Tanta terra e tudo tão caro

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: blog.aegro

 

São tantas e tão complexas as variáveis que envolvem o chamado agronegócio, que seria necessária a convocação, pelo Congresso Nacional, de uma longa e bem detalhada audiência pública, que discutisse em profundidade, ao longo de toda uma legislatura, apenas essa questão. Razão para uma tão prolongada discussão existe aos milhares, sendo que a maioria ainda está suspensa no ar.

É absolutamente necessário ouvir atentamente todos os envolvidos nesse tema, que é muito mais do que o carro chefe da economia nacional, responsável pelos ganhos na balança comercial. Trata-se de um setor que tem ligação direta com o futuro das próximas gerações de brasileiros e do país, e isso já é mais do que o suficiente. O açodamento que faz com que as autoridades cedam paulatinamente às exigências desse poderoso setor apenas para fazer caixa, tapar rombos e combater a crise econômica, pode comprometer não só a viabilidade dessa atividade, mas trazer prejuízos incalculáveis e irreversíveis ao meio ambiente e aos futuros brasileiros.

A terra, ao longo da história humana, tem sido, desde os primórdios, o primeiro e o principal capital de todas as civilizações, responsável direto pela sobrevivência da espécie. Sem a garantia de posse e controle desse bem natural, sociedade alguma ousou sobreviver. Foi das margens férteis do Vale do Rio Nilo que floresceu a civilização egípcia. Foi do encontro das águas dos Rios Eufrates e Tigre que outros humanos alcançaram o estágio de civilização, com a Mesopotâmia. Tem sido assim desde sempre.

O imenso legado, em forma de um continente quase inteiro, deixado pelos colonizadores portugueses aos brasileiros, requer, de nossa parte, uma enorme e crucial responsabilidade, pois é essa a nossa maior riqueza e possivelmente o salvo-conduto para a sobrevivência de nossa gente, num mundo cada vez mais populoso e faminto.

Portanto essa é uma responsabilidade que transcende governos de plantão, se estendendo até o horizonte do futuro. Colocado apenas dessa forma, fica difícil entender, de fato e tecnicamente, a profundidade do tema. É preciso deixar claro, no entanto, para toda a população, que essa é verdadeiramente uma questão vital para todos os brasileiros. O agronegócio, conforme vem sendo aceleradamente estruturado ao longo dessas últimas décadas, nem de longe é compreensível pelos brasileiros, que desconhecem seus mecanismos, seu alcance e o quão profundamente essa atividade está associada a questões vitais como soberania, meio ambiente, sobrevivência.

O que a maioria sabe vem de propagandas oficiais ou não e outras veiculações puramente comerciais, que ressaltam as maravilhas de um setor que adentra pelo Bioma Cerrado, pelo Pantanal e pela Floresta Amazônica, pondo em destaque a expansão interminável das fronteiras agrícolas, com a soja, o milho, o algodão e outras espécies oleaginosas substituindo e dizimando a vegetação nativa.

Atrás desse “progresso” ou do avanço da poeira, vem o gado, penetrando pelas matas, transformando florestas em pastagens. O que a maioria das donas de casa sabem sobre esse gigantesco negócio, que está transformando o País num grande celeiro mundial, vem justamente nos preços estratosféricos desses produtos vendidos no mercado interno. A carne é um grande exemplo desse fabuloso negócio, que sob o nome de commodities é vendida nos mercados do país pelo preço do dólar daquele dia.

A culpa é sempre da alta demanda externa por alimentos. A China é a responsável. Especialistas no assunto já preveem que, num futuro próximo, a demanda do país asiático elevará ainda mais os preços dos alimentos. É na gôndola do mercado que as razões para a subida nos preços dos alimentos são mais sentidas e menos compreendidas. É aí que entram as tais múltiplas variáveis que fazem do agronegócio, uma caixa preta, cheia de surpresas.

