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ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Enquanto a bola rola nos estádios da Rússia, os candidatos à presidência da república vagueiam pelos estados brasileiros, em campanha eleitoral francamente aberta, mesmo que a legislação proíba essa antecipação do calendário. De fato, nem a campanha da seleção, nem o recital de promessas dos postulantes para 2018 têm despertado grande interesse da população.
O futebol insosso do escrete, apoiado basicamente na figura de um Neymar, que parece possuir talento fora de série apenas quando atua em times no exterior, e as caras manjadas dos políticos que se apresentam para o principal pleito de 7 de outubro, por razões idênticas, deixaram de empolgar os brasileiros.
A decepção com os seguidos casos de malversação de recursos, falsificação de resultados, construção superfaturada de estádios e outras falcatruas, tanto na CBF como na própria FIFA, além da derrota inexplicável por 7×1 para a Alemanha, retraíram e constrangeram o torcedor de tal maneira que somente uma campanha mágica e indiscutível rumo ao hexa poderá redimir o passado recente.
Do mesmo modo, os escândalos, em sequência contínua, praticamente reduziram à pó a imagem que a população faz hoje de todos os políticos. O desencanto geral vem também da encenação e das mentiras, quer dos jogadores que se jogam ao chão procurando vantagens e faltas inexistentes, quer da atuação dos políticos, obrigados a desmentir, com falsas versões, as acusações de que são alvos.
A perda de credibilidade e o malabarismo nos pés e na retórica afastaram fãs e eleitores. Ainda assim, para o bem do esporte e da democracia, futebol e eleições devem prosseguir. Quem sabe, ali na frente, as coisas se arrumam e tudo volta a ser como era antes.
No caso da política a coisa é mais complicada. As gigantescas manifestações de rua acenderam o sinal de alerta para todos aqueles que ainda apostam no velho modo de fazer política e pode render resultados inesperados quando as urnas forem abertas. Aliás, permanece crescente entre os eleitores a desconfiança sobre as urnas eletrônicas. Nenhum país a adotou, técnicos já provaram que as urnas são violáveis. Toda a campanha política não passará de encenação caso os votos dos brasileiros não sejam auditados. Comparável ao triste teatro com encenações de surpresa de nossas autoridades quando sorteado o Brasil para sediar a Copa do Mundo em 2014. Aquele sorteio gerou suspeitas até hoje não esclarecidas.
Mesmo no futebol, fez-se necessário a introdução de um segundo árbitro, chamado de vídeo, para sanar eventuais dúvidas das jogadas. Seria comparável a contagem dos votos, o tira-teima. Por essa mesma razão, muitos eleitores e mesmo especialistas renomados sobre questões de informática concordam com a introdução do voto impresso para debelar eventuais desconfianças.
No futebol, como na política, é preciso regras claras e precisas. Tanto nos campos, como nos palanques a obediência às leis devem possuir regras indiscutivelmente objetivas e justas. Jogador que tomou cartão vermelho deve sair de campo. Político investigado também deveria, embora se saiba que a maioria deles irá disputar novos cargos, muitos claramente em busca da blindagem proporcionada pelo foro de prerrogativa.
O fato é que o mal desempenho, nos campos e na tribuna, tem desanimado os brasileiros, mesmo aqueles que gostam de futebol e de política. Reverter essa situação extrema é a jogada mais importante a ser feita agora.
A frase que não foi pronunciada:
“A alegria do samba, a paixão pelo futebol, a esperança na política, a imagem de um povo de grande coração. Falta pouco para tirarem também a dignidade do brasileiro.”
Dona Dita, durante uma tricotada e outra.
Turbilhão
Nada tranquilo para o diretor-geral do transporte urbano do DF. Instaurado Procedimento Administrativo Disciplinar com vários nomes de funcionários da casa.
Pancadas
Pela Via N2 só tratores saem ilesos. Rodas, pneus e suspensão dos carros são castigadas com tantos buracos.
Absurdo
Pelo portal do Detran estava tudo certo. Não havia débito. O motorista resolveu ir buscar o documento do carro. Ao chegar lá, o sistema acusou um débito de R$ 17,00, que significava voltar para casa, pagar, aguardar dois dias e voltar a enfrentar a fila do Detran. Mas de onde viria esse valor? Pela atendente, trata-se de um complemento de cálculo mal feito pelo GDF. Por isso é necessário complementar. Uma coisa dessas aquece qualquer sangue humano.
Inflação
Por R$ 100,00. Esse é o valor do bojão de gás vendido no disk-gás. Custava R$ 75,00 antes do movimento dos caminhoneiros. Como explicar essa precificação?
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os moradores do IAPB, que habitam a única quadra bem organizada, a única quadra bem mantida, e a única totalmente ajardinada, devem cooperar com o Delegado sr. Isaias Gonçalves de Freitas. (Publicado em 24.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
A coluna Visto, Lido e Ouvido abrirá espaço aos pré-candidatos a Deputado Distrital. Toda segunda-feira, será divulgado um video ou texto dos pré-candidatos. Para participar basta enviar o material para colunadoaricunha@gmail.com. Desse modo, o blog oferece mais um espaço para que os candidatos divulguem suas ideias.
