais frouxo por parte do governo e que, portanto, estão abertas a temporada de ocupações irregulares. Vamos assistir isso de braços cruzados?

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O pacto social será, igualmente, decisivo para viabilizar as reformas que a sociedade brasileira reclama e que eu me comprometi a fazer: a reforma da Previdência, a reforma tributária, a reforma política e da legislação trabalhista, além da própria reforma agrária. Esse conjunto de reformas vai impulsionar um novo ciclo do desenvolvimento nacional.”

Discurso de posse do ex-presidente Lula – Jan 2003

Charge do Paixão, reprodução da Gazeta do Povo

 

 

Concurso

Sindilegis e a Escola Nacional dos Auditores do TCU resolveram, por meio do Legis Club Brasil, apoiar os concurseiros interessados. São três bolsas de estudo do curso preparatório online para ingresso no tribunal. Dia 30 de abril será o sorteio. É bom esclarecer que só podem participar os filiados aos Sindilegis ou dependentes.

 

 

 

Sugestão

 

Na edição de 1942, da Companhia Editora Nacional, sob o título O Brasil Central, Dr. Karl Von Den Steinen registra a história do rio Xingú, vai de Assunção a Corumbá, descreve a vida dos índios, conta as lendas, fala dos caribas, consumo da banana. Há até um índice de minerais colhidos durante a viagem. Um espetáculo de leitura.

Foto: sebonascanelasleiloes.com.br

 

 

Bola de Cristal

Depois que Brasília foi pega de surpresa com os fortes ventos e chuvas, o governador Ibaneis poderia reunir os secretários pertinentes para começar o planejamento de combate aos incêndios que vão acontecer na cidade por toda parte em agosto. A começar pelo Parque Nacional.

Foto: Corpo de Bombeiros do DF/Divulgação

 

 

Palavra

Por falar em governador e incêndio, o mês de abril está acabando e os candidatos que aguardam a convocação para tomar parte do Corpo de Bombeiros ainda não foram chamados. Promessa é promessa!

Foto: facebook.com/corpodebombeirosmilitardodf

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ninguém põe em dúvida o alto gabarito dos engenheiros do DTUI. Há, entretanto, uma ressalva a fazer quanto à conservação de linhas, Hoje completa, exatamente, onze dias que o telefone 2-2902 está dando sinal de interrompido, sem que ninguém chegue a uma conclusão, apesar das reclamações diárias. (Publicado em 18.11.1961)

Ibaneis vai à guerra

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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

 

A um rabino, a quem foi reclamar da conduta do marido, uma mulher narrou todo o seu drama sobre o comportamento impróprio do companheiro. Depois de escutar o queixume da mulher, o rabino declarou: você tem razão. Ao marido, depois de ouvir longamente suas queixas, o rabino proferiu a mesma sentença: você tem razão. A esposa do rabino, que tudo escutava, indagou, irritada: como é possível você dar razão aos dois, ao mesmo tempo? Ao que o rabino respondeu: quer saber, você também tem razão.

 

Essa história do anedotário judaico serve para ilustrar, com precisão, a proposta do GDF de acabar com atual modelo do passe livre estudantil. Entre outras modificações, o Executivo prevê o fim da gratuidade total, determinando que os estudantes da rede pública e privada, cujas as famílias tenham renda inferior a três salários mínimos, paguem um terço da tarifa cobrada nas linhas de ônibus e do Metrô.

 

A justificativa para a medida é a economia, aos cofres públicos, de até R$ 100 milhões anuais. Trata-se, à primeira vista, de uma medida extremamente impopular e que jamais seria declarada abertamente em época de campanha eleitoral.

 

Uma coisa é a eleição, outra, a realidade das finanças públicas quando apresentadas na ponta do lápis ao vencedor do pleito. Para complicar ainda mais uma equação que parece sem solução fácil, é preciso observar que nessa querela que se anuncia entram, além dos recursos oriundos dos pesados impostos tomados dos contribuintes, a margem de lucro dos empresários dos transportes, que obviamente fizeram seus investimentos nesse setor e esperam resultados.

 

Para embaralhar um pouco mais a questão, há ainda a apreciação obrigatória pelo Legislativo local, o que deve render bons frutos a todos aqueles que se aproveitam dessa situação para obter vantagens de todo tipo.

 

Dividido entre as razões justas dos estudantes, as demandas corretas dos empresários, a situação do caixa do governo, as demandas e os custos políticos da aprovação de uma medida dessa natureza e a pressão vinda de outras partes, como do Movimento Passe Livre, o governador Ibaneis Rocha poderá sentir, pela primeira vez, o real significado da expressão: gestor é como saco de pancada.

