Tag: #GDF
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Entra governo, sai governo e a questão fundiária do Distrito Federal prossegue no mesmo impasse e com um agravante: a cada ano, o problema vai sendo acrescentado por uma série de novas ocupações irregulares que vão se sobrepondo a outras mais antigas e também enroladas juridicamente, tornando o processo de regularização urbana numa espécie de novela que se arrasta indefinidamente e sem solução adequada e racional à vista. Por outro lado, as regularizações feitas até agora têm sido feitas a toque de caixa, com o respaldo da Câmara Legislativa.
Também, não poderia haver outra maneira de se contornar um problema que já nasceu de forma enviesada, feito apenas para dar sustento a determinados grupos de políticos e de empreendedores, ávidos por lucros e benefícios a qualquer custo. Só que nesse caso o custo é de todos e vai se avolumando, conduzindo-nos à quase inviabilização da vida urbana de toda a capital, submetida a medidas impostas de afogadilho e sem qualquer planejamento de longo prazo, como é exigido em qualquer cidade que se preze. Bem sabemos quando isso teve início. O que não se pode imaginar é onde isso tudo vai nos levar. Basta ver que lotes doados foram vendidos, o que deveria ser expressamente e efetivamente ilegal, com consequências a se impor.
O problema com os políticos de plantão e mesmo com empreendedores locais é que o horizonte deles se estende por apenas quatro anos. O nascimento e vida das cidades, principalmente aquelas de grande porte e importância, se medem por séculos e mesmo por milênios. O que se pode saber sobre esse longo ciclo de muitas metrópoles nos é dado pelas inúmeras experiências históricas.
É comum as cidades mais longevas respeitarem um planejamento urbano metódico que, em sua fórmula, perpetua-se no tempo. Nenhuma cidade desse planeta logrou sobreviver à custa de improvisos e de medidas aleatórias e imediatistas adotadas por seus governantes. Soa como quase surreal que justamente a primeira cidade modernista do mundo, planejada nos mínimos detalhes por um dos maiores urbanistas de todos os tempos e que maravilhou a todos, continue sofrendo ataques diários, tendo seus espaços vitais ocupados de forma caótica e sem estudos de possíveis impactos a médio e longo prazos.
Pior que, a esse desenvolvimento desordenado e sem critérios técnicos, vão se sobrepondo lei e regulamentações feitas às pressas para dar algum arremedo legal ao que, em sua origem, é flagrantemente irregular e prejudicial à cidade. Não surpreende que noventa por cento dos processos de regularização e legalização de terras tenham sido efetivados de forma conclusivas nesses últimos dez anos.
O volume de áreas a serem regulamentadas se somam a centenas e o número de loteamentos já ultrapassa a casa de dezenas de milhares. Esse é o resultado claro da ação contínua dos agentes de grilagens de terras, muitos incentivados por políticos inescrupulosos e pela ação displicente das autoridades por décadas.
O que vai se sucedendo com essa cidade é exatamente a história de uma agonia anunciada há tempos, por Ari Cunha, nesse mesmo espaço desde a entrada em dos políticos locais, facilitada pela independência malsã da capital a partir dos anos noventa.
A frase que foi pronunciada:
“Diziam que eu era antidemocrata porque sempre me posicionei contra a instalação de um poder legislativo na capital da República. Havia maior independência e melhor uso da verba recebida pela cidade.”
Ari Cunha, in memoriam, criador da coluna Visto, lido e ouvido
Trabalho
Por falar nisso, foi aprovada na Câmara Legislativa a ideia de tornar obrigatória a exibição, em ônibus de transporte público, de filmetes contra a violência. É um bom veículo para transmitir dicas de urbanidade. Salas de cinema comerciais também serão obrigadas a divulgar os filmetes. Bastava ser uma contrapartida a concessão e um acordo com as salas de cinema. Não precisaria ser lei.
Assinado
Institutos de pesquisa publicaram verdadeiros absurdos nas eleições passadas. Visivelmente trabalhos encomendados para esse ou aquele candidato. Parece que essa orgia informativa vai acabar. Já nas próximas eleições, as pesquisas de opinião terão o nome dos estatísticos responsáveis publicado. O projeto do ex-deputado federal Joaquim Francisco dará ao estatístico profissional a responsabilidade técnica do trabalho.
Boas novas
Depois que Plínio Mósca mudou para Porto Alegre, muita coisa mudou na terra de Mário Quintana. Como membro do Conselho de Cultura do RS, ele ocupa uma das vagas pertencentes às Ciências Humanas e traz o seguinte convite, que pode inclusive ser inspiração para Brasília. O Instituto Federal do RS, Campus Porto Alegre, e o Conselho Estadual de Cultura do RS convidam para o ato de conclusão do Curso de Extensão de Gestão em Artes Circenses, o 1º curso do gênero oferecido por uma instituição pública de ensino no Brasil. Todos os artistas de circo gaúchos, de agora em diante, poderão conhecer técnicas de segurança profissional, seus direitos e deveres com as próximas turmas que serão oferecidas. Desde já se prevê, inclusive, o nascimento de um sindicato especializado para a área do circo, a mais antiga das formas de arte e até então visto como o primo pobre das artes cênicas. Mais informações a seguir.
–> A cerimônia acontecerá em 18 de junho no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, no Campus de Porto Alegre (Rua Coronel Vicente 281), às 19h.
