Não é carta, estúpidos. É a economia

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: wikipedia.org

         De acordo com o Banco Central, o mais credenciado porta-voz das finanças deste país, há sinais fortes e consistentes de que a economia nacional está entrando em espiral de crescimento, com o Produto Interno Bruto (PIB) experimentando uma variação positiva, saindo de uma previsão pessimista de zero para uma nova projeção em torno de 2,05%. Trata-se de um salto para frente que vem surpreendendo muitos economistas, mesmo do governo. Quem, no entanto, parece desanimado com esses novos números é o pessoal que cuida dos programas econômicos dos candidatos da oposição. A recuperação econômica caiu sobre essas equipes como um balde de gelo e já provoca reflexos também nos números apresentados pelas pesquisas de opinião, que mostram, agora, um crescimento acentuado na confiança do atual presidente.

         Há muito, os historiadores e outros sociólogos constataram que o povo ou a vontade popular imanente só é abalada, de fato, pelo fator fome. A fome e suas irmãs siamesas, a miséria e a escassez, têm sido, ao longo da existência humana, o moto-perpétuo das revoluções, tudo dentro de uma antiga noção fatalista: se vamos morrer mesmo de fome, lenta e dolorosamente, melhor então morrer logo por um ferimento de bala, instantâneo e decisivo. Em outras palavras, o que leva o povo a lutar nas ruas é seu instinto mais selvagem de preservação, herdado ainda dos tempos da caverna. Nesse caso, se a recuperação da economia continuar nesse passo ascendente, com a diminuição nos preços dos alimentos, as chances de retorno ao passado, configurada na figura do Minotauro de Garanhuns, são bem menores.

          Em 1993, George Bush, então presidente dos Estados Unidos, era o favorito, quase absoluto para se reeleger. Sua recondução ao cargo era quase certa. Havia apenas um detalhe entre sua nova vitória e a realidade. Nesse período, os EUA enfrentavam uma preocupante recessão econômica, agravada ainda pela guerra do Golfo. Foi, num cenário assim, que o marqueteiro, James Carville, trabalhando para um desconhecido e pouco popular candidato do Arkansas, de nome Bill Clinton, instigou-o a bater em seu adversário, tendo como mote a recessão, que inquietava os americanos. Com a frase: “É a economia, estúpido”, dirigida a Clinton, Carville ensinou o caminho das pedras que levara seu cliente para a Casa Branca.

         De fato, não há como negar, a população brasileira, assim como outras e em outras partes do planeta, enxerga as eleições como uma feira, onde os clientes acabam sendo atraídos para a banca onde o feirante promete mais vantagens e preços melhores. O Resto é prosa ou prosopopeia. Nesse sentido, cabe ainda a discussão sobre a chamada Carta em Defesa da Democracia, um libelo que serviu como elemento aglutinador das oposições ao atual governo e acabou se transformando em propaganda das oposições.

          Os marqueteiros desse documento esqueceram de substituir as frases de efeito e de retórica por um programa econômico e realista, capaz de empolgar as massas. O povo não se interessa por libelos, sejam de esquerda ou direita. O libelo do povo está nas gôndolas dos supermercados, recheados de produtos de boa qualidade e a preços honestos, acessíveis e baixos. Fica aqui o lembrete: “É a economia, estúpidos!”.

A frase que foi pronunciada:

“Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem.”

Ludwig van Beethoven

Ludwig van Beethoven. © Photos.com/Thinkstock

Peça rara

Andando por uma livraria, nossa sugestão é que compre Faíscas Verbais, de Márcio Bueno. O jornalista faz um compilado histórico surpreendente a cada linha. Diverte e instrui.

 

Cidadania

Sugestão da leitora Petra Fortes é humana e de importância vital. Não é justo que o pessoal da reciclagem, responsáveis por uma cidade ecologicamente correta, fique abrindo sacos de lixo para retirar entre restos de comida, as garrafas PET, papelões ou latas de alumínio. A cena corriqueira poderia ser evitada se os cidadãos tivessem compaixão no momento de separar o lixo.

Arte: sema.df.gov

 

Sem condições

Também sobre recicláveis, escreve-nos, de Águas Claras, o leitor Renato Mendes Prestes, que observou o estado crítico dos veículos coletores de lixo reciclável transitando naquela região administrativa. Diz o leitor: “sem as mínimas condições de segurança, sem lanternas, pneus carecas e reboques impróprios para cargas. Sua maioria, praticamente sem condições de trafegar. Afora, que os catadores usam o teto e a parte traseira externa do veículo para o acondicionamento de volumosas cargas, colocando em risco os carros que transitam atrás, ao lado ou à frente. Cadê o Detran?”

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

História de Brasília

Jânio no Brasil. Deus que ilumine os nossos líderes e que nos proteja contra dias de revolução, de agitação. O país já progrediu demais. Falta progredir politicamente. (Publicada em 08.03.1962)

Dependência e estatismo enviesado

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Charge do Cazo

 

Quem chegou a acreditar que os aumentos sucessivos dos combustíveis, ao longo de todo esse ano, não teriam peso maior na escalada inflacionária, começa a desconfiar que esteve, todo esse tempo, vivendo num mundo de ilusão, onde fenômenos como causa e efeito não possuem relação direta e concreta.

Para tornar essa uma realidade ainda mais dura, os mecanismos da vida real que poderiam servir de contrapeso, para impedir que a inflação nos levasse de volta a um passado que criamos estar definitivamente morto, foram, todos eles, torpedeados pelo Congresso e pelo Executivo, como parte da caminhada de ambos rumo às próximas eleições de 2022. Instrumentos como o teto de gastos e a responsabilidade fiscal foram postos de lado, assim como outros inibidores ao desperdício dos recursos públicos por parte de maus gestores, como é o caso aqui da responsabilidade administrativa. Com isso, o país ficou, mais uma vez, exposto à contaminação de sua economia, navegando sem instrumentos, em meio à turbulência mundial provocada pela pandemia.