Para turbinar essa escalada de preços, aumento de demanda mundial, restrições de ofertas e outras incógnitas de difícil solução, o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas elevam às alturas tanto as incertezas sobre o futuro como os preços do pão de cada dia.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os interesses particulares fazem facilmente esquecer os interesses públicos.”

Montesquieu, escritor, filósofo e político francês

Reprodução da Internet

 

 

Rádio

Professor Nagib Nassar compartilhou um link espetacular que permite ouvir qualquer rádio do mundo. Acesse no link Radio Garden.

 

 

Agenda

Super disputada pelas crianças a Casa do Papai Noel da CAIXA. Muitos espaços para brincar e colocar todos os sentidos em atividade. Vale a visita com a meninada.

Foto: divulgação

 

 

Pirata

Louvado e adorado pela população de Brasília, o transporte pirata ganha cada vez mais espaço na cidade. Não fosse a raridade de ônibus e a impontualidade, os passageiros estariam mais seguros.

Foto: Antonio Cunha

 

 

Viagem

Antes de comprar passagem esteja certo da documentação relacionada às crianças.

Foto: aeroportoguarulhos.net

 

 

BRASÍLIA

É comum o cancelamento de voo por deficiência técnica. (Pouco passageiro para embarcar). É comum o atraso de aeronaves, durante horas. É comum a substituição de equipamento à última hora. Tudo isto, sem que a empresa relapsa se sinta na obrigação da mínima explicação ao passageiro. (Publicado em 12/12/1961)

Desigualdade: o calcanhar de Aquiles do Brasil

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Foto: Cris Faga/Getty Images

 

Alçado recentemente para a posição de sexta maior economia do mundo, a frente inclusive do Reino Unido, o Brasil, por outros parâmetros, talvez até mais coerentes, ainda terá muito chão pela frente, caso almeje mesmo se colocar em pé de igualdade com a maioria dos países do primeiro mundo. A começar pelo princípio, elevando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de sua população. Nesse quesito, o Reino Unido ocupa a posição de número 28, em relação a 187 países avaliados, enquanto o Brasil está na 84ª posição.

Ainda no campo das ações primárias, quando a situação é a perda do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH, o Brasil despenca para a posição 102. Essa queda brusca de colocação deve-se em consideração também às distorções existentes em nosso país quanto aos quesitos educação, saúde e renda.

De acordo com o Relatório Global de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, apresentado agora pelo escritório nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), intitulado “Além da renda, além das médias, além do hoje: desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI”, o Brasil, apesar de alguns avanços com relação ao IDH, ainda permanece estacionado quanto a questão da desigualdade e a concentração de renda. Pelo estudo do PNUD, a fatia dos 10% mais ricos do Brasil concentra 41,9% da renda nacional. Sendo que o universo dos 1% mais ricos representa 28,3% da renda, o que equivale a segunda maior concentração de renda do mundo para essa parcela populacional, atrás apenas do Qatar com 29%.

No entanto, o Relatório do PNUD aponta para outras variáveis também fundamentais para entender o processo atual e mais focado que avalia essas novas desigualdades. “Embora muitos concordem que a desigualdade é extremamente importante, o consenso sobre seu motivo e o que fazer a seu respeito é menor. Precisamos aprimorar os cálculos para melhor descrever o que é a desigualdade, e para ter uma compreensão mais profunda de como ela mudará devido às transformações econômicas, sociais e ambientais que estão em desdobramento em todo o mundo. Só assim, poderemos conceber as opções políticas que possam efetivamente enfrentá-la” diz o documento.

Um dos pontos defendidos pelo Relatório diz respeito à promoção de políticas para o desenvolvimento na primeira infância, consideradas de fundamental importância para garantir o que chamam de condições de partida, logo nos primeiros anos de vida dos brasileiros. Para tanto, o documento ressalta a importância de o país vir a adotar uma política abrangente com diretrizes, ferramentas e padrões nacionais, envolvendo os principais atores desse processo que são os pais, famílias e instituições educacionais na tomada de decisões.