Divulgação
A Fundação Itaú Social acaba de abrir as inscrições para edital que destinará recursos para financiar projetos sociais que trabalhem pela garantia de direitos de crianças e adolescentes por meio da educação. Atualmente, as organizações sociais estão tendo ainda mais dificuldade em manter o atendimento, devido à escassez de recursos. Em 2018 foram destinados R$ 11,7 milhões para 51 projetos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Já que o assunto é Aeronáutica, os postes de iluminação do pátio de manobras do aeroporto de Brasília já estão prontos para entrar em funcionamento. Basta apenas uma ordem do gabinete do ministro. (Publicado em 22/11/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Não passa um dia sequer sem que a polícia florestal e mesmo os bombeiros são chamados para capturar capivaras dentro de residências, em plantações, hortas, piscinas e até dentro das casas. Os moradores da orla d Lago Paranoá são os que mais vêm sofrendo com a proliferação acelerada desses grandes roedores. Esse não é um problema que vem crescendo e tomando proporções alarmantes apenas no Distrito Federal. Em algumas regiões do país, como no interior de muitas cidades paulistas, mineiras, goianas e do Mato Grosso, a multiplicação desses mamíferos já apresentam um sério problema de saúde pública e com implicações diretas também na economia de muitos municípios.
A situação chegou a um tal estágio que, em muitas localidades com grande concentração de capivaras, os terrenos, alguns com centenas de hectares, vêm progressivamente perdendo valor no mercado imobiliário. Muita gente tem deixado de comprar e vender terras onde existe a ocorrência desses roedores nas redondezas, por medo dos prejuízos causados à lavoura e à criação de pequenos animais que também são atacados.
As enfermidades transmitidas pelas capivaras precisam ser conhecidas pelos governantes. A unidade da Embrapa Pantanal produziu um livro sobre todos os detalhes do assunto. Um perigo registrado é a febre maculosa. Os sintomas da febre maculosa, transmitida pelo carrapato estrela infectado pelo animal, podem ser confundidos com diversas doenças. Dores nas articulações, apatia, perda do apetite, anemia, dor de cabeça, manchas avermelhadas na pele podem confundir no momento do diagnóstico.
Existe a vacina contra a febre maculosa, mas os resultados não são satisfatórios. Exames sorológicos podem não diagnosticar a doença no início dos sintomas. Há necessidade de notificação compulsória nas instâncias da vigilância epidemiológica. O atraso no diagnóstico pode trazer graves complicações que afetam desde o sistema nervoso central até os rins, pulmões, lesões vasculares, podendo levar a óbito.
Aqui no Distrito Federal, a multiplicação desses animais em toda a orla do Lago preocupa não só os moradores como todos aqueles que usam esse espelho d’água para o lazer. O problema atinge também os frequentadores dos clubes sociais situados nessa região. Além da transmissão de doenças já conhecidas, esses roedores, principalmente as fêmeas com crias novas, são extremamente agressivos quando sentem a aproximação de estranhos. Trata-se, para quem já teve a triste experiência de ser agredido, de um animal selvagem e que, dependendo da situação, pode até matar suas presas, com o poder de pressão das mordidas e com o corte afiadíssimo de sua dentição.
O mais assustador é que esse problema parece crescer no sentido inverso da preocupação das autoridades responsáveis. As medidas adotadas até agora, segundo informam, se limitam à pulverização de venenos contra os carrapatos do tipo estrela e ao mapeamento das populações. Moradores dessas áreas confessam, contudo, que nunca presenciaram qualquer dessas ações. Para alguns biólogos que acompanham esses casos, trata-se agora de adotar medidas visando a castração de grande parte desses bichos e o abate de muitos outros, antes que essa invasão ganhe proporções de uma calamidade pública.
A frase que foi pronunciada:
“A barriga cheia de lombrigas e cabeça vazia de ideias e de sonhos, os males históricos de nossas crianças são como uma marca indelével de nosso subdesenvolvimento.”
Monteiro Lobato, escritor e ativista brasileiro.
Cidade Livre
Canais de Comunicação que criticam a devastação na Amazônia e demais regiões brasileiras esquecem-se de citar as empresas estrangeiras que agem sem sujar as mãos. Há investigações sobre a Brighton Collectibles, Nordisk Timber, Credit Suisse, Commerzbank, JPMorgan Chase e por aí vai.
Números
São 50 bilhões de sonegação de imposto de renda anuais no Brasil. O dado é divulgado pelos auditores da Receita Federal.
Registro
Por incrível que possa parecer, o senador Paim ainda é do PT. Prova viva de que tudo tem seu lado bom. Completamente contra a maré do partido, Paim sempre trabalhou pelo país. As discussões no Senado, tanto no Plenário quanto nas comissões, são enriquecedoras. Querido por todas as instituições que participam de audiências públicas, o senador sempre foi prático em agir. Aliás, essa é a marca que o caracteriza. Muito mais ação do que palavras.
Mais
Produtores culturais à mingua, Teatro Nacional à deriva. Infelizmente, a cultura foi deixada completamente de lado pelo governador Ibaneis. Agora, com a ideia de privatizar o metrô, quem sabe sobre um espaço para os artistas mostrarem o trabalho. Pelo mundo inteiro, o metrô é local de mostrar arte.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Efetivamente, nós, como passageiros, não sabemos a razão desse critério, mas pagar num Convair o mesmo preço de um Boeing, tenham paciência. (Publicado em 22/11/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Universalizar o atendimento em saúde, e de modo minimamente decente, ainda é uma realidade distante em nosso país. Nesse quesito, não há necessidade de pesquisas, dados estatísticos ou outro indicador métrico ou científico. Basta ir a um hospital público. E não precisa ser no interior do Nordeste ou da Amazônia, onde esse serviço, em muitos lugares, sequer existe. Aqui mesmo, em Brasília, é comum o cidadão procurar atendimento médico, mesmo com quadro de fortes dores ou suspeita de caso grave, e o atendimento, dentro de padrões aceitáveis, não ser realizado.
Nessa situação, o jeito, para aqueles que não possuem outra opção, é esperar até 24 horas sentado em uma cadeira desconfortável até que algum profissional se apiede do paciente. Num quadro desses, não chega a ser surpresa que os próprios doentes ou seus acompanhantes se revoltem e, no desespero, partam para a violência, inclusive com xingamentos e agressões. Quando isso ocorre, o atendimento é feito na hora, mas pela tropa de choque da polícia militar, com o medicamento na ponta do porrete.
