Refazendo os caminhos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge: Oficina do Sinistro

 

Com a polarização política que se anuncia para as eleições presidenciais de 2022, curiosamente antepondo dois extremos que, de tão apartados um do outro, tocam-se em suas radicalidades, o que fica de certeza concreta é a imagem de um país que insiste em permanecer preso no tempo, como quem não conseguiu estabelecer as pazes com um passado conturbado. É nessa fronteira da irracionalidade ideológica que multidões parecem ir em busca de remendar algo, como uma xícara de fino alabastro esmigalhada. A exemplo do que ocorreu com outros países em tempos diversos, quando a opção final de um pleito desembocou para a encruzilhada bifurcada entre o ruim e o pior, qualquer dos caminhos escolhidos conduziu sempre ao precipício.

A tão esperada imunidade de rebanho, pretendida agora por especialistas em medicina sanitária, poderia, com muita propriedade, ser aplicada e estendida também ao rebanho formado por eleitores, conferindo-lhes a capacidade de manter-se distantes e infensos aos apelos encantatórios desses seres das profundezas.

A oportunidade para que os eleitores reflitam é dada pelas consequências auferidas ao final, nos governos de um e de outro, o que, em si, pode se constituir em um poderoso alerta do que virá. O problema aqui é colocar na mesma balança a baixa qualificação dos eleitores e, por inércia, de seus candidatos. Em país algum, submetidos no passado aos rigores e traumas, seja de uma extrema-direita ou extrema-esquerda, candidatos com esse perfil jamais ousariam apresentar-se ao público.

Mas, em se tratando de Brasil e sua estranha mania em autoflagelar-se em penitências inócuas, tudo parece possível. A opção entre candidatos tão assemelhados em seus vícios, com os mesmos perfis anacrônicos, moldados num personalismo populista e vazio e que já não deveria ter lugar em pleno século XXI, faz do Brasil um laboratório aberto não apenas para o estudo epidemiológico do Covid, mas também para um estudo dos efeitos colaterais de uma democracia jamais levada a sério neste país.

Exemplo desses extremos a se tocar nas pontas pode ser facilmente constatado nas semelhanças que unem o negacionismo científico e desdém apático pela pandemia de um, e a defesa feita pelo outro, da importância maior que teriam a construção de gigantescos e dispendiosos estádios de futebol, em comparação aos hospitais. Não por ironia do destino e, talvez como um alerta aos eleitores, muitos desses estádios fantasmas, a relembrar a derrota vexaminosa da seleção para a Alemanha, servem hoje como espaços surreais para a instalação dos hospitais de campanha, numa tentativa de suprir a deficiência histórica de nossos centros de saúde, sucateados e constantemente lotados.

Até mesmo a escolha racional baseada num caminho do meio, de consenso e de concertação, e que parece não existir no horizonte, tem mostrado como é difícil, neste país, sair do impasse e das opções pelo caos. Quem poderia, dentro das possibilidades que temos à mão do eleitor, apresentar-se como tal, certamente, viria sob uma roupagem ou um cavalo de Troia a esconder um Centrão sempre pronto a tudo em troca de vantagens. É nesse ponto que vamos sentir o desejo de voltar atrás, em busca, quem sabe, de refazer todo o trajeto, a começar por uma profunda reforma política e eleitoral.

A frase que foi pronunciada:

Se vais sair à frente para descrever a verdade, deixa a elegância para o alfaiate.”

Einstein

Arthur Sasse/Nate D Sanders Auctions/Reprodução

#EuLiParaVocê

Osmar Arouck, da Biblioteca do Senado, gravou um pequeno trecho da obra “O Carnaval dos Animais”, de Moacyr Scliar. Postamos o link no Blog do Ari Cunha para você ouvir. Que boa ideia Arouck! Inclusive o lado social e inclusivo dessa iniciativa.

Correios

Com administração eficiente, o resultado mostra a retomada dos Correios. R$ 1.53 bi que representam 84% de aumento no patrimônio líquido em relação a 2019. No início de julho do ano passado, divulgamos a intenção do general Albuquerque de implementar os lockers em Brasília. Já foram inaugurados na Agência Central dos Correios, da Administração do Paranoá, no Conjunto Nacional, no Shopping Popular de Ceilândia, no Home Center Castelo Forte, em Vicente Pires e no Jardim Botânico, no Shopping Plaza Alto do Sol. Lockers são armários onde os clientes contratam para receber a correspondência ou produtos fora do domicílio.