Essas condições de partida podem determinar desigualdades num futuro próximo para as novas gerações. Essas políticas de combate às desigualdades devem se estender muito além da renda, indo na direção de intervenções ao longo da vida, em esferas como saúde e educação, de forma a aumentar as capacidades avançadas trazidas pelas novas tecnologias. Nesse sentido, é preciso atenção aos “desafios da mudança do clima e das transformações tecnológicas, duas forças que moldarão o desenvolvimento humano no próximo século”.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto. ”

Millôr Fernandes, pensante brasileiro

Foto: Daniela Dacorso/Bravo (exame.abril.com)

 

 

Novidade

Sancionada a lei do deputado Leandro Grass que obriga todos os estabelecimentos comerciais a disporem, nos banheiros masculinos e femininos, local para a troca de fradas. Caso não seja possível, um local paralelo e independente dos banheiros deverá ser construído para esse fim. Será responsabilidade da administração manter a higiene e privacidade do ambiente.

Cartaz: perfil oficial do Governo do Distrito Federal no Instagram

 

 

Chance

Hoje começam as negociações com os devedores da CAIXA. O ‘Caminhão Você no Azul’ vai atender até o dia 13. Já está estacionado no Setor Comercial Sul, Quadra 1, próximo à entrada da Galeria dos Estados, das 9h às 19h. De 16 a 20 de dezembro, na Praça do Relógio em Taguatinga.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

 

Matemática

Bem que a Justiça Volante poderia estacionar a van perto dos buracos de diversos pontos do DF. Rodas quebradas, pneus furados, suspensões afetadas são unicamente responsabilidade do governo. Asfaltos melhores não custam mais caro se durarem durante o período de chuva.

Foto: Divulgação

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O outro recado é para o senador Argemiro Figueiredo: Não apareça por lá, senador, tão cedo! As suas emendas foram um desastre. E mais: o povo não sabe nem do que se trata, mas é bom não aparecer, nem para explicar. (Publicado em 12/12/1961)

Um no cravo, outra na ferradura

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Foto: perfil oficial do presidente Jair Messias Bolsonaro no Instagram

 

Para retirar o país da maior crise econômica de todos tempos, uma herança verdadeiramente maldita e eivada na corrupção, legada pelos descaminhos de uma esquerda doidivanas, perdida nos descaminhos da egolatria, o presidente Jair Bolsonaro e sua excelente equipe têm empreendido múltiplos esforços, e em várias frentes, em busca do tempo perdido.

Dentro do papel que lhe cabe como chefe do Poder Executivo, Bolsonaro tem acenado tanto à União Europeia, como aos Estados Unidos, cedendo à exigência, buscando acertar os ponteiros internos, para atrair os investimentos tão necessários ao desenvolvimento. Parte desse esforço é feito agora com a reunião dos BRICS, realizada aqui em Brasília. Toda essa empreitada, guiada nos bastidores pela equipe do ministro Paulo Guedes, visa mostrar aos países desenvolvidos que o Brasil tem perseguido, com afinco, um amplo programa de ajustes internos, retirando barreiras e outros entraves burocráticos e protecionistas na tentativa de se apresentar como um país moderno e um parceiro confiável e aberto a negócios.

Uma investida dessa natureza, feita nas mesas de negociações, onde bilhões de dólares estão em jogo, requer, por parte do Brasil, uma transparência inequívoca em todos os contratos, presentes e futuros. E é justamente no quesito translucidez e compliance que o Brasil deixou muito a desejar. De fato, os escândalos de corrupção, seguramente um dos maiores de todo o planeta, emitiram para os países, com os quais o Brasil busca parceria, sinais opostos.

De um lado, o mundo ficou ciente de que havia, internamente, esforços de um setor minoritário do Estado que buscava acabar com as práticas criminosas entranhadas na máquina pública. De outro, ficou também sabendo da existência de um contra-ataque, de forças poderosas que resistiam passar o país a limpo e manter o antigo status quo.

