A ciência em tempos de obscurantismo

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Reprodução/Facebook

 

Uma das vozes balizadas, que fala em nome da pesquisa científica no país, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) já adiantou, e em diversas ocasiões, que a ciência do país vive atualmente num ambiente de aridez semelhante ao encontrado no romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, que mostra a dificuldade de sobrevivência em meio ao ambiente hostil e ao descaso do governo com investimentos.

Ao contrário do que pode acreditar o atual governo, é preciso que alguém firme na cabeça do chefe do Executivo a convicção de que sem ciência não há possibilidades de haver desenvolvimento sustentável e contínuo. Sem essas premissas, qualquer governo está fadado ao fracasso. Ou ele encontra um meio de reconciliação com a ciência e os cientistas, fomentando pesquisas e apoiando o trabalho árduo desses profissionais especializadíssimos, ou o país permanecerá no limbo, exportador de matérias-primas, numa repetição do que foi o seu passado histórico, como colônia, à mercê dos humores das grandes metrópoles, dependente e à margem do mundo desenvolvido.

Alguém dentro do governo precisa convencer o mandatário que a ciência e a pesquisa representam hoje o referencial de riqueza de uma nação. Já foi dito que nenhuma nação moderna logrou experimentar o pleno desenvolvimento, abrindo mão da ciência e da pesquisa. A pecha de que o atual governo se pauta pelo atraso e pelo que chamam de negacionismo científico precisa ser posta de lado o mais rápido possível. Não em nome de ideais políticos e eleitorais, mas em nome da sociedade a quem todo e qualquer governo deve servir e se submeter. A fonte de recursos, tão necessária para as pesquisas, que não podem sofrer interrupções no processo de continuidade, já secou há tempos. Somente no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), houve recentemente um bloqueio de R$ 600 milhões.

A falta de verbas para a ciência em nosso país, de tão grave, já foi repercutida em várias partes do mundo acadêmico, sendo classificada como um “golpe na ciência”. Laboratórios, centros de pesquisa e outros ambientes onde a ciência é buscada incessantemente para a melhoria de vida das pessoas, encontram-se hoje em visível processo de sucateamento, fechados e entregues ao tempo. Também uma cadeia imensa de profissionais que torna possível o trabalho de cientistas estão sendo prejudicados. Reunir uma equipe de pessoas para fazer funcionar um laboratório de pesquisa, de acordo com as exigências atuais da ciência, não é uma tarefa que se constrói da noite para o dia. Exige preparo, desde o pessoal que cuida da manutenção desses espaços, até das equipes mais especializadas. O mais triste é constatar que, dentro do governo, há ainda indivíduos que sabem desses pormenores e estão impedidos de agir, por conta de uma ala palaciana que encara as ciências e os cientistas como um mundo averso às ideologias políticas de direita e, portanto, inimigos a serem expelidos do Estado.

Não surpreende que, diante de um estado lastimoso que se encontra a pesquisa, e mesmo aqueles estudiosos ligados à preservação do meio ambiente, a imagem do governo, perante o mundo, seja a pior possível. O que parece, para muitos, é que estamos vivenciando um replay dos anos de chumbo, quando o governo passou a enxergar, nos professores universitários e pesquisadores de ponta, inimigos a serem combatidos e expulsos do país.

A penúria de recursos a que está submetida hoje a ciência de ponta, prejudica o país e seu futuro. Condenando brasileiros ao subdesenvolvimento eterno. Numa situação dessas, em que o governo parece ter declarado guerra à ciência e aos adeptos das pesquisas, não chega a ser surpresa que os protestos, seguidos de declarações públicas desses profissionais, contra o descaso do Estado, multipliquem-se a todo momento. Cientes de que o atual governo não cederá espaço às Ciências, professores e pesquisadores de todo o país e até do exterior estão numa espécie de mobilização permanente, protestando abertamente contra a atual gestão e a politização, pouco esclarecida, de um governo avesso declarado desses profissionais.

Em outras partes do mundo, nos países ricos, cientistas e pesquisadores gozam de grande prestígio e, não é por outra razão: são eles que dão os primeiros passos para preparar o futuro material de um país, garantindo instrumentos para os cidadãos enfrentarem os desafios que a todo momento surgem. Um caso exemplar que reforça essa afirmação pode ser conferido na questão do aparecimento, em tempo recorde, da vacina contra o Covid, desenvolvida por países em que os governos apoiam a ciência.

Obviamente que a culpa desse descaso não cabe somente ao Executivo, mas pode ser partilhada com o Legislativo também, onde uma classe política e indiferente não faz esforço algum para apoiar as ciências, preocupados como estão em garantir vantagens apenas para si e para seus grupos no entorno.

Ao comprometer esse importante setor da vida nacional, o que esse governo faz, juntamente com aqueles que o apoiam, é empurrar no abismo uma parte do potencial humano do país, sufocando parte da nossa história em nome de algum propósito qualquer inominável.

A frase que não foi pronunciada:

A ciência deveria explicar a razão de Bolsonaro não usar máscara e estar tudo bem com ele.”

Dona Dita intrigada com as notícias científicas.

Foto: © Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Banalização

Diminuem as notícias sobre Coronavírus e a violência volta a ocupar as páginas dos jornais. É sinal de que as coisas começam a voltar ao normal. Quem poderia imaginar, anos atrás, que espectadores como crianças, idosos e donas de casa pudessem assistir uma tentativa de assassinato desde o começo ao fim. Facas, armas, briga corporal. Foi assim com o PM que estava no dentista e será assim sempre, já que não há instâncias da comunicação que arbitrem sobre.

 

História de Brasília

Mas o Carajá não deixa de ser um homem feliz. Mesmo em contato com o civilizado, vê o confôrto do ar condicionado, o perfume de mulheres, o ronco do avião, e anseia apenas um pano para se cobrir dos mosquitos, uma resina que lhe dê cheiro à pele, e uma piroga na qual possa trazer o peixe. (Publicada em 13/02/1962).

Consequências, tudo o que vem depois

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Foto: Presidência da República – Divulgação

 

Consequências são tudo o que vêm depois, já ensinava o filósofo de Mondubim. Trata-se aqui de um axioma, também pregado pelos budistas e hinduístas, quando falam do carma e das leis provenientes da causalidade moral a que todos nós estamos sujeitos, mostrando que, para cada ação boa ou má, há uma reação no mesmo sentido.