Uma ida a um desses maiores hospitais, como por exemplo, o Hospital Regional do Paranoá é, como descreveu um paciente, experimentar uma descida ao inferno, tamanho é o caos e o abandono em que se encontram aqueles que buscam ajuda médica. De fato, como muitos desses doentes que precisaram de pronta ajuda médica já notaram que, enquanto não existir uma legislação impondo que as autoridades responsáveis, ocupantes de cargos no governo, sejam obrigatoriamente atendidos apenas em hospitais públicos, essa realidade não irá mudar.
Enquanto os hospitais continuam patinando na ineficiência por conta de uma gerência que se faça obedecer, principalmente por parte dos médicos e plantonistas, as pequenas clínicas, que cobram preços populares e que nessa mesma região se proliferaram como capim, estão lotadas. Obviamente que esses lugares sequer são fiscalizados adequadamente pelos órgãos de saúde e, onde o dinheiro é que conta, os serviços são uma interrogação e um perigo.
O mais incrível é que esses fatos ocorrem com frequência justamente na capital do país, onde existe o maior número de médicos (nem sempre disponíveis) por habitantes. Dos mais, 13.400 registrados no sistema de saúde local ou, 435 médicos para cada grupo de mil habitantes, o dobro da média nacional.
Em conversa reservada, para não intimidar e causar mal-estar, um especialista no assunto e que conhece bem os mecanismos internos da máquina de saúde do Distrito Federal reconheceu que, entre outros problemas, o estrangulamento do sistema está justamente na ponta do atendimento e tem os médicos como os maiores sujeitos e nó dessa engrenagem perversa.
A frase que não foi pronunciada:
“No Brasil, o sistema de saúde não funciona desde o sistema até a saúde.”
Pensamento unânime dos impacientes
Previdência
O Sindicato do Comércio Varejista do DF foi o primeiro em Brasília a externar apoio à reforma da Previdência. Para o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro, a reforma injetará R$ 1,4 trilhão em investimentos no país, gerando empregos e renda.
Dia de festa
Padre Michael Keneth e equipe preparam festa de aniversário da paróquia do Espírito Santo Paráclito, no Park Way/Vargem Bonita. Serão duas surpresas para os presentes. A Cavalhada e um almoço oferecido pela comunidade. Mais informações a seguir.
Divulgação
Além do Programa de Consultoria Financeira, o BRB também abriu as inscrições para mais uma edição do curso de educação financeira. As aulas serão realizadas entre os dias 4 a 6 de junho, gratuitamente, no Centro de Treinamento do BRB (EQS 410/411 Sul). Todos são bem-vindos. Mais informações pelo educafinan@brb.com.br.
Negligência
Se os redutores de velocidade, pardais, têm mesmo o objetivo de assegurar a segurança dos motoristas, o DER está deixando de cumprir esse objetivo. A curva antes de chegar no trecho 9 do Setor de Mansões do Lago Norte, a cada dia, está mais perigosa. Há uma saída de veículos no meio da curva e, sem redutor de velocidade, o perigo de um choque é constante. A Associação dos Moradores do Trecho 9, capitaneada por Cláudio Castello Branco, já deu entrada na documentação, mas não foi sequer respondida.
Muito estranho
Na agência do Banco do Brasil, na 214 Norte, no domingo, um grupinho estranho rodeava quem usava os caixas eletrônicos. Seria bom verificarem nas câmeras de segurança o que acontecia por ali no fim de semana. O clima era bem tenso.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E por falar em dr. Vasco, o dr. Ataualpa ainda não mandou os caminhões consertarem as valetas do Eixo Rodoviário, das superquadras, e do Trevo de Distribuição sul. (Publicado em 22/11/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Ainda é cedo para avaliar as consequências da extinção da Agência de Fiscalização (Agefis) e a substituição desses serviços de monitoramento e combate à indústria das invasões em todo o Distrito Federal e sua substituição pela Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DFLegal). Sabe-se, à priori, que essa foi uma promessa de campanha do atual governador Ibanez Rocha, contrariado com a ação de derrubadas de invasões e o modus operante da antiga pasta, que vinham realizando para coibir o grande número de ocupações irregulares que aconteciam diuturnamente em toda a cidade.
Contudo, a sinalização emitida tanto pelo GDF como pela Câmara Legislativa, que aprovou o projeto para a mudança de padrão dessa antiga secretaria, chama a atenção, principalmente, quando se antevê o sério risco dessa nova orientação que será dada à questão das invasões de terras públicas. Primeiro porque a partidarização política desse problema, que ganhou ímpeto justamente a partir da emancipação do Distrito Federal, aponta, obviamente, para a permanência e a institucionalização desse mesmo padrão de incentivos dados pelos políticos locais às invasões.
O velho modelo de transformar áreas públicas em capital político, dentro do sistema “um voto, um lote”, parece ter ganhado mais fôlego, quando se observa que, dentro dessa nova reformulação da Agefis, estão embutidas medidas que visam o “crescimento ordenado”, a “mediação e conciliação de conflitos” e outros termos como a “humanização” do processo, que não se sabe, com exatidão, do que se trata, mas que sinaliza um abrandamento ao combate à grilagem de terras.
O temor é que a nova pasta venha para estabelecer uma ponte, do tipo política, entre o Legislativo local e a persistente onda de invasões, conferindo a um problema dessa natureza, que afeta milhões de brasilienses por suas consequências nefastas, um tom demagógico e sem eficácia. Quando o assunto é invasão e grilagem de terras no DF, um problema antigo e que tem afetado o próprio processo de planejamento urbano da capital, comprometendo o futuro de Brasília, não se pode tratar desse ponto tendo como horizonte apenas as próximas eleições ou mesmo promessas de abrandamento a essas práticas criminosas que têm enriquecido muita gente em detrimento da cidade.
Trata-se de um problema vital para o funcionamento e continuidade de uma cidade planejada. Não se discute a necessidade de políticas habitacionais para a população, conforme já foi dito nesse espaço inúmeras vezes, mas a criação, per si, do DFLegal, que terá, entre as muitas tarefas atribuídas, que “criar novas áreas de habitação”, não inspira confiança e remete um problema dessa magnitude aos mesmos políticos que, por anos, foram os grandes incentivadores desse processo.