As experiências frustradas, vindas da Itália, com a Operação Mãos Limpas, indicavam que o Brasil seguia num mesmo rumo, com parte da justiça e dos políticos cuidando para enterrar, por aqui também, os esforços para pôr fim a corrupção secular.

Nessa altura dos acontecimentos, o presidente Bolsonaro já percebeu que, caso não desate o nó da economia, o Brasil e ele próprio correm o risco de naufragarem ainda no porto. Possivelmente, o primeiro e talvez maior passo que o Brasil podem dar em direção a uma integração econômica satisfatória e lucrativa com o restante do mundo, seja sua entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 36 países e onde nosso país pleiteia uma vaga com grande empenho. Ocorre que uma missão, denominada Grupo de Trabalho sobre Suborno da própria OCDE, uma espécie de força-tarefa de vanguarda, está em visita agora em Brasília para checar de perto as razões e consequências da medida tomada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de suspender todas as investigações com base em dados de órgãos de controle como o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Banco Central e da Receita Federal, sem autorização prévia do próprio STF.

Esse mesmo grupo tomou conhecimento agora de que o próprio Toffoli determinou ao Banco Central o envio de cópia de todos os relatórios de inteligência financeira (RIFs) elaborados nos últimos três anos. Mais de 600 mil dados de pessoas físicas e jurídicas estão em suas mãos, o que, segundo membros do Grupo, pode motivar uma espécie de filtração dessas informações, beneficiando uns em detrimentos de outros à critério apenas dele próprio.

A preocupação desse Grupo da OCDE é que a suspensão de milhares de investigações possa inibir o combate efetivo à corrupção, à lavagem de dinheiro, beneficiando a ação de grupos terroristas e outros criminosos do colarinho branco. Caso essa situação persista, o Grupo de Trabalho sobre Suborno não descarta a aplicação de medidas contra o Brasil, incluindo-o na lista negra. Seriam em vão os esforços do nosso país de se integrar na comunidade econômica internacional um sonho ainda mais distante.

Enquanto o presidente Bolsonaro parece acertar no cravo, incluindo o Brasil em várias rodadas de negociação pelo mundo, a justiça, ou o a própria Suprema Corte, desfere um golpe errado na ferradura.

Para o nosso filósofo de Mondubim, o que um presidente parece fazer com as mãos o outro desfaz com os pés.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis.”

Platão, filósofo e matemático do período clássico da Grécia. 429 a.C.

Charge do Alpino

 

 

Nova Era

Empresas anunciantes se unem pelo desenvolvimento do país contra o “quanto pior, melhor” e suspendem contratos de publicidade com os meios de comunicação que têm se mostrado inerte em relação à divulgação das mudanças positivas feitas para um país melhor. A omissão de notícias, a falta de apoio à vontade popular pelo fim da corrupção ou mesmo programas onde a instituição familiar é atacada são os pontos que têm convencido o encerramento dos contratos.

 

 

Stopover

Em parceria com a TAP, governos do país entrarão no circuito stopover. Trata-se de uma forma para atrair turistas de todo o mundo. Da mesma forma como existe em alguns países da Europa, o stopover dá ao viajante a oportunidade de permanecer no país entre 2 a 5 dias, conhecendo várias regiões sem que precise pagar novas passagens. A intenção é divulgar as praias brasileiras e também o pantanal e cerrado. O governador Ibaneis está animado com a novidade.

