Uma América que padece dos extremos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Divulgação/Revista Oeste

 

Quem se der ao trabalho de verificar a coloração político e ideológica que tinge o mapa, composto por doze países na América do Sul, poderá constatar que, nesse momento da nossa história, seis nações estão sob governos de esquerda e outras seis estão em mãos de governos de direita.

À primeira vista, não há nada de importante nesse fato, uma vez que governos e ideologias vão e vêm, ao sabor da mudança dos desejos da sociedade ao longo do tempo. Também é preciso atentar para o fato de que, em países do nosso continente, tanto a ilha dos irmãos Castros, como a Venezuela, uma espécie de filha bastarda de Cuba, estão há anos sob o cobertor espinhento do comunismo, não por vontade expressa de suas populações, mas pelo desejo sádico de uma camarilha que comanda essas localidades a ferro e fogo.

O mesmo se pode dizer de países centro americanos como a Nicarágua, transformada numa espécie de megacárcere pelo ditador Daniel Ortega, que não admite o surgimento de opositores, que logo arruma um jeito de mandá-los para a cadeia sob falsas alegações de crime.

Para muitos analistas, a Nicarágua se transformou num verdadeiro “Gulag” da região, com perseguições de políticos, jornalistas, religiosos e organizações civis. Governando desde 1997 aquele país, Ortega é hoje um dos símbolos máximos e exemplo de personalidade política apenas para as esquerdas de outros países, já que, dentro daquele território, é malquisto pela maioria dos políticos nicaraguenses.

Ortega, Maduro, Díaz-Canel e outros longevos ditadores de esquerda da nossa triste América compõem o panteão do que restou de velhas figuras caricatas, que ainda são tomadas como exemplos de governo a ser seguido, em caso de uma nova vitória dos petistas nas próximas eleições de 2022.

É o que há de novo nesse horizonte de escombros. A guinada do Brasil para a direita não possuiu o condão de incentivar outras mudanças no continente e muito menos serviu de exemplo para parcela de nossos irmãos latino-americanos, colocados sob o tacão de ditadores de esquerda. Pelo contrário: a nossa situação política atual parece ter servido de alerta para os perigos que rondam aquelas nações, que, para fugirem das esquerdas, atiram-se nos braços da direita, como num bote salva-vidas.

Pelo menos fica a lição de que não é pela via ideológica, tão somente, que um país pode experimentar sua imersão num ambiente de pleno desenvolvimento social e econômico. A performance do nosso atual governo tem servido como alerta para os muitos inconvenientes obtidos com “saídas fáceis”, que deixam de lado as verdadeiras opções que poderiam fazer a diferença para o bem de todos.

O lulopetismo tem aproveitado, como pode, esse balanço equilibrado entre esquerda e direita no continente para dar início ao que seria um revival, com o retorno do Partido dos Trabalhadores ao comando do país. Tem aproveitado também as muitas falhas do atual governo, na pavimentação de uma via expressa, que poderá levá-los, novamente, a subir a rampa do Palácio do Planalto.

No momento, são apenas possibilidades, mas que contam com o apoio explícito dos companheiros do continente e dos desacertos desse governo, que elegeu, como adversários, não os opositores reais, mas a sombra imensa de seus próprios erros.

Enquanto o país não amadurece politicamente, o perigo de voltarmos ao outro lado do abismo é grande.

A frase que foi pronunciada:

Cada ideologia tem a inquisição que merece.”

Millôr Fernandes

Millôr Fernandes. Foto: Daniela Dacorso/Bravo (exame.abril.com)

Sexista

Já em vigor, a nova Lei 14.188/21 teve acrescentado o artigo 147-B no Código Penal: Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação”. Pergunta que não quer calar: Contra os homens a tortura psicológica está liberada? Só o artigo 129 basta?

Imagem: Jornal DCI

Trânsito

Polícia prepara o trânsito da Esplanada para a manifestação de amanhã. Começa por volta das 11 horas, no Museu da República, que será o ponto de encontro para quem defende voto impresso e eletrônico juntos.

Foto de manifestação em dezembro de 2020. Sérgio Lima/Poder360.

Gastronomia

De volta a nova edição da Restaurant Week, em Brasília, a partir do dia 6 de agosto. “Histórias do Cerrado” será o tema mostrado em gastronomia pelas 40 casas que já confirmaram presença. Mais detalhes no link Brasília Restaurant Week.

História de Brasília

Vamos voltar ao assunto dos mercadinhos da W4. Os estabelecimentos precisam possuir um nível de serviço que compense uma viagem até lá. Os japoneses deixaram os cubículos em estado de devastação. Portas e pisos quebrados e telhas danificadas. (Publicado em 04.02.1962)

O canto da sereia

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Charge do Duke para otempo.com

 

Nessas próximas eleições, quanto mais se intensificar a polarização das forças políticas ao redor da esquerda e da direita, mais restarão espaços e terrenos vazios, por onde poderão crescer, livremente, as alternativas para a consolidação de uma terceira e vitoriosa via. Essa possibilidade viria com mais naturalidade e vigor se pudesse contar com um amplo apoio popular, o que, por hora, dadas as complicações da pandemia, parece incerto. O fato é que a polarização em torno de Bolsonaro e Lula é favorável ao caminho do meio, por forças livres, do que se convencionou chamar velha política.

Por certo que, a essa altura dos acontecimentos, dado o intenso grau de movimentações de bastidores desses dois candidatos ditos “naturais”, já perceberam essa possibilidade e começam a agir para não perderem tempo e ganharem, também, nacos desse espaço central que vai se abrindo. Inclusive, os próprios candidatos desses extremos já deram a partida para um processo de captação dessas forças que poderão surgir entre as fronteiras da esquerda e da direita.

A apatia com a pandemia, e os quase 550 mil mortos, pelo lado da direita, e a experiência traumática de treze anos de governo petista, com a formação do maior esquema de corrupção já visto em todo o mundo, servem, cada um com sua intensidade específica, para a formação de um mínimo de juízo, por parte do eleitorado, principalmente aquele formado por pessoas que enxergam, na ética humana e na ética com a coisa pública, as principais virtudes de todo e quaisquer governantes.