Para se ter uma ideia de como essa mudança pode acarretar novas ondas de invasões, estão circulando pelas redes sociais mensagens afirmando que com a chegada do DFLegal, as invasões vão receber um tratamento mais frouxo por parte do governo e que, portanto, estão abertas a temporada de ocupações irregulares. Vamos assistir isso de braços cruzados?
A frase que foi pronunciada:
“O pacto social será, igualmente, decisivo para viabilizar as reformas que a sociedade brasileira reclama e que eu me comprometi a fazer: a reforma da Previdência, a reforma tributária, a reforma política e da legislação trabalhista, além da própria reforma agrária. Esse conjunto de reformas vai impulsionar um novo ciclo do desenvolvimento nacional.”
Discurso de posse do ex-presidente Lula – Jan 2003
Concurso
Sindilegis e a Escola Nacional dos Auditores do TCU resolveram, por meio do Legis Club Brasil, apoiar os concurseiros interessados. São três bolsas de estudo do curso preparatório online para ingresso no tribunal. Dia 30 de abril será o sorteio. É bom esclarecer que só podem participar os filiados aos Sindilegis ou dependentes.
Sugestão
Na edição de 1942, da Companhia Editora Nacional, sob o título O Brasil Central, Dr. Karl Von Den Steinen registra a história do rio Xingú, vai de Assunção a Corumbá, descreve a vida dos índios, conta as lendas, fala dos caribas, consumo da banana. Há até um índice de minerais colhidos durante a viagem. Um espetáculo de leitura.
Bola de Cristal
Depois que Brasília foi pega de surpresa com os fortes ventos e chuvas, o governador Ibaneis poderia reunir os secretários pertinentes para começar o planejamento de combate aos incêndios que vão acontecer na cidade por toda parte em agosto. A começar pelo Parque Nacional.
Palavra
Por falar em governador e incêndio, o mês de abril está acabando e os candidatos que aguardam a convocação para tomar parte do Corpo de Bombeiros ainda não foram chamados. Promessa é promessa!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Ninguém põe em dúvida o alto gabarito dos engenheiros do DTUI. Há, entretanto, uma ressalva a fazer quanto à conservação de linhas, Hoje completa, exatamente, onze dias que o telefone 2-2902 está dando sinal de interrompido, sem que ninguém chegue a uma conclusão, apesar das reclamações diárias. (Publicado em 18.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Para garantir e pôr em prática os direitos previstos na Carta da República, o Estado, por meio de seus representantes eleitos, no caso o governador, tem o dever de implementar políticas públicas que atendam as necessidades básicas da população. Dentre essas medidas, talvez a mais importante seja justamente aquela que assegure a realização de programas habitacionais visando a obtenção da casa própria. Ter a própria moradia é um desejo de 9 em cada dez brasileiros de renda média ou baixa. Estranhamente, esses programas habitacionais para a aquisição de um imóvel por uma família tiveram seus critérios alterados, de forma a transformar esses importantes projetos de cidadania em esquemas de cooptação de apoios políticos, não muito diferentes do que eram feitos no início do século XX com as chamadas políticas de cabresto, em que o cidadão tinha todo o qualquer direito atrelado à algum tipo de apoio ao político local. Ou apoiava o coronel, ou ficava sem nada; em alguns casos, até sem a vida.
De lá para cá, a inviolabilidade obrigatória do voto e outras conquistas reduziram esse tipo de ameaça. Diminuiu, mas não extinguiu completamente. Ainda é comum, mesmo aqui na capital e em pleno século XXI, verificar-se, por denúncias, a compra de votos ou promessas de aquisição da casa própria ou lote, mediante o apoio político nas eleições. Em Brasília, particularmente, tem havido, desde a emancipação política, um forte esquema que transformou lotes públicos em moedas de apoio político.
Essa política, de um voto, um lote, tem provocado um verdadeiro fenômeno de “desurbanização” da cidade, através da criação de núcleos e bairros habitacionais sem quaisquer critérios de planejamento, construídos em ritmo acelerado, justamente para tornar os abusos como fatos consolidados. Embora não se discuta a importância da casa própria para a segurança e proteção das famílias, o caso é que ainda se verifica, aqui e ali, vestígios de que esses programas habitacionais continuam sendo realizados e de forma enviesada, para favorecer políticos com assento no Executivo e no Legislativo e, por via transversa, a empreiteiros, alguns inclusive arrolados em processos na justiça.
O que salta aos olhos e não possui qualquer razão convincente é porque, ainda hoje, não foi posto em prática um amplo programa habitacional visando atender diretamente o funcionalismo de renda média baixa, sobretudo aqueles servidores das Forças Armadas, dos Bombeiros, da Polícia Militar, Defesa Civil, professores e outros valorosos trabalhadores, tão necessários à segurança e ao bem-estar da população.
Será por que eles não atrelam seus votos a benesses políticas? Entregar conjuntos habitacionais a correligionários ou a eventuais apoiadores políticos não é fazer política pública, mas sim utilizar recursos públicos apenas para fazer política partidária cujos os efeitos estratégicos se esgotam ao findar das eleições.
As consequências nefastas desse arremedo de “política pública” conhecemos muito bem, principalmente seus efeitos sobre a desorganização de todo e qualquer planejamento urbano.
A frase que foi pronunciada:
“Planejamento urbano não garante a felicidade. Mas o mau planejamento urbano, definitivamente impede a felicidade.”
Trecho da revista Vida Simples citando Jan Gehl, arquiteto dinamarquês.
Boa leitura
Com certeza está, na livraria da UnB, a obra Ensino das Artes na Universidade – Textos fundantes, organizado por Lourdes Teodoro, do corpo docente da UnB. Leitura que vale a pena.