Também a física ensina essa mesma relação, contida na Terceira Lei de Newton, que explica que, para toda força de ação, existe uma força de reação, com mesmo modo e intensidade. Nas relações humanas, essas teses funcionam quase que como um dogma, inconteste e que não adianta ser contrariado.

Nas relações políticas então, essa é uma lei universal e que incide com maior ou menor força sobre o indivíduo, na medida de sua importância no organograma do Estado e do Poder. Há que ter cautela em certas posições, pois a dinâmica do mundo muda constantemente a posição dos personagens. Quem é hoje mandatário, amanhã pode acordar e se ver em desgraça, esquecido e cobrado por suas ações pretéritas e impensadas.

O caso do ex-presidente Lula é bastante ilustrativo dessa lei do carma. Um dia você sai do governo com altos índices de aprovação. Noutro dia você se encontra sentado numa cama-beliche, dentro de uma cela da Polícia Federal. A questão aqui é saber quantos desses demiurgos atuais, que pululam em nossa República malfadada, passaram do Olimpo às trevas num átimo e, agora, amargando o desterro do esquecimento, aprenderam de fato essa preciosa lição. Praticamente nenhum!

Nada aprenderam e nada esqueceram. Também aqui, a trajetória do ex-presidente Lula é ilustrativa quando se verifica que, apesar dos entreveros que levaram todos à sua volta para a prisão, segue ele impávido, envergando uma fantasia que não retira nem para dormir.

O problema com presidentes que se sentem como monarcas é que são traídos até pelo próprio ouvido. Acumulam carma sobre carma. Agem com força e destempero desmedido, gerando ações deletérias e danosas para muitos, em benefício de poucos. Aliam-se aos maus, que também infestam a República e com isso irão colher, cedo ou tarde, as consequências dessas ações.

Se foi assim com o ex-presidente Lula, também será assim com o atual presidente Bolsonaro. Escravo de uma língua que parece dominar o cérebro, cria, dia após dia, sua poupança cármica, amealhando intrigas, aliando-se à gente que, como ele, age pelo imediatismo e sem espírito público. As consequências desse atual governo já começaram a ser devidamente elaboradas, quando a CPI da Covid finalizou seu volumoso relatório. O que virá depois, não só desse documento, independente do fato dele ser empurrado ou não para dentro do arquivo morto da Procuradoria- Geral da República, trará seus resultados na forma de um currículo e de uma folha de serviços prestados à nação e cujo saldo, em mortos, todos conhecem.

Não bastasse ter contra si a opinião de artistas, produtores de cultura, professores, ecologistas e outros, inclusive com a apresentação de inúmeros manifestos, de todas essas áreas, escritos, e tornados públicos, o atual presidente colhe, muito antes de deixar para trás o primeiro mandato, o repúdio unânime também do conjunto de cientistas, por meio de uma carta que, no futuro, irá engrossar a lista de desserviços prestados por esse governo ao país.

No documento, os cientistas renunciam a homenagem por meio da Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, afirmando que essa comenda, “oferecida por um governo que não apenas ignora a ciência, mas ativamente boicota as recomendações da epidemiologia e da saúde coletiva, não é condizente com nossas trajetórias científicas.”. São documentos oficiais que ficarão nos anais da história de nossa República, como prova de que as consequências são tudo o que vem depois.

A frase que foi pronunciada:

A esperança tem um braço no céu e outro na terra.”

Araújo Porto Alegre

Araújo Porto Alegre. Foto: academia.org

Respeito ao patrimônio

Até o dia 30 de novembro, a embaixada dos Estados Unidos e consulados receberá propostas que serão remetidas ao Ambassadors Fund for Cultural Preservation (AFCP), que financiará projetos individuais de preservação do patrimônio cultural do Brasil. Veja os detalhes no link Fundo dos Embaixadores para a Preservação Ambiental.

Imagem: usembassy.gov

Eles voltaram

Com uma característica peculiar, Brasília foi projetada para transporte sob rodas. Aos poucos, o transporte pirata toma espaço na cidade. A principal razão é o tempo perdido aguardando o transporte público. Longas distâncias e passageiros nas horas de pico, o que contribui para o transporte alternativo. O resultado são passageiros que precisam correr sérios riscos para chegar mais cedo no trabalho ou em casa.

Foto: correiobraziliense.com

História de Brasília

As bonecas são fabricadas em série pelas mulheres, que fazem tudo dentro e fora de casa. Os homens apenas pescam, porque é divertido, e fazem os “contatos” com os brancos, que rendem dinheiro. (Publicada em 13/02/1962).

Em nome do inominável

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Foto: Ana Volpe/Agência Senado

 

Quando um governo, sozinho e em pouco mais de dois anos de gestão, consegue o feito impensável e histórico de ter contra si a unanimidade dos produtores de ciência e de cultura de todo o país, é indício forte de que sua administração, além de prejudicial ao desenvolvimento da nação, possui um caráter reacionário, revelador, talvez, de uma má formação intelectual.

Pode ser também, quem sabe, decorrente de uma aversão típica esse tipo peculiar de governante decorrente de alguma ideologia política do tipo centralizadora, o antídoto ou remédio pode estar nas urnas e nas próximas eleições. Se for algum tipo de desvio psicológico, a situação adquire um certo grau de gravidade e só pode ser resolvido no âmbito da medicina.

De toda a forma, esse é o cenário atual que acomete tanto a classe artística como os cientistas e pesquisadores, praticamente, desde o primeiro dia de mandato do atual chefe do Executivo. A questão parece ter extrapolado o simples corte de verbas para essas importantes áreas do país, atingindo níveis de perseguição pessoal a uma classe de cidadãos que, normalmente, possui opiniões próprias e contundentes e muitas vezes contrárias a dos governos.

Mas, analisando a questão material do corte nos orçamentos para a ciência e cultura, o que se verifica, logo de saída, é que esses setores da vida nacional foram duramente penalizados, de uma forma jamais vista em outras épocas. A lista desses setores que sofreram cortes drásticos em seus orçamentos é extensa e reveladora de uma fase negra vivida tanto por pesquisadores como por artistas nas diversas áreas da cultura brasileira.