O Legislativo, que poderia, nessa travessia, pressionar politicamente o governo, para conter gastos, faz justamente o contrário, aliando-se ao Executivo. A quebra dessas regras de ouro nos ameaça e torna o ano de 22 uma incógnita e um caminho no escuro. O orçamento do próximo ano, mais do que uma ficção, será uma estória da carochinha, ou, como os oposicionistas gostam denominar, um estelionato eleitoral. Somados e subtraídos todo esses maus presságios, o x da questão que, nesse caso, está na política de preços da Petrobras ou na desvalorização do Real, frente ao dólar, fica sem resolução, mesmo sabendo que a economia do país viaja na boleia de caminhão. Mais preocupados com as estratégias que serão armadas nas próximas eleições, o Palácio do Planalto só quer saber onde encontrar o que restou do dinheiro dos pagadores de impostos para vitaminar seu programa, Auxílio Brasil, e assim garantir protagonismo para reeleger-se.

Já se sabe também que, em ano eleitoral, nenhuma reforma, que poderia contribuir para a contenção de gastos, no caso a reforma administrativa, tem chance de progredir entre os políticos. Enquanto persiste o aparente embate entre economia e política, os investidores, cientes da perda de credibilidade do governo, saem em debandada, provocando, ainda mais, o aumento no dólar e, consequentemente, uma nova onda de subida nos preços dos combustíveis. O transatlântico Brasil perdeu sua âncora fiscal. Agora resta encontrar outros meios de mantê-lo em porto seguro, o que também parece nos remeter de volta ao mundo onírico, onde ações e reações não possuem importância para o que se segue.

Ainda em 2014, durante o descerrar das cortinas do doidivana governo da presidenta Dilma, o jornal britânico Financial Times já advertia para a fragilidade que países emergentes como o Brasil, incluído no que chamava de “cinco frágeis”, viviam seus dilemas internos, justamente por conta da estreita dependência de suas economias em relação aos preços dos combustíveis. Já naquela ocasião, o FT falava desse dilema entre manter os preços dos combustíveis, com efeitos diretos na inflação, desencorajando o consumo; ou absorveriam esses aumentos, por meio de subsídios, forçando o governo a esvaziar os cofres.

De lá para cá, pouco ou nada mudou nessa relação entre os preços praticados pela Petrobras e o aumento da inflação. O que se sabe é que, em qualquer pesquisa histórica que busque encontrar possíveis protagonistas para a escalada da inflação no Brasil, a partir da metade do século passado, a estatal aparecerá em todas elas. Não por culpa de seu desempenho, mas em consequência de gestões políticas erráticas, que sempre prejudicaram tanto a empresa como a economia do país e os brasileiros.

A frase que foi pronunciada:

O otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo.”

Helen Keller

A norte-americana Helen Keller (Foto: Divulgação)

Rasgando o verbo

Dizia Freud: Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”. Um ex-presidente que aproveita a liberdade para viajar e falar mal do próprio país mostra muito do que é como pessoa e como homem público. E quando comete o ato falho dizendo que Bolsonaro veio para “destruir o que nós destruímos”, aí diz tudo.

Consome dor

Em dezembro de 2019, pouco antes da pandemia, a gasolina chegava a R$ 4,70. Pelos quase R$ 8 de hoje, já deu para colocar os lucros em dia… Ou não?

Abuso

Não se sabe de onde os hotéis tiraram o poder de refazer os calendários. Só em hotéis, o dia começa depois do meio dia. Está errado! Reserva feita, quarto liberado. Pelo menos é o que o Código do Consumidor diz. Você comprou a reserva a partir do dia primeiro, então deve ter a liberdade de ocupar o lugar reservado na data. Seja em que horário for.

História de Brasília

Os moradores da Asa Norte não estão satisfeitos com os aluguéis arbitrados pelo IAPC e vão pedir fixação pelo preço médio de construção em Brasília, e não pelo preço pago pelo Instituto. (Publicada em 14/02/1962).

Esperando o Godot das matemáticas

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Charge do Duke

 

Continua sendo aguardado, na Esplanada dos Ministérios e no governo, a chegada de um técnico, com bagagem científica e currículo acadêmico suficientes, para elaborar uma fórmula matemática capaz de evitar que os aumentos contínuos nos preços dos combustíveis e da energia elétrica não pesem, tanto no cálculo de inflação quanto no bolso dos desesperados consumidores brasileiros.

Qualquer um que demonstrar, matematicamente, a possibilidade do aumento desses insumos não incidirem no cálculo da inflação poderia ser nomeado instantaneamente ministro plenipotenciário do planejamento, com toda pompa e circunstância. Trata-se de uma conjectura ou de teorema dignos de uma “hipótese de Poicaré”, de difícil solução, mesmo na linha das ciências econômicas, onde o fator humano e suas nuances permitem infinitas variantes. No caso em questão, é sabido, como premissa, que qualquer variação para cima, nos preços de combustíveis e de energia, tem reflexos diretos no aumento dos preços finais para o consumidor, pois são bens econômicos necessários ao motor da economia.

Num país em que o transporte é unimodal e realizado basicamente por rodovias, o aumento no combustível eleva os preços das mercadorias transportadas. Num país também em que a energia elétrica ainda é obtida, quase que inteiramente, pela força motriz dos rios nas turbinas das hidroelétricas, qualquer variação nas chuvas e no volume das águas fluviais tem efeito direto sobre a produção de energia.

Nos dois casos, o que o nosso esperado e exímio matemático enxerga, logo de saída, é a total dependência desses modelos econômicos na elevação dos preços e da inflação final. Na realidade, o que se tem aqui é toda uma sociedade feita refém de um modelo construído para não dar prejuízos ao Estado, mesmo que isso ameace e estrangule o consumidor. O que se sabe ainda é que, no pós pandemia, a maioria das economias pelo mundo irão necessitar mais de petróleo para a retomada de seus projetos de desenvolvimento.

Analistas de mercado são unânimes em apostarem na elevação dos preços do barril de petróleo. Por outro lado, é certo também que o aquecimento global, que hoje é uma realidade planetária e praticamente irreversível, projeta uma intensificação do calor e do prolongamento nos períodos de seca. O Brasil, que vem andando na contramão desses alertas científicos, permitindo todo o tipo de crime contra o nosso meio ambiente e ainda incentivando um tipo de agronegócio devastador e sem limites, sofrerá e sofre hoje as consequências dessa incúria.