Os contratempos para a consolidação dessas novas forças centrais ficam aqui por conta da possibilidade real da utilização da máquina pública em favor do candidato da situação e do forte aparato organizativo que ainda existe das esquerdas, espalhados por todo o país. Em entrevista ao Correio, o presidente e dono do PSD, Gilberto Kassab, uma dessas notórias raposas da política nacional, demonstra que está à espreita e com o faro fino e bem afiado para a possibilidade da terceira via, e já não esconde de ninguém que aposta no nome do atual presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. Se conselho pode servir de alguma ajuda para o atual presidente do senado, mire-se no exemplo trágico do ex-juiz Sérgio Moro e faça ouvidos moucos à cantilena encantadora dessas sereias. Leia a Odisseia de Homero! No poema épico do século VIII a.C, pode estar a fórmula para livrar-se de apelos dessa natureza.

Ladinos como são, outros também têm feito acenos aos potenciais candidatos da terceira via, com as promessas de sempre e os distratos que lhes seguem.

O que se assiste, até com certa curiosidade, é o pânico, indisfarçável, que, a cada dia, vai tomando conta dos principais postulantes, muito antes da existência real dessa terceira via e da possibilidade dela vir a retirar-lhes o chão sob seus pés. Não será surpresa se, nessa marcha da insensatez, os movimentos que vão se alternando nas ruas, apoiando esses nomes da esquerda e da direita, vierem a se encontrar numa esquina que dá para uma rua sem saída e, por ação da razão, enxerguem que estão sós e sem alternativas, e com isso baixem as bandeiras.

A frase que foi pronunciada:

Cuba foi sustentada pela URSS, saqueou Angola, sugou o que pôde da Venezuela e passou 14 anos parasitando o Brasil. A crise cubana tem uma explicação simples: Com a falência da Venezuela e a queda de Lula, acabaram os hospedeiros.”

Dárcio Bracarense (@darciobraca), no Instagram

Para alma

Assinado pelo Comandante Geral dos Bombeiros, Cel William Augusto Ferreira Bomfim, o convite eletrônico para a live da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar do DF, dia 28 às 20 h. O concerto será transmitido da Academia de Bombeiro Militar no Setor Policial Sul. Veja a seguir.

* Cartazes publicados nos histories do perfil oficial do CBMDF no Instagram

Transparência

Veja como o QRCode e o código de certificação digital, além do voto impresso, podem garantir uma eleição limpa. Pessoas com fé pública na conferência dos votos e a apuração imediata, sem transporte dos dados antes de aferidos. Isso sim é democracia. Ideia publicada no tik tok. Veja a seguir. Dia 1º de agosto, às 9h, presença pelo voto impresso no Museu da República.

 

Novo script

Saiu, no Diário do Poder, uma matéria de forma diferente das mesmas notícias, onde só apareciam com o lado negativo. “O Brasil superou nesta quinta-feira a marca de 7 milhões de pessoas curadas da Covid, o que representa 97,24% do total de casos encerrados”.

Foto: divulgação

História de Brasília

Ninguém pode dizer que o governo do sr. Jânio Quadros tenha sido proveitoso para o Brasil, mas autoridade, êle tinha, e ninguém se atrevia a insistir quando êle dizia não. (Publicado em 04.02.1962)

A nudez da verdade

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Charge do Duke

 

Só resta agora o presidente Jair Bolsonaro deixar-se imbuir pela luz do juízo e da razão e vetar, radicalmente, a indecente, para dizer o mínimo, proposta dos partidos com assento no Congresso de triplicar o valor do fundo eleitoral, elevando esse montante para o escandaloso patamar de aproximadamente R$ 6 bilhões. A insensibilidade e o distanciamento dos partidos e dos políticos com os problemas da nação já é um fato mais do que reconhecido pelos eleitores, e não é raro que esses personagens da nossa trágica e farsesca República surpreendam a população brasileira com medidas desse naipe, frontalmente em desacordo com as expectativas dos cidadãos.
Em atendimento ao que parece ser um desvirtuado e recorrente comportamento moral, onde a ganância e a esperteza são as características maiores, nossos representantes, mais uma vez, sem qualquer sentimento minimamente vexatório, sacam do bolso do colete, e na última hora, o valor exorbitante de uma conta que acreditam merecer pelo labor de entregar à nação, um arremedo de democracia.
De fato, não há limites possíveis àqueles que não se deixam permanecer pelas balizas da ética. É o vale tudo. Para aqui dizer pouco. Conhecendo muitos daqueles que, hoje, ocupam as cadeiras do nosso Parlamento, não causa espanto, para ninguém, que tenham eles, embutido, mais uma vez, em meio à fictícia Lei Orçamentária Anual, os custos do Fundo Eleitoral turbinado, bem como os valores a serem despejados no ralo das três dezenas de legendas, pelo fundo partidário, tudo isso, obviamente, somados aos valores pagos obrigatoriamente, pelo Tesouro, às emendas parlamentares.
Não é por outra razão que multiplicaram o número de partidos, num verdadeiro festival de legendas, sem programas objetivos ou estatutos decentes, a grande maioria transformada em empresas privadas lucrativas a viverem à sombra e à tripa-forra dos cofres públicos. Não há negócio nesse mundo mais rendoso e seguro do que dominar uma sigla partidária no Brasil de hoje. Que o digam os presidentes dessas agremiações, e seus principais caciques, todos absolutamente ricos ou milionários à custa da viúva dadivosa.
O que chega a causar um certo misto de espanto e indignação é que uma proposta como essa, sem lastro algum dentre as prioridades nacionais, seja espetada nas costas dos contribuintes, em plena temporada de pandemia, quando mais de meio milhão de brasileiros perderam a vida justamente pela falta de recursos e ação no combate à virose e quando ainda se assiste a penúria e a falta de dinheiro público destinado aos hospitais e ao atendimento desses doentes. O que não chega a ser segredo também para nenhum brasileiro é que essa é apenas uma parte da conta que o pessoal do Centrão e outros querem receber para livrar o chefe do Executivo do cerco, que vai se fechando, da CPI. Ao menos é essa a verdade dos fatos que aí estão postos. Uma verdade nua e exposta à luz do Sol para quem quiser ver e enxergar sem tampar os olhos de tanto asco e repulsa.
A frase que foi pronunciada
“Ser honesto, neste país, parece ser imperdoável!”
Repetida por Janaína Pascoal
Foto: odia.ig.com
Foto
Ivan Mattos, voluntariamente, capta imagens dos animais no Zoológico chamando a atenção do público brasiliense para a beleza que está a nossa disposição. Veja no link Zoo Brasília: por trás das lentes.
Foto: reprodução
Antes tarde
Senado do Arizona, nos Estados Unidos, passou um pente fino nas eleições. A auditoria veio tarde. Mas veio.
Presidente Joe Biden. Foto: tercalivre.com
ABCDT
Bom cobrador, péssimo pagador. Assinado pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante, documento informa que quem precisar fazer diálise vai ter que voltar para casa. Motivo: o GDF deve R$ 900 mil para clínicas. Sem o repasse, fica impossível atender as centenas de pacientes do SUS. A situação é crítica!
Foto: jornaldebrasilia.com
Muda já
Questão de segurança é a resposta mais absurda dos bancos que não querem entregar, aos correntistas, a quantia pedida. Se um ladrão quiser R$ 10 mil, pode se preparar para o caixão. A resposta do banco é que, para sacar mais de R$ 5 mil, só avisando antes. Se não tiver cartão e tentar retirar o dinheiro em agência diferente da titular, o total é R$ 2.900. A informação é dada com a face tão limpa que o correntista chega a pensar que está pedindo dinheiro emprestado. Isso precisa mudar.
Charge do Duke
História de Brasília
Moralizadora a portaria do desembargador José Colombo de Souza determinando a gratuidade dos casamentos civis em Brasília. (Publicado em 04.02.1962)

