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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Cada crise que atravessamos, ao longo desse longo e tortuoso caminho que teve seu princípio em 1889, com o golpe que levou à implantação da República, vem embalada por novas expressões do idioma, que traduzem e resumem cada momento e que logo são assimiladas por grande parte dos brasileiros.
Já acostumados aos desvarios de um Estado institucionalmente mal ajambrado e capturado desde cedo, por uma elite política mal intencionada, a sociedade já não se espanta com medidas tomadas em cima do laço e sem aviso prévio. Foi assim também no confisco das poupanças e em outras medidas que, em última análise, têm os brasileiros como alvo principal e não as elites, a quem tudo é facultado.
Depois das expressões inflação, déficit, impeachment, peculato, corporativismo, ativismo político, rábulas e outras do gênero, estamos diante agora do estrangeirismo lockdown. Para aqueles que vão, pouco a pouco, familiarizando-se com a palavra que parece ter vindo para ficar, depois de uma pandemia que se dizia breve como uma gripe, trata-se aqui de uma interrupção rigorosa e com critérios diversos, imposta pelo Estado, bloqueando total ou parcialmente a vida nas cidades.
Acostumados a uma pandemia que já se prolonga por mais de um ano, eis que agora é imposto um isolamento rígido, físico e social entre as pessoas, mesmo da mesma família, a fim de se obter uma desaceleração na propagação do Coronavírus e de suas várias e rápidas mutações. Pelo menos é o que acreditam as autoridades sanitárias, diante da anunciada superlotação dos hospitais em todo o país.
Esse bloqueio total, anunciado agora pelo GDF, vem na esteira de outros que estão sendo decretados pelo país afora e tem, como uma das causas principais, a pouca adesão e respeito da população aos protocolos sanitários exigidos e que podem ser observados no simples ato de usar as máscaras. É preciso aqui salientar que, ao contrário do que ocorre em países como a Inglaterra, em que até a rainha Elizabeth II aparece em vídeos institucionais apelando para que todos sigam as orientações das autoridades sanitárias e mantenham a disciplina durante a pandemia, algumas autoridades fingem usar esse equipamento, só ostentando, quando são flagrados pelos repórteres bisbilhoteiros.
Não se vê, em parte alguma, vídeos e outros meios de comunicação das autoridades apelando para que a população siga as normas de higiene e de distanciamento. Com isso, não surpreende que parte da população simplesmente despreze essas medidas e passe a se comportar como se nada disso estivesse acontecendo. As reuniões em bares e restaurantes seguem noite adentro. Em toda a parte, é possível ver brasileiros infringindo as orientações de médicos e especialistas. Se até em um simples grupo de WhatsApp as pessoas se acham no direito de infringir as regras, nesse exemplo diário, vemos como pensam esses rebeldes que desconhecem o bem comum.
De fato, a população repete o comportamento das elites e da maioria dos dirigentes do Estado. Infelizmente, nessa falta de respeito geral, quem mais sofre são justamente aqueles que têm se resguardado em casa, os idosos, os comerciantes que seguem as normas e a maioria dos profissionais liberais, que ganham o sustento no dia a dia de trabalho.
A frase que foi pronunciada:
“Governar não foi feito para covardes. Foi feito para quem tem coragem de buscar as soluções, por mais difíceis que elas pareçam”.
Governador do DF, Ibaneis Rocha.
Nomeia, SEDES
Tudo pronto para as nomeações na Secretaria da Mulher e Secretaria de Justiça. Os concursados, que abdicaram anos de vida para se dedicar a essas provas, aguardam ansiosos. Para a SEJUS, são 100 vagas de Especialista em Assistência Social (EAS) e 100 em Técnico em Assistência Social (TAS). Já na Secretaria da Mulher, são 25 em cada uma dessas especialidades.
Legislação
Até um Projeto de Lei, o de nº 1726/2021, indica alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias para que tudo aconteça. Agora é acompanhar se a primeira-dama, Mayara Noronha, e as secretárias Marcela Passamani (SEJUS) e Ericka Filippelli (Secretaria da Mulher) terão o aval do governador para primar no atendimento social do DF.
Publicação no perfil oficial do SINDISASC no Instagram
Sem servidores
Para se ter uma ideia, só na Secretaria da Mulher, há a necessidade de 16 Administradores, conforme ofício publicado pela própria pasta. Mayara Noronha tem mostrado boa vontade nesse processo, já que a defasagem de servidores no órgão é prejudicial.
Poder Executivo x Poder Legislativo
Uma discussão na rede social expôs o lento andamento desse processo. O deputado Reginaldo Veras levantou várias críticas que devem ser rebatidas com ações muito em breve. Assim, aguardam os concursados e a população carente do DF, grande apoiadora do governador. O imbróglio vai completar 3 anos.
Assista ao vídeo do deputado no link: NOMEAÇÕES NA SEDES JÁ!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Veio, depois, a prorrogação da “dobradinha” para os que já a recebiam. Houve regozijo, porque a vida já aumentara demais, e as diárias fariam falta, certamente. (Publicado em 27/01/1962)
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Especialistas em urbanismo, uma ciência que engloba uma ampla variedade de técnicos em todas as áreas relativas à vida em grandes cidades, vêm, desde sempre, alertando para riscos que representam, para toda a população, as construções feitas de maneira açodada, tanto de edifícios como de quadras residenciais, praças e toda e qualquer obra que implique em impermeabilização do solo, movimentação de terra, escavação e outras modificações.
Para tanto, torna-se necessário um estudo prévio e minucioso de impacto que esses empreendimentos podem gerar. Não é por outro motivo que os alertas feitos por esses especialistas quase sempre encontram dificuldades em serem aceitos tanto por parte dos empreendedores como por parte daqueles que irão se beneficiar com essas obras. Sem esse conjunto de estudos de impacto, toda e qualquer obra é um risco em potencial.