Desse modo, as variantes do modelo tanto em relação ao petróleo como no caso das hidroelétricas, tornam complexas as resoluções desses teoremas matemáticos e indicam que esse é um problema de resolução quase impossível, mesmo no caso extremo de congelamento nos preços desses insumos básicos. Resta, portanto, a introdução nessa fórmula de alternativas, aparentemente exógenas, mas que, no médio prazo, iriam concorrer para desvincular, definitivamente, a diminuição do volume de água no leito dos rios e o aumento na demanda de petróleo, na variação ascendente dos preços e na formação da inflação.

Essas variantes estão aí para todo mundo que quiser ver, inclusive o governo, que finge que não vê. Trata-se da energia eólica e solar por um lado, e da construção de linhas ferroviárias por outro, aliadas à produção em massa de transportes movidos à eletricidade. Essa é uma saída, a outra é aguardar a chegada de um técnico em finanças públicas, uma espécie de Godot das matemáticas.

A frase que foi pronunciada:

Nosso universo é um mar de energia limpa e sem energia. Está tudo lá fora, esperando que zarpemos.”

Robert Adams

Robert Adams. Foto: wikipedia.org

Compras online

Totalmente interativo, o site da Fundação Athos Bulcão é uma ótima oportunidade de adquirir xícaras, calendários, azulejos e outros objetos valorizados pela arte de Bulcão.

Mesma coisa

Uma mesa na Churrascaria São Paulo só com jovens entre 20 e 25 anos. Em pauta, o desemprego. Um dos rapazes formado em administração, só conseguiu lugar como corretor de imóveis. Outro formado em marketing trabalhando em uma gráfica, o caçula da turma fala 3 línguas, é formado em Economia e, sem emprego, estuda para concurso.

Charge do Cazo

Conclusão

Nutricionistas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, em parceria com a FAO, conclui que o brasileiro precisa consumir mais frutas e hortaliças. Basta ver os caixas dos supermercados. Sempre há alguma fruta ou hortaliça que não é reconhecida.

Foto: revistadeagronegocios.com

História de Brasília

Taguatinga está ameaçada de servir à população, água contaminada. E’ que a água que abastece a cidade é retirada do Córrego do Cortado, e já fizeram loteamento no local da captação. (Publicada em 08/02/1962).

Abolição da economia do faz de contas

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

É sabido que, desde que foi criado, o cargo de ministro da economia, das finanças, fazenda ou seja lá que outra denominação tenha essa função, tal tarefa sempre foi delegada, não apenas àqueles que tinham alguma expertise nas ciências econômicas, mas, sobretudo, aos peritos nas artes de descobrir onde jazem os recursos captados da nação. Não seria exagero afirmar que, aos ministros da economia, caberia a tarefa de prospectar, como fazem os garimpeiros, os veios do dinheiro público, explorando essa jazida o máximo possível. Não surpreende que, uma vez terminado seu trabalho, o que fica para trás, assemelha-se a uma terra arrasada e tomada de buracos e crateras gigantescas, uma paisagem que muito lembra o que restou do antigo garimpo de Serra Pelada.

O que fica na lembrança de todos, após a passagem de seguidos ministros da economia, sãos imagens de um país exaurido e pelado, por uma série de medidas que, em última análise, não vão de encontro as necessidades básicas da população, atendendo, tão somente, a programas de governos quase sempre desconectados da realidade e do cotidiano de todos. E o que é pior, com a mudança das cadeiras a cada eleição, a maioria desses custosos programas são descartados no lixo, dando início a um novo ciclo de políticas econômicas que, por sua vez, atenderão a outros programas extemporâneos de governos, tudo num ciclo sem fim, sem propósito ou razão.

Seguimos como cachorro neurótico correndo sem parar atrás do próprio rabo. Na essência, tudo permanece como sempre esteve: intocável, como querem as forças políticas do atraso, ávidas pela manutenção do status quo. É dessas idas e vindas que temos de nos livrar, e mexendo no imexível. Mas, para isso, será necessário dar início ao fim de todos os privilégios que fazem do Brasil um Estado rico e para os ricos, custeado por uma imensa maioria de cidadãos pobres e de segunda classe. E é aí que toda e qualquer política econômica, seja de que governo for, encontra sua muralha de retenção.

Seguindo essa toada, conhecida por muitos e atalhada desde sempre pelas elites, teríamos que recuar até a própria Constituição, dando um novo sentido e razão prática à redação do art. 5º da nossa Carta, assegurando que todos sejam realmente iguais perante a lei, tanto em direitos quanto em obrigações. Apenas por esse enunciado, tomado ao pé da letra, já seriam banidos todo o tipo de privilégios e sinecuras, assegurando, a todos, os mesmos benefícios que hoje são concedidos apenas aos áulicos e aos encastelados nos altos escalões da máquina pública. Com isso, também a carga tributária incidiria conforme o padrão econômico de cada um. E todo um longo processo de injustiças seriam abolidos.

Na verdade, é justamente a palavra abolição, no seu sentido mais preciso, que se faz necessário estabelecer, abolindo, de vez, as seculares e vergonhosas vantagens concedidas a uns poucos, e que tornam toda e qualquer política econômica de governo, um arremedo e um faz de contas, feitas sob medida para iludir os incautos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire a alegria das coisas simples da vida.”
Sigmund Freud, sem convencer seus seguidores.

O médico checo Sigmund Freud (Foto: Reprodução)

 

Luvas
Sempre incomoda, aos pacientes, ver que profissionais da saúde não usam luvas descartáveis. Imagens de pessoas tomando vacina aplicada de braço em braço sem a proteção na mão dos enfermeiros, para um leigo, é aterrador sem pandemia. Imagine em plena tentativa de controle da doença.

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

 

STF
Para quem não se lembra, Lula teve câncer, Dilma teve câncer, Cristina Kirchner teve câncer. A medicina avançou e o José Dirceu não será impedido pela doença para traçar planos para o PT. Ele tem a força.

 

Prata da casa

Rogério Resende, afinador de piano em Brasília, conquista os visitantes que vêm à capital para conhecer seu trabalho. Além de afinar, Rogério restaura e inventa pianos, como o siamês. Cria ferramentas que o auxiliam no trabalho. Fundou a Casa do Piano e o Museu do Piano, que é um caminhão itinerante carregando os  instrumentos que carregam história. É hora de Brasília valorizar mais essa joia. Para visitar, é preciso agendar enviando um email para casadopiano@gmail.com ou entrar em contato pelos números: (61) 9970 2964/3036 6405.