Foto: L.C. Leite/Folhapress

Elo

Pneu de Ferro é o nome da operação da PF para desmontar o tráfico internacional de armas. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os mandados de prisão temporária fecharam as investigações que se iniciaram desde 2019. Tudo começou no Galeão, quando fuzis e outros apetrechos foram apreendidos. A ligação com as cidades de Kissimmee, Orlando e Tucson nos Estados Unidos era o elo que deu a partida nas pesquisas investigativas.

História de Brasília

O ponto de táxi da Igrejinha está sem telefone. Presta relevante serviço a uma área muito grande, e bem que merecia um aparelho. Merecia, também, a fiscalização de Serviço de Trânsito a propósito do uso de taxímetro. (Publicado em 02.02.1962)

 

 

Passado que não passa

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Foto: divulgação

 

Quem acompanha o noticiário nacional, mesmo superficialmente, observa que o Brasil, ao contrário do resto do mundo, parece congelado no tempo, como embalsamado numa espécie de cápsula à espera de um futuro que teima em não chegar. Chama a atenção nesse caso a foto, um tanto oportunista, mostrando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula com o já tradicional cumprimento, trazido pela pandemia, que antepõe punho contra punho.
Fôssemos analisar com mais acuidade a foto, como fazem os investigadores, em busca, quem sabe, de algumas evidências que estariam postas naquela reunião, por detrás das lentes e nos bastidores desse encontro estratégico, muitas pistas saltariam aos olhos.
De cara, é possível notar que, nesse cumprimento, FHC aparece usando o braço direito e Lula o esquerdo. Mostra ainda que FHC usa um suéter na cor vermelha e sugestiva de algum gosto, ideológico, por esse matiz, enquanto Lula parece metido num velho paletó na cor cinza azulado, indefinível como uma esfinge.
Na foto, FHC, a despeito da diferença de idade com Lula, aparenta ser mais novo e conservado, enquanto o cacique, do que ainda resta do Partido dos Trabalhadores, se mostra envelhecido e corroído pelo tempo e pelos excessos, que não foram poucos.
No olhar de ambos, também se nota uma diferença básica. Enquanto FHC parece exibir um olhar mais risonho, talvez de deboche, Lula tem nos olhos aquela expressão de desconfiança, próprio daqueles que não confiam em ninguém, talvez já nem em si próprio.
O tempo passado na prisão, deu a Lula aquele ar assustado próprio de ex-prisioneiros temerosos de que algum dia possam voltar à cela. O fato é que o tempo passou para ambos, mas apenas Lula não viu.
Em sua época, enquanto os holofotes ainda iluminavam sua figura, FHC teve a chance de ouro de fazer, como todo o presidente, seu sucessor, abrindo caminho para a consolidação de uma economia do tipo liberal, como proposta por sua equipe econômica. Preferiu seguir como um tipo de ativista universitário, dando passagem para Lula e para tudo o que ocorreu em seguida.
Nesse sentido, FHC é um dos artífices do Lulopetismo, embora tenha sido perseguido e renegado pela turma que o ajudou a colocar no poder. Há quem diga que, hoje, Lula mais se parece com um Maluf de esquerda, embora o que lhe falte em capacidade de trabalho, sobre em perspicácia e malabarismos políticos.  Nesse caso, é preciso notar que Lula, em sua época, também foi cumprimentar Maluf, dentro do que se pode conceber como um falso jogo de cintura política, já que ambos são cara e coroa da mesma moeda fundida em São Paulo.
No almoço, em que foram seladas possíveis estratégias para derrotar Bolsonaro em 2022, patrocinado pelo onipresente e ex-ministro Nelson Jobim, um sucessor de Márcio Thomás Bastos, nas táticas de livrar Lula de enrascadas com a lei, o cardápio servido foi, como não podia deixar de ser, a pavimentação para um possível retorno de Lula ao Palácio do Planalto, quem sabe, levando a tiracolo José Dirceu, Jean Willis, filiado ao PT, Gleisi e toda trupe, numa espécie de revival do inferno zodiacal do Brasil, a aprisionar o país num passado que não passa e num futuro que não chega.
A frase que foi pronunciada:
“Há heranças malditas que viram benditas e benditas que viram malditas.”
Dona Dita, achando graça no BBB da política.
Cahrge: oestenewsorg.wordpress.com
Perigo
Com todas as discussões sobre áreas verdes, bandidos estão se aproveitando para se passarem por agentes da Agefis. Pedem para entrar no terreno para averiguar a demarcação e cuidados.
Reprodução da internet
Deu no Deutch Welle
Quem pesquisou foi o pessoal do Greenpeace. Enquanto a Alemanha critica o Brasil pelos maus-tratos ecológicos, despacha para esse mesmo Brasil, que aceita tudo pelo imediatismo das vantagens, agrotóxicos proibidos na própria Alemanha. As frutas brasileiras pesquisadas eram exportadas para o país germânico.
Charge: Arionauro Cartuns
Partida
Sálvio Medeiros Costa e José da Costa Oliveira. Dois servidores exemplares do Ministério da Fazenda. Hoje, nos despedimos de Sálvio, que encontra o amigo José em outra dimensão.
Experiência
Juliana Seidl é doutora no assunto e está espalhando conhecimento para diminuir o sofrimento das pessoas com etarismo, ageismo ou idadismo. Esteriótipos e discriminação embutidos no preconceito tendo a idade como referência. Leia mais sobre o assunto no link https://www.instagram.com/p/CPJKpsxF1SU/.
História de Brasília
O que há com o ensino em Brasília é isto: Há 13 alunos para cada professora, e o prefeito mandou sustar o concurso, e as novas admissões. (Publicada em 02.02.1962)

