Tag: #EconomianoBrasil
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
É consenso que as eleições, por seus processos próprios, possuem a capacidade de induzir uma certa agitação em todos os setores do país. A começar pela economia, que nesses períodos de disputas e incertezas, ao colocar em modo de espera as principais e mais urgentes decisões nessa área, acaba por criar um ambiente de fortes expectativas, o que, por sua vez, favorece especulações de todo tipo e ataques ao mercado.
Nesse ambiente de incertezas, onde todo mundo passa a se precaver, é comum a retração de investimentos internos e externos, o que resulta em oscilações de Bolsas, fuga de capitais, aumento do dólar, inflação e outros aspectos econômicos negativos. Como a economia e o mercado necessitam de previsibilidade e calmaria para funcionarem, as eleições com seu potencial de dúvidas terminam por criar cenários de medo e de incertezas que, ao fim ao cabo, contaminam todo o país e necessariamente passam a atingir também a própria população.
A paralisação de obras e de contratações, muitas vezes impostas pela legislação eleitoral, reforçam a instabilidade e passam a interferir ainda na estagnação da economia e na retomada do tímido crescimento. Para um país que permanece experimentando uma profunda crise econômica, resultado direto de um conjunto de más políticas que foram implementadas recentemente, um ambiente de incertezas possui um potencial de agravar ainda mais a situação atual.
É nesse ambiente delicado e de medo que as campanhas eleitorais entram para embaralhar o ambiente. O divórcio entre o que pretende os candidatos em seus discursos e a realidade do país lança ainda mais gasolina na fogueira. Os pretensos salvadores da pátria, ao insistir em programas de governo irrealistas e inexequíveis, contribuem, ao seu modo, para piorar o que já está ruim.
Mesmo os institutos de pesquisas eleitorais, com suas metodologias próprias e específicas, ao divulgarem o que chamam de retrato do momento, com previsões antecipadas, que, não raro, vão contra o senso comum, contribuem também para o aumento do ambiente de instabilidade. Nesse quesito, quando são feitas retrospectivas, até recentes, dessas pesquisas, o que se observa, em grande parte dos casos, são disparidades entre os prognósticos e o resultado efetivo das urnas. Destaca-se também que nessas eleições, especificamente, o número de eleitores indecisos é o maior já registrado desde a redemocratização.
Se nem a população sabe que caminhos tomar diante da aproximação das urnas, muito menos o mercado e o ambiente econômico saberá para onde vai o Brasil. O pior é que com alguns desses candidatos que ora estão no páreo, nossa situação econômica, que já é preocupante, corre o risco de afundar de vez, o que mais uma vez comprova a teoria de que políticas e candidatos equivocados possuem sempre o condão de empurrar e manter o país para o beco sem saída do subdesenvolvimento.
A frase que foi pronunciada:
“Muitas vezes as pessoas enxergam mais com a imaginação do que com os olhos.”
Richard Sennett, historiador e sociólogo
Goiás
Conta de energia mais cara 12%. O percentual está em discussão. A ANATEL abriu audiência pública para que a população participe da decisão.
Preto no branco
Temos que reconhecer que a Receita Federal do Brasil e a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional não cumprem a legislação no que diz respeito às suas obrigações. São duas instituições muito sérias para cobrar o dever dos outros, mas que não aplicam seus próprios deveres. Palavras do juiz federal e representante da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Renato Lopes, sobre os grandes problemas da arrecadação tributária federal.
Cheiro de abuso
Uma TV ligada num estabelecimento comercial gera boleto cobrado pelo Ecad. O escritório explica que é assim que os artistas sobrevivem, da criação. Acontece que muitas músicas executadas são de domínio público, e as TVs já pagam uma pesada conta para o Ecad que vistoria toda a programação. As rádios também pagam altas taxas. Cobrar de quem ouve os programas parece demais.
Impensável
Técnicos da Caesb verificam que os dejetos do Instituto Central de Ciências da Universidade de Brasília passam pela galeria de águas pluviais da Asa Norte e caem direto no lago Paranoá.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A Rádio Nacional de Brasília está usando dinheiro do governo para fazer campanha contra as demais estações de televisão de Brasília. Esta campanha, que está sendo muito cara, talvez não seja interessante para o próprio governo, que usando dinheiro do povo, procura sufocar as empresas particulares. (Publicado em 27.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Monopólio na produção de combustíveis centrado em uma só empresa, do tipo estatal, onde os ruídos e interferências da base política do governo de plantão é uma presença constante. Um único modal de transporte, baseado em rodovias mal cuidadas que acabam ocasionando o envelhecimento precoce da frota de mais de dois milhões de caminhões. Eis aí uma fórmula delicada, fadada a crises cíclicas e que sempre resultam em prejuízos bilionários para todo o lado. Para um país de dimensões continentais como o nosso, a continuação de um modelo com essas características não parece ter um futuro promissor. No caso agora da greve dos caminhoneiros ou, como outros preferem, das empresas transportadoras, a situação parece ter alcançado seu ápice e não será surpresa se vier a ganhar proporções para além das meras reivindicações contra o aumento nos preços dos combustíveis.