 

Bate papo

Hoje, às 15h, os jornalistas Walberto Maciel e Paulo Miranda vão fazer uma live sobre os órfãos do Covid. Mais detalhes no blog do Ari Cunha.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Um grupo de moradores da Quadra 28 hipoteca igual solidariedade. A Remington Rand, no mesmo passo, cuidará das que estão em frente à sua sede. A Padaria Royal está cobrando 10 cruzeiros por um cafezinho, maltratar fregueses, e recebe reclamações de todos os lados. E para terminar, anote-se o número de títulos protestados ultimamente, de um estabelecimento de excelentes lucros. (Publicado em 24/01/1962)

E o que vai acontecer com a economia fragilizada?

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Alunos de filosofia têm a oportunidade de conhecer, na prática e na vida real, a grande polêmica, que, desde o século XVII, é travada entre empirismo versus racionalistas. Basta acompanhar o debate que atualmente envolve o presidente da República e chefe do Poder Executivo, Jair Bolsonaro, e parte da nação, incluindo nessa discussão ainda seus próprios ministros, como o titular da pasta da Saúde, Henrique Mandetta, e outros cientistas, além, é claro, de todos aqueles políticos que lhe fazem uma oposição cerrada, dentro e fora do país.

Em tela, nesse caso é a polêmica erguida no Brasil e em todo mundo decorrente da pandemia provocada pelo Covid-19. Nessa batalha, alguns chefes de Estado, tanto no Brasil como no exterior, defendem a tese de que a doença não pode, de modo algum, até pelo seu baixo potencial de mortandade, em comparação com outras enfermidades, impedir que a produção e a economia permaneçam por longo tempo estagnadas, o que pode agregar ainda mais dramaticidade e consequências nefastas ao problema. E um detalhe bastante importante para quem acompanha o trajeto percorrido até aqui do presidente do país de origem da pandemia: com o mundo enfraquecido economicamente, qual será o próximo passo?

Trata-se aqui de uma discussão que, para alguns, opõem dois elementos básicos à sobrevivência humana: vida e trabalho ou saúde e sobrevivência. Num ponto os economistas em sua maioria concordam que os efeitos da paralisação da economia serão tão ruins como o próprio vírus, podendo gerar fome e grande instabilidade social, principalmente em países ainda em desenvolvimento. No nosso Brasil, com a particularidade de a Justiça soltar presidiários para protegê-los da pandemia, o que se discute, até em tom raivoso e muitas vezes eivados de tonalidades político partidárias e outras influências, como de vertentes religiosas e outras, é a questão entre a necessidade da quarentena prolongada da população para, segundo os técnicos em saúde, frear a curva ascendente de contaminação e o retorno, mesmo que parcial, ao trabalho.

Para os defensores da quarentena, uma possível disseminação, em larga escala da epidemia, poderia provocar um caos generalizado em todo o sistema de saúde do país, mas especificamente no Sistema Unificado de Saúde (SUS), um sistema público e já, tradicionalmente, sobrecarregado e pouco eficiente. Nesse debate, até os micro, pequenos e médios empresários e todos os brasileiros que trabalham por conta própria reforçam a tese de que o lockdown, ou paralisação total, trará malefícios a todos indiscriminadamente.

De fato, o presidente está numa encruzilhada do tamanho do Brasil e não pode, por variados motivos, abraçar nenhuma das duas teses de modo absoluto. Para um país cuja a economia insistia em apresentar baixos níveis de crescimento, a estagnação completa seria uma espécie de suicídio, tanto do ponto de vista econômico, como do ponto de vista político. É nesse ponto que o empirismo do presidente, ou seja, o conhecimento, pela experiência e vivência política, adquirida nas décadas em que exerceu mandato de parlamentar, se choca com o conhecimento racional e científico daqueles que defendem a quarentena e a consequente interrupção na produção de bens e riquezas. Lembrem-se que há possibilidades de um próximo passo. Estejamos em alerta.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Chegar perto da população quando se quer voto é realmente mais fácil. Olhar nos olhos de quem agora está abandonado, ninguém quer. Deve ser por isso que me chamam de maluco.”

Bolsonaro, pensando com os seus botões.

 

 

Mobilidade

Faz tempo que a coluna reclamou das calçadas na W3. Pois nas quadras 512 e 513, por onde passeamos, está tudo nivelado. Uma beleza!

 

 

Atenção parlamentares

Vejam a seguir o post da Auditoria Cidadã que exige a supressão dos parágrafos 9º e 10 (Art.115 do ADCT) que a PEC 10/2020 quer introduzir na Constituição. Alega que, pela PEC, o Banco Central pode comprar papéis podres, sem limite, sem identificação e sem transparência.

 

Sem proteção

Um abastecimento no posto de gasolina do Paranoá e toda a quarentena foi por água abaixo! Os frentistas sem máscara, sem luva, pegam a chave dos carros, o cartão, a máquina do cartão, dinheiro. Todos os empresários que conseguiram continuar faturando durante essa crise deveriam, no mínimo, proteger seus funcionários. Em vários supermercados e outros estabelecimentos, a mesma falta de zelo.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E se a questão é espaço, o IAPFESP ocupa parte de um bloco do ministério, e poderia estar em outro prédio, talvez o próprio prédio da Vale do Rio Doce, que, alugado, renderia dinheiro para a companhia. (Publicado em 04/01/1962)

Tanta terra e tudo tão caro

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Foto: blog.aegro

 

São tantas e tão complexas as variáveis que envolvem o chamado agronegócio, que seria necessária a convocação, pelo Congresso Nacional, de uma longa e bem detalhada audiência pública, que discutisse em profundidade, ao longo de toda uma legislatura, apenas essa questão. Razão para uma tão prolongada discussão existe aos milhares, sendo que a maioria ainda está suspensa no ar.