A frase que foi pronunciada:

“Para a maioria das pessoas, nenhuma notícia é uma boa notícia; para a imprensa, uma boa notícia não é uma notícia.”

Gloria Borger, jornalista americana, 1952

Gloria Borger. Foto: edition.cnn.com

Amanhã

Albertina era uma máquina supermoderna dos parques gráficos que imprimia em cores heliográficas. Isso há 60 anos. Vendo o desenvolvimento tecnológico, como você imagina que as notícias chegarão em 60 anos?

Países Unidos

Nenhuma vacina está pronta antes de 5 anos de testes. Tanto que anunciaram, aos quatro cantos do mundo, que a Janssen seria uma dose só e já estão ventilando ordens diversas. Outras vacinas não são aceitas em alguns países. Foi explicado que a razão não é a falta da eficácia contra o vírus. Quem pensou, não compreendeu. É impossível que o mundo se dobre dessa forma aceitando passaporte de uma vacina que não completou o ciclo de cientificidade. A Austrália já não aceita.

Foto: Sezer Ozger/Getty Images

À sorrelfa

De uma forma sorrateira, a China está se infiltrando em universidades para se apoderar de criações nascidas no mundo acadêmico. A NBC News anunciou que o professor chinês Bo Mao, da Universidade do Texas, foi acusado pelos promotores de pegar a tecnologia de uma start-up do Vale do Silício para entregar à Huawei, a rede de telecomunicações chinesa.

Foto: washingtontimes.com

Lamentável

Perto do setor inventado de galpões do Paranoá, está virando depósito de lixo. Mais umas semanas assim e a administração perderá o controle.

Como proteger

Divulguem a campanha do Ministério da Saúde ensinando as pessoas a tossir ou espirrar. Parece bobagem, mas veja, a seguir, a velocidade e o material orgânico espalhado no ambiente durante um espirro. E mais: O lenço não adianta, nem as mãos para aparar o espirro. Por uma razão simples: sem limpá-las com eficiência onde elas encostarem, levarão consigo o material espirrado. Só a dobra do braço funciona. Mas poucos sabem disso.

Boa ideia

Em legislação local, São Paulo obriga qualquer instituição comercial a doar água potável para quem solicitá-la. Excelente iniciativa!

Prevenção

Antes que a chuva chegue para ficar, seria sensato reforçar a tinta das faixas de pedestre. No Plano Piloto, as que ficam nas entrequadras estão em péssimo estado.

Foto: samambaiaempauta.com

História de Brasília

Há um ano, aproximadamente, falamos na numeração das quadras da W-3, e houve a promessa de que isto seria feito. Chegou-se a fazer um estudo procurando corrigir anormalidades, que tiveram resultados excelentes. (Publicada em 10/02/1962).

Cara ou coroa

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Charge do Duke para otempo.com

 

Dizer que os extremos se tocam, formando, no final, um círculo ou uma aliança a unir falsos antagonismos, equivale a afirmar que ambos compõem e consolidam as duas faces de uma mesma moeda. Moeda essa que, ao ser examinada de perto, revela não possuir lastro algum, pois, no seu valor de face, a soma dos lados é igual a zero. Com isso, o que se pode depreender é que qualquer que seja a direção tomada por aqueles que pregam posições extremadas, cedo ou tarde, todos irão se unir no mesmo ponto, formando um composto homogêneo que, pelo cheiro e toxidade, logo sabemos se tratar de algo danoso à sociedade brasileira.

Tal é a semelhança na articulação política, entre o atual governo, que se autoproclama de direita, e a turma que, a partir de 2002, subiu a rampa do Palácio do Planalto, pregando um programa de esquerda. Lá como aqui, dentro do que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão, todos têm agido, no trato da coisa pública, seguindo as mesmas cartilhas que afrontam os mais comezinhos princípios da ética, o que em outros termos equivale a dizer que cometem os mesmos crimes para alcançar vantagens para si e para os seus.

Para ficar apenas no ponto relativo ao que seria essa cooptação remunerada dos congressistas, uma prática já formalizada, desde a redemocratização nos anos oitenta, e que, segundo o Executivo, objetiva tão somente a aprovação das teses e propostas do governo, ontem, como hoje, os métodos seguem idênticos e, notem bem, sempre prejudiciais aos contribuintes, que arcam com esses desperdícios que nada mais são do que verdadeiros desvios de recursos públicos.

No passado, como agora, todos esses acordos, fechados a preço de ouro, retornam, para a população, na forma de inflação ou recessão. No passado, foi o chamado mensalão, alcunha dada pelo ainda presidiário Roberto Jefferson, aos pagamentos feitos pelos lulistas para a aprovação de suas pautas. Dinheiro que era entregue inclusive em pacotes até para os próprios correligionários. Agora, o que a nação assiste é a reprise desses pagamentos, à sorrelfa, na forma mais sofisticada das chamadas emendas do relator ou RP9. Trata-se aqui dos mesmos mecanismos de outrora, com os mesmos propósitos e cujo os meios são igualmente contrários à lei e a ética pública.

Por isso mesmo, foram taxados de secretos e sempre desmentidos pelo governo e pelos congressistas. Ocorre que a situação, de drenagem de bilhões de reais, sem fiscalização dos órgãos de controle chegou a um tal ponto de escândalo escancarado, que o próprio Supremo, sempre letárgico, teve que agir, atalhando, o quanto antes, essa sangria criminosa, jogando um balde de água fria no fervilhante mundo político da Praça dos Três Poderes.

Como pano de fundo dessas tramoias republicanas, o que se descortina é o pleito de 2022 e as possibilidades de reeleição desses mesmos personagens. Assim como era antes, é agora, nesse cara ou coroa, que tem engabelado toda uma nação por séculos.

A frase que foi pronunciada:

O demônio sempre se infiltra entre os políticos. Então, eles começam a brigar entre si. O poder se transforma em uma questão de orgulho. Não tem mais nada a ver com vivermos juntos e acabarmos com a guerra.”

Bob Marley

Bob Marley durante um show em 1980. / GETTY

Prata da Casa

Graças a Alexandre Dias, CEO do Instituto Brasileiro do Piano, os brasilienses tiveram a oportunidade de acompanhar ao vivo um dos últimos concertos de Nelson Freire. A paixão de Dias pela boa música tocou o coração de Freire.