Reeleição, o coronelismo moderno

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Charge do André

 

É sabido que promessa de político vale tanto quanto uma nota de três reais. Boa parte da população já aprendeu, com o processo farsesco das eleições, que é, nessa época, que os candidatos parecem surgir em grandes cupinzamas saindo do subsolo profundo da terra e logo querendo ganhar as alturas incomensuráveis dos céus.

Repetia o filósofo de Mondubim que formiga, quando quer se perder, cria asas. Hoje, já se sabe que político, quando busca esse acasalamento furtivo com o eleitor, promete o que ele reconhece, no íntimo do que lhe resta de razão e ética, não poder cumprir jamais. Como não existe ainda recall político ou cláusulas no código de leis, capazes de penalizar aqueles que fazem propaganda política enganosa, o vale tudo nessa área é a regra geral. A questão ganha relevância, chegando a prejudicar, diretamente, o cidadão, quando algumas dessas promessas irrealizáveis de mascate produzem crises sistêmicas a afetar, indistintamente, a vida de todos, atingindo, inclusive, o desenvolvimento econômico do país.

No caso do atual presidente, ficamos apenas naquela promessa de acabar com o instituto da reeleição, comprometimento esse que fez questão de enfatizar enquanto corriam soltas as campanhas. A decepção com esse perjúrio, em especial, acabou se estendendo e contaminando também todo o mandato do atual presidente, que segue, impávido, em procissões de motoqueiros por todo o país, ou em outros desfiles de fundo eleitoreiro, estendendo, sem interrupção, a campanha de 2018 até 2022. Fosse essa apenas mais uma promessa como outra qualquer, nada de anormal estaria no horizonte. Mas, além de permanecer 24 horas do dia em campanha, deixando as obrigações do Executivo de lado, o que mais afeta o país e o cidadão é que o instituto da reeleição para cargos executivos e mesmo no Legislativo, vem, a par i passo, minando a qualidade do nosso sistema democrático, pelo simples fato de que as premissas legais dessa recondução, não absolutamente respeitadas, fazem do detentor do mandato um candidato com todos os potenciais para ser reeleito e sem chances para os concorrentes.

O uso descarado da máquina pública em favor do mandatário que mira a reeleição, embora possa ser enquadrado em crime, jamais rende punição, o que estimula, ainda mais, o cometimento desse delito. Nove em cada 10 analistas da vida política do país já chegaram à conclusão de que o instituto da reeleição é prejudicial ao desenvolvimento e aperfeiçoamento da democracia e mantenedor de elites políticas, enclaves de partidos, e toda uma consolidação de exagerados poderes em mãos de mandatários, repetindo, em pleno século XXI, o modelo atrasado do coronelismo e do voto de cabresto, tão nefastos para o Brasil.

Ou caminhamos para a extinção da possibilidade de reeleição, ou estaremos fadados a repetição de enganos e do desmanche do que, minimamente, se entende como República.

A frase que foi pronunciada:

Até outro dia, sobretudo no Nordeste, jovens talentosos beijavam a mão de velhos coronéis para ascender politicamente”.

Haddad, perdido no tempo

Foto: carlossousa.com.br

Proposta lançada

Participação de Paulo Costa no grupo de moradores do Lago Norte lança um desafio. “O lago norte tem todas as condições de ser a primeira cidade Lixo Zero do DF, através da compostagem.” Que se iniciem as parcerias para a divulgação da empreitada!

© WWF-Brasil

Clínica do Idoso

Médico estudioso, que atende olhando nos olhos do paciente, sem a preocupação constante no relógio? Existe. Dr. Vitor Machado, passa a atender no Centro Médico Lúcio Costa, na 610 Sul. Cartão postado a seguir.

Prata da Casa

Depois de 5 anos de treino, Califa Curi conquistou o prêmio de canoagem oceânica como o primeiro brasileiro a subir no pódio dessa modalidade de esporte. Veja as fotos a seguir.

ACESSE O PORTFÓLIO CALIFA CURY CLICANDO AQUI!