Carnes
Embrapa abre oportunidade para empresas interessadas em levar à prática o projeto Aprovinos, onde, além das copas e presuntos, foram desenvolvidos outros diversos produtos à base de carne ovina, como mortadelas, oveicon, patê, hambúrguer, linguiça, sarapatel, buchada e pertences de feijoada. Será por edital público.
Festa
Amanhã, dia 24, a Embrapa apresentará, na solenidade dos 46 anos da empresa, os presuntos e as copas que serão destaques tecnológicos da estatal agropecuária.
Cachoeira
Incríveis as imagens das cachoeiras nas salas do minhocão da UnB. Veja a seguir!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A crise de São Paulo é uma vergonha. O governo Carvalho Pinto preocupou-se demais com o que chama de “administração de base” e esqueceu os detalhes humanos. Vencimentos de fome num Estado rico. (Publicado em 18.11.1961)
Câmara Legislativa do DF continua com as mesmas velhas práticas
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Entra legislatura, sai legislatura e a Câmara Legislativa local insiste em continuar com as mesmas velhas práticas há muito já condenadas, não apenas pela população do Distrito Federal, mas por outras unidades da federação e que custaram o mandato de muitos políticos. Por aqui, os problemas são os mesmos: gastos sem limite, como se o dinheiro do contribuinte jorrasse de uma fonte abundante e inesgotável e como se houvessem outras necessidades infinitamente mais urgentes para a aplicação do suado e escasso dinheiro público. Os hospitais continuam os mesmos, as escolas continuam as mesmas. O luxo que sustenta os representantes do DF também.
De nada adiantaram as mobilizações organizadas pela população para abrandar os elevados custos da representação política na capital, já considerada a mais alta de todo o país. A campanha por uma Câmara + Barata, organizada pelo Observatório Social de Brasília (OSBrasília) e pelo Instituto de Fiscalização e Controle (IFC), duas instituições sem fins lucrativos que promovem a transparência e o controle social das despesas públicas e que contaram com o apoio expressivo dos brasilienses, conforme requer a legislação, ficaram apenas na promessa.
Aproveitando o calendário eleitoral, a antiga mesa da Casa, remeteu a questão do corte de custos para a próxima legislatura, já sabendo que o tempo e as mudanças que ocorreriam na mesa diretora ajudariam a enterrar o pedido da população. Protocolado em outubro de 2018, o PL nº 2.151 previa uma economia de R$ 75 milhões em gastos anuais da CLDF ou R$ 300 milhões por legislatura, uma montanha de dinheiro que poderia ser empregada, como já dissemos, em diversos outros setores da capital, como escolas, postos de saúde, hospitais, segurança e outras despesas verdadeiramente necessárias e úteis para todos. Ademais a proposta foi endossada por mais de 23 mil assinaturas.
Ao engavetar a proposta sob alegação de não reconhecimento da totalidade das assinaturas, a Câmara Legislativa traiu a população, o que permitiu que o custo de cada Distrital para o contribuinte permaneça de R$ 235,8 mil ao mês, ou quase um terço a mais do que é pago a um deputado federal. Não satisfeita com esse recuo, que desde o início já indicávamos que iria acontecer, por conta do histórico dessa Casa alheia às reais necessidades do cidadão e da capital, a direção da CLDF anunciou agora a compra de cinco luxuosos carros sedãs para o uso institucional no transporte de integrantes da Mesa Diretora ao custo de R$ 90 mil a unidade, o que pode gerar uma despesa sem propósito de mais de meio milhão, se somadas todas as despesas para o desembaraço burocrático desses veículos.
Com isso, suas Excelências, que já possuem carros próprios e contam também com uma grande frota à disposição, irão desfilar pela cidade a bordo de novíssimos e dispendiosos automóveis bancados pelos mesmos contribuintes, que sacolejam nos precaríssimos transportes públicos da cidade, ou esperam horas nas paradas sem proteção nem recuo. Trata-se, infelizmente, de uma afronta constante a um povo inerte e uma desconexão com a realidade que circunda essa Casa.
Para conferir ainda maior descaso com a opinião pública, principalmente quando se sabe que as eleições ainda estão longe de voltar a acontecer, a Câmara Legislativa do Distrito Federal anunciou a nomeação de um primo do deputado José Gomes (PSB), o mesmo acusado de ter usado a empresa Real JG Serviços Gerais, de sua propriedade, para coagir funcionários a votarem nele nas eleições de 2018 para a Comissão Permanente de Licitação (CPL). Lembrando que essa Comissão é responsável pelas contratações de empresas, serviços, aquisições de bens e obras dessa Instituição e tem sido alvo desse mesmo parlamentar na tentativa de incluir a Real JG nas concorrências dessa Casa.
Brasília vivia bem sem a Câmara Legislativa. Essa coluna mantém a coerência já que lutou desde o início contra a criação dessa máquina de gastar dinheiro dos contribuintes.
A frase que foi pronunciada:
“I am here to kill the snake and show the stick. Because with me is bread bread, cheese cheese!”
Odorico Paraguaçu, em discurso na ONU
Horror
Slime é moda entre crianças e jovens. Trata-se de uma mistura química que se transforma em um objeto gelatinoso de contato interessante, como a geleka de antigamente. Pois, bem. Nos últimos dias, infiltrados em vídeos de slime no YouTube, e entre outros de conteúdo voltado para o público infantil, um personagem chamado Momo, uma boneca assustadora, aparece ensinando as crianças a cometerem suicídio. A denúncia foi publicada na página da Internet da revista Crescer, por um depoimento de uma professora que acompanhava a receita do slime com a filha no YouTube Kids.
Leia mais em: Momo aparece em vídeos de slime do YouTube Kids e ensina as crianças a se suicidarem, diz mãe
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O caso do abastecimento de Brasília é muito mais complicado do que se pensa. A Novacap arrendou as granjas, e a maioria fez delas recantos para fins de semana. (Publicado em 15.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Fôssemos somar os prejuízos causados aos contribuintes brasilienses pelas construções dos mastodônticos Estádio Mané Garrincha e pelo Centro Administrativo (Centrad), o resultado mostraria um número surpreendente, até mesmos para os padrões da capital.