Presidente da Embratur, Teté Bezerra, participou da solenidade de lançamento do programa, em Lisboa. Foto: Divulgação/Embratur

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Esta, vale também como argumento para os que querem a volta da capital. E mais: nós temos em reserva, a todo instante, 90.000.000 (noventa milhões mesmo) de litros d’água em estoque para abastecimento da cidade. (Publicado em 06/12/1961)

A saída para a greve dos caminhoneiros é pela ferrovia

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Foto: reprodução da internet

 

Com a iminência de deflagração de uma nova greve dos caminhoneiros, o governo corre contra o tempo, tentando amarrar as duas pontas soltas dessa contenda que coloca de um lado a Petrobras e sua política de preço, baseada no valor diário registrado pelo barril de petróleo no mercado internacional e, de outro, os diversos interesses políticos e econômicos, entre os quais se sobressai a questão da segurança nacional.
Desde a primeira paralisação, ocorrida no governo Temer, os caminhoneiros tomaram consciência da importância do setor do transporte para o funcionamento do país. Com aquela greve histórica, o Brasil, literalmente, parou por falta de combustível nos postos de abastecimento, fato agravado ainda com o bloqueio das principais rotas do país, promovida pelos paredistas. Naquela ocasião, o governo e a população foram apanhados de surpresa com a greve relâmpago e pelo encadeamento de prejuízos que se seguiu em ritmo acelerado.
Fosse essa uma estratégia de guerra, é fato que os caminhoneiros teriam vencido aquela batalha ao surpreender o Brasil com o estrangulamento de suas comunicações via terrestre, cessando as linhas de abastecimento do país de gêneros de primeira necessidade e de combustível. Naquela greve, o Brasil capitulou sem qualquer outra alternativa. Obviamente, os prejuízos gerados por aquela paralisação foram infinitamente superiores aos benefícios alcançados pela categoria, o que retardou os esforços para a retomada do penoso processo de desenvolvimento do país.
Como numa guerra, mais uma vez, foi a população civil a maior prejudicada com esse movimento, inclusive, os próprios caminhoneiros que viram o custo de vida aumentar também para suas famílias. Os ganhos momentâneos obtidos pela categoria se esvaíram de lá para cá, uma vez que o principal fator que teria ocasionado a greve não foi resolvido de forma definitiva e nem poderá sê-lo de maneira razoável.
A situação anômala que levou o país a essa crise, todos concordam, foi a política irresponsável dos governos petistas em incentivar, sem qualquer estudo estratégico, o financiamento, em larga escala, para compra de caminhões. Mesmo para um país cujas as riquezas transitam principalmente por rodovias, a super frota de caminhões, conduzidas por motoristas endividados até a orelha, não encontrou a mesma correspondência em número de fretes.
O ciclo contínuo de crises econômicas fez cair também a quantidade e o valor das viagens em todo o país. Resolver uma questão dessa natureza com medidas irreais, como o tabelamento nacional do frete ou o congelamento no preço dos combustíveis, apenas adia, mais uma vez, um problema que todos sabem que não será equacionado com intervencionismos na economia, tampouco com medidas populistas que atrelam a vitória de Bolsonaro à adesão dos caminhoneiros.
Dessa vez, é certo que uma paralisação desse tipo não contará com o apoio da população e pode até não ser bem tolerada pelos militares, com proeminência nesse governo. A saída para um impasse dessa monta, é claro, só poderá ser feita por via ferroviária, de preferência pela ferrovia Norte-Sul, cujas obras, iniciadas há mais de 30 anos, parece que serão concluídas ainda neste governo. Para um país continental como o nosso, a opção por ferrovia parece natural, mas curiosamente vem sendo protelada há séculos.
A frase que não foi pronunciada:
“Para comprar caminhão e usar sutiã, precisa ter peito.”
Frase de caminhão
Charge do Bruno Galvão
Livre arbítrio
São muitos os trabalhadores que apoiam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em relação à iniciativa de estender a vigência da medida provisória que traz mudanças na cobrança da contribuição sindical. Emissão de boleto para o trabalhador que expressar a vontade de colaborar com o orçamento da instituição.
Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado
Melhoramentos
Bem mais cuidada, a Biblioteca Central da UnB atrai cada vez mais estudantes. Funcionando 24 horas (exceto nos feriados), cuidados como corrimão, um laboratório de informática mais atraente e outras melhorias mostram a intenção de servir melhor à comunidade estudante.
Utilidade pública: Como localizar livros no acervo
Foto: UnB Agência/Divulgação
Iguatemi
Regina Trindade esclarece sobre a nota publicada na coluna. Uma jovem que teve um mal súbito caiu no Shopping Iguatemi. Bateu a cabeça e teve uma convulsão. O segurança chegou ao local um minuto depois, os brigadistas em seguida, todos os protocolos foram seguidos rigorosamente.
Foto: facebook.com/iguatemibrasilia
Mãos à obra
Deputada federal pelo DF, Paula Belmonte acompanha a reforma nos tribunais de contas com os devidos ajustes para um sistema de fiscalização do dinheiro do contribuinte mais eficiente. Ela encomendou estudo à Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados sobre a viabilidade de avançar na legislação que trata da escolha dos ministros do TCU e dos tribunais de contas estaduais, com o objetivo de reduzir a interferência política nessas cortes, priorizando a capacidade técnica.
Foto: camara.leg.br
Subliminar
De tanto enfrentar preconceito, a ministra Damares Alves ganha a simpatia do povo. A notícia: “Damares Alves quer desativar a Casa da Mulher Brasileira em Brasília. Ideia é abrir outros pontos de atendimento a vítimas de violência no DF”. No fim da nota, a EBC informa que a Casa da Mulher Brasileira em Brasília está fechada desde abril de 2018 por problemas na estrutura física.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
História de Brasília
Os japoneses estão pisando nos calos da indústria de tecidos do Brasil. Prometeram, fabricar, no rio Grande do Sul a mesma sede japonesa, importaram maquinaria, e a luta está, agora, deflagrada. (Publicado em 17/11/1961)