Pelo Brasil

Assim como o astronauta Marcos Pontes serviu a dois governos, o ministro Tarcísio de Freitas, se não ouvir o conselho do ex-presidente Temer, deve ter as iniciativas aproveitadas e continuadas pelos próximos presidentes. Mudar o Brasil pelos trilhos de trem. Assim falou o ministro Tarcísio: “A autorização ferroviária vai promover uma revolução no Brasil. As empresas estão bem estruturadas e podem fazer investimentos até bilionárias nesse modo de transporte”.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

História de Brasília

Há de fato, muitos redatores com nível superior, portadores de diploma universitário. Mas não é o caso de se encobrir uma imoralidade com outra. (Publicado em 04/02./1962)

Aposta no caos

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Foto: Sérgio Lima/Poder360

 

Cada dia com sua agonia, repetia o filósofo de Mondubim. O problema é quando a agonia de todos os lados começa a ficar cada vez mais intensa com o passar dos dias. Nesse caso o que se obtém é a formação, no horizonte, de uma tempestade perfeita, prestes a precipitar igualmente sobre todos. É justamente essa armação de um intenso temporal que vamos aguardando, aparvalhados, abater-se sobre o país, suas instituições e, por extensão, em cima da nação, com ameaças veladas de um retrocesso desejado por uns poucos que, dessa tormenta, sonham em colher os frutos da dissipação da democracia. Não se trata aqui de alarmismos sem fundamentos.

A antevisão de fissuras, que agora surgem estampadas e em uníssono, chama a atenção para uma sequência de fatos, muitos oriundos do destempero verbal do chefe do Executivo, das iniciativas do Judiciário e do desespero do Legislativo. Os grupos parecem ter atingido um perigoso ponto de ebulição. De um lado, um cipoal de denúncias que vão emergindo na CPI do Covid do Senado, de outro, senadores exaltados fugindo das suas atribuições e, mais para a direita, na Praça dos Três Poderes, ministros do judiciário arbitrando como no julgamento final.

As repetidas pilherias e outras troças continuam dirigidas aos fantasmas que parecem assombrar esse momento brasileiro. Tentaram evitar o futuro com uma faca afiada rodada no bucho do mais votado. A liturgia do cargo começou a sangrar aí. Sem apoio para divulgar os responsáveis pela tentativa de homicídio, Bolsonaro, amparado por seus eleitores, não consegue a grande mídia nem o Congresso como apoiadores por razões que a própria razão conhece. Poucas figuras do poder dignificam a posição ao criar no imaginário daqueles que prezam pela seriedade e liturgia de tão importante cargo.

A intenção de todos os lados, de enviar recados intimidatórios aos muitos inimigos, revelam  personagens que parecem perdidos e amedrontados, em meio a mata escura, e, por isso, acionam a metralhadora verbal para todos os lados. O problema é quando esse temperamento ciclotímico, que mais lembra um arremedo da figura de Jânio Quadros, sai das raias da caricatura e passa a causar danos às instituições do Estado e a gerar crises sistêmicas, colocando em risco o próprio Estado Democrático de Direito.

Dessa vez, as ameaças de diferentes matizes que vêm surgindo de todos os lados ganharam um status de ataque frontal. Basta acompanhar o desprezo pelo voto impresso. Mais cara que a implementação da impressão do voto é a dúvida. A segurança é total, já que o voto não sai da urna, para quem zela pela democracia e a Carta Magna, a construção das justificativas contra a certeza do voto é frágil. Inimigos da Nação, ninguém mais sabe quem são.

Por outro lado, ao afirmar taxativamente que não haverá eleições em 2022, caso o voto impresso não seja instituído como deseja, Bolsonaro açulou os outros Poderes. Bolsonaro conseguiu a unanimidade de juntar, contra si, os ministros do STF e do TSE, além do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. Os primeiros garantiram que as eleições acontecerão. O segundo afirmou não compactuar e aceitar retrocessos à democracia. Até mesmo onze partidos com assento do Legislativo já bateram o martelo, dizendo não apoiar a introdução do voto impresso nessas próximas eleições. Se seria mais seguro que os brasileiros pudessem ver a urna auditada, não há como compreender essa teimosia.

Qualquer um, de qualquer dos Poderes, que possa a vir a ser apontado, por sua performance, como inimigo da Nação, perde, nesse campo, o poder, a capacidade e o direito de comandá-la.

A frase que foi pronunciada:

Não se interpreta a Constituição em tiras, aos pedaços”.

Eros Roberto Grau

Eros Roberto Grau. Foto: stf.jus

Mais segurança

Já acontece há muito tempo noutros países, e agora o Senado acaba de aprovar o programa Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica. A iniciativa é da Associação dos Magistrados Brasileiros, foi apresentado ao Congresso pela deputada federal Margarete Coelho e contou com o apoio da bancada feminina. No Senado, a relatora da matéria foi Rose de Freitas. Trata-se de uma parceria entre o comércio e instituições públicas que trabalharão em conjunto para identificar os casos de abuso com casais que se comportem estranhamente em público.

Foto: senado.leg

Loucura

Uma prova da paciência e conivência com absurdos é o consumidor que paga mais de R$ 4 mil por um celular da marca mais cara do mundo e aceitar que venha sem carregador, obrigando a compra do dispositivo em separado.

Imagem: abolukbas/Shutterstock

Muito estranho

Por falar nisso, alguém encontrou uma explicação plausível para o horário de atendimento ao público feito pelos bancos? Se os supermercados ficam abertos 24h, a pandemia não é exatamente a razão.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Mais respeito

Lá está a obra inacabada no asfalto do Lago Norte. De repente a pista raspada, um degrau abaixo, é o que se tem para a passagem dos carros pela esquerda. O nome da empresa deve estar em sigilo máximo. Nenhuma placa identifica os responsáveis por esse serviço mal prestado.

História de Brasília

Está na comissão de revisão do Dasp o processo relativo ao reconhecimento de nível universitário, para os redatores do serviço público. No que valha a justiça que prega em alguns casos é simplesmente imoral a proposição. E mais: abre brechas para novas proposições tão perigosas quanto as atuais. (Publicada em 04.02.1962)

Brasil necessita de cabeças pensantes

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Foto: Anderson Riedel/PR, Ricardo Stuckert, Sergio Andrade e Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Contra a polarização na política, uma fórmula em si perigosa e desprovida de capacidade de entendimento do país como ele e não como querem esses falsos protagonistas, postados, cada um, em lados opostos de um mesmo e profundo abismo, existem opções de bom tamanho. A questão é como poderiam essas opções ocuparem espaço adequado num ambiente tão conturbado e repleto de indivíduos, cuja a inteligência mede-se pelo comprimento do radicalismo que exalam.