 

Fosse essa mesma questão submetida ao arbítrio de nosso rabino do preâmbulo, a sentença seria: todos têm razão. E é aí que o gestor, fiel apenas às finanças e aos números da contabilidade pública, cede lugar ao político negociador, capaz de encontrar a direção que leve ao caminho do meio, e do equilíbrio, satisfazendo uns e outros, sem prejudicar ou onerar, claro, o contribuinte que há muito sabe que não existe o tal do dinheiro público, mas sim o dinheiro dos pagadores de impostos, conforme ensinou a primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher em situação parecida.

 

 

A frase que foi pronunciada

“Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos.”
Margareth Thatcher, a dama de ferro, ex-primeira ministra da Inglaterra
Foto: reprodução
Sem lei
Entre os trechos 8 e 9 do Setor de Mansões do Lago Norte, uma cerca limita o espaço público tomando, inclusive, parte da mata ciliar. É tão discreto o arame farpado que está avançando enquanto escapa da fiscalização.
Perigo
Apesar de proibidos na Europa e nos Estados Unidos, o Brasil continua beneficiando as indústrias químicas na forma de fertilizantes, defensivos agrícolas ou agrotóxicos, importados em enormes quantidades e usando de forma absolutamente irresponsável.
Charge do Arionauro (arionaurocartuns.com.br)
Mais essa
Urbanistas e outros entendidos em projetos e ordenamentos das cidades, há muito tempo sabem e alertam aos governos para a necessidade da instalação de transportes públicos eficientes. Infelizmente, a parceria governo/empresários só pensa em receber mais. Oferecer serviços de qualidade nem passa na pauta das reuniões.
Tirinha do Armandinho
Essa é boa!
Lendo a coluna do Cláudio Humberto, soubemos da intenção de o parque temático da Disney se instalar em Brasília. Quem conhece a cidade sabe da roda gigante na Esplanada dos Ministérios, do Trem Fantasma da Câmara Legislativa, da Montanha Russa no Congresso e do faz de conta do Judiciário. Chega de aventura!
Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP

 

Enquanto isso, na internet… (Luiz Guilherme, deputado distrital pelo Novo)
Novidade
Não se sabe onde foi parar a promessa da criação de um Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa Idosa. Trata-se de um banco de dados com as informações dos obtidas em censos relacionados a essa faixa da população. Dados georreferenciados, além de permitirem a identificação e a caracterização socioeconômica das pessoas idosas, registrariam as políticas públicas adotadas nas regiões para o nicho.
Foto: istoe.com.br (portokalis)

 

História de Brasília
Educação é berço, e a escola é o seu ponto de aprimoramento. Para que se evitem os problemas de juventude, tão comuns no Rio e S. Paulo, é que fizemos a denúncia, não à escola, mas aos pais, aos responsáveis, pra que acompanhem, mais de perto, a vida de seus filhos. (Publicado em 10.11.1961)

Moradias dignas para profissionais idem

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Foto: agendacapital.com.br

Com as últimas eleições, um fato ficou claramente patente para todos: a maioria da população quer o fim das antigas práticas políticas. Por isso rejeitou, nas urnas, nomes tradicionais da política brasileira, empurrando-os para o ostracismo. Essa foi a maneira de os eleitores condenarem toda e qualquer prática que atente contra a ética. O alvo da insatisfação nacional foram os políticos profissionais que usam o Estado e as muitas benesses do cargo para o enriquecimento pessoal.

Aqueles políticos do antigo regime que, por ventura, foram reeleitos e ainda pensam em persistir nessa má conduta, caminham também para o ocaso lá adiante. Esses sinais vindos das urnas, valem para o Brasil e servem de alerta, sobretudo, para Brasília, submetida, desde a emancipação política, à rotina democrática para a escolha de representantes no Executivo e Legislativo.

De fato, muitos políticos locais puderam constatar a mudança de humor dos cidadãos brasilienses de um modo tácito: não foram reeleitos, como acreditavam e ainda correm o risco de verem seus nomes banidos para sempre da agenda política da capital. Com isso, venceu o bom senso da democracia.

Para um bom observador do atual momento político e isso vale para os que estão chegando, é preciso mudança radical de rumos, abandonando velhos comportamentos. Nesse sentido, já não se pode conceber e a cidade já não comporta o prosseguimento das políticas que transformavam grandes áreas da capital em moeda de troca, dentro do princípio maroto de um lote, um voto. Essas práticas, todos percebem, arruinaram todo e qualquer planejamento urbano, transformando uma capital meticulosamente pensada em mais uma unidade da federação rumo ao caos.