O poderoso lobby dos construtores junto à classe política, principalmente aquela com assento na Câmara Distrital, tem sido, desde a emancipação política do Distrito Federal, um entrave, quase intransponível, para a aceitação dos pareceres dos técnicos. São constantes os embates entre especialistas em urbanismo, tanto dos que cuidam do Patrimônio Histórico, como outros que lidam diariamente com as questões urbanas.
Contra essa turma poderosa, os técnicos pouco podem decidir. Em Brasília, o preço das projeções dos poucos lotes que ainda restam no Plano Piloto, torna essa questão uma luta de Golias contra o Gigante. A intervenção política nas questões urbanas transformou os pareceres técnicos em meros instrumentos burocráticos, ao mesmo tempo em que deu aos grandes empresários o poder de decisão sobre o que vai ser construído e de que forma. Com isso, quem padece é o cidadão de bem, que paga seus impostos e quer uma cidade segura e com seus espaços livres respeitados, conforme projeto de seus idealizadores. Trata-se aqui de uma questão que afeta a vida de todos e que passou a ser resolvida pelo poder da grana e não da razão. O prejuízo trazido por essas obras, tocadas sob a batuta dos políticos, vem, pouco a pouco, não apenas desvirtuando o projeto original da capital, um dos mais admirados do mundo, mas gerando grandes prejuízos em vidas e patrimônio.
As enchentes que, nessa semana, alagaram as quadras residenciais no começo da L2 Norte, com prejuízos para todos os moradores, têm sua origem em mega construções erguidas naquela área além ainda da famigerada construção do estádio Mané Garrincha.
São obras feitas a toque de caixa, que desmataram o local, impermeabilizaram o solo e, pelo visto, não apresentaram bons estudos de impacto prévio. Com as chuvas copiosas deste mês de fevereiro tanto esses moradores quanto outros no final da Asa Norte estão padecendo com os alagamentos.
No final da Asa Norte, o problema é o mesmo e resulta das obras de construções do Noroeste, repetindo-se a cada ano. A questão é: Quem indenizará os prejuízos sofridos por esses moradores? Quem será responsabilizado por essas obras? Quando essa coluna insiste em dizer que políticos não deveriam decidir ou legislar sobre questões urbanas, é por que sabe que esse é o pior caminho e aquele que só conduz ao que estamos presenciando agora.
Aí, quando as águas barrentas da chuva passam a invadir as casas, cobrindo carros nas garagens, os empreendedores jogam a culpa no governo, que, por sua vez, joga a culpa nos técnicos, que nada mais podem fazer.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil do século 21, não importa o que diz a lei, mas QUEM diz a lei.”
Jornalista Caio Coppolla
Memória
Na 705 Norte, não há uma vez que, passando por aquela castanheira, não me lembre de Edgardo Ericsen. O que estaria falando da política atual? A Globo tinha um escritório ali.
Pix
Clientes de bancos sempre reclamam do limite imposto pela instituição para pagamento de contas, transferências etc. O argumento furado é a segurança do cliente. O que não é verdade, porque uma pessoa sequestrada que não pode entregar o ouro ao bandido é morta na hora. Para isso veio o PIX, que facilita a vida do ladrão. Os sequestros aumentam. A sugestão é que seja passado um código aos clientes para que, em momentos de perigo, como transferindo dinheiro para bandidos, possam digitar um número pedindo socorro. Não é para isso que o seguro é cobrado?
Livre, leve e solto
Andando pelo DF, é possível acompanhar várias invasões legalizadas. O procedimento é o seguinte: um grileiro invade a terra, vende para o cidadão e, mais tarde, na legalização, é o cidadão quem paga duas vezes. O grileiro, que todos sabem nome e endereço, sai tranquilo da história. Sem dívidas, sem débitos a pagar.
Trocados
No Big Box do Lago Norte, um cartaz quase como um pedido de socorro. O supermercado oferece uma caixa de bombom para quem trocar R$100 de moedas por cédula. Essa imagem ainda vai virar história. No tempo em que havia dinheiro…
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um telegrama que nos chega com 124 palavras vem assinado pelo sr. Afonso Almino, a propósito de nossa denúncia sobre o ministério da Fazenda. Há a ressaltar que o telegrama foi taxado no dia 25, em Brasília, e nesta data o remetente estava no Rio. Mantida nossa tese. (Publicado em 27/01/1962)
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Com a pandemia, somente em Brasília, milhares de negócios, pequenos e médios, fecharam as portas, pediram falência ou, simplesmente, deixaram de existir. Outros tantos foram abandonados ou tiveram seus projetos adiados sine die. Com isso, dezenas de milhares de pais de família perderam suas fontes de renda. Não surpreende que o empobrecimento de parcela significativa da população tenha acontecido mais rápido do que puderam apontar as estatísticas do governo. São visíveis, em cada ponto da capital, os sinais de que houve uma severa perda de renda de muitos brasilienses. O aumento no número de pedintes e de outros cidadãos que passaram a viver de pequenos negócios nas esquinas, nos semáforos e em muitos outros pontos de passagem de pedestres não esconde o fato de que vivemos um período de série crise econômica e social.
Analistas, contrariando as cifras otimistas do governo local, que falam em 4,2% de retração na capital, apontam uma redução três vezes maior, ou de até 12%, nos índices de desempenho da economia do Distrito Federal, desde o início da pandemia. Outros falam até de um encolhimento de 26% na economia local, o que combina com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram uma retração em todo o Brasil da ordem de -11,4%. Mais do que números a indicar os passos dados para trás no que seria um significativo decréscimo econômico, ocorrido num curtíssimo espaço de tempo, esses fatos mostram que o caminho que teremos que percorrer, apenas para chegar onde estávamos em março de 2020, quando a pandemia teve início, pode nos fornecer uma ideia do quanto teremos ainda de avançar.