Temporada

Vejam a Chácara Horizonte Maior, que está pronta para ser alugada. Perto do Poço Azul, a primeira chave que o inquilino recebe é a da porteira. Dê uma olhada, a seguir, nas fotos do paraíso.

Instituto Campos Fidei

Um solitário Tiffany em Platina com diamante de 0,21 CT, com classificação de cor F e Pureza VS1. Esse é o material que vai salvar as obras do Campus Fidei. A joia doada está à venda. Acesse a página oficial do instituto no Instagram em https://www.instagram.com/campus_fidei/.

Arte

Alan Silva, do Museu do Senado, explica, na página do parlamento, que a campanha de conscientização sobre as obras de arte expostas na casa pretende chamar a atenção para a riqueza que esse patrimônio cultural representa e mostrar a importância histórica das peças. A iniciativa da campanha é da Secretaria de Comunicação Social em parceria com as Relações Públicas e o Museu.

Foto: senado.leg

 

História de Brasília

Não sei porque, também, qualquer pessoa paga telegrama, e deputado não paga. O resultado é o abuso que tem sido denunciado seguidas vêzes, de deputados que utilizam o DCT como serviço particular. (Publicada em 10/02/1962).

É preciso abrir o verbo

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Foto: COP26

 

Uma das muitas dúvidas que aflige os chefes de governo presentes, na COP26 em Glasgow, é saber, ao certo e sem “pedaladas ambientais”, que rumos irá tomar o Brasil com relação à redução das emissões de gases de efeito estufa nesses próximos anos. O não comparecimento do presidente da República na COP26, ainda mais quando se verifica que ele próprio estava na Europa nessa ocasião, deixou, segundo observadores presentes na reunião, a má impressão de que a ausência do chefe de Estado nessa Cúpula sobre o clima pode ser usada como pretexto para não assumir pessoalmente qualquer compromisso taxativo diante de seus pares, que prejudiquem suas pretensões com relação às próximas eleições e, sobretudo, que venham comprometê-lo com seus apoiadores, no caso de um provável segundo mandato.

Por certo, o agronegócio, que apoia incondicionalmente seu governo, está comemorando esse desdém do presidente com a COP26 e uma possível restrição à expansão de seus empreendimentos no Brasil. Com sua decisão em não comparecer à COP26, quem perde é o Brasil, que passa a ser incluindo entre as nações com pouca ou nenhuma credibilidade perante o mundo, num momento delicado para o planeta e para o futuro da humanidade.

É preciso ter em mente que o problema ambiental, com todas as variantes climáticas que estamos assistindo no dia a dia, chegou ao seu limite extremo, não sendo mais toleradas indecisões com base em questões internas de cada país, muito menos questiúnculas do tipo eleitoral. É sabido que a maioria dos países desenvolvidos já vêm correndo contra o tempo e adotando, em ritmo acelerado, tecnologias que valorizam a produção de energia renováveis e limpas.

Com isso, já está previsto até uma queda surpreendente na demanda por petróleo, o que pode levar, empresas como a Petrobras e outras a se tornarem obsoletas e desvalorizadas em pouco mais de três décadas. A queima de derivados do petróleo está assinalada como uma das maiores inimigas do planeta.

A segunda maior ameaça vem por conta do desmatamento e da queima de vegetação nativa, questão que diz respeito direto ao Brasil. Embaixadas de todo o mundo, com sede em Brasília, enviam diariamente informações aos seus governos sobre a situação ambiental no Brasil, e sobre as medidas adotadas internamente nessas questões.

São informes, reforçados por imagens de satélites e por ONGs que atuam no Brasil, dando um quadro geral da situação do momento. Mentir em tentar apresentar dados falaciosos sobre a situação ambiental é desnecessário porque vai contra os fatos. Hoje já é possível dizer que, nessas questões, ninguém mente impunemente. Os dados de que dispõem os cientistas confirmam que o governo brasileiro vem dando informações diferentes, desde os primeiros encontros do clima, a não cumprir nem um terço dos acordos que vem estabelecendo.

É preciso entender ainda que a maior preocupação, não só do mundo como de muitos brasileiros que assistem essa destruição de perto, é com a Amazônia, com o Cerrado e com biomas como o Pantanal e a Floresta Atlântica. Trata-se aqui de um problema de todos os habitantes da Terra, porque, ao contrário do que acreditam governos mal informados e mal intencionados, a questão do aquecimento global, como o próprio nome diz, não conhece fronteiras, afetando igualmente países ricos e pobres, pretos e brancos, incluindo, nesse conjunto, governos negacionistas ou cientes do problema.

A frase que foi pronunciada:

O sistema de energia no DF piorou anos luz.”

Rosimeire Eloi Antunes

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Faz o que gosta

Celma Diaz é profunda conhecedora da arte, com um especial carinho pelos artistas da cidade. Na feira do Gilberto Salomão, que acontece no último final de semana de cada mês, lá estava ela. Explicando gravuras, pinturas, esculturas e biografias.

Celma Diaz. Foto: Blog do Ari Cunha

Esperança

Se as quadras de Brasília foram projetadas com comércio, escolas, postos de gasolina, esqueceram do apoio espiritual no Noroeste. Até hoje não há igreja naquela comunidade.

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Leia no link Santa Cecília, um texto histórico assinado por Laércio Silva Filho sobre a santa, a padroeira dos músicos, publicado no informativo da igreja Nossa Senhora do Lago.

Santa Cecília, Cândido Portinari, 1954. Uma releitura da clássica e sublime representação renascentista de Rafael.

História de Brasília

A Fundação Brasil Central acha, e com muita razão, que assistência médica a índio só se presta com remédio dado de graça. Alega, entretanto, que os altos encargos não possibilitam verba para isto. (Publicada em 13/02/1962)

Na COP- 26 o Brasil é a ovelha negra do mundo

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Foto: CHRIS J RATCLIFFE / AFP

 

Quem menos tem acreditado nas promessas, feitas pelos governantes, é a Terra, que segue em seu propósito firme de aquecimento global até que o último ser humano seja varrido para sempre da superfície do planeta. O tempo não espera por ninguém e muito menos o meio ambiente, agredido pela insana ação humana. Enquanto as conferências sobre o clima se sucedem no tempo e em diversas partes do mundo, o aumento da temperatura, dentro do qual o efeito estufa já é uma realidade, continua a surpreender e a estremecer nações.