Estamos numa encruzilhada histórica e, como as experiências vindas do passado ensinam, esse é o momento em que todo o encadeamento do futuro se faz presente. Caso o trem desse destino tenha a má sorte de ser posto em linhas erradas, as chances de retornarmos à gare de origem, onde repetiremos os mesmos erros, são reais, assim como irmos de encontro a um paredão, destruindo por completo nosso vagão.

De fato, a discussão em torno desses nomes principais e desastrosos que aí estão à baila têm deixado pouco espaço para o surgimento de outras vertentes mais dignas e quiçá mais detentoras de qualidades pessoais. Uma outra questão que surge dessa necessidade urgente por um nome à altura dessa missão de unir a nação, na trilha central e segura, vem justamente pelo impedimento colocado pelas dezenas de partidos, que obstam qualquer um que não seja consagrado pelos caciques e donos dessas legendas.

Nesse turbilhão, onde todos reclamam por seu quinhão, não há brechas para apelos por união, muito menos palanques para os que apelam para a razão. Num exercício de pura ficção, mas que poderia carregar algumas fórmulas que nos livre desse hospício em que estamos encarcerados há décadas, suponhamos que todos os estados da federação, de forma autônoma, reunissem e organizassem grupos compostos por nomes que a sociedade civil reconhece como probos e fornidos de curriculum admirável, verdadeiros conselheiros, a quem todos recorrem nas horas de aflição. Essa é uma possibilidade real e que poderia, em tese, funcionar ou, ao menos, trazer algumas luzes que indicassem o caminho das pedras nesse pântano escuro em que estamos imersos.

Seriam esses conselhos de notáveis, apartidários, no seu trabalho de elucubração metódica, que dariam a tônica para sairmos do impasse da polarização entre o ruim e o péssimo. Por certo, esses conselhos, formados nos estados, dariam ênfase ainda a uma proposta de reforma do Estado, capaz de pôr um fim a um modelo que, já insistimos aqui, está montado para não funcionar em prol do Brasil e sim em favor dessas elites que aí estão e que parecem ser as únicas beneficiárias com esse caos.

Em outros tempos e lugares, fórmulas semelhantes funcionaram e serviram de remédio contra sistemas visivelmente enfermos e viciados. A reunião desses diversos conselhos numa grande assembleia nacional fecharia as propostas num consenso geral, dando os rumos que precisamos e que, por certo, passam longe desses partidos que aí estão e de seus próceres, como também de toda uma máquina azeitada que tem servido para moer a carne da nação, servida sempre nesse banquete de sanguessugas. Ou se recorre a essas cabeças pensantes ou aceitamos a temperatura estabelecida por esses donos do forno do inferno.

A frase que foi pronunciada:

Existem diferenças significativas entre a versão americana e a europeia do capitalismo. O americano tradicionalmente enfatiza a necessidade de um governo limitado, regulamentações leves, impostos baixos e flexibilidade máxima do mercado de trabalho. O seu sucesso tem-se demonstrado sobretudo na capacidade de criar novos empregos, nos quais é sempre mais bem-sucedido do que a Europa.”

Margareth Thatcher

Margareth Thatcher. Foto: britannica.com

Natureza e Educação

Compostagem é um caminho interessante para quem mora em casa. O tratamento do lixo, de forma enriquecedora para a terra, nutre e fortalece a resistência das plantas. Trata-se de prática simples que diminui o caos nos lixões. Veja sugestões de compostagem divulgadas pelo Senado Federal a seguir.

Recadinho

Pátria Latina, um site que prega a união dos povos, trouxe uma notícia nada amigável. O presidente do maior país da Ásia Oriental avisou que quem se meter em pesquisar a fundo a origem do tormento mundial e aborrecer ou intimidar aquela nação terá a cabeça esmagada. Veja no link China não será intimidada.

Presidente chinês Xi Jinping. Foto: Reprodução

História de Brasília

Se forem alegadas deficiências técnicas é incompetência do pessoal incompetência do pessoal. Que seja mudado, então, porque em fevereiro de 1960 o general Eisenhower falava de Brasília, onde estivesse, com a Casa Branca. E mais: chegou a falar com seu Secretário de Estado, de seu automóvel, no percurso do Eixo Rodoviário, a caminho do aeroporto militar. (Publicada em 04.02.1962)

O mal cheiro vindo da cova rasa da Lava Jato

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Imagem: portal.stf.jus

 

Motivos para a população considerar a atual formação do Supremo Tribunal Federal como a pior de todos os tempos existem de sobra e, por isso, os índices de credibilidade dessa alta corte, junto aos brasileiros, sempre se mantiveram baixos. E essa, diga-se de passagem, é consequência direta da, já apontada pela imprensa, suspeitíssima performance que a turma de ministros indicados pelo Partido dos Trabalhadores vem tendo desde a condenação e prisão do chefão e dono dessa sigla.

Com a decisão agora do plenário, encabeçada por esses mesmos ministros e por Gilmar Mendes, declarando a parcialidade do então juiz Sérgio Moro na condenação do ex-presidente Lula, no caso do triplex do Guarujá, o que restava de complacência da população, em relação ao Supremo, foi enterrada juntamente com a última pá de cal lançada por esses magistrados na cova rasa, onde sepultaram, sem cerimônias, toda a exitosa Operação Lava-Jato.

Por certo que esse julgamento derradeiro não teve o dom de declarar inocente o ex-presidente, desse e dos muitos outros crimes por ele praticado com sua turma. E isso deixa claro que nem mesmo a Suprema Corte, com todas as firulas e filigranas destrinchadas, teriam a capacidade de libertar, da emaranhada teia de crimes em que se envolveu, o ex-presidente e outras centenas de cúmplices, nesse que foi o maior e mais estrondoso caso de corrupção do planeta, em toda a história da civilização.

Com isso, todo o imenso e laborioso trabalho realizado por dezenas de juízes que, anteriormente, haviam condenado Lula, com o labor de outras centenas de procuradores, promotores, investigadores, técnicos do Ministério Público, Polícia Federal, Polícia Civil, além das centenas de pessoas ouvidas, entre elas os delatores que buscavam minorar suas penas e outros muitos anônimos que colaboraram para desvendar toda essa trama, e, cito aqui, os jornalistas investigadores, que acompanharam todo esse caso de perto, desde o primeiro dia, ou seja, todo o empenho dessa verdadeira multidão que apontou, sem hesitar, o dedo para esse político delinquente, foi descartado no lixo apenas para tornar elegível aquele que os brasileiros de bem querem ver bem trancafiado numa cela.