Ao todo, o erguimento desses dois legítimos elefantes brancos consumiu perto de R$ 3 bilhões dos cofres públicos. Não admira que obras tão suntuosas e caras, construídas pelos mesmos consórcios que aparecem nos episódios da Lava Jato, tenham gerado por aqui também seus próprios escândalos, levando empresários e parte da elite política local as barras dos tribunais.
O Estádio Mané Garrincha, em razões desses dribles fantásticos que só nossos políticos são capazes de aplicar contra a ética e a coisa pública, passou a ser apontado como uma das mais caras arenas do planeta. Isso numa capital onde os times e os jogos da liga profissional em nada se diferem das equipes amadoras de várzea.
A dinheirama desperdiçada nessas duas empreitadas inúteis daria para construir e equipar uma boa quantidade não apenas de hospitais e postos de saúde, mas de escolas públicas e de creches e ainda sobrariam recursos para uma infinidade de obras de real interesse aos donos do dinheiro, a população. Para os cidadãos, o que fica como lição desses recentes e amargos prejuízos é a certeza de que a falta de planejamento, quando aliada a malversação dos recursos públicos só podem gerar rombos e escândalos, além de deixar, como herança, monstrengos que continuam a sugar o dinheiro do contribuinte para sua manutenção.
Visto de maneira clara, o simples enxugamento da máquina administrativa do Distrito Federal, com redução de secretarias, de pessoal, além da modernização nas formas de trabalho, com a adoção do teletrabalho, permitiria, tranquilamente, a acomodação de todo o pessoal nos espaços já existentes, sem a necessidade de alugar ou construir repartições extras.
Por outro lado, o advento dos computadores associados a rede mundial da Internet, ao instituir em todo o mundo o chamado “não lugar”, isso é, tornando desnecessário a presença física em determinado ponto geográfico para a execução de determinadas funções, deixou, bem clara a possibilidade do trabalho em qualquer outro espaço, inclusive na própria residência.
Com a racionalização na prestação dos serviços públicos, recursos preciosos seriam economizados para serem aplicados onde é mais necessário. Não é com a ocupação tardia do Centrad, numa área remota e distante do Plano Piloto e onde já se observam sérios problemas viários, que o governo local irá emprestar melhor qualidade às finanças públicas da capital. Ainda mais quando se sabe que essas mesmas instalações não possuem o mobiliário necessário e já reclamam por novas reformas.
Melhor faria o GDF, se transformasse essa obra numa universidade voltada para a formação de administradores públicos de excelência. Quem sabe assim, sairiam dessa faculdade técnicos capacitados a administrar corretamente os recursos da população, sem aventuras políticas e, sobretudo, com muito planejamento e estudos prévios. Afinal, o dinheiro do contribuinte é sagrado e escasso.
A frase que foi pronunciada:
“Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males”.
Voltaire, o iluminista
Levantando a bola
Na terra da senadora Leila do vôlei, a campeã Paula Pequeno tem três escolinhas do esporte. No colégio JK, da 413 norte, no Rogacionista, do Guará II e no Colégio Projeção, de Taguatinga Norte.
Flamengo
Pela verba do Flamengo, não haveria necessidade de pechinchar indenização para as famílias dos garotos mortos pela negligência dos responsáveis pelo time. Não pagar para ver. Isso sim é que os brasileiros deveriam fazer para punir os responsáveis. Nada de jogo. Chega.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E há mais: há granjas onde o repolho está sendo dado aos porcos, por falta de compradores. Enquanto isto, os preços são altíssimos. Estão criando a indústria do atravessador em Brasília, para dar ao nosso abastecimento, os mesmos vícios do Rio e São Paulo. (Publicado em 14.11.1961)
Onde estava o tribunal do público para esses desvios? Não vi.
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Chama a atenção a notícia dando conta de que o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) autorizou a continuidade do processo licitatório para a gestão privada do agora chamado Arenaplex, que inclui além do Estádio Nacional Mané Garrincha, do Ginásio Nilson Nelson e todo o Complexo Aquático Cláudio Coutinho. Quem toma conhecimento dessa notícia, de forma displicente ou pela primeira vez, pode não enxergar nessa medida maiores problemas, afinal trata-se de delegar, à iniciativa privada, a administração de grandes estruturas, sobretudo o Mané Garrincha, que há anos vem dando prejuízos ao contribuinte.
A questão aqui, e que passa desapercebida por muitos, é durante todo o tempo em que se deu a construção do gigantesco Estádio Mané Garrincha, para receber uns poucos jogos do mundial de futebol da FIFA de 2014, e que naquela ocasião foi considerado uma das mais caras arenas do planeta, em nenhum momento o referido Tribunal, cujo os “conselheiros” possuem cargo vitalício e, portanto, acompanharam todo o processo, estranharam os custos do erguimento de um tamanho elefante branco.
Com isso, permitiram aos diretamente envolvidos nesse escândalo, talvez o maior de toda a curta história da capital, prosseguir livremente nessa empreitada, apontada, aqui mesmo nesse espaço, como algo flagrantemente eivado de suspeitas. A condenação pela justiça dos envolvidos nessa mega construção provou que as suspeitas, desde o início, eram fundamentadas.
O que soa até como zombaria é que, no voto em que liberou a entrega desse monstrengo para o processo licitatório, Paulo Tadeu, indicado para o TCDF pelo petista Agnelo Queiroz, então governador do Distrito Federal, se diz “sensibilizado” com os altos custos de operação e manutenção do complexo esportivo Mané Garrincha.
“Acolho, diz no voto, a sugestão da própria Terracap no sentido de, por meio de ajustes periódicos e contínua fiscalização, viabilizar um modelo de gestão capaz de atender ao interesse público nessa difícil conjuntura econômica em que o país se encontra”. O que seria capaz de atender, de forma incontestável, o interesse público, seria o Tribunal de Contas ter impedido, naquela ocasião, a construção de uma arena desse porte, com estes custos feitos, hoje se sabe, exclusivamente, para desviar recursos públicos, durante o triste e sombrio período dos governos petistas.