É absolutamente necessário ouvir atentamente todos os envolvidos nesse tema, que é muito mais do que o carro chefe da economia nacional, responsável pelos ganhos na balança comercial. Trata-se de um setor que tem ligação direta com o futuro das próximas gerações de brasileiros e do país, e isso já é mais do que o suficiente. O açodamento que faz com que as autoridades cedam paulatinamente às exigências desse poderoso setor apenas para fazer caixa, tapar rombos e combater a crise econômica, pode comprometer não só a viabilidade dessa atividade, mas trazer prejuízos incalculáveis e irreversíveis ao meio ambiente e aos futuros brasileiros.

A terra, ao longo da história humana, tem sido, desde os primórdios, o primeiro e o principal capital de todas as civilizações, responsável direto pela sobrevivência da espécie. Sem a garantia de posse e controle desse bem natural, sociedade alguma ousou sobreviver. Foi das margens férteis do Vale do Rio Nilo que floresceu a civilização egípcia. Foi do encontro das águas dos Rios Eufrates e Tigre que outros humanos alcançaram o estágio de civilização, com a Mesopotâmia. Tem sido assim desde sempre.

O imenso legado, em forma de um continente quase inteiro, deixado pelos colonizadores portugueses aos brasileiros, requer, de nossa parte, uma enorme e crucial responsabilidade, pois é essa a nossa maior riqueza e possivelmente o salvo-conduto para a sobrevivência de nossa gente, num mundo cada vez mais populoso e faminto.

Portanto essa é uma responsabilidade que transcende governos de plantão, se estendendo até o horizonte do futuro. Colocado apenas dessa forma, fica difícil entender, de fato e tecnicamente, a profundidade do tema. É preciso deixar claro, no entanto, para toda a população, que essa é verdadeiramente uma questão vital para todos os brasileiros. O agronegócio, conforme vem sendo aceleradamente estruturado ao longo dessas últimas décadas, nem de longe é compreensível pelos brasileiros, que desconhecem seus mecanismos, seu alcance e o quão profundamente essa atividade está associada a questões vitais como soberania, meio ambiente, sobrevivência.

O que a maioria sabe vem de propagandas oficiais ou não e outras veiculações puramente comerciais, que ressaltam as maravilhas de um setor que adentra pelo Bioma Cerrado, pelo Pantanal e pela Floresta Amazônica, pondo em destaque a expansão interminável das fronteiras agrícolas, com a soja, o milho, o algodão e outras espécies oleaginosas substituindo e dizimando a vegetação nativa.

Atrás desse “progresso” ou do avanço da poeira, vem o gado, penetrando pelas matas, transformando florestas em pastagens. O que a maioria das donas de casa sabem sobre esse gigantesco negócio, que está transformando o País num grande celeiro mundial, vem justamente nos preços estratosféricos desses produtos vendidos no mercado interno. A carne é um grande exemplo desse fabuloso negócio, que sob o nome de commodities é vendida nos mercados do país pelo preço do dólar daquele dia.

A culpa é sempre da alta demanda externa por alimentos. A China é a responsável. Especialistas no assunto já preveem que, num futuro próximo, a demanda do país asiático elevará ainda mais os preços dos alimentos. É na gôndola do mercado que as razões para a subida nos preços dos alimentos são mais sentidas e menos compreendidas. É aí que entram as tais múltiplas variáveis que fazem do agronegócio, uma caixa preta, cheia de surpresas.

Para turbinar essa escalada de preços, aumento de demanda mundial, restrições de ofertas e outras incógnitas de difícil solução, o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas elevam às alturas tanto as incertezas sobre o futuro como os preços do pão de cada dia.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os interesses particulares fazem facilmente esquecer os interesses públicos.”

Montesquieu, escritor, filósofo e político francês

Reprodução da Internet

 

 

Rádio

Professor Nagib Nassar compartilhou um link espetacular que permite ouvir qualquer rádio do mundo. Acesse no link Radio Garden.

 

 

Agenda

Super disputada pelas crianças a Casa do Papai Noel da CAIXA. Muitos espaços para brincar e colocar todos os sentidos em atividade. Vale a visita com a meninada.

Foto: divulgação

 

 

Pirata

Louvado e adorado pela população de Brasília, o transporte pirata ganha cada vez mais espaço na cidade. Não fosse a raridade de ônibus e a impontualidade, os passageiros estariam mais seguros.

Foto: Antonio Cunha

 

 

Viagem

Antes de comprar passagem esteja certo da documentação relacionada às crianças.

Foto: aeroportoguarulhos.net

 

 

BRASÍLIA

É comum o cancelamento de voo por deficiência técnica. (Pouco passageiro para embarcar). É comum o atraso de aeronaves, durante horas. É comum a substituição de equipamento à última hora. Tudo isto, sem que a empresa relapsa se sinta na obrigação da mínima explicação ao passageiro. (Publicado em 12/12/1961)

Desigualdade: o calcanhar de Aquiles do Brasil

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Foto: Cris Faga/Getty Images

 

Alçado recentemente para a posição de sexta maior economia do mundo, a frente inclusive do Reino Unido, o Brasil, por outros parâmetros, talvez até mais coerentes, ainda terá muito chão pela frente, caso almeje mesmo se colocar em pé de igualdade com a maioria dos países do primeiro mundo. A começar pelo princípio, elevando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de sua população. Nesse quesito, o Reino Unido ocupa a posição de número 28, em relação a 187 países avaliados, enquanto o Brasil está na 84ª posição.

Ainda no campo das ações primárias, quando a situação é a perda do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH, o Brasil despenca para a posição 102. Essa queda brusca de colocação deve-se em consideração também às distorções existentes em nosso país quanto aos quesitos educação, saúde e renda.

De acordo com o Relatório Global de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, apresentado agora pelo escritório nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), intitulado “Além da renda, além das médias, além do hoje: desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI”, o Brasil, apesar de alguns avanços com relação ao IDH, ainda permanece estacionado quanto a questão da desigualdade e a concentração de renda. Pelo estudo do PNUD, a fatia dos 10% mais ricos do Brasil concentra 41,9% da renda nacional. Sendo que o universo dos 1% mais ricos representa 28,3% da renda, o que equivale a segunda maior concentração de renda do mundo para essa parcela populacional, atrás apenas do Qatar com 29%.