Políticas equivocadas induzem ao atraso

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ARI CUNHA

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Charge: Duke
Charge: Duke

         É consenso que as eleições, por seus processos próprios, possuem a capacidade de induzir uma certa agitação em todos os setores do país. A começar pela economia, que nesses períodos de disputas e incertezas, ao colocar em modo de espera as principais e mais urgentes decisões nessa área, acaba por criar um ambiente de fortes expectativas, o que, por sua vez, favorece especulações de todo tipo e ataques ao mercado.

       Nesse ambiente de incertezas, onde todo mundo passa a se precaver, é comum a retração de investimentos internos e externos, o que resulta em oscilações de Bolsas, fuga de capitais, aumento do dólar, inflação e outros aspectos econômicos negativos. Como a economia e o mercado necessitam de previsibilidade e calmaria para funcionarem, as eleições com seu potencial de dúvidas terminam por criar cenários de medo e de incertezas que, ao fim ao cabo, contaminam todo o país e necessariamente passam a atingir também a própria população.

       A paralisação de obras e de contratações, muitas vezes impostas pela legislação eleitoral, reforçam a instabilidade e passam a interferir ainda na estagnação da economia e na retomada do tímido crescimento. Para um país que permanece experimentando uma profunda crise econômica, resultado direto de um conjunto de más políticas que foram implementadas recentemente, um ambiente de incertezas possui um potencial de agravar ainda mais a situação atual.

       É nesse ambiente delicado e de medo que as campanhas eleitorais entram para embaralhar o ambiente. O divórcio entre o que pretende os candidatos em seus discursos e a realidade do país lança ainda mais gasolina na fogueira. Os pretensos salvadores da pátria, ao insistir em programas de governo irrealistas e inexequíveis, contribuem, ao seu modo, para piorar o que já está ruim.

          Mesmo os institutos de pesquisas eleitorais, com suas metodologias próprias e específicas, ao divulgarem o que chamam de retrato do momento, com previsões antecipadas, que, não raro, vão contra o senso comum, contribuem também para o aumento do ambiente de instabilidade. Nesse quesito, quando são feitas retrospectivas, até recentes, dessas pesquisas, o que se observa, em grande parte dos casos, são disparidades entre os prognósticos e o resultado efetivo das urnas. Destaca-se também que nessas eleições, especificamente, o número de eleitores indecisos é o maior já registrado desde a redemocratização.