Ocorre que, a cada dia em que a pandemia avança sem soluções à vista, sem vacinas suficientes e outros remédios, mais e mais, nos afastamos daquele ponto de partida. Pior do que parados no tempo, estamos andando no sentido contrário. Oficialmente, os números são outros porque são outras também as intenções políticas que se escondem por detrás dessas estatísticas coloridas. Para alguns entendidos nas ciências da aritmética e da matemática, estamos experimentando o que seria uma segunda versão do que aconteceu no período imediatamente após à reeleição da ex-presidente Dilma em 2014, quando, por questões de estratégia política eleitoral, os reais números da economia do país foram maquiados pelas famosas pedaladas fiscais, de forma a fazer parecer que tudo andava às mil maravilhas e o Brasil ia de vento em popa.
Obviamente que os tempos são outros, como também são outras as perspectivas atuais a nos colocar na antessala da UTI. O início do que pode ser o pré-calendário eleitoral para as eleições de 2022 pode nos levar a acreditar que a pobreza que vamos vendo, em toda a parte da cidade, é apenas uma miragem ou uma encenação das oposições ao governo, embaralhando-nos a visão já turva pelos efeitos colaterais da Covid-19. Os números estão todos aí, para quem quer ver, de mãos estendidas nas esquinas.
A frase que foi pronunciada:
“Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis nem pelo céu nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim e não, não, para que não caiais em condenação.”
Tiago 5:12
Boa vontade
Com a contribuição do professor de teatro candango-gaúcho, Plínio Mósca, a Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul abriu o Edital Criação e Formação – Diversidade das Culturas, que receberá inscrições de projetos culturais até 26 de janeiro. Este edital está sendo viabilizado com recursos repassados pelo RS, conforme previsto na Lei Aldir Blanc, que vem atuando com ações emergenciais destinadas ao setor cultural. A Fundação Marcopolo de Caxias do Sul é a gestora do edital, sob a coordenação de Luciano Balen. O montante de 20 milhões de reais será distribuído para fazedores de cultura do RS que inscreverem projetos de pesquisa, criação, formação e qualificação no universo cultural gaúcho. E o GDF? Quando vai se inspirar para apoiar nossa cultura?
W3
É de estarrecer. O número de lojas fechadas na W3 mostra a falta que faz um planejamento para situações de emergência. Ainda há muito trabalho para limpar as pichações daquela área. Uma verdadeira pena. Por outro lado, é uma prova viva do descaso.
Dia a dia
Na fila dos idosos, o senhor interpelou o jovem que se aproveitava do menor número de clientes aguardando o momento de pagar. – ”Meu filho, não viu a placa? Esse caixa é só para idosos.” O rapaz disse que viu a placa, mas que só tinha 3 objetos na mão para pagar. Foi mais ou menos um discurso de 13 minutos feito pelo idoso, mostrando que esse, exatamente esse pensamento de achar que pode desobedecer a placa por ter só 3 itens nas mãos, equivale às iniciativas de corrupção da lava jato, as rachadinhas e outros tantos casos que aconteceram por falta de moral e ética.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
É sabido que altos funcionários não desejam a transferência para Brasília, porque contraria interesses pessoais. Nós procuraremos mostrar alguns deles, e esperamos não está fazendo injustiça. Reconhecemos, entretanto, que o trabalho do professor Hermes Lima será árduo, para enfrentar a maré contrária à mudança. (Publicado em 24/01/1962)
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No século XVI o poeta Camões já reclamava em seus versos das injustiças tributárias do Estado Português: “Leis em favor dos reis se estabelecem / As em favor do povo só perecem.” Mal sabia ele que a “sede cobiçosa de querer dominar e mandar tudo” só aumentaria com o passar dos tempos e chegaria ao seu clímax na própria colônia que viu surgir no novo mundo.
Seria nesta mesma terra de Santa Cruz, muitos séculos à frente, que o Estado, agora denominado sorvedor mundial de impostos, ficaria de “boca aberta por se encher de tesouros de hora em hora… que quanto mais alcança mais queria”.
Com uma carga tributária campeã, beirando os 40% do PIB, o estado arrecadador brasileiro é uma entidade inadimplente, mas com as burras cheias. Não cumpre o papel que lhe é reservado pela Constituição de promover o bem-estar da população. Saúde, educação, transporte e segurança, que seriam suas atribuições básicas, estão aí a olhos vistos e não carecem de adjetivações maiores.
Tão grave como descumprir a Carta Maior em seus preceitos básicos é também conduzir o Estado a uma situação de insolvência, onde as maiores empresas estatais são justamente aquelas com maior grau de endividamento junto ao fisco.
De acordo com as principais agências estatais do governo, já receberam quase meio bilhão em multas por má qualidade nos serviços prestados, má conservação de equipamentos e problemas de segurança.
Noutra ponta, estudos mostram que a dívida dos estados com os precatórios já ultrapassa os R$ 94 bilhões, sendo que, em algumas dessas unidades federativas, a relação dívida com precatório e receitas ultrapassam a margem aceitável. Difícil ver qualquer governo pagar seus credores, como no caso dos precatórios. Ao cidadão comum, tal recusa é caminho certo para o catre ou confisco de bens imediatos.
A frase que foi pronunciada:
“O verdadeiro teste não é se você evitará esse fracasso, porque não o fará. É se você deixa que isso endureça ou envergonhe-o pela inércia, ou se você aprende com ele; se você escolhe perseverar.”
Barack Obama, ex-presidente norte americano
Importação
Surgem favelas na Califórnia. O número de desempregados, sem teto ou de famílias que passaram a dormir dentro do carro aumentou em número assustador. As casas sem muros parecem estar com os dias contados. Pequenos furtos a pedestres e em residências acontecem cada vez com maior frequência. O discurso que se iniciava com “eu tenho um sonho” se transformou na boca dos norte-americanos para “eu vivo um pesadelo.”
Galeria
No posto da Disbrave da W3 Norte, é uma dor para o olhar de quem conheceu Lelé. Uma obra de arte, como uma construção daquela, feita de comércio da forma mais agressiva que a arquitetura pode suportar. Os arcos escondidos por preços de automóveis, a fachada tomada de banners com fotos de carros. Os painéis totalmente aviltados em sua personalidade. Para o gerente, o pensamento é o seguinte: Isso aqui é uma concessionária, não uma galeria. Atrás da ignorância, tinha também uma boa ideia.