A “difícil conjuntura econômica em que o país se encontra”, conforme consta no voto desse conselheiro, é o resultado da ação predatória e trágica de treze anos de antigos correligionários desse conselheiro no comando do país. Com isso, vai ficando mais do que evidente e necessário prosseguir com o movimento, iniciado em 2017, de reforma nos tribunais de contas. Não para acabar com essas cortes, mas para reformá-las, para que situações surreais como essas não voltem a acontecer, nunca mais. A questão central aqui, e para usar uma língua corrente nesse meio é: “Ubi erat atrium auditorum illis deviationibus competentia non vidistis.”
A frase que foi pronunciada:
“Cuidado com a fúria de um homem paciente.”
John Dryden, poeta, crítico literário e dramaturgo inglês (1631/1700)
Em 2015
Dar uma passeada por jornais antigos nos remete sempre ao caminho oposto numa esteira. Andamos por anos, mas não saímos do lugar. Foi o então senador Raimundo Lira quem garantiu. As próximas eleições teriam voto impresso. Saiu uma nano reforma política e as desculpas mais esfarrapadas do país para evitar o voto impresso: “Não há verba”, o “voto impresso atinge o sigilo do voto” e a pior de todas: “Não é livre para votar quem pode ser chamado a prestar contas do seu voto, e o cidadão não deve nada a ninguém, a não ser a sua própria consciência”. Há verba, ninguém vai levar o voto para casa e será impossível chamar o eleitor para explicar a escolha feita na urna. Absurdos que a população deixa passar.
Muito estranho
Falando em assédio moral, em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, Vicente Almeida, do Sinpaf (Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário) denunciou que, na Embrapa, o assédio é institucionalizado. Três assuntos não saem pela boca de funcionários da Empresa: agrotóxicos, transgênicos e Código Florestal.
Ainda
Mais participação das mulheres na política. Essa é a estampa. Na realidade, os homens até hoje ditam as regras.
Atual
Fayga Ostrower, artista com quadros em vários órgãos públicos no Brasil, dá uma lição de sabedoria dizendo: “Os acasos acontecem em estranhas coincidências. Eles nos acenam. E nós já sabemos do que se trata: uma nova compreensão de coisas que no fundo sempre existiram em nós.”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Doutor Laranja, aqui está um caso para o seu Departamento de Agricultura: as granjas que estão produzindo, verduras, estão vendendo aos locatários dos mercadinhos da W-4, uma caixa de tomate por 120 ou 150 cruzeiros. (Publicado em 14.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Um fenômeno observável hoje em lugares remotos como a África Subsaariana, Sul da Ásia, China e Índia, onde cidades inteiras vão crescendo exponencialmente no sentido horizontal, começa a se delinear também, de forma embrionária, aqui no Distrito Federal.
De início, é preciso deixar claro que a falta de uma política sensata para a questão fundiária da capital decorre, justamente, da ação nefasta de políticos que usam desse problema apenas para alavancar suas candidaturas, prometendo e incentivando a ocupação desordenada de terras públicas. Com isso, a exemplo do que vem ocorrendo em cidades como Lagos, na Nigéria, onde a cidade já se espraia por mais de 1.200 quilômetros quadrados e continua a crescer, a grande Brasília vai se espalhando para fora do quadrilátero, invadindo, aos poucos, o próprio estado de Goiás.
Já se sabe que, sem planejamento urbano detalhado, nenhuma cidade, dignamente habitável, pode existir por muito tempo. O crescimento desordenado e fora dos padrões, rigidamente estabelecidos pelas ciências urbanas, está na razão do colapso de muitas cidades.
O alargamento urbano horizontal, que no nosso caso vai sendo estabelecido a cada novo governo e com apoio da classe política local, se dá não apenas pela abertura de novos loteamentos ao redor da capital, mas ocorre também pelo estabelecimento de dezenas de novos condomínios que vão surgindo nos quatro cantos da cidade.
Dessa forma, não é de se estranhar que os serviços municipais, como abastecimento de água, luz, esgoto, asfalto, escolas, hospitais, delegacias e outros, vão se rareando à medida em que esses bairros se afastam do centro. O milagre da habitação, possibilitado de forma marota pela classe política, obviamente não é acompanhado pelos serviços de infraestrutura necessários a uma vida digna.
Fossem esses os únicos problemas trazidos pela falta de planejamento, a solução seria menos traumática para o poder público. Ocorre que o crescimento descontrolado na horizontal, conforme vai se configurando hoje na capital, acaba por pressionar, de forma irreversível, os recursos naturais.
A ocupação de terras agrícolas, o assoreamento de rios e córregos e a instalação de bairros inteiros sobre áreas sensíveis de preservação ambiental, ao reduzir os recursos naturais, acaba por aumentar, ainda mais, as desigualdades sociais. Não é por outro motivo que nos países desenvolvidos, predominam o crescimento vertical, por meio de edifícios mais altos e relativamente bem localizados e próximos aos centros urbanos.
A medida em que a grande Brasília vai se desdobrando no horizonte, em bairros sem infraestrutura alguma, aumentam ainda os problemas com os transportes, com os congestionamentos, submetendo populações inteiras as precaríssimas empresas de ônibus, com suas frotas sucateadas, perigosas e com altas tarifas.
O custo da irresponsabilidade política na questão fundiária é dado pela previsível inviabilidade a médio e longos prazos da capital. Mas aí, quando essa situação se mostrar no limite, os responsáveis por essa catástrofe já terão migrado para outras regiões, longe do caos, deixando apenas o rastro de destruição para a população que não soube contestar.