O planeta já não é o mesmo e, possivelmente, jamais será como antes. O que fizemos com a nossa própria casa no espaço terá um preço a ser pago até mesmo pelos mais ardorosos e precoces ambientalistas. Enquanto isso, as conferências do clima seguem em seu processo de convencimento das nações de que o relógio do apocalipse já aponta para a hora fatal. Estamos já na vigésima sexta edição da Conferência das partes (COP-26) a ser realizada, desta vez, na cidade de Glagow, na Escócia, bem na undécima hora do tempo que nos resta. Os olhares do mundo estarão focados nesse encontro, para onde o Brasil enviará uma numerosa comitiva, composta apenas por personagens do segundo escalão do governo, já que, até o momento, o presidente Bolsonaro não deu mostras de que irá a esse encontro, que ele mesmo receia lhe ser bastante hostil, dentro e fora do pavilhão das reuniões.

Na verdade e por motivos diversos, o Brasil se tornou um pária nos assuntos envolvendo o meio ambiente, por teimosia, declarações infelizes e decisões contrárias à corrente mundial. Quando um chefe de Estado faz alguma afirmação fantasiosa sobre a realidade de seu país, principalmente aquelas que os milhares de satélites em torno do planeta veem a cada segundo, os governantes de todo o mundo já estão previamente abastecidos de todas as informações reais possíveis. Não adianta esconder florestas inteiras debaixo de discursos e frases de efeito. O mundo sabe muito bem em que condições estamos.

Antes mesmo que a comissão brasileira chegue a Glasgow, os governos dos países desenvolvidos, muitos deles parceiros do Brasil, já estão informados de que a Amazônia, segundo os cientistas, já emite mais CO² do que absorve, configurando um fenômeno jamais imaginado em toda a história humana. A razão dessa inversão, que afetará todo o mundo, está no desmatamento e nas queimadas, que nos últimos anos atingirão níveis surreais. Isso significa, para muitos, que a Amazônia já não pode ser mais considerada como o pulmão do mundo. Morreremos asfixiados pela falta de oxigênio, como dezenas de pacientes na cidade de Manaus durante o pior período da Covid-19.

Com relação ao assunto pandemia, que também deixa consequências na própria COP-26 e o mundo em geral, quando a comitiva do Brasil chegar para os primeiros dias de debates na Escócia, já estarão devidamente disseminadas entre os participantes de todo o mundo as informações sobre o relatório final da CPI da Covid-19. Não bastassem os fatos reais e imaginários que depõem contra o próprio país e os brasileiros, o Brasil é, segundo relatório elaborado pela ONU, o país que mais regrediu em suas pretensões de reduzir as emissões de gás carbônico (CO2), entre todas as nações com presença na COP-26. Ou seja, já chega ao encontro como sendo um país rebelde e rotineiramente contrário às preocupações reais da humanidade. Preparem a pipoca para esse encontro na Escócia!

A frase que foi pronunciada:

Retirem a riqueza do subsolo amazônico e o mundo perderá o interesse por ela.”

Dona Dita, pensando enquanto tricota

Foto: BBC

 

Honra ao Mérito

Bem lembrado pelo deputado Leandro Grass. O GDF recebe da União verba que deve ser repassada para instituições como o CEAL. Até agora, a instituição pena com a falta da assinatura do convênio, arriscando parar as atividades deixando mais de mil pessoas, a maioria crianças e adolescentes surdos, altistas e com dificuldades de aprendizagem, sem assistência. Se o Ceal faz tanto pela população, o mínimo que se espera do governo é a contrapartida como reconhecimento ao trabalho sério de profissionais que se dedicam com afinco.

Excesso

Espalhando excrementos e carrapatos por onde passam, as capivaras continuam reinando na capital federal.

Foto: Gabriel Luiz/G1

 

Agito

Sociedade brasiliense de olho no Chá da Lasthênia, tradicional em Brasília. Surgiu na década de 60 por iniciativa de Lasthênia Tourinho de Almeida, esposa do então ministro do Superior Tribunal Militar, General de Exército Reinaldo Mello de Almeida, quando um grupo de voluntárias amigas fez as primeiras reuniões para arrecadar recursos para instituições de caridade de todo o país.

Chá da Lasthênia. Foto: Noticiário do Exército

História de Brasília

Não é verdade o que têm dito sobre cristais de Murano, prataria inglesa, porcelana inglesa e tapetes persas. É mentira. Os cristais são Padro, a prataria é Wolf, a porcelana é de Santa Catarina e os tapetes são de São Paulo. (Publicada em 13/02/1962)

A não ser que…

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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

 