No entanto, o Relatório do PNUD aponta para outras variáveis também fundamentais para entender o processo atual e mais focado que avalia essas novas desigualdades. “Embora muitos concordem que a desigualdade é extremamente importante, o consenso sobre seu motivo e o que fazer a seu respeito é menor. Precisamos aprimorar os cálculos para melhor descrever o que é a desigualdade, e para ter uma compreensão mais profunda de como ela mudará devido às transformações econômicas, sociais e ambientais que estão em desdobramento em todo o mundo. Só assim, poderemos conceber as opções políticas que possam efetivamente enfrentá-la” diz o documento.

Um dos pontos defendidos pelo Relatório diz respeito à promoção de políticas para o desenvolvimento na primeira infância, consideradas de fundamental importância para garantir o que chamam de condições de partida, logo nos primeiros anos de vida dos brasileiros. Para tanto, o documento ressalta a importância de o país vir a adotar uma política abrangente com diretrizes, ferramentas e padrões nacionais, envolvendo os principais atores desse processo que são os pais, famílias e instituições educacionais na tomada de decisões.

Essas condições de partida podem determinar desigualdades num futuro próximo para as novas gerações. Essas políticas de combate às desigualdades devem se estender muito além da renda, indo na direção de intervenções ao longo da vida, em esferas como saúde e educação, de forma a aumentar as capacidades avançadas trazidas pelas novas tecnologias. Nesse sentido, é preciso atenção aos “desafios da mudança do clima e das transformações tecnológicas, duas forças que moldarão o desenvolvimento humano no próximo século”.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto. ”

Millôr Fernandes, pensante brasileiro

Foto: Daniela Dacorso/Bravo (exame.abril.com)

 

 

Novidade

Sancionada a lei do deputado Leandro Grass que obriga todos os estabelecimentos comerciais a disporem, nos banheiros masculinos e femininos, local para a troca de fradas. Caso não seja possível, um local paralelo e independente dos banheiros deverá ser construído para esse fim. Será responsabilidade da administração manter a higiene e privacidade do ambiente.

Cartaz: perfil oficial do Governo do Distrito Federal no Instagram

 

 

Chance

Hoje começam as negociações com os devedores da CAIXA. O ‘Caminhão Você no Azul’ vai atender até o dia 13. Já está estacionado no Setor Comercial Sul, Quadra 1, próximo à entrada da Galeria dos Estados, das 9h às 19h. De 16 a 20 de dezembro, na Praça do Relógio em Taguatinga.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

 

Matemática

Bem que a Justiça Volante poderia estacionar a van perto dos buracos de diversos pontos do DF. Rodas quebradas, pneus furados, suspensões afetadas são unicamente responsabilidade do governo. Asfaltos melhores não custam mais caro se durarem durante o período de chuva.

Foto: Divulgação

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O outro recado é para o senador Argemiro Figueiredo: Não apareça por lá, senador, tão cedo! As suas emendas foram um desastre. E mais: o povo não sabe nem do que se trata, mas é bom não aparecer, nem para explicar. (Publicado em 12/12/1961)

Um no cravo, outra na ferradura

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Foto: perfil oficial do presidente Jair Messias Bolsonaro no Instagram

 

Para retirar o país da maior crise econômica de todos tempos, uma herança verdadeiramente maldita e eivada na corrupção, legada pelos descaminhos de uma esquerda doidivanas, perdida nos descaminhos da egolatria, o presidente Jair Bolsonaro e sua excelente equipe têm empreendido múltiplos esforços, e em várias frentes, em busca do tempo perdido.

Dentro do papel que lhe cabe como chefe do Poder Executivo, Bolsonaro tem acenado tanto à União Europeia, como aos Estados Unidos, cedendo à exigência, buscando acertar os ponteiros internos, para atrair os investimentos tão necessários ao desenvolvimento. Parte desse esforço é feito agora com a reunião dos BRICS, realizada aqui em Brasília. Toda essa empreitada, guiada nos bastidores pela equipe do ministro Paulo Guedes, visa mostrar aos países desenvolvidos que o Brasil tem perseguido, com afinco, um amplo programa de ajustes internos, retirando barreiras e outros entraves burocráticos e protecionistas na tentativa de se apresentar como um país moderno e um parceiro confiável e aberto a negócios.

Uma investida dessa natureza, feita nas mesas de negociações, onde bilhões de dólares estão em jogo, requer, por parte do Brasil, uma transparência inequívoca em todos os contratos, presentes e futuros. E é justamente no quesito translucidez e compliance que o Brasil deixou muito a desejar. De fato, os escândalos de corrupção, seguramente um dos maiores de todo o planeta, emitiram para os países, com os quais o Brasil busca parceria, sinais opostos.

De um lado, o mundo ficou ciente de que havia, internamente, esforços de um setor minoritário do Estado que buscava acabar com as práticas criminosas entranhadas na máquina pública. De outro, ficou também sabendo da existência de um contra-ataque, de forças poderosas que resistiam passar o país a limpo e manter o antigo status quo.

As experiências frustradas, vindas da Itália, com a Operação Mãos Limpas, indicavam que o Brasil seguia num mesmo rumo, com parte da justiça e dos políticos cuidando para enterrar, por aqui também, os esforços para pôr fim a corrupção secular.

Nessa altura dos acontecimentos, o presidente Bolsonaro já percebeu que, caso não desate o nó da economia, o Brasil e ele próprio correm o risco de naufragarem ainda no porto. Possivelmente, o primeiro e talvez maior passo que o Brasil podem dar em direção a uma integração econômica satisfatória e lucrativa com o restante do mundo, seja sua entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 36 países e onde nosso país pleiteia uma vaga com grande empenho. Ocorre que uma missão, denominada Grupo de Trabalho sobre Suborno da própria OCDE, uma espécie de força-tarefa de vanguarda, está em visita agora em Brasília para checar de perto as razões e consequências da medida tomada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de suspender todas as investigações com base em dados de órgãos de controle como o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Banco Central e da Receita Federal, sem autorização prévia do próprio STF.

Esse mesmo grupo tomou conhecimento agora de que o próprio Toffoli determinou ao Banco Central o envio de cópia de todos os relatórios de inteligência financeira (RIFs) elaborados nos últimos três anos. Mais de 600 mil dados de pessoas físicas e jurídicas estão em suas mãos, o que, segundo membros do Grupo, pode motivar uma espécie de filtração dessas informações, beneficiando uns em detrimentos de outros à critério apenas dele próprio.