Notícias já veiculadas pela imprensa dando conta de que o novo governador irá expandir o Paranoá Park, construindo ali milhares de novas residências e onde inclusive já se observa a derrubada de milhares de pinheiros, causa perplexidade, não só pela ausência total de todo e qualquer planejamento de impactos prévios, mas pelos sinais de que as velhas práticas podem estar de volta, o que representaria um grande retrocesso para a cidade, vítima de ações populistas que, aos poucos, vão desfigurando todo o Distrito Federal.

Se a questão prioritária é erguer bairros residenciais, que estes obedeçam, ao menos, os critérios traçados pelos urbanistas e técnicos nesses assuntos. Construir casas para apoiadores políticos e correligionários, como paga de campanha, resolve o problema apenas do chefe do Executivo perante seus eleitores, mas despreza todo o restante da população que quer ver essas medidas erradicadas para sempre.

Se a questão é déficit de moradia, por que não erguer bairros para quem há muitos anos trabalha nessa cidade e ainda não possui casa própria? Porque então não erguer bairros para professores, policiais, bombeiros, enfermeiros, carteiros, motoristas, lixeiros e tantos outros profissionais dignos que necessitam de moradia, mas, que por questão de tempo em suas agendas de trabalho, não encontram espaço para bajular candidatos e agitar bandeiras na beira do asfalto?

 

A frase que foi pronunciada:

“O grande inimigo da liberdade é o alinhamento do poder político com a riqueza. Esse alinhamento destrói a comunidade – isto é, a riqueza natural das localidades e as economias locais de moradia, vizinhança e comunidade – e, assim, destrói a democracia, da qual a comunidade é a base e os meios práticos ”.

Wendell Berry.

 

Senacon

Consumidores ganham plataforma no ambiente digital para reclamar de empresas. O prazo para resposta é longo: dez dias. Mas já é um bom começo. A notícia chegou pelo WhatsApp da EBC. Infelizmente a matéria afirma que a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, criou a plataforma, mas não indicou o caminho para o Internauta chegar lá. Fica difícil divulgar dessa maneira.

Banner: justica.gov.br

 

Mídia Social

Por falar em WhatsApp da EBC, esse aplicativo está em plena atividade. São dezenas de links enviados diariamente aos jornalistas. Só para alertar, alguns deles remetem a páginas completamente estranhas aos títulos. Uma delas é a notícia “Bolsonaro sanciona lei que cria fundos patrimoniais.” Veja no blog do Ari Cunha à que página a notícia remete.

??É NOTÍCIA –

Municípios do agronegócio lideram crescimento do produto interno bruto
https://bit.ly/2AByUIJ ?

SUS oferece medicamento e exame para pacientes com degeneração macular
https://bit.ly/2SDWjjE ?

Presidente Jair Bolsonaro participa da reunião ministerial no palácio do planalto
https://bit.ly/2FdTNh3 ?

Aeroportos brasileiros estão entre os mais pontuais do mundo
https://bit.ly/2Cdr8Vg ?

Anatel notifica usuários sobre bloqueio de celulares irregulares
https://bit.ly/2LYeTAz ?

Presidente Jair Bolsonaro divulga mensagem no Twitter sobre reunião do conselho de governo
https://bit.ly/2FegGkz ?

Ceará recebe efetivo extra de agentes da força nacional de segurança
https://bit.ly/2Tw16ng ?

Indústria brasileira cresceu 0,1% em novembro
https://bit.ly/2Fjcf78 ?

Jovens que completam 18 anos em 2019 devem fazer o alistamento militar
https://bit.ly/2rbsvad ?

Bolsonaro sanciona lei que cria fundos patrimoniais
https://bit.ly/2qtlbeh ?

Print da página mencionada na nota, em dispositivo móvel, indicando erro no servidor.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Serviço de Turismo precisa funcionar no aeroporto. O que as empresas de turismo fazem, é uma exploração desumana e descabida, que decepciona os visitantes, os turistas. (Publicado em 08.11.1961)

Toma que o filho é teu

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Foto: Cesar Itiberê/PR

Não se conhece, até o presente momento, nenhum estudo, projeto ou posicionamento de técnicos e estudiosos da complexa ciência do urbanismo, a respeito da criação, via medida provisória, da chamada Região Metropolitana de Brasília. Assinada pelo presidente Temer há poucos dias do fim de mandato, em atendimento ao seu correligionário e governador eleito do DF, Ibaneis Rocha (MDB), a medida, pelo que foi passado para a imprensa, irá facilitar a destinação de recursos federais aos governos estaduais e distrital, para as áreas de segurança, educação, transporte e saúde.