Atualmente, nada nem ninguém está tão firmemente posicionado ao centro do espectro da política nacional como o ex-juiz Sergio Moro. Mesmo que decida não concorrer ao pleito de 2022, a posição central ocupada hoje por Moro, mais do que um fenômeno natural, devido a sua capacidade de caminhar sempre entre os trilhos da sensatez, é dada por um sintomático movimento de ódio, que move e une tanto as esquerdas, capitaneada por Lula da Silva, quanto a direita, simbolizada por Bolsonaro. Todos odeiam Moro. Basta uma simples menção ao seu nome para uma hipotética corrida ao Planalto, colocado sempre por terceiros, para que as redes sociais fiquem inundadas de posts com críticas, ameaças e todo tipo de impropérios. Ao contrário do que muitos podem pensar, esse é um bom sinal, pronto a capacitar o ex-juiz como um nome firmemente habilitado para ocupar o centro político ou, como alguns preferem, uma terceira via.
O problema dele se resume à falta de experiência para se colocar diante do tenebroso jogo político nacional. Essa inexperiência, diante do que temos, em fartura, no cenário nacional, soa quase como inocência e pureza. De fato, caso venha a concorrer contra os atuais falastrões de uma ponta ou outra da política, o ex-juiz poderia ter pouca chance diante desses prestidigitadores, pelo fato de ser um jogo bruto, em que a ética foi chutada para longe, ganhando sempre quem manipula melhor o nosso mal preparado eleitor.
Não há espaço para a ética quando aqueles que disputam estão entre o ruim e o péssimo. Não há espaço para Moro nessa disputa a não ser que… A não ser que haja um saneamento profundo nas campanhas, capaz de animar a parcela da população que vota com a cabeça, e não com o fígado. A tese ou feitiço de que Lula elegeu Jair e Jair vai eleger Lula não pode ser quebrada nesse momento, a não ser que… A não ser que a jabuticaba, representada pela Justiça Eleitoral, venha a público dizer a que veio em interdite candidaturas flagrantemente fichas-sujas.
De fato, não parece haver espaço para todo e qualquer candidato que exiba currículo limpo e proposta de governo séria e exequível. Sergio Moro, ao contrário do Centrão, com quem tanto Lula quanto Bolsonaro gostam de dividir o poder, é odiado por uma boa parcela que habita tanto essa bancada quanto por alas da esquerda e da direita, porque ele, quando juiz, mandou essa gente toda para detrás das grades, julgando, processando e condenando a maior e mais ladina quadrilha de corruptos que por essas bandas surgiu desde a chegada de Cabral, em 1500.
Quem não gosta de Sérgio Moro e quer vê-lo longe de uma possível disputa à Presidência em 2022 teme pelo futuro e pela volta da Justiça ao Estado. Quem dele quer distância treme só de pensar que, a qualquer momento, de preferência pela manhãzinha, a Polícia Federal seja novamente vista pelo olho mágico da porta de casa, fazendo sua visita matinal e ajudando a limpar o país desses criminosos. Tudo isso seria muito difícil de acontecer novamente, a não ser que … você queira.

A frase que foi pronunciada:

“Não importa quão alto você esteja. A lei, ainda está acima de você.”

Ditado cotado pelo ex-juiz Sérgio Moro ao condenar Lula a nove anos e meio de cadeia.
Imagem: oantagonista.com
Mudanças
É preciso ter certeza de que o consumidor terá garantias em relação à energia livre. Certo é que o mercado livre de energia é tema de projetos parlamentares e de manifestação popular. O que se quer é a negociação do preço, quantidade, prazo e até qual seria a fonte de energia fornecida. Tudo em contrato prévio.
Charge do Cazo
Doenças raras
Hoje começa o Congresso de Doenças Raras, com especialistas brasileiros, de Argentina, Portugal, Estados Unidos, Inglaterra e Paquistão. Veja os detalhes no link 1º Congresso Nacional de Doenças Raras.
Frenético
Matéria de capa da edição dessa terça-feira, do CB, exibe o que parece ser o comportamento padrão de muitos motoristas no trânsito infernal que tomou conta das ruas da capital. O perigo anda de carro e é preciso toda a atenção e calma diante das barbeiragens que ocorrem a cada momento. A recomendação dos especialistas é para as pessoas cederem a vez nos engarrafamentos e fugirem dos bate-bocas inúteis e imprevisíveis.
 
Fim de uma era
Alerta dado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a mudança, com redução no consumo de derivados de petróleo, prevista para as próximas décadas, fará empresas, como a Petrobras, perderem muito de seu valor, por causa de um avanço nas tecnologias, tudo dentro de um processo irreversível de descarbonização do mundo.
Charge do Kleber
História de Brasília
É um vasto prédio, próximo ao Alvoradinha. O equipamento de ar-condicionado está jogado sob os pilotis. Todo o equipamento para funcionamento está abandonado, entulhado nos apartamentos. (Publicada em 13/2/1962)

Auxílio Brasil, às eleições

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

 

Depois de dizimar a Lei de Improbidade Administrativa, tornando, os maus gestores e até os corruptos de carreira, impunes e aptos para disputar quantas eleições quiserem, a Câmara dos Deputados segue agora, a passos firmes, marchando em direção do que seria o último bastião de moralidade na gestão dos recursos públicos: o teto de gastos. A imagética pode até não ser boa, mas se considerarmos o país, como sendo um edifício de alvenaria, com toda a sua estrutura armada, partindo da fundação, passando pelos pilares, pelas vigas até chegar à laje da cobertura, o que temos aqui, em relação a esses desmanches das principais leis que possibilitaram o êxito do Plano Real e sua duração no tempo, é o que os arquitetos e engenheiros chamam de puxadinho do inferno, capaz de levar ao colapso toda a obra e todos que estiverem ao seu abrigo.

O que estamos assistindo agora, impassíveis e surpresos, é a demolição paulatina de toda a estrutura de sustentação, que um dia permitiu a superação de processo inflacionário que, por décadas, arruinou a nação. Ao condenar todo o edifício Brasil, em nome das próximas eleições, o que se está fazendo, sob a tutela do chamado centrão, é deixá-lo exposto, mais uma vez, às incursões incertas do destino, da estagflação e do retorno aos tempos sombrios anteriores ao surgimento do Real.

Nesse sentido, a saída dos principais secretários da equipe do ministro da economia, Paulo Guedes, poderia, mesmo num ambiente de razoabilidades, ser considerada sintomática. Mas, no momento atual, e tendo em vista a proximidade do calendário eleitoral, essa debandada de técnicos soa como sinal de alerta a todos que ainda tenham a capacidade de raciocinar que, a qualquer hora, o edifício pode ruir.

Abrir os cofres, já esvaziados, permitindo que o governo rompa com a regra do teto de gastos, ou seja, gastar além de sua capacidade de pagamento é não só uma volta ao passado, mas um passo certo rumo à inadimplência e ao calote, com prejuízos para todos. Quando, ao teto de gastos, os economistas lhe conferiram o grau de “âncora da política fiscal do país”, não estavam apenas destacando sua importância para todo o arcabouço das finanças públicas, mas emprestando a esse termo o mesmo significado que este instrumento tem na proteção e salvaguarda do transatlântico chamado Brasil e seus passageiros a bordo.

No nosso país, a mistura entre política e economia nunca deu muito certo, por que a primeira sempre foi construída a partir de voluntarismos subjetivos, voláteis e imediatistas, enquanto a economia se funda em regras fixas de acordo com os contratos elaborados no âmbito dos mercados. Falar, pois, em política econômica no Brasil é um paradoxo, quando não uma anomia.