A preocupação desse Grupo da OCDE é que a suspensão de milhares de investigações possa inibir o combate efetivo à corrupção, à lavagem de dinheiro, beneficiando a ação de grupos terroristas e outros criminosos do colarinho branco. Caso essa situação persista, o Grupo de Trabalho sobre Suborno não descarta a aplicação de medidas contra o Brasil, incluindo-o na lista negra. Seriam em vão os esforços do nosso país de se integrar na comunidade econômica internacional um sonho ainda mais distante.

Enquanto o presidente Bolsonaro parece acertar no cravo, incluindo o Brasil em várias rodadas de negociação pelo mundo, a justiça, ou o a própria Suprema Corte, desfere um golpe errado na ferradura.

Para o nosso filósofo de Mondubim, o que um presidente parece fazer com as mãos o outro desfaz com os pés.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis.”

Platão, filósofo e matemático do período clássico da Grécia. 429 a.C.

Charge do Alpino

 

 

Nova Era

Empresas anunciantes se unem pelo desenvolvimento do país contra o “quanto pior, melhor” e suspendem contratos de publicidade com os meios de comunicação que têm se mostrado inerte em relação à divulgação das mudanças positivas feitas para um país melhor. A omissão de notícias, a falta de apoio à vontade popular pelo fim da corrupção ou mesmo programas onde a instituição familiar é atacada são os pontos que têm convencido o encerramento dos contratos.

 

 

Stopover

Em parceria com a TAP, governos do país entrarão no circuito stopover. Trata-se de uma forma para atrair turistas de todo o mundo. Da mesma forma como existe em alguns países da Europa, o stopover dá ao viajante a oportunidade de permanecer no país entre 2 a 5 dias, conhecendo várias regiões sem que precise pagar novas passagens. A intenção é divulgar as praias brasileiras e também o pantanal e cerrado. O governador Ibaneis está animado com a novidade.

Presidente da Embratur, Teté Bezerra, participou da solenidade de lançamento do programa, em Lisboa. Foto: Divulgação/Embratur

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Esta, vale também como argumento para os que querem a volta da capital. E mais: nós temos em reserva, a todo instante, 90.000.000 (noventa milhões mesmo) de litros d’água em estoque para abastecimento da cidade. (Publicado em 06/12/1961)

A saída para a greve dos caminhoneiros é pela ferrovia

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Foto: reprodução da internet

 

Com a iminência de deflagração de uma nova greve dos caminhoneiros, o governo corre contra o tempo, tentando amarrar as duas pontas soltas dessa contenda que coloca de um lado a Petrobras e sua política de preço, baseada no valor diário registrado pelo barril de petróleo no mercado internacional e, de outro, os diversos interesses políticos e econômicos, entre os quais se sobressai a questão da segurança nacional.
Desde a primeira paralisação, ocorrida no governo Temer, os caminhoneiros tomaram consciência da importância do setor do transporte para o funcionamento do país. Com aquela greve histórica, o Brasil, literalmente, parou por falta de combustível nos postos de abastecimento, fato agravado ainda com o bloqueio das principais rotas do país, promovida pelos paredistas. Naquela ocasião, o governo e a população foram apanhados de surpresa com a greve relâmpago e pelo encadeamento de prejuízos que se seguiu em ritmo acelerado.
Fosse essa uma estratégia de guerra, é fato que os caminhoneiros teriam vencido aquela batalha ao surpreender o Brasil com o estrangulamento de suas comunicações via terrestre, cessando as linhas de abastecimento do país de gêneros de primeira necessidade e de combustível. Naquela greve, o Brasil capitulou sem qualquer outra alternativa. Obviamente, os prejuízos gerados por aquela paralisação foram infinitamente superiores aos benefícios alcançados pela categoria, o que retardou os esforços para a retomada do penoso processo de desenvolvimento do país.
Como numa guerra, mais uma vez, foi a população civil a maior prejudicada com esse movimento, inclusive, os próprios caminhoneiros que viram o custo de vida aumentar também para suas famílias. Os ganhos momentâneos obtidos pela categoria se esvaíram de lá para cá, uma vez que o principal fator que teria ocasionado a greve não foi resolvido de forma definitiva e nem poderá sê-lo de maneira razoável.
A situação anômala que levou o país a essa crise, todos concordam, foi a política irresponsável dos governos petistas em incentivar, sem qualquer estudo estratégico, o financiamento, em larga escala, para compra de caminhões. Mesmo para um país cujas as riquezas transitam principalmente por rodovias, a super frota de caminhões, conduzidas por motoristas endividados até a orelha, não encontrou a mesma correspondência em número de fretes.
O ciclo contínuo de crises econômicas fez cair também a quantidade e o valor das viagens em todo o país. Resolver uma questão dessa natureza com medidas irreais, como o tabelamento nacional do frete ou o congelamento no preço dos combustíveis, apenas adia, mais uma vez, um problema que todos sabem que não será equacionado com intervencionismos na economia, tampouco com medidas populistas que atrelam a vitória de Bolsonaro à adesão dos caminhoneiros.
Dessa vez, é certo que uma paralisação desse tipo não contará com o apoio da população e pode até não ser bem tolerada pelos militares, com proeminência nesse governo. A saída para um impasse dessa monta, é claro, só poderá ser feita por via ferroviária, de preferência pela ferrovia Norte-Sul, cujas obras, iniciadas há mais de 30 anos, parece que serão concluídas ainda neste governo. Para um país continental como o nosso, a opção por ferrovia parece natural, mas curiosamente vem sendo protelada há séculos.
A frase que não foi pronunciada:
“Para comprar caminhão e usar sutiã, precisa ter peito.”
Frase de caminhão
Charge do Bruno Galvão
Livre arbítrio
São muitos os trabalhadores que apoiam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em relação à iniciativa de estender a vigência da medida provisória que traz mudanças na cobrança da contribuição sindical. Emissão de boleto para o trabalhador que expressar a vontade de colaborar com o orçamento da instituição.
Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado
Melhoramentos
Bem mais cuidada, a Biblioteca Central da UnB atrai cada vez mais estudantes. Funcionando 24 horas (exceto nos feriados), cuidados como corrimão, um laboratório de informática mais atraente e outras melhorias mostram a intenção de servir melhor à comunidade estudante.
Utilidade pública: Como localizar livros no acervo
Foto: UnB Agência/Divulgação
Iguatemi
Regina Trindade esclarece sobre a nota publicada na coluna. Uma jovem que teve um mal súbito caiu no Shopping Iguatemi. Bateu a cabeça e teve uma convulsão. O segurança chegou ao local um minuto depois, os brigadistas em seguida, todos os protocolos foram seguidos rigorosamente.
Foto: facebook.com/iguatemibrasilia
Mãos à obra
Deputada federal pelo DF, Paula Belmonte acompanha a reforma nos tribunais de contas com os devidos ajustes para um sistema de fiscalização do dinheiro do contribuinte mais eficiente. Ela encomendou estudo à Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados sobre a viabilidade de avançar na legislação que trata da escolha dos ministros do TCU e dos tribunais de contas estaduais, com o objetivo de reduzir a interferência política nessas cortes, priorizando a capacidade técnica.
Foto: camara.leg.br
Subliminar
De tanto enfrentar preconceito, a ministra Damares Alves ganha a simpatia do povo. A notícia: “Damares Alves quer desativar a Casa da Mulher Brasileira em Brasília. Ideia é abrir outros pontos de atendimento a vítimas de violência no DF”. No fim da nota, a EBC informa que a Casa da Mulher Brasileira em Brasília está fechada desde abril de 2018 por problemas na estrutura física.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
História de Brasília
Os japoneses estão pisando nos calos da indústria de tecidos do Brasil. Prometeram, fabricar, no rio Grande do Sul a mesma sede japonesa, importaram maquinaria, e a luta está, agora, deflagrada. (Publicado em 17/11/1961)