Atualidades de sempre
São Paulo começa a fase vermelha contra o Covid. Viralizou nas redes sociais. Veja no blog do Ari Cunha.
Boa
Essa foi do Rafael Gonçalves, de 15 anos: “Acho que, nesse ano, o aniversariante do Natal vai receber mais pessoas presentes.”
Incongruências
Traçar limites para a liberdade individual parece mais fácil. Na fórmula clássica, a liberdade individual é limitada no exato ponto onde começa a liberdade do outro. Dessa maneira, são facultados espaços de atuação idênticos para cada indivíduo, com a lei servindo de fronteira entre eles.
Agora é que se vê
A disparidade entre valores investidos em estádios de futebol e os investimentos em infraestrutura e melhorias para a população saltavam aos olhos e serviram como gasolina no fogo que incendiou a turba. De maneira clara, foram as ações de governos passados que despertaram a ira da população, justamente aquela parte da sociedade, sobrecarregada de impostos e que não foi domesticada com as bolsas populistas.
Votos
Aos nossos leitores, os melhores votos para um novo ano com decisões firmes e acertadas. Os nossos agradecimentos pela companhia e continuaremos firmes em 2021. Forte abraço de toda a nossa equipe!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Creio em São Paulo pela sua produção de automóveis, pela sua produção agrícola, e acredito no aprimoramento de mentalidade política, com a exclusão desses homens que mancham nossa história democrática.
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Brasília, por sua arquitetura e traçado urbanístico, é considerada por muitos artistas, dentro e fora do país, uma obra de arte sem paralelo. Não surpreende que esse fato tenha chamado a atenção dos técnicos da Unesco, tornando-se, em dezembro de 1987, a primeira cidade moderna inscrita como patrimônio cultural da humanidade, honraria que colocou a capital do Brasil dentre importantes sítios históricos como a Acrópole de Atenas, Roma e outras cidades antigas e famosas dispersas pelo mundo.
Esse destaque internacional, contudo, não parece ter seu significado bem entendido pelos diversos governos locais que se seguiram, nem tampouco por parcela significativa dos brasilienses. Esse desdém, a revelar pouca ilustração e cultura tanto das elites dirigentes, como da população, reflete diretamente nos seguidos ataques que todo esse imenso conjunto artístico vem sofrendo ao longo dos anos.
Aos poucos, vai se perdendo, para sempre, a beleza e a simplicidade dos desenhos originais da cidade, por conta do que acreditam, esses “novos gênios”, ser um processo natural de adequação às novas necessidades. De puxadinho em puxadinho, de reforma em reforma, vai-se erguendo aleijões urbanos, a atender, apenas, a ganância especulativa que une empresários e políticos numa parceria marota, em prol do mau gosto e às custas do cidadão pagador de impostos.
Com isso, vão erguendo-se monumentos mastodônticos à inutilidade, como é o caso do Estádio Mané Garrincha, que mais se assemelha a um enorme presídio, por sua colunata monótona e pesada, cravada bem no coração da cidade.
Exemplos desse descaso se multiplicam em cada canto de Brasília e seria de pouca valia nomeá-los um a um, já que estão aí a olhos vistos. Com uma riqueza que é nossa, e que muito poderia contribuir para atrair turistas, convenções internacionais de arte e arquitetura, entre uma infinidade de outras atrações, próprias de uma cidade planejada e dinâmica, sofre, por conta do desleixo e da desinformação, uma espécie de apagão cultural que se estende par i passo para além das questões urbanas.
O descuido com o patrimônio artístico, espalhado por alguns pontos de Brasília também é uma realidade a envergonhar todos nós. Durante a construção da capital, numa época de grande otimismo e esperança no futuro, não havia uma dissociação entre arte e arquitetura. Daí porque todas as construções eram seguidas de obras de arte a ornamentar os edifícios e praças, formando um só conjunto onde a harmonia e a beleza eram os objetivos principais.
Artistas de todas as vertentes trabalhavam lado a lado com os arquitetos, completando as construções com jardins, esculturas, pinturas e outras obras que enriqueciam e emprestavam vida inteligente às construções. Infelizmente, esse foi um tempo deixado na poeira do esquecimento e que parece perdido para sempre.
Os novos administradores e mesmo parte significativa da população não entendem do que se trata e muito menos dão atenção a esse fato. Ataques a obras de escultures renomados, pichações em monumentos tombados e depredações já se transformaram numa situação de nosso cotidiano. Mesmo as autoridades, a quem compete cuidar desse patrimônio, pouco fazem.
Não existe um catálogo confiável e atualizado sobre as poucas obras espalhadas pela capital. Quando existem, os nomes das obras e dos respectivos autores, são grafados de modo errado e sem maiores dados. Outras obras famosas são simplesmente pintadas e emendadas sem o consentimento dos artistas.
O caso da Torre de Televisão é um exemplo. A obra, popularmente chamada de Berimbau (1970), não pertence, como afirma o GDF, a Alexandre Wakenwith, nem tão pouco se chama A Era Espacial. De acordo com pesquisa feita por João Vicente Costa, a obra se chama na verdade “Força Negra ou Odisseia dos Espasmos”, pertence ao artista arquiteto Lúcio Costa, foi instalada naquele sítio com a autorização do próprio Lúcio Costa e já se integra à paisagem local.
Da mesma forma, permanece ainda um mistério o roubo da escultura popularmente chamada de “o cubo”, do artista nipobrasileiro Toyota, que, durante muitos anos, ornava o balão de acesso ao aeroporto. Há pouco dias, aconteceu o que seria uma “reforma” à obra em homenagem a Renato Russo, instalada no Parque da cidade, de autoria da escultora Mara Nunes e que, segundo a autora, foi feita sem conhecimento, o que acabou por descaracterizar o trabalho original confeccionado em aço corten.