O denominado “Auxílio Brasil”, uma renomeação do Bolsa Família costurado pelo governo, com a ajuda do Centrão, muito mais do que um programa de transferência de renda, com prazo para terminar ao fim de 2022, é um investimento claro para reforço da candidatura de Jair Bolsonaro e de seu grupo imediato, incluindo a própria bancada política que lhe dá apoio no Congresso.

A frase que foi pronunciada:

“Ninguém é obrigado a tomar parte na crise espiritual de uma sociedade; pelo contrário, cada um é obrigado a evitar essa loucura e viver sua vida em ordem.”

Eric Voegelin

Eric Voegelin. Foto: gazetadopovo.com

Sem segurança

É muito importante que as pessoas que fazem uso de vans escolares estejam atentas à qualidade e segurança do serviço. O objetivo de chegar ao destino não deve prevalecer essa atenção. Várias vans foram apreendidas pelo Detran. Veículo sem manutenção ou documentação incompleta.

Foto: Divulgação/Fazenda DF

Aviso da Embrapa

Capacitação em fruticultura tropical: banana é o tema da próxima edição. A palestra técnica será realizada na próxima terça-feira 26 e ficará a cargo do pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Edson Amorim. Ele vai tratar das cultivares, do sistema de produção e do mercado. A transmissão será pelo canal da Embrapa no Youtube, a partir das 9 h. Veja o link a seguir.

A Palavra

Dia 30 de outubro é dia de evangelização. Fiéis do Santuário São Francisco de Assis sairão nas quadras da área da igreja para conversar sobre Deus com moradores da região. Não será necessário abrir o portão.

História de Brasília

O assunto é Ilha do Bananal, onde passamos o fim de semana vendo os Carajás nas suas festas, nas suas dificuldades, no seu trabalho, na sua doença, nos seus males. (Publicada em 13/02/1962)

Falta menos de um ano para as eleições de 22

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Foto: EVARISTO SA/ AFP

 

Faltam pouco menos de 12 meses para as eleições gerais que irão escolher, em 2022, os nomes do presidente da República, dos governadores, das assembleias legislativas dos estados, dos 513 deputados federais, além de um terço dos 81 membros para o Senado. Trata-se de um evento da maior importância para o Brasil e que poderá, dependendo da seriedade dos eleitores, mudar os rumos do país, livrando-o, quem sabe, de uma queda iminente num abismo.

Por certo, o atual governo não fará nenhuma mudança de rumo, nem uma revolução na esfera do Executivo, confiando, talvez, que seus apoiadores irão não só entender os motivos, como irão apoiá-lo até o fim. Diante das circunstâncias, acredita-se que o que o atual chefe do Executivo fará é repetir o modelo de gestão de governos passados, que na reta final das eleições, gastando até o último centavo dos recursos públicos, com políticas populistas, que agradem dos eleitores mais carentes e, com isso, obtendo adesões interesseiras de última hora.

Convenhamos que essa é uma estratégia ao mesmo tempo irresponsável e suicida, uma vez que, na hipótese de vir a ser reeleito, terá que governar com os cofres esvaziados e sob a mira daqueles a quem prometeu mundos e fundos. Até o próximo 2 de outubro de 2022, o governo terá que encontrar um projeto consistente que detenha a escalada da inflação, já posicionada em dois dígitos e considerada uma das mais altas desde o Plano Real.

Sobre o que interessaria de fato a nação que são as reformas, não existem perspectivas à vista. Aliás, essas reformas, tão necessárias e tantas vezes negligenciadas, tanto pelo Executivo como pelo Legislativo, não ocorrerão em ano eleitoral, quando os políticos estão mais preocupados em voltar ao poder e não em discutir mudanças que, em última análise, retirarão direitos já conquistados dos próprios eleitores. Por outro lado, as negociações para a formação de frentes políticas que venham a se estabelecer numa possível terceira via já estão em andamento, o mesmo acontecendo com as costuras, feitas pelo ex-presidente e ex-penitenciário Lula da Silva, que seguem fortes nos bastidores, principalmente na construção de armadilhas e outras tramoias sujas para afastar quaisquer candidatos que venham se colocar no caminho do Partido dos Trabalhadores. Mais do que nunca essa será uma campanha em que o PT emprenhará todas as suas forças, a fim de tentar apagar os muitos crimes cometidos por essa legenda e por seus filiados a partir de 2003.

Eles virão com sangue nos olhos, sabendo que essa pode ser a última oportunidade para voltar ao Planalto, de onde sonham em vingar-se daqueles que descobriram seus malfeitos e crimes. Essa não será uma eleição como as outras porque há muitas explicações a serem feitas aos cidadãos que, na sua grande maioria, já perderam, há muito tempo, a crença nos políticos nacionais.

Com a aproximação das eleições, aumenta também a dança das cadeiras dos candidatos, todos afoitos em apresentar propostas que, sabem, não poderão, nem de longe, cumprir. Criados partidos gigantes que, com o otimismo exagerado, alinham-se ao jogo eleitoral e ajudam a ganhar votos, melhor mesmo é se mostrar positivo e proponente.

Soubessem eles o tamanho do desafio que têm pela frente, com certeza se apresentariam diante dos eleitores com maior parcimônia e mais comedimento na arte de prometer. De todos os desafios que se apresentam na atualidade, nenhum é mais premente do que o fator ambiental. Nesse setor, já repleto de adversidades, o maior e mais urgente problema é justamente o alastramento contínuo do fenômeno da seca por todo o território nacional. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a seca é hoje o maior desastre ambiental em processo no país, já afetando praticamente todo o país de Norte a Sul. A falta de chuvas e a estiagem constantes não estão mais restritas, como anteriormente, às regiões Nordeste e ao tradicional Polígono da Seca. Estudo Elaborado agora pelo IBGE, intitulado Perfil dos Municípios Brasileiros (Munic) e Perfil dos Estados Brasileiros (Estadic) 2017, mostra que, entre 2013 e 2017, praticamente metade dos 5.570 municípios (48,6%) vem registrando episódios de seca. Embora a maior parte deles esteja concentrada no Nordeste, a estiagem, ocasionada pela escassez severa de chuvas, já atinge, inclusive, o Sul do Brasil. Trata-se, obviamente, de um problema que, por suas dimensões, nenhum candidato terá condições de resolver, quer por sua abrangência ou mesmo pela exiguidade na duração do mandato em relação à extensão de tempos necessários para empreender um amplo e eficaz programa de combate à seca.