Políticas equivocadas induzem ao atraso

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Charge: Duke
Charge: Duke

         É consenso que as eleições, por seus processos próprios, possuem a capacidade de induzir uma certa agitação em todos os setores do país. A começar pela economia, que nesses períodos de disputas e incertezas, ao colocar em modo de espera as principais e mais urgentes decisões nessa área, acaba por criar um ambiente de fortes expectativas, o que, por sua vez, favorece especulações de todo tipo e ataques ao mercado.

       Nesse ambiente de incertezas, onde todo mundo passa a se precaver, é comum a retração de investimentos internos e externos, o que resulta em oscilações de Bolsas, fuga de capitais, aumento do dólar, inflação e outros aspectos econômicos negativos. Como a economia e o mercado necessitam de previsibilidade e calmaria para funcionarem, as eleições com seu potencial de dúvidas terminam por criar cenários de medo e de incertezas que, ao fim ao cabo, contaminam todo o país e necessariamente passam a atingir também a própria população.

       A paralisação de obras e de contratações, muitas vezes impostas pela legislação eleitoral, reforçam a instabilidade e passam a interferir ainda na estagnação da economia e na retomada do tímido crescimento. Para um país que permanece experimentando uma profunda crise econômica, resultado direto de um conjunto de más políticas que foram implementadas recentemente, um ambiente de incertezas possui um potencial de agravar ainda mais a situação atual.

       É nesse ambiente delicado e de medo que as campanhas eleitorais entram para embaralhar o ambiente. O divórcio entre o que pretende os candidatos em seus discursos e a realidade do país lança ainda mais gasolina na fogueira. Os pretensos salvadores da pátria, ao insistir em programas de governo irrealistas e inexequíveis, contribuem, ao seu modo, para piorar o que já está ruim.

          Mesmo os institutos de pesquisas eleitorais, com suas metodologias próprias e específicas, ao divulgarem o que chamam de retrato do momento, com previsões antecipadas, que, não raro, vão contra o senso comum, contribuem também para o aumento do ambiente de instabilidade. Nesse quesito, quando são feitas retrospectivas, até recentes, dessas pesquisas, o que se observa, em grande parte dos casos, são disparidades entre os prognósticos e o resultado efetivo das urnas. Destaca-se também que nessas eleições, especificamente, o número de eleitores indecisos é o maior já registrado desde a redemocratização.

         Se nem a população sabe que caminhos tomar diante da aproximação das urnas, muito menos o mercado e o ambiente econômico saberá para onde vai o Brasil. O pior é que com alguns desses candidatos que ora estão no páreo, nossa situação econômica, que já é preocupante, corre o risco de afundar de vez, o que mais uma vez comprova a teoria de que políticas e candidatos equivocados possuem sempre o condão de empurrar e manter o país para o beco sem saída do subdesenvolvimento.

A frase que foi pronunciada:

“Muitas vezes as pessoas enxergam mais com a imaginação do que com os olhos.” 

Richard Sennett, historiador e sociólogo

Goiás

Conta de energia mais cara 12%. O percentual está em discussão. A ANATEL abriu audiência pública para que a população participe da decisão.

Charge: Tacho
Charge: Tacho

Preto no branco

Temos que reconhecer que a Receita Federal do Brasil e a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional não cumprem a legislação no que diz respeito às suas obrigações. São duas instituições muito sérias para cobrar o dever dos outros, mas que não aplicam seus próprios deveres. Palavras do juiz federal e representante da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Renato Lopes, sobre os grandes problemas da arrecadação tributária federal.

Ilustração: averdadequeamidianaomostra.blogspot.com
Ilustração: averdadequeamidianaomostra.blogspot.com

Cheiro de abuso

Uma TV ligada num estabelecimento comercial gera boleto cobrado pelo Ecad. O escritório explica que é assim que os artistas sobrevivem, da criação. Acontece que muitas músicas executadas são de domínio público, e as TVs já pagam uma pesada conta para o Ecad que vistoria toda a programação. As rádios também pagam altas taxas. Cobrar de quem ouve os programas parece demais.

Logo: toptalent.art.br
Logo: toptalent.art.br

Impensável

Técnicos da Caesb verificam que os dejetos do Instituto Central de Ciências da Universidade de Brasília passam pela galeria de águas pluviais da Asa Norte e caem direto no lago Paranoá.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A Rádio Nacional de Brasília está usando dinheiro do governo para fazer campanha contra as demais estações de televisão de Brasília. Esta campanha, que está sendo muito cara, talvez não seja interessante para o próprio governo, que usando dinheiro do povo, procura sufocar as empresas particulares. (Publicado em 27.10.1961)