A frase que foi pronunciada:
“O mal é causador de uma constante miséria devido à incansável necessidade do ser humano de vingar-se, como forma de soltar o ódio”
Ralph Steadman, conhecido por suas caricaturas políticas e sociais
Chega
Senador Lasier Martins quer fim de barragens iguais às de Brumadinho e Mariana, proibindo que acumulem rejeitos pelo método de alteamento a montante, onde o material armazenado é usado na contenção. “Constatamos que o que ocorreu em Mariana, em 2015, não serviu de lição. Não podemos mais aceitar ocorrências como essas, temos a obrigação moral de agir urgentemente na busca de soluções que impeçam a reincidência de fatos que nos envergonham e que sujeitam brasileiros a um profundo sofrimento”, justificativa o senador a base de seu projeto.
Poeira
Depois da misteriosa fuga, Jean Wyllys diz ter recusado asilo político da França. A Embaixada Francesa em Brasília não foi informada sobre o assunto. Resta saber se existe mesmo o assunto, nessa chuva de inverdades na bagagem do ex-parlamentar.
Lembrete
Só para lembrar que muito antes de Jean Wyllys ganhar o programa da Globo, Big Brother, Clodovil era deputado, gay assumido e muito querido e respeitado pelos brasileiros. Wyllys é repugnante não por ser gay, mas por ser ardiloso.
Articulação
Por falar nisso, impressiona a demora para as autoridades revelarem o que de fato aconteceu por trás da tentativa de homicídio contra o então candidato à Presidência da República, hoje já eleito, Jair Bolsonaro. Já são quase 6 meses passados. Se há uma mobilização para deixar os brasileiros mais seguros, o ponta pé inicial deveria ser a competência para desvendar e trazer a público toda a verdade sobre esse crime.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Esta coluna estará fora de circulação por vários dias, para que o colunista faça repouso absoluto, por prescrição médica. Se a notícia lhe agrada, agradeça ao dr. João Batista Mendonça. Se lhe desagrada, reclame dele, também. (Publicado em 10.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Ainda é cedo para avaliar o projeto-piloto Escola de Gestão Compartilhada, até por uma razão bastante lógica: trata-se de um projeto-piloto, ou seja, de um teste para ser avaliado, à posteriori, as consequências desse modelo de gestão, administrativa e disciplinar, a ser implantado em algumas escolas da rede pública do Distrito Federal.
A bancada de esquerda na Câmara Legislativa, obviamente, se posicionou contra o projeto, assim como o Sindicato de Professores, dominados há anos por esses mesmos partidos. Pressionados pelos sindicalistas, muitos professores, com medo do patrulhamento ideológico intenso, têm não só se colocado contrário à proposta, como induzido os alunos a adotarem a mesma oposição.
Essa antecipação de posição por parte do pessoal de esquerda, que ainda domina a educação em todo o Distrito Federal, além de preconceituosa e reacionária, prova, mais uma vez, que essa gente não deixa espaço aberto para o diálogo e não abre mão do status quo mantido por décadas. O fato é que, sob a gestão e orientação desse grupo ideológico, ao longo de todos esses anos, a qualidade do ensino só tem declinado. E o que é pior, a violência e as drogas, dois dos grandes males sociais de nossa época, já adentraram nas escolas fazendo de professores e alunos as novas vítimas.
É certo que a entrada da disciplina de característica militar, em algumas escolas, não tem o dom de, por si só, melhorar os índices de qualidade da educação, mas, em casos específicos, podem melhorar, e muito, a questão da disciplina nesses ambientes conturbados. Há muito os dirigentes das escolas, e principalmente os professores, perderam o respeito dos alunos.
Hoje, em muitas escolas, os professores simplesmente não conseguem dar aula, não conseguem manter os alunos dentro das salas de aula e muito menos estudando. Professor que ousar chamar a atenção de algum aluno corre risco de vida. A disciplina é não só no Brasil, mas em todo o mundo, reconhecida como o requisito fundamental para o processo de aprendizagem.
Muitos países com tradições democráticas, muito mais antigas e aperfeiçoadas que a nossa, colocam a questão da disciplina à frente de todo o processo educativo. Não é por outro motivo que muitos pais de alunos têm expressado receio em colocar seus filhos nas escolas públicas e optado pelo ensino em casa (homeschooling).
Na verdade, quando os partidos de esquerda e seus satélites, representados pelos sindicatos, se posicionam contra a chegada da disciplina nas escolas, estão cumprindo à risca o que diz a cartilha da revolução gramsciana para a tomada do poder: “Não tomem quartéis, tomem escolas e universidades, não ataquem blindados, ataquem ideias.”
A frase que foi pronunciada:
“A disciplina é a chama refinadora através da qual o talento se transforma em capacidade.”
Roy Smith, treinador
Perigo
Em se tratando de estrutura, o ICC Norte, mais conhecido como Minhocão na UnB, parece que não vai bem das pernas. Pelo menos, o que os leigos veem são marcas de infiltração e plantas nascendo em crateras nos pilares.
Insanos
Infelizmente, os trotes não progridem com o passar do tempo. Os alunos da UnB comemoram com os veteranos jogando farinha ou com humilhações já conhecidas.
Desleixo
Enquanto isso, as mãos dos novatos e veteranos poderiam estar em mutirão recolhendo os entulhos do Centro Olímpico, ou mesmo revigorando a pista de atletismo, que atualmente está entregue ao mato alto. Além disso, as placas de sinalização das distâncias estão todas ilegíveis. O alambrado enferrujado é um risco permanente.
Pouco
Mais de R$9 mil reais em notas fiscais deram R$ 452 de desconto no Nota Legal. Veja a imagem da tela do leitor, no blog do Ari Cunha. Aliás, o projeto, original do senador Reguffe, teve as alíquotas totalmente modificadas. Até o crédito para compra de medicamentos, um programa que o então governador Rollemberg prometeu fazer valer ao parlamentar, não funcionou.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
De mais a mais, o radioamadorismo é para se incentivar, e não para se proibir. Não há um mundo, um único radioamador que não tenha prestado, com seu equipamento, um grande serviço a uma comunidade, alguma vez. (Publicado em 10.11.1961)