A frase que foi pronunciada:
“Os acasos acontecem em estranhas coincidências. Eles nos acenam. E nós já sabemos do que se trata: uma nova compreensão de coisas que no fundo sempre existiram em nós.”
Fayga Ostrower, Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora
HISTÓRIA DE BRASÍLIA O segundo fato é a briga de murros dos deputados Arruda Castanho e Onofre Gozuen, perante as câmaras de televisão. Atestado humilhante de uma política sem vergonha desempenhada por gente idem.
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Em meio a mata e em terrenos de difícil visibilidade, é comum que as tropas e pelotões, envolvidos em batalhas, fiquem atentos às recomendações das cartilhas de guerrilhas que ensinam: “Quando o inimigo avança, nós recuamos. Quando o inimigo recua, nós avançamos. Quando o inimigo para, nós aquietamos.” Uma lição dessa natureza pode ser empregada também em tempos de pandemia, quando o inimigo invisível, representado pelo vírus da Covid-19, parece sitiar as populações em todo mundo.
Em tempos de guerra pela preservação de vidas e quando já se prevê que, na virada do ano, cerca de 180 mil brasileiros poderão perder a batalha contra a doença sufocante, a recomendação mais sensata a ser seguida por aqueles que detêm o poder de governar uma cidade seria, exatamente, a observância dos sinais emitidos pela pandemia. Nesse caso, e dadas as ondas de avanço e recuo da doença, a prudência, aceita pelos homens de bom senso, manda que qualquer ação mais ousada por parte do governo deveria aguardar o momento propício para ser deflagrada. Incluem-se nesses casos, além de todo o processo de privatização, feito, ao ver de muitos, como uma ação um tanto açodada e sem medir as exatas repercussões que tais medidas trarão para a população, a médio e longo prazos, toda e qualquer realização de obras de grande vulto, que venham a demandar recursos públicos, numa hora tão delicada.
Na verdade, os recursos e poupanças públicas deveriam, neste momento tão especial, ficar retidos para eventualidades, sendo sua utilização reservada apenas para casos de emergência pública. O momento requer serenidade e parcimônia com o dinheiro do contribuinte. A privatização de estatais, merecidas ou não, deveriam esperar outro momento. Assim como a construção de pontes, viadutos, estradas e outras obras de interesse do governo.
Os preciosos recursos recolhidos da população, numa hora de incerteza como esta, deveriam, por parte de governantes prudentes, ficar, prioritariamente, à disposição para serem gastos em necessidades de emergência, como na compra de medicamentos e insumos, aparelhamento de centros de saúde, hospitais, contratação de pessoal de saúde, compra de vacinas, geladeiras para acondicionar esses materiais, o restabelecimento de hospitais de campanha, compra de ambulâncias e uma infinidade de outros gastos necessários em tempos de guerra, como estamos presenciando.
Por certo, haverá oportunidade para que o Governo do Distrito Federal demonstre sua capacidade administrativa e de empreendedorismo centrada na realização de obras vistosas nos quatro cantos da cidade. Por enquanto, o inimigo, vindo do Leste, de terras distantes, está à espreita, comprando terras, portos, indústrias e atacando a cada movimento desastroso feito por nós, ceifando a vida de nossos cidadãos, sem piedade.
É tempo de preservar a vida de nossos soldados, reunindo a tropa, mantendo-os seguros e protegidos do fogo inimigo. É tempo de nos aquietarmos.
A frase que foi pronunciada:
“A política brasileira está dividida entre paranoicos e messiânicos.”
Jaime Lerner, urbanista.
Recordando Neusa
Merecida homenagem à autora do Hino de Brasília, Neusa França. Debaixo do bloco J, onde morou desde os primeiros anos da capital, os alunos Soledad Arnaud, Wandrei Braga e Alexandre Romariz e Beatriz Pimentel (por vídeo) tocaram músicas compostas pela mestra. Com a colaboração de Rogério Resende, que tratava o piano da Neusa como um cardiologista, o instrumento foi levado ao ar livre, onde a audiência aplaudia animada. Alexandre Romariz, Dib Francis e Durval Cesetti trataram da divulgação, e quem organizou o evento, além dos alunos, foi Mauria França, a nora de Neusa. Denise França, filha, não escondeu a emoção com o carinho dos alunos.
Pela cidade
Leia, no Blog do Ari Cunha, a opinião da professora de arquitetura Emilia Stenzel, em relação ao Setor Comercial Sul. Emília é representante do International Council of Monuments and Sites (ICOMOS), ligado à UNESCO.
–> A proposta de revitalização do SCS, ao colocar a ênfase na introdução do uso habitacional, sob a justificativa da democratização dos espaços da cidade, parece não reconhecer que a alocação de usos de caráter público nos centros urbanos – como os usos definidos para a escala gregária: comércio, serviços, cultura – assegura o acesso a camadas mais amplas da população, do que a sua destinação ao uso habitacional.
A par de assegurar uma maior amplitude no acesso àqueles espaços, pelo caráter público desses usos, a implantação de polos de tecnologia e de ensino, bem como o apoio ao desenvolvimento do comércio e o suporte adequado às manifestações culturais são ações que têm em seu conjunto o potencial para a revitalização que o SCS demanda.
A introdução da habitação traz para aquele setor comercial demandas que não poderão ser atendidas no âmbito do SCS, como mais escolas, mais silêncio, ou espaços para playgrounds, para citar as imediatas.
A “cidade de 15 minutos” que buscamos no Século XXI demanda ações mais amplas e pode se realizar sem que se alterem os usos definidos no quadro da preservação.
O SCS demanda ações de fortalecimento dos usos que lhe são inerentes e a resposta a essa situação não comporta o abandono de sua estrutura física, da mesma forma como não comporta o abandono de suas características gregárias.
A introdução de uso habitacional na escala gregária não responde às pautas levantadas para justificar tal uso, não se mostra sustentável (seja do ponto de vista econômico, seja do ponto de vista social) e fere a preservação do patrimônio cultural.