Diz-me com quem andas

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Foto: Fernando Bizera Jr. / EFE

 

Uma das curiosidades com relação a recente decisão do ministro do Supremo Edson Fachin é que, observando-se, com maior acuidade, a maioria daqueles que saudaram a restituição da ficha limpa ao ex-presidente Lula e, por tabela, uma iminente condenação do ex-juiz Sérgio Moro, constata-se que é essa parcela formada, majoritariamente, por indivíduos ou grupos com sérios problemas com a justiça. Isso para não dizer que estão enrolados até ao pescoço com a lei.

Trata-se aqui de uma gente que passou a crer, não se sabe como, que, com esse veredito exótico, trará consigo uma espécie de anistia geral e irrestrita, varrendo, para debaixo do tapete da mais alta corte, operações conjuntas do Ministério Público e da Polícia Federal, juntamente com as dezenas de Operações que miraram os mais escabrosos casos de corrupção já vistos neste país. Assim, o que parecia ser uma miragem distante ou um pesadelo vai sendo perdoado e remetido ao arquivo morto dos tribunais. Obviamente, estão nesse grupo também todos aqueles que foram condenados ou tornados réus nessas investigações. Não é um grupo pequeno. Pelo contrário. São muitos e variados. Além da grande quantidade de políticos que foram arrolados nesses casos criminosos e que juram, de pés juntos, de que tudo não passa de uma trama armada por forças conservadoras e de oposição, é possível encontrar, ainda, empresários dos mais variados calibres e que sempre tiveram, no Estado, uma mina abarrotada de ouro. Unidos em favor do ex-presidente, estão, logicamente, todos os ministros que por ele e por sua sucessora foram guindados às altas cortes.

Com uma retaguarda dessa magnitude jurídica, qualquer possibilidade de condenação, pelos crimes que for, passa a ser estranha e até inaceitável. Também compõem esse bloco de entusiastas, os mais caros escritórios de advocacia do país, sabedores, desde o início, que todo esse volumoso e rumoroso processo acabaria sendo atalhado por forças superiores, bem alojadas nos altos postos da República. A essa multidão de torcedores da impunidade ao patrono dos butins, juntam-se outras forças políticas internas, como o Centrão, e externas, na figura de tiranos do continente como Maduro, Ortega ou os herdeiros dos irmãos Castro, além do ditador da Coreia do Norte.