Na teoria, fica criada a Grande Brasília. Na prática, há muito já se sabe, e a população da capital sente, que o Entorno do DF é uma realidade concreta que afeta todos os setores da cidade, sendo considerado até um fenômeno natural e inerente à maioria das inchadas metrópoles brasileiras. Na verdade, trata-se de um cinturão formado por dezenas de cidades dormitórios que abrigam homens e mulheres que todos os dias acorrem ao Distrito Federal para trabalhar e para a utilização dos serviços públicos ofertados pela capital. Com isso, o que se tem é uma realidade factual que foi sendo formada ao longo do tempo, em muitos casos, incentivada pelos próprios governos locais, principalmente após a conquista da maioridade política da capital, interessados em criar zonas e áreas de influência política.

Formada por dezenas de regiões ligadas aos estados de Goiás e Minas Gerais, essas áreas, limítrofes ao quadrilátero do Distrito Federal, por sua formação e origem, apresentam os mais baixos índices de Desenvolvimento Humano, com problemas nos setores de saúde, educação, segurança, sem infraestrutura no abastecimento de água, coleta de esgoto e lixo, asfalto, iluminação e diversos itens necessários ao bom funcionamento de um bairro e à uma vida digna de seus moradores.

Como sempre acontece no Brasil do improviso, o que se tem agora é uma realidade de grandes proporções que antecedeu a qualquer processo racional de planejamento urbano. Com isso, a herança política, legada pela incúria de sucessivos governos passados, terá que ser assumida integralmente pelo GDF, o que irá acarretar enormes problemas a uma cidade que parece já experimentar um processo precoce de decadência, antes mesmo de conhecer um apogeu.

Por outro lado, é sabido, desde sempre, que os governos dos estados de Goiás e de Minas Gerais jamais se interessaram por essas cidades próximas ao Distrito Federal, deixando-as entregues à própria sorte e aos cuidados da capital.

Em países sérios, a criação e fundação de cidades obedecem a critérios rígidos, sendo antecedidas pela instalação de infraestruturas básicas e de planejamento minucioso para evitar que essas áreas se transformem em periferias problemáticas para as metrópoles próximas. Mesmo sem conhecer em detalhes como se processará a criação dessa Região Metropolitana, o jeito é desejar boa sorte ao governador nessa tarefa, fazendo votos para que essa não seja mais uma empreitada de cunho político, sem compromisso com o futuro e com seus eleitores.

 

A frase que foi pronunciada:

“Aqueles que olham para as leis da Natureza como um apoio para os seus novos trabalhos colaboram com o Criador.”

Antoni Gaudi

 

É lei 

Alérgicos, hipertensos, diabéticos, celíacos, portadores de insuficiência renal, muito mais gente do que se pensa depende das informações dos rótulos dos alimentos, para não passar mal ou mesmo para não morrer. Vale conhecer o portal direitodesaber.org para brigar pelo direito de ter as informações verídicas sobre a composição dos alimentos nos rótulos.

Acesse a página no link: alimentacaosaudavel.org.br

Charge: thegreenestpost.com

Perigo

Estranho o PLP 459/2017 já está em regime de urgência na Câmara dos Deputados, mesmo sem ter passado pela votação na CCJ. Parece que falta argumentação jurídica. Maria Lucia Fatorelli avisa que está prestes a acontecer uma fatalidade legislativa. O intuito desse PLP é jogar no lixo todas as regras de finanças públicas do país.

À vista

Uma das partes mais perigosas desse Projeto de Lei Complementar é a contratação ilegal da dívida pública, comprometimento do Estado com garantias e indenizações elevadas e desvio de recurso público: dinheiro pago por contribuintes será desviado durante o seu percurso pela rede bancária e não chegará ao orçamento público.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A arrecadação está deficiente. Todo o mundo burla o fisco, da maneira que quer. E a prefeitura não tem feito muito empenho em receber tributos. (Publicado em 07.11.1961)

Parlamentares sem compostura

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ARI CUNHA – In memoriam

Visto, lido e ouvido

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Foto: Correio Braziliense

Desde o primeiro momento em que foi anunciada a maioridade política da capital federal, nessa coluna foi acesa a lâmpada amarela da atenção e do alerta. Já naqueles longínquos dias de 1988, os receios de quem viu a cidade nascer eram de que os dias de paz e tranquilidade haviam ficado para trás definitivamente.