Por um outro lado, a proposta de uma tal alteração de uso nos espaços centrais do conjunto urbanístico tombado é colocada sem que tenham sido estabelecidos os mais elementares instrumentos de gestão definidos pelas Nações Unidas para os sítios inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, quais sejam: um plano de preservação do conjunto urbanístico e um comitê gestor do mesmo.
Brasília é um feito da cultura brasileira no campo do urbanismo e da arquitetura, mundialmente reconhecida como um dos mais importantes legados do Século XX. A construção de Brasília tornou realidade um projeto de cidade que é nosso privilégio, mas também nosso compromisso: é nosso compromisso transmitir essa riqueza às futuras gerações, é nosso compromisso inserir esse legado cultural em nossos projetos de futuro.
Condizente com nossa autonomia como povo é recusarmos a miopia e o casuísmo de interesses políticos e econômicos, que não hesitam em tornar letra morta os dados estruturantes de nossa memória coletiva.
Magia
Reginaldo Marinho publicou, na coluna Bahia de Todos os Cantos, comentário sobre a magia das pedras encantadas da Serra do Sincorá. Tudo registrado no link Diário do Turismo.
Viva hoje
Não sei o nome dela. Passou a vida inteira planejando a volta para Laranjeiras, no Rio. Juntou cada centavo que podia. Ano a ano. Eliminou viagens, passeios, almoços, só para economizar. Tudo conspirava a favor. Até que o grande dia chegou. O caminhão de mudança estacionava na rua Estelita Lins. Um choro escapou por alguns minutos de tanta emoção. Dali em diante sua vida virou um inferno. O vizinho era viciado em drogas pesadas e nunca mais ela conseguiu dormir em paz. Moral da história trazida pelo ditado lídiche: “Deus ri de quem faz planos” (Mann Tracht, Um Gott Lacht).
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Não faz muito, denunciamos desta coluna, que numa granja depois de Taguatinga, seu proprietário alimentava porcos com abóbora e cenoura, porque não tinha comprador, e não tinha lugar para vender na cidade. (Publicado em 20/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Com o apagão geral no Amapá, completando agora exatos 30 dias, a escuridão e todos os males que dela decorrem para a vida de uma cidade de aproximadamente 860 mil habitantes, provocou, naquela população, um misto de desconfiança e de repúdio com o gerenciamento privado nas operações de transmissão de energia elétrica.
Trata-se aqui, e todos sabem disso, de um bem de utilidade pública, essencial para um mínimo de civilidade e cidadania em qualquer localidade, ainda mais numa capital desse porte. Atualmente, esses serviços vêm sendo realizados pela empresa Gemini Energy, que, há pouco, adquiriu a concessão de outra empresa espanhola privada, a Isolux. Essa passa atualmente por um sério processo de recuperação judicial.
A população local, que pouco era informada desses contratos, fechados em gabinetes políticos, mesmo pagando religiosamente altas tarifas em suas contas mensais por um serviço que muitos consideram de baixíssima qualidade, aguentou o quanto pôde sem reclamar. Não fosse o incêndio na subestação, atingindo um dos principais transformadores de energia da capital, a vida naquele distante estado seguiria em frente, com as eventuais reclamações sobre a prestação de luz elétrica amontoadas no fundo da gaveta, blindadas por interesses, sempre escusos, a unir políticos locais astutos e empresários gananciosos.
Essa é a realidade dos fatos, sustentada hoje pelos moradores daquela cidade. A demora e o descaso com uma situação tão grave, a paralisar a vida de centenas de milhares de pessoas, pouco comoveu as autoridades locais. Muito menos o governo federal, que, por aquelas bandas, fez uma aterrisagem breve, depois de mais de uma semana de apagão, sendo, na ocasião, fortemente vaiado pelos moradores onde desfilou.
Como se trata de um serviço prestado por operadora privada, as autoridades chegaram a desdenhar do problema, preferindo fazer cara de paisagem para a questão. Foi somente com o agravamento da situação nos hospitais e na economia local, e graças à repercussão nacional do caso, a ganhar manchetes dentro e fora do país, que as autoridades ensaiaram um movimento visando resolver o caso.
Nesse tempo, em meio ao breu da noite, tem refletido muito sobre a conveniência de entregar tão importante prestação de serviço a uma empresa privada, controlada por uma holding estrangeira de um país distante, que ninguém sabe, ao certo, quem são os donos, nem mesmo quem nela trabalha. Esses comentários vêm a propósito da privatização efetivada da Companhia Energética de Brasília (CEB), na esperança de que esse importante patrimônio do cidadão brasiliense, entregue à gestão da inciativa privada, não resulte na repetição desse lamentável caso que ainda ocorre no Amapá.
Para a maioria da população, que também não foi consultada sobre essa venda e que muito teme pelo futuro, fica aqui o triste exemplo vindo do Norte do país e a torcida para que a prestação dos serviços melhore e as tarifas sejam reduzidas, o que, em nosso país, é apenas um sonho distante. Ao menos fica o consolo de que o melhor ambiente para dormir e sonhar é na escuridão.
A frase que foi pronunciada:
“Eu não vejo a política como ambição, enxergo como missão. Se eu pedir a legenda e não me derem, considero como livramento.”
Dra. Janaína Paschoal, advogada
Reclame aqui
É bastante arriscado para o Banco do Brasil relaxar na forma de atendimento aos clientes da maneira como está ocorrendo. Com os bancos digitais em alta, a arrogância pode levar o BB para a cova. Depois de uma hora aguardando na fila da agência da Câmara dos Deputados, o cliente, que pleiteava financiamento imobiliário, foi descartado com argumentos que fogem a todos os protocolos.
Aproveite
Hoje é o último dia de feira no Parque da Cidade. Das 9h às 16h, direto dos produtores, os consumidores podem comprar biscoitos, hortaliças, geleias, pães, flores, sorvetes, pimentas, artesanato, tudo produzido no DF.