Juntam-se, na confraternização desse descalabro, uma parte significativa da imprensa nacional e internacional, para os quais Lula é um perseguido político, maltratado pelo seu próprio povo. O mais inquietante é constatar que será com essa multidão de malfeitores e afins que o ex-presidente marchará para as eleições de 2022, num verdadeiro revival da volta ao inferno. Bem sabemos que, observado de perto, ninguém é normal. Mas com essas companhias, o que se presume é que vale o ditado repetido pelo filósofo de Mondubim: diz-me com quem andas e eu ti direi quem és.

 

A frase que foi pronunciada:

”Quis o destino que você pegasse essa brincadeira na distância do tempo e fizesse uma peça linda. E numa hora em que este país deveria tomar um rumo, para nos dar uma saída. É tão misteriosa a vida e a relação humana. Eu quero te agradecer em nome do Fernando (Torres), do Sérgio (Britto), do Ziembinski, do (Paulo) Padilha. Já estão todos mortos”

Fernanda Montenegro, em declaração a Jorge Furtado, sobre a comédia “Meus lábios se mexem”, que relembra a censora Solange Hernandes, a dona Solange.

Foto: Zô Guimarães/Folhapress

 

Sem futuro

Uma postagem do deputado federal Felipe Barros informa que a filha de Fernandinho Beiramar assumirá o cargo do vereador Danilo Mercado, assassinado em Duque de Caxias. O Rio de Janeiro não surpreende depois que foi capaz de votar em um animal chamado Tião e quase o fez prefeito da cidade. Brincar com o voto é desdenhar o futuro.

 

CIL

Agência Brasília divulga que estão abertas as vagas para estudo de línguas estrangeiras gratuitamente. Veja o passo a passo para participar do sorteio, no link Resultado das vagas para a comunidade no CIL está disponível.

Capa: cilbsb.com.br

312/313 Sul

Nas entrequadras da Asa Sul, onde normalmente há mercados do “bairro”, a comunidade lutou por uma biblioteca. Lá está ela. “Certo dia, a comunidade que sentia fome de leitura teve uma ideia. Encheu o espaço com uma valiosa mercadoria: livros de toda a natureza”, diz com orgulho a gerente da Biblioteca Pública de Brasília, Sheila Gualberto.

Fotos: Divulgação/Secec

 

Emocionante

Um vídeo de Caio Coppolla para quem está perdendo a crença no Brasil. O que essa nação precisa são ações motivadas por virtudes motivadoras: a esperança e a verdade. Veja a seguir!

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Composição de Raimundo Pontes Cunha Neto, de cinco anos, numa escola em Brasília: “a chuva serve para apagar a poeira.” (Publicado em 25/01/1962)

De volta ao mundo

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Arte: poder360.com

 

Com a quarentena de mais de ano imposta pela pandemia, muitos brasileiros acabaram exilados em si mesmos e, portanto, desligados do mundo exterior, visto por eles apenas pelas frestas da janela ou pelas telas da tevê. Para uma boa parte, até mesmo os noticiários foram banidos ou deixados de lado, para não aumentarem ainda mais a angústia do isolamento. Para essa porção de cidadãos, o mundo que conheciam é tudo o que resta dos antigos retalhos de realidade. Para esses, o mundo parou no primeiro trimestre de 2020.
Quando, finalmente, numa data incerta, puderem voltar ao convívio dos seus semelhantes, o cenário que encontrarão no mundo exterior mais se parecerá com esses filmes oníricos do tipo Felliniano, em que os protagonistas vivem numa espécie de loucura generalizada. Terão enlouquecido apenas os que ficaram ilhados em casa, ou enlouqueceram somente aqueles que continuaram a insistir na construção de mundo distópico como uma Torre de Babel?
A Covid-19, exalada, no dia D e na hora H, para o resto do planeta, de um ponto geográfico específico, com uma missão precisa e derradeira, continua sinalizando no horizonte que as vacinas, que aí estão, ainda terão muito que evoluir para pôr termo à virose. Mais curioso ainda é observar que enquanto uns aguardam a hora do retorno a uma normalidade perdida e proibida, outros, de igual modo, se vêm cada vez mais envolvidos no emaranhado político provocado pelas ações e reações à pandemia.
Nesse ambiente insano, a movimentação dos personagens do mundo externo nada tem em comum com aqueles que ficaram no resguardo. As eleições para o parlamento e o pré-calendário eleitoral de 2022, com seus candidatos ensaiando seus bailados sobre o tabuleiro político, destoam léguas das preocupações e das necessidades daqueles que desejam apenas se manter vivos e saudáveis até lá.
O ministro Ricardo Lewandowski, aquele que nunca viu delitos nos companheiros de infortúnio, agora, segue no encalce do ministro intendente da Saúde, a quem ameaça com inquéritos. Esse, por sua vez, corre para Manaus mostrando uma preocupação repentina. Ex-presidentes são convocados para dar apoio político ao futuro candidato paulista, tudo numa encenação de marketing em que o importante não é a situação geral dos cidadãos, ou da vacina, mas a foto que essa reunião pode render em 2022.
O governo comunista da China, antes criticado, e com razões de sobra, pelo presidente, de magoado, mostra-se, agora, todo flexível diante da possibilidade de empurrar seus unguentos a preços vantajosos.
A frase que foi pronunciada
“Pobres não são os que têm pouco. São os que querem muito. Eu não vivo na pobreza, vivo na austeridade, na renúncia. Preciso de pouco para viver.”
José Mujica
Foto: oglobo.globo.com
Puxado
Pessoal reclama do BRT no momento da integração em Santa Maria. São centenas de pessoas fazendo as baldeações. O empurra-empurra é desgastante depois de um dia inteiro de trabalho.
Terminal de S. Maria. Foto de Amauri Portela, em janeiro de 2021, disponível no Google.
Terrível
Como tudo no Brasil, o momento de tomar a vacina também gerou revolta. Gente furando fila, desrespeito total. É preciso ter alguém com autoridade para impedir que situações assim aconteçam.
Imagem: Reprodução/Redes sociais
Manifesto