Os avisos sobre a intensificação da seca em todo o país vêm sendo feitos na forma de constantes e repetidas crises hídricas, que ainda hoje têm reflexos no dia a dia da população. Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste, também experimentaram prologados e preocupantes períodos de estiagem, que resultaram em penosos racionamentos de água para seus habitantes. Além da seca inclemente, a pesquisa do IBGE listou ainda outros desastres ambientais como deslizamentos, erosão e enchentes, que vêm atingindo diferentes regiões do país, deixando um rastro de prejuízos e de preocupações.

O pior, segundo o IBGE, é que 60% dos municípios brasileiros não possuem nenhum mecanismo especializado e direcionado à prevenção desses desastres naturais.

A frase que foi pronunciada:

Uma das primeiras condições para a felicidade é que o elo entre o homem e a natureza não seja quebrado.”

Leo Tolstoy

Leo Tolstoy. Foto: Reprodução da Internet

História de Brasília

Não sei porque, também, qualquer pessoa paga telegrama, e deputado não paga. O resultado é o abuso que tem sido denunciado seguidas vêzes, de deputados que utilizam o DCT como serviço particular. (Publicada em 10/02/1962)

Com os pés virados para trás

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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

Definitivamente, a era dos marqueteiros e daqueles que transformavam pedra em pão vai ficando para trás, com a disseminação, cada vez maior, das mídias sociais. Aliada a esse meio de difusão tecnológica, imediata e ampla dos acontecimentos, ocupam o lugar agora, dos antigos gurus da propaganda, os chamados gabinetes do ódio e outras redes de propagação em massa de notícias sem lastro com a verdade, operadas por robôs ou fantoches eletrônicos e, portanto, sem coração e sem sentimentos calcados na ética humana.

Vivemos o que se pode denominar de autêntico período da história em que os homens de carne, coração e espírito vão sendo substituídos por mecanismos programados para espalhar calúnias e difamações aos quatro ventos, sem que isso cause dano algum aos seus manipuladores e financiadores.

Obviamente que, por detrás dessas engenhocas, estão pessoas que, mesmo conscientes do mal que estão fazendo, continuam em seus intentos criminosos no aguardo de que isso venha acarretar a supremacia da mentira como método político. Muito mais do que método político, a divulgação de mentiras, uma tática muito utilizada pelo nazismo e pelo fascismo para angariar apoio popular e apontar falsos inimigos, trata-se aqui de um ato de terrorismo digital, e, como tal, deveria ser tratado.

Não se tem aqui qualquer novidade de métodos. Também, nos governos petistas, a utilização de estratégias semelhantes, com o intuito de manchar reputações e criar o divisionismo e os antagonistas fantasmas, era prática corriqueira.

Dos males que a atual Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 do Senado tem levantado até aqui e que atentam contra a República, nenhum outro parece ter tanto poder de fazer estragos à democracia e ao país do que os chamados gabinetes do ódio e congêneres, formados por indivíduos que articulam, por meio da falsificação dos fatos, a promoção das inverdades e a inoculação do vírus da ira e da cólera.

Não se tem mais oponentes políticos, mas inimigos, a quem é preciso mais do que derrotar nas urnas, ou seja, destruir enquanto pessoa. Esse comportamento, muito antes de revelar a pouquíssima formação intelectual e espiritual de nossos homens públicos, mostra o quanto temos ainda que aperfeiçoar nossos mecanismos eleitorais, de modo a impedir que, num futuro não muito distante, verdadeiras bestas-feras continuem sendo alçadas a condição de mandatários e, com eles, seus sequazes, todos dispostos a usar o poder como arma e força de destruição, e não como meio de construir consensos e união.

A substituição dos antigos magos da propaganda, todos eles também distantes das boas práticas em unir ética e marketing, por robôs operados por gente sem escrúpulos mostra que, durante todos esses anos, desde a redemocratização, não aprendemos nada e tampouco esquecemos nossos vícios passados, os mesmos que nos conduziram a duas décadas de ditadura.

A corroborar o fato de recuarmos no tempo, as recentes pesquisas de opinião pública apontam como possíveis candidatos na reta final das próximas eleições os dois principais protagonistas e mentores desse mundo de faz de conta, os mesmos que induziram parte da população a varrer a verdade do horizonte. Estamos num processo perverso de involução política, andando com os pés virados para trás.

A frase que foi pronunciada:
“A única diferença entre ser desinformado e mal informado é que um é sua escolha e o outro é deles.”
Frank Sonnenberg, em Ouça a sua consciência: é por isso que você tem uma.

Frank Sonnenberg. Foto: divulgação

Bom senso
Seria uma experiência interessante os chefões do GDF se passarem por pessoas comuns em busca de atendimento. Muitos são os funcionários dedicados, mas os criadores de problemas são maioria e talvez hajam assim por completa falta de despreparo ou orientação. Se o atendimento é agendado e não há mais ninguém para ser atendido, qual a razão de não prestar serviço para quem compareceu presencialmente? Os impostos são pagos para isso também.

Quadrinho: Turma da Mônica

Registro
Se você é pioneira, chegou a Brasília na época da construção, entre em contato com Tânia Fontenele. Ela quer fazer uma exposição de fotos e objetos da época e gostaria de conversar com as pioneiras. É só procurar no Facebook.

Tania Fontenele. Foto publicada em seu perfil oficial no Instagram.

Acolhimento
Portas abertas aos venezuelanos, sírios e haitianos. Agora, o Itamaraty analisa mais de 400 pedidos de asilo de afegãos. O Brasil tem todos os rostos e deve ter sua cultura abraçada pelos acolhidos.

Foto: © Reuters/TWITTER/DAVID MARTINON/Direitos reservados

História de Brasília
No almoço oferecido a Adjubei e sua espôsa, filha de Kruchev, a decoração da mesa ficou a cargo de Zanini. Muitas flôres vermelhas, e, entre elas, cravos brancos com traços vermelhos, significando uma mensagem de paz para os visitantes. (Publicada em 10/02/1962)