Celeuma
Engana-se quem pensa que as eleições norte-americanas acabaram. Trump quer que o Congresso decida sobre o sufrágio. Trump é o que o filósofo de Mondubim chamava de Mucuim. Hoje é dia de fortes emoções sobre o assunto.
Sem pensar
Conhecida frase esconde muito mais do que um crime: “Sou dona do meu corpo”. O mote criado e repetido por mulheres assassinas esconde um submundo de tráfico de órgãos fetais que movimenta bilhões de dólares. Isso, ninguém fala. Veja no link: Imagens chocantes denunciam tráfico de órgãos de bebês humanos nos EUA.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Uma solução parcial para o problema das invasões em Brasília seria a instituição, novamente, de acampamentos nas obras, hoje proibidos pela Novacap. (Publicado em 20/01/1962)
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Ainda com relação à questão da revitalização do Setor Comercial Sul, proposta pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em conjunto com a Câmara Legislativa, o que mais surpreende, em toda essa discussão, é a ausência e a atitude de alheamento, tanto dos departamentos do GDF que cuidam disso quanto das instituições de ensino e pesquisa pertencentes às universidades públicas e privadas que lidam com o intricado assunto do urbanismo.
Nesse ponto, todos parecem fazer cara de paisagem, deixando tão importante assunto ao alvitre de políticos e de empresários de visão utilitarista e curta. Todos afoitos na tentativa de solucionar um problema que, por sua complexidade e organicidade, não pode ser tratado de forma isolada, ainda mais por pessoas não gabaritadas para tão delicado tema.
A transformação de parte do Setor Comercial Sul em moradias, como parece ser a proposta do GDF, poderá, em última análise, vir a ser uma opção viável apenas numa etapa final, depois que forem devidamente cuidados os problemas com a decadência crônica apresentados pelas avenidas W3 Sul e Norte. De maneira até simplória, seria preciso que aqueles que vão se debruçar sobre esse importante assunto visualizem todo o Plano Piloto do alto, (bird view), como fazem os verdadeiros urbanistas, para entenderem o desenho no seu todo.
Dessa forma, poderiam começar a ter uma pálida ideia do contexto geral e de sua mecanicidade complexa. Entender essa questão, em seu conjunto, facilitaria a compreensão de todo o sistema urbanístico e, quem sabe, abriria clarões para iluminar o caminho a ser percorrido na confecção de um projeto digno de uma cidade tombada, projetada por figuras do mais alto refinamento que o país já teve tanto em arquitetura quanto em urbanismo.
A intervenção isolada apenas no SCS não resolveria a questão da revitalização dessa área, como criaria outros problemas ainda inexistentes nessa região. Criar ambiente de moradias não se resolve apenas fazendo adaptações em antigos edifícios comerciais. É importante que se discuta a interligação de todo o conjunto central da capital.
O projeto de Lucio Costa, ao obedecer à orientação de eixos básicos entrecruzados selou, de forma indelével, o destino urbanístico da própria capital. Desse modo, os eixos ou artérias comunicam o que a cidade tem de saudável e de enferma também. Por isso mesmo, não se permitem intervenções dissociadas do conjunto.
Como foi mencionado nesse mesmo espaço, na coluna anterior, todos os eixos ou linhas ortogonais irradiaram para as áreas centrais da capital e dela refletem o que a cidade tem de orgânica. Esse é um tema central e de vital importância para entender Brasília.
Como visto, não se trata aqui de uma questão a ser resolvida apenas no âmbito político. E muito menos restrito aos empresários locais, reconhecidamente ávidos por brechas legais para aumentarem seus lucros. O que esses atores parecem não perceber, ou fingem entender, é que o Setor Comercial Sul integra, por suas características de projeto urbano, concebido por Lucio Costa, uma extensão natural da própria W3 Sul, assim como o Setor Comercial Norte, em relação à W3 Norte. Ambos representam a integração e o interligamento dessas duas artérias comerciais, deixadas, por décadas ao abandono. É preciso, pois, cuidar para que essa proposta de rezoneamento não se transforme numa espécie de zoneamento de uma zorra deixada para outros governos e para outras gerações. Brasília não merece.
A frase que foi pronunciada:
“Arquitetura é, antes de mais nada, construção, mas construção
concebida com o propósito primordial
de ordenar e organizar o espaço
para determinada finalidade
e visando a determinada intenção.”
Lúcio Costa, arquiteto, urbanista, professor nascido na França.
CEB
Espalham, pelas redes sociais, que funcionários da CEB começam a articular uma greve. Nada de privatização é a opinião.
Elas
A mulher brigava com o marido aos tapas no gramado perto da Funarte. Estava ensandecida. Era quem agredia o marido. Um transeunte viu a cena e o desespero do marido e gritou se poderia ajudar em alguma coisa. “Pega a minha filha no carro!” A criança tremia de pavor. Há mulheres agressoras e há maridos que não registram ocorrência.
Na mesma
Festas de fim de ano, confraternizações a todo vapor. Convites por todos os lados. Sem a consciência da população, a questão pandemia deverá se estender por 2021.
História de Brasília
Na homenagem dos Diários Associados ao prefeito Sette Câmara, um detalhe muito comentado foi o sapato e a boca da calça do prefeito completamente enlameados. (Publicado em 16/12/1961)
Revitalização urbana é assunto sério demais para ficar nas mãos de políticos
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Não há dúvidas de que, passada a pandemia, ou pelo menos quando a situação de isolamento compulsório arrefecer um pouco mais, o que restará da economia de uma cidade como Brasília, por certo, não será muito diferente daquela encontrada em outras partes do país.
A diferença fundamental e que acabará por beneficiar, em parte, a capital é que, no Distrito Federal, boa parte de sua economia depende da renda oriunda dos salários pagos ao funcionalismo público. Por enquanto, o que se sabe é que nesses seis meses de paralisação da economia, esses salários não sofreram alteração. Com isso, fica estabelecida uma situação de aparente conforto, caso se compare os efeitos econômicos da pandemia entre o DF e outras unidades da federação, mormente aquelas situadas nas regiões norte e nordeste.