–> CARTA PÚBLICA PARA MARK ZUCKERBERG

Prezado Mark Zuckerberg, eu sempre apreciei a sua ousadia e a sua capacidade de criar e aproveitar oportunidades.
É inegável que o Facebook preencheu um espaço vazio entre as pessoas entediadas com os avanços da sociedade moderna. Daí o sucesso espetacular no planeta inteiro, menos na China, Cuba, Rússia e Coreia do Norte. A proibição do Facebook nesses países revela um fenômeno muito grave.
Eu tenho idade para ser seu pai. Meu filho mais novo nasceu em Brasília em 1982 e a minha filha em 1978. Se você fosse meu filho, eu ficaria encantado com a sua capacidade de fazer dinheiro, mas estaria decepcionado pelo desprezo que você demonstra pela humanidade. Mas isso pode ser um hábito comum entre os bilionários, que eu não tenho como avaliar.
Embora sendo brasileiro, eu sou de uma geração que assistiu ao nascimento dos Beatles e acompanhou a fantástica revolução causada pela banda dos jovens de Liverpool, no mundo inteiro.
Nós vivemos o maio de 1968 como se estivéssemos em Paris. Protestamos contra guerra do Vietnam como se os vietnamitas fossem nossos irmãos. No Brasil tínhamos um regime militar que os meios de comunicação impuseram a denominação de ditadura. Mas essa propagada ditadura brasileira era muito branda diante das outras ditaduras esquerdistas que foram implantadas no mundo, inclusive as contemporâneas, que a ONU faz questão de não enxergar.
No Brasil havia um governo militar que combatia a luta armada no campo e nas cidades, com guerrilheiros treinados em Cuba. Uma daquelas ações resultou no sequestro do embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick. A sua amiga Dilma Rousseff fazia parte desses grupos armados. Aquela sua foto, no Panamá, com ela vestida no blusão do Facebook ficou muito boa.
Grande parte de minha vida, eu morava em Brasília. Nos anos 80 – quando você nasceu – durante o governo militar do Brasil, Brasília fez a sua própria revolução cultural, viu nascer e explodir o rock brasileiro com Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Plebe Rude…
Quase todas as noites nós íamos a festas em apartamentos ou casas na beira do Lago Paranoá que só terminavam nas manhãs seguintes. Festas livres com muito rock’n roll e tudo que quiséssemos.
Era tanta liberdade que a vizinhança nem reclamava. Não havia nenhum perigo de se caminhar pelas ruas, durante as madrugadas. No século XXI ficou impossível transitar, à noite, sem perigo em qualquer rua brasileira.
Eu sou apenas um cidadão que faz parte de sua rede de mais de 2 bilhões de usuários. Em nenhum momento eu fiquei incomodado por você ter se tornado um jovem bilionário vendendo os dados de cada um de nós para as empresas que desejassem direcionar os seus anúncios para públicos selecionados em suas plataformas, mas pretender controlar um homem de natureza rebelde como eu, e tantos outros espalhados pelo mundo, é mais do que a sua mente pode alcançar.
Eu sou jornalista e gosto muito de criar frases e, às vezes, poesias. A frase que mais me representa é esta: “Eu sou um homem conservador, conservo a inquietude e a rebeldia da juventude.”