Num modelo desses, sem opções e saídas alternativas, força do movimento é quase uma consequência natural. Nesse caso, uma quase chantagem. Analisados separadamente, tanto o, governo, como a estatal do petróleo e os próprios caminhoneiros chegam à mesa de negociações com a consciência totalmente limpa. Pesam sobre eles uma enorme desconfiança vinda da população, que pressente que nessa disputa a conta, como de costume, terá que ser paga por ela.
O governo, que não fez como devia a reforma tributária e que, ainda por cima, não renuncia à sanha arrecadadora, tem culpa. As empresas de transporte, cientes de sua força econômica momentânea, mesmo sabendo que os prejuízos resultantes da paralisação serão infinitamente maiores do que as vantagens oferecidas, não se acanham em levar a greve adiante e por isso possuem boa parcela de culpa nessa crise. A Petrobras, cuja a única opção oferecida aos consumidores é um produto de qualidade e preço duvidosos, também detém parcela de culpa considerável.
Num caso desses em que as partes envolvidas, invariavelmente, carregam parcela de responsabilidade pela crise, a chance de se estabelecer um equilíbrio, em que todas saiam ganhando ou perdendo o mínimo, é quase zero. A não ser que nessa querela seja arrolado um outro personagem paralelo à questão, que, mesmo alheio a essa trama, venha a ser o mais seriamente atingido por qualquer decisão que firmada. É aí que entra a população, ilhada na cidade e nas estradas, sem transportes, sem opções e sob a ameaça de uma paralisação total de todos os serviços do país.
O veredito, num imbróglio dessa natureza, não tem como fugir ao script surreal: a população é a culpada e deve pagar às custas da greve. Para o bem da estatal, do governo e das pobres das empresas de transportes.
A frase que não foi pronunciada:
“A democracia faz bem para a economia. Desde que não haja concorrência para o abastecimento de água, energia e petróleo.”
Dona Dita
Vale
Antes que eu me esqueça. Estreia em circuito nacional. Roteiro brilhante de Luísa Parnes e direção cirúrgica de Tiago Arakilian. Filme que realmente toca o coração. Atores e trilha sonora impecáveis.
Rodada Beethoven
Se estiver precisando de combustível para a alma, hoje é o último dia da apresentação do coro e Orquestra e Capital Philharmonia. Missa Solemnis Op. 123 IV – Sanctus – Benedictus e Sinfonia n9 Op.125 “Ode à Alegria”, com o coro Ad Infinitum, do maestro Eldon Soares. A regência desta noite será do maestro Artur Soares. O concerto começa às 17h, na Igreja Adventista Central, 611 Sul. Entrada Franca.
Bravíssimo
Por falar em concerto, com o desastre cometido com a saudosa Brasília FM, a única que substitui com maestria é a rádio MEC, do Rio de Janeiro. Não há programação comparável no país. A MEC FM faz parte da Diretoria de Produção Artística. A atual titular é a Cida Fontes e o gerente da rádio é o Thiago Regotto.
Link para acesso: Rádios EBC – Rádio MEC FM RJ
Papo reto
Diego Maia, candidato a deputado distrital, lançou na Internet vários vídeos de suma importância para o eleitorado. Com uma linguagem didática, Diego ensina a cidadania. Veja alguns links no blog do Ari Cunha.
Link de acesso ao vídeos: www.facebook.com/novodiegomaia
Fato
Enquanto eram só as panelas batendo estava tudo muito bem, para alguns. Os preços continuaram subindo, a corrupção continuou acontecendo de dentro das cadeias. Os caminhões pararam. Todos sentimos as consequências. Mas quem desfalcou o erário não repôs as perdas. E por falta de leis nunca irá devolver aos cofres públicos.
Estranho
O argumento que convenceu dona Márcia, a líder dos caminhoneiros que estavam no SIA, a liberar 10 caminhões tanques foi manter os carros da Saúde, Bombeiros, Limpeza abastecidos. O negociador do GDF usou esse argumento e conseguiu o que queria. Agora o anúncio de que com a crise do combustível as cirurgias dos hospitais públicos estão suspensas mostra que há algo de errado.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O governo aumenta o salário mínimo, e depois quer conter a onda de aumento de preços. (Publicado em 21.10.1961)