Nunca, em tempo algum, um mesmo personagem, por suas delinquências, ocupou tantos debates, tanto empenho e tantos meses de discussão da Suprema Corte, como esse caso envolvendo Lula da Silva, em tempo extraordinário.

Se houver algum traço de racionalidade minimamente inteligível e à luz do que dizem acreditar esses mesmos ministros em seus pareceres, muitos deles formatados graças à ajuda de suas equipes de gabinetes, recrutados a peso de ouro, o passo seguinte de toda essa trama jurídica e burlesca será a devolução de toda essa dinheirama fabulosa, desviada das estatais, dos fundos de pensão, do FAT, dos aposentados e de muitas outras empresas, bem como dos pagadores de impostos, aos seus “legítimos proprietários”.

Ou será assim, ou não fará sentido algum deixar de enxergar essa sequência de crimes, vista a partir do cume dessa montanha de dinheiro. O interessante é observar que o mal cheiro exalado pela cova rasa, onde o Supremo buscou enterrar toda a Operação Lava-Jato, denuncia um crime maior que a história do país deverá manter insepulto por longo tempo, o crime de lesa-pátria.

A frase que não foi pronunciada:

Se o STF ou o TSE querem que Bolsonaro prove que foi eleito em primeiro turno é porque confirmam que não há como auditar as urnas. Como ficamos?”

Dona Dita, pensando no óbvio escondido na manobra vernacular do jurisdiquês.

Charge: almirquites.blogspot.com.br

Segredo

Com o prefácio do ex-presidente Sarney, o cidadão naturalmente de honra de Brasília, Geraldo Vasconcelos, terá sua biografia publicada em julho. Escrita pela competente jornalista Sueli Navarro, e publicada pela Editora Letreria. Um pedacinho da história de vida desse pioneiro extraordinário foi contada pelos amigos e transformada em leitura fluente e agradável pela jornalista Navarro. São três as características inusitadas desse lançamento. 1. Não será festivo 2. O livro não será vendido 3. Um exemplar autografado será entregue na residência dos amigos de Brasília. Geraldo é parte cativa na Confraria dos Cearenses. Ari Cunha ficaria feliz com a empreitada do amigo.

Geraldo Vasconcelos

 

Fundo do baú

Nunca mais o Ecad ocupou as páginas dos jornais com os escândalos dessa entidade criada pela Constituição.

 

Lex Nexter

Nas prateleiras de uma farmácia, uma embalagem de água oxigenada é idêntica a de amônia. Risco total para clientes mais distraídos. Aí está uma sugestão de legislação para proteger os consumidores. Veja a imagem a seguir.

História de Brasília

Nomeado Procurador da República, Laerte Paiva. Participante da equipe pioneira do Correio Braziliense, Laerte tem sido o advogado sempre presente, sempre atento em todas as causas de seus ex-companheiros. Estudioso, competente, arguto e inteligente. Tem todas as características que o cargo exige. (Publicada em 03.02.1962)

Vacina contra ismos e istas

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Charge do Amarildo

 

Analistas dos quatro quadrantes da política nacional, aos poucos, vão convergindo para uma avaliação consensual que os leva a crer que a próxima eleição para presidente da República, a ser realizada em 2 de outubro de 2022, mais do que um simples pleito rotineiro para a escolha do próximo chefe do Poder Executivo, significará um ponto de inflexão capaz de transformar a nossa remoçada democracia numa espécie de Frankenstein, que se voltará contra o próprio Estado Democrático de Direito e as liberdades individuais.

Trata-se aqui de mais uma encruzilhada histórica, preparada pela mão invisível de um destino, que cuidamos de desenhar para nós mesmos, passo a passo. Isso se, até lá, não surgir uma alternativa que trafegue pela via racional do centro e do bom senso. Não no sentido de aglutinação de forças do já conhecido e nefasto Centrão, capaz de tudo, mas de grupos comprometidos com a ética pública e com o futuro do país. E é aí que reside o perigo, uma vez que esse seria um passo possível apenas com uma qualificação do eleitor e de todo o processo eleitoral, o que, convenhamos, ainda é uma miragem.

Por certo, o vácuo deixado pela não realização de uma verdadeira e profunda reforma política pesará neste instante em que a nação reclama por um modelo que livre o Brasil do impasse maniqueísta, em que parece ter mergulhado desde 2003 e que prossegue agora, na margem oposta desse rio de insensatez, desde 2018.

Caso se confirme uma opção ou outra nessa disputa extremada entre cara e coroa, o que teremos será representado pela mesma moeda sem valor de face ou lastro, incapaz de honrar os custos e o preço de uma democracia pra valer. Colocada de modo estratégico no centro da ação política, como se fosse um agente ativo, capaz de direcionar as medidas adotadas pelo governo, o que é absolutamente falso, a população, que parece não perceber esse mecanismo maroto, utilizado pelos populistas, é usada apenas como massa de manobra e responsabilizada, no final, por toda e qualquer medida tomada pelo presidente, mesmo as mais absurdas e prejudiciais.

É essa justamente a face cruel do populismo, seja ele de esquerda ou direita. A qualificação do eleitor seria o melhor caminho para impedir o avanço desses extremos fundados na exaltação de personalismos, que fazem falsamente, desses indivíduos, figuras muito acima de partidos e de ideias políticas, de modo a fundir seus nomes próprios à falácia de movimentos de transformação da sociedade. Daí o surgimento do Lulismo, Bolsonarismo e outros ismos, a confundir a pessoa com alguns movimentos de transformação.

Para historiadores, a experiência popular de provar das maçãs verdes e vermelhas, estaria inserida no próprio processo de aprendizagem de uma nação e seria necessário para uma evolução natural da sociedade democrática. Pelo sim, pelo não, o que se sabe é que, enquanto forças de centro democráticas não se apresentam, o caminho mais longo e seguro seria o investimento em educação de qualidade, sem ideologias, capaz de fornecer ao cidadão todo o potencial para o desenvolvimento da capacidade de reflexão, de modo que ele possa visualizar a realidade como ela é, não como querem que a vejam, podendo assim, ser livre para agir. Essa é, por enquanto, a única vacina eficaz contra comunistas, fascistas e outros istas e ismos a nos infectar.