Ari Cunha sabia que Brasília acabaria seguindo pelos mesmos descaminhos das demais capitais do país, envolvidas numa sequência infindável de casos rumorosos de escândalos políticos que, infelizmente, se confirmaram.

A representação política, nos moldes estabelecidos, criou, também aqui, uma casta de políticos alojados em superestruturas de poder que passaram a onerar ainda mais a população local, drenando recursos precisos e escassos.

De lá para cá, as sequências de más notícias e manchetes, denunciando o comportamento inadequado e mesmo criminoso de muitos parlamentares locais, passaram a envergonhar os cidadãos locais, enganados por falsos discursos em época de eleição, o que passou a ser uma triste rotina.

O país inteiro, e não seria exagero dizer, o mundo conectado, passou a assistir ao desfile de políticos da terra sendo cassados, processados e presos ao vivo. Rememorar aqui nesse espaço os inúmeros casos ocorridos, apenas para confirmar nossas previsões, de nada adiantaria. Mas a repetição, agora no encerrar do ano legislativo da Câmara dos Deputados, que os brasilienses foram obrigados a assistir foi o mais do mesmo, só que em dose dupla na área federal.

Dois representantes da população, Alberto Fraga (DEM) e Laerte Bessa (PR), conhecidos pela truculência frequente com que encaram as disputas políticas, praticamente interromperam a sessão da Câmara dos Deputados, onde ensaiaram um redemoinho de briga típica de adolescentes mal resolvidos, típico de filmes de bang bang de terceira qualidade, mas dessa vez com personagens beirando a terceira idade.

Interessante é que ambos integram a chamada Bancada da Bala, o que poderia transformar o plenário da Câmara num ringue de guerra. Felizmente, dessa vez, a população menos antenada e mais conectada não reelegeu esses representantes sem postura, o que deixa um certo alívio para todos, principalmente para as pessoas que querem o desenvolvimento da cidade pela inteligência e não pela violência. Chegamos à conclusão de que vale a pena manter distância desses rufiões primitivos.

 

A frase que foi pronunciada:

“A violência é o último refúgio do incompetente.”

Isaac Asimov

 

Prêmio Viva

Ilana Trombka, diretora geral do Senado, foi indicada ao Prêmio Viva da Marie Claire e Instituto Avon pelo fim da violência contra a mulher na categoria Empreendedorismo.  A iniciativa premia ações que buscam romper o ciclo de crueldade que alcança milhares de mulheres de nosso país. Ilana implantou a cota nos contratos de terceirização de mão de obra do Senado Federal para mulheres em situação de vulnerabilidade decorrente de violência doméstica (Ato da Comissão Diretora Nº 04, de 2016). Depois disso, a Câmara Legislativa e MPDFT seguiram o exemplo. Participe da votação no link disponível no blog do Ari Cunha.

Link para votação: Prêmio Viva 2018

Foto: Silvana Martins

Ecologia

Por falar nisso, a política de redução de agrotóxico liderada pelo deputado Nilto Tatto busca modelos da agroecologia para o controle de pragas e doenças. A proposta original da Pnara (PL 6670/16) surgiu de sugestões da sociedade civil acatadas pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara.

 

De fora

Uma beleza o anuncio da Petrobras sobre o preço médio da gasolina nas refinarias. O valor caiu de R$ 1,6958 para R$ 1,6734 o litro. Tem muita gente lucrando com isso. Certamente não são os consumidores.

Charge: blogdozeca100.blogspot.com

 

Fraudes

Depois de denúncias de fraudes bilionárias nos pagamentos do benefício de prestação continuada, o senador gaúcho Lasier Martins apresentou um projeto que estabelece mais transparência. Com um orçamento maior que o Bolsa Família, o BPC sacou R$46 bilhões em 2017. Como trata-se de uma garantia ao idoso com 65 anos ou mais que não tem meios para se sustentar, não há o controle do pagamento e mesmo a falecidos o dinheiro é repassado. O mais incrível foi a descoberta de uma força tarefa que verificou o desvio de R$5 bilhões recebidos ilegalmente por pessoas abastadas.

 

Descarte

Embalagens de resíduos tóxicos como sobras de defensivos agrícolas podem ser depositadas no sistema campo limpo, espalhado em 103 cidades do país. É um problema pouco percebido pela população, mas de dimensões gravíssimas para o meio ambiente.

Charge do Gilmar

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O supermercado da Asa Norte, que tinha como principal função abastecer os edifícios já habitados, está sendo desvirtuado. Serve, apenas, para encher de ratos, todos os blocos da Asa Norte. (Publicado em 05.11.1961)