Ainda assim, para aquele grande contingente situado fora da bolha confortável do funcionalismo, a realidade é outra e pode ser conferida, apenas, dando o giro pela cidade, onde o número de estabelecimento comerciais de diversos ramos de atividade estão fechados ou adentraram simplesmente para o imenso rol de empresas em regime jurídico de falência. Diante de um quadro dessa natureza, apontando para um recuo de longo prazo na atividade econômica local, a intervenção direta e bem estruturada do Governo do Distrito Federal (GDF), mais do que nunca, faz-se necessária e urgente. Não apenas para alavancar, por meio de crédito fácil e de incentivos fiscais, as atividades econômicas atingidas pela crise, mas, sobretudo, para criar programas de frentes de emprego e outras medidas para acudir a capital, evitando que Brasília ingresse, também, no beco sem saída dessa adversidade sem precedente.
Nesse sentido, urge que o GDF tome distância, ao menos momentaneamente, de todo e qualquer programa de privatização, conforme vem anunciando com grande insistência e alarde. Em tempos de crise profunda, como a que experimentamos nesse momento, as intenções do governo em privatizar a CEB Distribuidora, a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (CAESB) e o próprio Metrô/DF soam, além de oportunistas e extemporâneas, totalmente contrárias ao bom senso e aos interesses imediatos da coletividade, submetida às agruras de um período de incertezas que não tem dia certo para terminar.
Muito mais do que os apelos políticos, sindicais e partidários, o momento requer a interrupção imediata da venda dessas companhias, pelo menos até que se vislumbre uma luz no final do túnel ou até que se tenha concorrência no mercado. Trata-se aqui de empresas erguidas através da participação de todos os brasilienses em momentos de bonança, e não faz sentido entregá-las, agora, à exploração de uma iniciativa privada que, todos sabemos, visa unicamente a obtenção de altos lucros, o que acarretará, necessariamente, num aumento nas tarifas impostas por essas empresas.
Ao contrário do que muitos próceres e técnicos do governo acreditam ser uma grande estratégia política, a privatização dessas importantes empresas estatais, nesse momento de depressão econômica, significará um tiro no pé do GDF, que terá que amargar com as consequências dessa afoiteza despropositada.
A frase que foi pronunciada:
“Se todo mundo é obrigado a votar, os políticos eleitos deveriam também ser obrigados a cumprir as promessas que fazem antes das eleições.”
Isabela Machado Cavalcante, adolescente, pensando numa redação para o Jovem Senador
Cultura
Uma modalidade de cinema que estava adormecida nos velhos tempos: o cine drive-in. Com a pandemia, até shows são assistidos de dentro do carro. Em Planaltina, começa o Festival Brasília Drive-In: Todos os cantos da nossa cidade. Dias 17 e 18, a partir das 19h. A promoção é do GDF e a entrada é franca. Veja mais detalhes, a seguir, do que vai acontecer em Planaltina.
FESTIVAL BRASILIA DRIVE-IN
todos os cantos da nossa cidade
A Batucada dos Raparigueiros, do maior bloco carnavalesco do Centro – Oeste, convida a comunidade de Planaltina de todo DF a participar do Festival Brasília Drive-In: Todos os cantos da nossa cidade.
O Instituto de Apoio Desenvolvimento e Utilidades Comunitárias e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), com apoio do Instituto Cultural e Social do DF (InCs-DF), realizam o projeto. Para o presidente do Bloco dos Raparigueiros Zantana Gregorio “é um momento muito importante participar desse grande projeto com a nossa Banda, tendo em vista que seja muito improvável a não realização do carnaval 2021, um momento muito especial da nossa Banda apresentar os grandes momentos de alegria do nosso carnaval com muito samba, pagode e axé e levando a nossa folia para Planaltina em tempo de pandemia. A programação contará ainda com presença das bandas Cuscuz com leite, Pileke Swingão e Grupo os Criolos.
O projeto acontecerá nos dias 17 e 18 de Outubro (sábado e domingo ) , com inicio a partir das 19h no estacionamento do múltiplas funções de Planaltina-DF.
A entrada é franca e limitada por ordem de chegada.
Serviço:
Festival Brasília Drive-In: Todos os cantos da nossa cidade.
Data: 17 / 10 ( sábado) a partir das 19h
Local: Estacionamento do múltiplas funções de Planaltina-DF
Atrações: Batucada dos Raparigueiros e Cuscuz com Leite
Censura: livre e entrada franca
Informações da Batucada dos Raparigueiros
98135-7020 ( Zanata)
99997-4205 (Jean)
99908-0004 ( Weliton)
Insensata
Carol Solberg não perdeu o patrocínio do Banco do Brasil. Mas se tivesse mesmo todo esse pavor do presidente Bolsonaro, deveria abrir mão da verba do governo. Isso é coerência. A revolta registrada é do Ramirez, campeão brasileiro de Muay Thai. Veja a seguir.
Vai entender
Parece piada tomar as medidas sanitárias e protocolo de proteção contra Covid na Avenida Sapucaí. Ou é a negação total do vírus, ou é a irresponsabilidade governamental total. Mais um caso de incoerência e, dessa vez, confunde a população.
Na mesma
“Uma solução parcial para o problema das invasões em Brasília seria a instituição, novamente, de acampamentos nas obras, hoje proibidos pela Novacap. A outra seria a destruição, pura e simplesmente. O regime de premiar os invasores com um lote, dar caminhão para transportar o barraco ajudar de custo, afora ser dispendioso demais, é aviltante, porque premia os que apossam do que não lhes pertence”. Por incrível que possa parecer, esse texto do Ari Cunha foi publicado em janeiro de 1962
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Todos os recordes foram batidos pela equipe liderada pelo ministro Sampaio Costa, que atingiu a 9.356 julgamentos e publicou 8.217 acórdãos. (Publicado em 18/01/1962)