A frase que foi pronunciada:

Basta que o povo saiba que houve eleição. As pessoas que votam não decidem nada. As pessoas que contam os votos decidem tudo.”

Josef Stalin

Josef Stalin. Foto: super.abril.com

Muito estranho

Já está na hora de o GDF tomar as rédeas dos serviços públicos. Usar a pandemia para não atender pessoalmente os cidadãos não justifica mais. Se mercados, igrejas, escolas estão abertas, não faz sentido o cidadão precisar de um serviço e ter que sofrer com telefonemas que nunca atendem ou sites que nunca funcionam. A não ser que os impostos pagos pelos cidadãos tenham um desconto proporcional aos dias não trabalhados.

Foto: Francisco Aragão/Agência Brasília

Vai entender

Então os espectadores passam uma hora inteira aguardando um show e a organização é multada, mas quem recebe o dinheiro pelo infortúnio da plateia é o Procon. Isso parece o tempo em que a nobreza terceirizava as penitências recebidas. Nesse caso, o público que pagou a entrada não recebe nada. O projeto é da deputada tucana Edna Henrique e recebeu parecer favorável do relator na comissão, deputado Alexandre Frota, do mesmo partido. O texto ainda vai passar pelas comissões de Defesa do Consumidor; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Deputada Edna Henrique. Foto: camara.leg

História de Brasília

E mais: o hospital está situado exatamente na rua, na separação das duas quadras. O caso não vem sendo notado pela Novacap, que mandou passar o meio fio em frente à rua, em frente ao hospital. (Publicada em 02.03.1962)

Ou isto ou aquilo

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Foto: Marcos Corrêa/PR

 

Como órgão máximo do processo eleitoral e fundamental para o exercício da democracia, ou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na pessoa de seu presidente e ministros, entra com uma ação na justiça exigindo que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, apresente as provas que seguidamente tem dito possuir, quando reafirma que foi eleito ainda no primeiro turno, ou então reconheça as fragilidades das urnas eletrônicas e que as acusações do chefe do Executivo são procedentes.
Para tanto, manda a lei que se abra uma séria e profunda investigação para que os cidadãos conheçam o que está por detrás desse modelo de votação e de que modo as eleições de 2018 foram fraudadas. Ou é isso, ou toda a lisura do processo estará comprometida. O que não pode é tanto o presidente da República ficar afirmando ter provas de fraudes no primeiro turno de 2018 e o presidente do TSE, por outro lado, ficar rebatendo, dizendo que todo o processo foi realizado sob lisura total, sendo as urnas eletrônicas invioláveis.
Também caberia nesse caso o próprio presidente Bolsonaro ingressar com ação nos tribunais, apresentando as provas que diz possuir, exigindo que o TSE reconheça sua vitória no primeiro turno. Caso venha se confirmar as declarações do presidente da República de fraude nas eleições, a introdução do voto impresso deverá ser, obrigatoriamente, colocada à disposição dos eleitores ainda a tempo das eleições do próximo ano. Não se trata aqui de denúncias que devem ser deixadas de lado e consideradas frutos das já conhecidas e intempestivas declarações do presidente Bolsonaro, mas de acusações vindas de um chefe de Poder da República e que, como tal, devem possuir um peso e uma seriedade compatível com tão relevante cargo.
O silêncio e a indiferença, nesse caso, é que não podem perdurar, sob pena de comprometer a lisura e a ética de seus presidentes e, por extensão, a seriedade das instituições as quais representam. Para o cidadão, essa é uma condição sine qua non para que as eleições futuras sejam vistas como sérias e sem as máculas das fraudes, tão frequentes em toda a nossa história eleitoral.
Por certo, caso se comprove a afirmação do presidente da República, nada mais pode ser feito nessa altura dos acontecimentos a não ser investigar um caso que pode até render uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com outros desdobramentos. Caso fique provada a tese do atual presidente do TSE, Roberto Barroso, sobre a lisura e inviolabilidade das urnas, caberá ao TSE processar Bolsonaro, por acusação infundada.
Conhecendo a imensa capacidade aética dos integrantes do Partido dos Trabalhadores e de outros políticos e partidos para alcançarem seus intentos, podem haver, nessa querela, fundamentos e indícios concretos que necessitam ser, urgentemente, sanados. Como bem dizia a saudosa poetisa Cecília Meireles no poema “Ou isto ou aquilo”, ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“Invenções humanas quaisquer, sejam em prol da medicina ou da segurança eletrônica, merecem credibilidade dos seus criadores e apoio dos seus investidores.”

Helgir Girodo

Honra ao mérito
Daquelas pessoas abnegadas, que trabalham por amor, fica a homenagem dessa coluna à enfermeira Janete Carvalho. Funcionária aposentada do Senado, continuou trabalhando, voluntariamente, em hospitais públicos, com feridas humanas. Sem ou com o sentido figurado. Janete cuida de fazer curativos em diabéticos. Para as feridas impossíveis, ela pede: “Acredite em mim. Vou conseguir curar.” Com alma delicada, pensou em treinar alguém para substituí-la. Essa pessoa está pronta e Janete vai se despedindo aos poucos de seus pacientes.

Foto: blanchospital.com

 

Mais uma
Em Taguatinga Sul, na UBS 5, o gerente Wellington Silva chama a atenção pelo tratamento humanizado que dá aos pacientes. Conhece a maioria e os trata pelo nome.

Foto: Breno Esaki / SES

 

In loco
Aqueles que defendem a descriminalização das drogas, como meio de interromper o custoso, inócuo e infindável processo de “enxugar gelo” das polícias, deveriam conhecer os poucos e carentes espaços, que o governo mantém, dedicados ao atendimento das multidões de jovens em busca de socorro psicossocial, decorrente do abuso desses produtos, cada vez mais fáceis de serem encontrados.

Charge do Ivan Cabral

 

Campanha
O estrago que as drogas provocam na estrutura psicossocial de crianças e jovens são de difícil solução, sendo a cura, para esse que é um dos males de nossa época, muito custosa; além de exigir um lento e laborioso trabalho, por parte de especialistas, e empenho da família, o que muitas vezes não é possível.