         Se nem a população sabe que caminhos tomar diante da aproximação das urnas, muito menos o mercado e o ambiente econômico saberá para onde vai o Brasil. O pior é que com alguns desses candidatos que ora estão no páreo, nossa situação econômica, que já é preocupante, corre o risco de afundar de vez, o que mais uma vez comprova a teoria de que políticas e candidatos equivocados possuem sempre o condão de empurrar e manter o país para o beco sem saída do subdesenvolvimento.

A frase que foi pronunciada:

“Muitas vezes as pessoas enxergam mais com a imaginação do que com os olhos.” 

Richard Sennett, historiador e sociólogo

Goiás

Conta de energia mais cara 12%. O percentual está em discussão. A ANATEL abriu audiência pública para que a população participe da decisão.

Charge: Tacho
Charge: Tacho

Preto no branco

Temos que reconhecer que a Receita Federal do Brasil e a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional não cumprem a legislação no que diz respeito às suas obrigações. São duas instituições muito sérias para cobrar o dever dos outros, mas que não aplicam seus próprios deveres. Palavras do juiz federal e representante da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Renato Lopes, sobre os grandes problemas da arrecadação tributária federal.

Ilustração: averdadequeamidianaomostra.blogspot.com
Ilustração: averdadequeamidianaomostra.blogspot.com

Cheiro de abuso

Uma TV ligada num estabelecimento comercial gera boleto cobrado pelo Ecad. O escritório explica que é assim que os artistas sobrevivem, da criação. Acontece que muitas músicas executadas são de domínio público, e as TVs já pagam uma pesada conta para o Ecad que vistoria toda a programação. As rádios também pagam altas taxas. Cobrar de quem ouve os programas parece demais.

Logo: toptalent.art.br
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Impensável

Técnicos da Caesb verificam que os dejetos do Instituto Central de Ciências da Universidade de Brasília passam pela galeria de águas pluviais da Asa Norte e caem direto no lago Paranoá.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A Rádio Nacional de Brasília está usando dinheiro do governo para fazer campanha contra as demais estações de televisão de Brasília. Esta campanha, que está sendo muito cara, talvez não seja interessante para o próprio governo, que usando dinheiro do povo, procura sufocar as empresas particulares. (Publicado em 27.10.1961)

Joga a conta que a população paga

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ARI CUNHA

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Charge: humorpolitico.com.br
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       Monopólio na produção de combustíveis centrado em uma só empresa, do tipo estatal, onde os ruídos e interferências da base política do governo de plantão é uma presença constante. Um único modal de transporte, baseado em rodovias mal cuidadas que acabam ocasionando o envelhecimento precoce da frota de mais de dois milhões de caminhões. Eis aí uma fórmula delicada, fadada a crises cíclicas e que sempre resultam em prejuízos bilionários para todo o lado. Para um país de dimensões continentais como o nosso, a continuação de um modelo com essas características não parece ter um futuro promissor. No caso agora da greve dos caminhoneiros ou, como outros preferem, das empresas transportadoras, a situação parece ter alcançado seu ápice e não será surpresa se vier a ganhar proporções para além das meras reivindicações contra o aumento nos preços dos combustíveis.

            Num modelo desses, sem opções e saídas alternativas, força do movimento é quase uma consequência natural. Nesse caso, uma quase chantagem. Analisados separadamente, tanto o, governo, como a estatal do petróleo e os próprios caminhoneiros chegam à mesa de negociações com a consciência totalmente limpa. Pesam sobre eles uma enorme desconfiança vinda da população, que pressente que nessa disputa a conta, como de costume, terá que ser paga por ela.