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Crises obrigam os indivíduos a organizar estratégias para superar os efeitos e prolongamentos, reforçando, também, ações que visem a não repetição dos mesmos erros. Por isso é que se afirma que em época de crise é também o momento ideal para a criação de soluções e para o aperfeiçoamento de atitudes, sejam elas no plano individual ou de grupos.
Obviamente que, em se tratando de um Estado como o nosso, com todas as suas características, complexidades e limitações, apanhado de surpresa por uma crise que muitos classificam como a mais profunda e duradoura de toda a história republicana, a construção de caminhos que levem a superação da depressão econômica, política e social é tarefa das mais árduas e que demandará tempo e persistência, dessa e de outras gerações que virão.
Mesmo assim, o que se observa em meio a esse cenário caótico é o surgimento, ainda tímido, de propostas e projetos de leis que visam aperfeiçoar e blindar os mecanismos de administração pública contra a ação contínua de atos ilícitos não só dentro da própria máquina pública, como de todas as empresas que estabelecem relações de parceria com o Estado. Nesse sentido, duas propostas apresentadas pelo deputado Chico Leite (Rede Sustentabilidade-DF) merecem destaque pela oportunidade.
A primeira é a Lei Distrital Anticorrupção (nº6112/2018), já em vigor desde março, que torna obrigatória a implantação do Programa de Integridade nas empresas que celebrarem contratos, consórcios, convênios, concessões ou pareceria público-privada (PPP) com o GDF em todas as esferas de Poder. Para o autor da nova Lei, o objetivo da medida é proteger a administração pública do DF de atos lesivos que resultem em prejuízos financeiros, garantindo que a execução dos contratos esteja em conformidade com a lei, promovendo, assim, maior segurança
É claro que a experiência tem demonstrado que nesse caso não bastam aperfeiçoar e introduzir mecanismos de compliance apenas nas empresas que firmarem contratos com o GDF. Fatos e manchetes de jornais confirmam que grande parte dessas irregularidades parte justamente de dentro da estrutura dos Poderes do Estado. Executivo, Legislativo e Judiciário têm sido acusados, sistematicamente, de práticas de desvios éticos e abuso de condutas nos contratos assinados com a iniciativa particular.
Operações da Polícia Federal e do Ministério Público, como Drácon, Panatenaico e muitas outras, têm levado ao conhecimento da população da capital as relações espúrias entre políticos e empresas privadas que resultaram em enormes prejuízos para o contribuinte, sem que seus atores tenham sido, até o momento, punidos exemplarmente.
Com base nesses episódios o parlamentar apresentou também uma Proposta de Emenda À Lei Orgânica (PELO nº 97/2017), introduzindo na constituição local dispositivo que cria nos órgãos dos Poderes do DF programa de Compliance Público, objetivando avaliar, direcionar e monitorar a gestão pública, mediante a avaliação de riscos, prevenindo, identificando e reportando possíveis desvios de conduta, irregularidades e práticas de ilícitos.
Na justificação que fez sobre sua proposta, Chico Leite lembra que “uma das facetas mais importantes da governança é sua ênfase na prevenção de condutas irregulares”. Pela proposta, ficará criado também o Fórum Permanente de Combate à Corrupção do DF (FOCCO/DF), visando a formulação de políticas públicas no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.
A frase que foi pronunciada:
“Aqui no DF temos numerosos exemplos de leis e demais atos normativos que foram declarados inconstitucionais após aprovação em plenário e até mesmo sanção do governador. Ou seja: todo o trabalho despendido foi perdido e não gerou benefício algum para a população”
Chico Leite, deputado distrital
Sem ilusão
Nada como a proximidade das eleições para as atenções se voltarem para a população. A Câmara Legislativa do Distrito Federal revogou o aumento de 2,99% na conta de água, que havia sido autorizado pela Agência Reguladora das Águas (Adasa) em maio. Era só o que faltava. Não protegem as nascentes, correm para cobrar de invasões, oferecem água da pior qualidade, cortam o fornecimento por falta de planejamento e querem receber mais. Em breve vão dar um jeito de arrancar esse aumento.
De graça
O Bel Canto da Ópera, com Renata Dourado, Daniel Menezes, Aida Kellen, Gustavo Rocha, Érika Kallina, Carol Araújo, Isabel Quintela, Luiza Lacava, com participação especial de Janette Dornellas e do pianista Rafael Ribeiro, será no teatro do Brasília Shopping, dia 17 de junho às 19h. A realização é dos Cantores Líricos de Brasília.
Abuso
É preciso criar um canal de comunicação entre pacientes e o Conselho Federal de Medicina que trate do relacionamento médico-paciente. Hoje em dia, com celulares em punho, são gravados inúmeros flagrantes de arrogância e desrespeito por parte dos profissionais da saúde. Vulneráveis, os pacientes contam com os parentes para defendê-los, mas nem sempre isso acontece.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Enquanto isto, os moradores que sofram lama, poeira, barulho de gerador, mosquitos e toda sorte de desconforto. (Publicado em 21.10.1961)