O ano de seu nascimento ficou marcado pelo título do bestseller de George Orwell, mas use o seu poder e a sua fortuna para restaurar a alegria do mundo, pois, 1984 era também o período alegre e intenso que a nossa geração viveu em Brasília, como já mencionei.
O mundo do século passado era lindo, festivo. O Brasil era um país maravilhoso. Você não teve a chance de conhecer a alegria do Rio de Janeiro de Tom Jobim, de Vinícius Moraes, de João Gilberto e tantos artistas que fizeram com as suas músicas um mundo melhor. Vivemos os anos dourados.
Não aceite ajudar a implantar aquele mundo assombroso imaginado por George Orwell. A controle exercido sobre nós, com a nova Política de Privacidade do WhatsApp, faz lembrar as páginas sombrias narradas pelo escritor britânico. Eu estou fora dessa, Mark.
Talvez eu continue no Facebook até os seus vigilantes censores permitirem. Amo a liberdade. Eu imagino que você goste também.
Reginaldo Marinho
Leitura
Pesquisador cearense, Roberto Cunha Lima, discorre sobre a origem do bairro de Fátima, em Fortaleza, em seu livro Grãos de areia. O que ninguém sabe é que Tohama é o nome adotado pelo escritor. Tudo sobre esse assunto a seguir.
–> Havia um grande sítio de propriedade de Egênio Porto César do Amaral que de norte a sul ia da Rua Joaquim Magalhães até a avenida 13 de Maio e de nascente a poente ia do Riacho Agua-Nambi até a Rua Barão de Aratanha.
Com a eleição de um novo prefeito em Fortaleza em 7 de dezembro de 1947, Acrísio Moreira da Rocha, após a posse ocorrida em 06 de janeiro de 1948, Eugênio Porto propôs-lhe lotear seu sítio colocando-o à venda e em contrapartida a Prefeitura colocaria o meio fio nas quadras e calçamentava todas as ruas fazendo as obras de arte nos riachos. Assim foi planejado e feito, ganhando Fortaleza um novo espaço, crescendo assim o tamanho do bairro Redenção. Mas as vias deveriam ser batizadas, assim como as praças e aos poucos os nomes foram chegando através de Leis propostas pelos vereadores e promulgadas pelo prefeito.
Assim nasceu no bairro Redenção o BAIRRO DE FÁTIMA, que ganhou esse nome por causa da doação feita pelo casal Pergentino Ferreira de um terreno para construção de um colégio e de uma igreja que teria a invocação de Nossa Senhora de Fátima, já que na época a imagem peregrina de Fátima estava visitando Fortaleza.
Registro
No grupo Memórias de Brasília, João Vicente Costa lembra Jader Neves e nos conta o seguinte: Jader Neves foi um dos melhores fotógrafos da revista Manchete. Incumbido de vir a Brasília logo no início, para fazer fotos coloridas para a revista, deu um azar danado. Pegou nove dias ininterruptos de chuva. No décimo dia, às vésperas de ter que partir, abriu um solzinho entre as nuvens e, de helicóptero, ficou perseguindo os raios de Sol. Voltou pro Rio com 1.800 fotos, incluindo algumas que já publiquei aqui. Depois, se apaixonou e veio morar em Brasília. Veja em seu perfil oficial no Facebook.
Superquadras de Brasilia antes, em 1960 (Jader Neves) e agora (@ricardo brasiliense).
Em primeiro plano a 107 e depois 106 sul.
História de Brasília
Respondeu o governador que jamais ocupara o apartamento, e que desconhecia as pessoas que, por ventura, estivessem ocupando o mesmo. (Publicado em 24/01/1962)