Foto: hospitalsantamonica.com

 

História de Brasília
Mas, como tudo tem seu dia, já passou o do Hospital. Seu lugar não é mais aquele. A cidade está dividida em seus setores, e um hospital não pode ficar entre residências. (Publicada em 03.02.1962)

José Serra e Fernando Henrique

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Foto: Dida Sampaio/AE

 

Atribuem-se ao caráter quase monárquico de nosso presidencialismo, herdado obviamente da fase anterior à 1889, alguns dos maiores defeitos desse sistema e também seu calcanhar de Aquiles. Dizem que está na dureza de uma rocha sua maior fragilidade. Talvez seja essa inflexibilidade e rigidez um dos fatores a gerar crises institucionais recorrentes. Num país continental e com tantas discrepâncias sociais e econômicas, tomar assento no Palácio do Planalto, com uma miríade de legendas políticas, ávidas por espaços e recursos, não é tarefa para pessoas sem o devido preparo e sem a sensibilidade de gestão que o cargo exige.

Talvez, por isso mesmo, as crises frequentes, todas elas centradas e decorrentes do próprio presidente da República. De fato, desde a redemocratização, as seguidas crises podem ser personificadas na figura do chefe do Executivo, mais precisamente na sua incapacidade diante de um desafio ciclópico como esse. Mas como toda regra possui uma exceção que a confirma, merece destaque aqui, até por representar um ponto fora dessa curva de poucos talentos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, como o 34º mandatário da República Federativa do país, entre 1995 e 2003, notabilizou-se por ser o mais bem preparado para a função e que soube, como nenhum outro no passado, talvez caiba aqui também uma exceção ao ex-presidente Juscelino Kubitscheck (1956-1961), a quem muitos analistas dessa matéria enxergam semelhanças com FHC no quesito conciliação e boa disposição em negociar e buscar entendimentos em momentos de instabilidade.

Com essa capacidade intelectual e afável, FHC pôde, com a ajuda de seu bem escalado ministério, mudar os rumos do país, preparando-o para os desafios impostos pelo século 21. Ao comemorar agora seus provectos 90 anos, FHC lança seu vigésimo sexto livro, Um intelectual na política, no qual narra, de memória, sua vida política, acertos e contratempos.

Durante todo o tempo em que exerceu seu mandato, FHC pôde contar com a assessoria de um dos melhores e mais bem preparado conjunto de ministros já reunidos num só governo. Contando com excelentes técnicos, o governo FHC tornou realidade o que parecia impossível: debelar uma das mais altas e resistentes inflações do mundo.
Graças a um engenhoso e metódico plano econômico, sua equipe deu ao Brasil, depois de décadas, uma moeda estável e com um lastro que correspondia à importância do país. Nessa equipe, o nome de José Serra ganharia as manchetes de todo o país por sua enorme capacidade de trabalho e pelo legado que deixaria à frente do Ministério do Planejamento e, sobretudo, no comando do Ministério da Saúde, onde promoveu uma verdadeira revolução administrativa. Nestes tempos sombrios de pandemia, faz falta o talento de gestores políticos e pragmáticos do quilate de José Serra.

À frente do Ministério da Saúde, implementou um programa de enfrentamento à Aids que seria copiado em todo o mundo e saudado pela ONU como um exemplo a ser seguido. Também no MS foi o idealizador da lei de incentivo aos medicamentos genéricos, forçando a queda desses produtos no mercado, além de reduzir a zero os impostos federais incidentes nos medicamentos, principalmente aqueles de uso contínuo, muito utilizados pela população de baixa renda. Foi ele quem também regulamentou a lei de patentes, solicitando o uso obrigatório de fármacos em caso de emergência na saúde pública. Com isso, patentes importantes de medicamentos, como é caso daqueles que eram indicados para o tratamento da Aids, foram quebradas para atender às vítimas daquela doença, tão temida naquela época.

José Serra deu todo apoio do ministério ao Programa Saúde da Família, ampliando as equipes em todo o país, dentro do princípio que considerava esse trabalho como estratégia de saúde para desafogar os hospitais, visando dar maior humanização ao atendimento do SUS. Com José Serra, foi ainda criada a Central Nacional de Transplantes, além de inúmeros mutirões de cirurgias em todo o país, com destaque para as cirurgias de cataratas e outras. Foi ele também que introduziu a vacinação dos idosos contra a gripe e que tornou realidade a eliminação do sarampo naquela ocasião. A criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), regulando, pela primeira vez, o turbulento mercado de planos privados de saúde, também foi obra sua. Assim como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que passou a fazer o importante trabalho de controle sanitário de produtos e serviços da saúde.

Como ministro e político, José Serra conseguiu que o Congresso aprovasse leis endurecendo medidas contra as indústrias de fumo, levando adiante uma campanha nacional e revolucionária contra o tabagismo, com vedação de publicidade, proibição de fumos em repartições, mandando estampar nos maços imagens que mostravam os efeitos desse vício sobre a saúde humana, sobretudo nos mais jovens.

Tivéssemos um nome dessa qualidade hoje, quando o Brasil chora seus mortos pela covid-19, sem dúvida alguma, essa pandemia não teria criado raízes entre nós e não estaríamos lamentando a morte de meio milhão de brasileiros em pouco mais de um ano. Infelizmente, José Serra não logrou ser, como todos esperavam, o sucessor natural de FHC, o que seria um verdadeiro ponto de inflexão na história do Brasil.

Quis o destino, esse Malasartes, que o país fosse entregue novamente nas mãos despreparadas e sem ética de outro aventureiro. Deu no que deu.

 

 

A frase que foi pronunciada
“Na minha vida pública, já fui governo e já fui oposição. De um lado ou de outro, nunca me dei à frivolidade das bravatas, nunca investi no ‘quanto pior, melhor’, nunca exerci a política do ódio.”
José Serra

Foto: Beto Barata/PR

 

História de Brasília
E há mais. Banheiros devassáveis de madeira dão um atestado humilhante a uma área onde as residências custam, em média, cinco milhões de cruzeiros. (Publicada em 03.02.1962)