      O governo, que não fez como devia a reforma tributária e que, ainda por cima, não renuncia à sanha arrecadadora, tem culpa. As empresas de transporte, cientes de sua força econômica momentânea, mesmo sabendo que os prejuízos resultantes da paralisação serão infinitamente maiores do que as vantagens oferecidas, não se acanham em levar a greve adiante e por isso possuem boa parcela de culpa nessa crise. A Petrobras, cuja a única opção oferecida aos consumidores é um produto de qualidade e preço duvidosos, também detém parcela de culpa considerável.

         Num caso desses em que as partes envolvidas, invariavelmente, carregam parcela de responsabilidade pela crise, a chance de se estabelecer um equilíbrio, em que todas saiam ganhando ou perdendo o mínimo, é quase zero. A não ser que nessa querela seja arrolado um outro personagem paralelo à questão, que, mesmo alheio a essa trama, venha a ser o mais seriamente atingido por qualquer decisão que firmada. É aí que entra a população, ilhada na cidade e nas estradas, sem transportes, sem opções e sob a ameaça de uma paralisação total de todos os serviços do país.

          O veredito, num imbróglio dessa natureza, não tem como fugir ao script surreal: a população é a culpada e deve pagar às custas da greve. Para o bem da estatal, do governo e das pobres das empresas de transportes.

A frase que não foi pronunciada:

“A democracia faz bem para a economia. Desde que não haja concorrência para o abastecimento de água, energia e petróleo.”

Dona Dita

Charge: humorpolitico.com.br
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Vale

Antes que eu me esqueça. Estreia em circuito nacional. Roteiro brilhante de Luísa Parnes e direção cirúrgica de Tiago Arakilian. Filme que realmente toca o coração. Atores e trilha sonora impecáveis.

Rodada Beethoven

Se estiver precisando de combustível para a alma, hoje é o último dia da apresentação do coro e Orquestra e Capital Philharmonia. Missa Solemnis Op. 123 IV – Sanctus – Benedictus e Sinfonia n9 Op.125 “Ode à Alegria”, com o coro Ad Infinitum, do maestro Eldon Soares. A regência desta noite será do maestro Artur Soares. O concerto começa às 17h, na Igreja Adventista Central, 611 Sul. Entrada Franca.

Bravíssimo

Por falar em concerto, com o desastre cometido com a saudosa Brasília FM, a única que substitui com maestria é a rádio MEC, do Rio de Janeiro. Não há programação comparável no país. A MEC FM faz parte da Diretoria de Produção Artística. A atual titular é a Cida Fontes e o gerente da rádio é o Thiago Regotto.

Link para acesso: Rádios EBC – Rádio MEC FM RJ

Imagem: facebook.com/radiomecfm
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Papo reto

Diego Maia, candidato a deputado distrital, lançou na Internet vários vídeos de suma importância para o eleitorado. Com uma linguagem didática, Diego ensina a cidadania. Veja alguns links no blog do Ari Cunha.

Link de acesso ao vídeos: www.facebook.com/novodiegomaia

 

 

Fato

Enquanto eram só as panelas batendo estava tudo muito bem, para alguns. Os preços continuaram subindo, a corrupção continuou acontecendo de dentro das cadeias. Os caminhões pararam. Todos sentimos as consequências. Mas quem desfalcou o erário não repôs as perdas. E por falta de leis nunca irá devolver aos cofres públicos.

Charge: humorpolitico.com.br
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Estranho

O argumento que convenceu dona Márcia, a líder dos caminhoneiros que estavam no SIA, a liberar 10 caminhões tanques foi manter os carros da Saúde, Bombeiros, Limpeza abastecidos. O negociador do GDF usou esse argumento e conseguiu o que queria. Agora o anúncio de que com a crise do combustível as cirurgias dos hospitais públicos estão suspensas mostra que há algo de errado.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O governo aumenta o salário mínimo, e depois quer conter a onda de aumento de preços. (Publicado em 21.10.1961)